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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Hoje celebra-se

o Dia Mundial da Poupança.
Num dia em que as notícias revelam a previsão do Banco de Portugal, prevendo que a taxa de poupança, em função do rendimento disponível, desça para os 9,2% no próximo ano, a pior desde 1999 (9%). Ou seja a perspectiva para o próximo ano é de menos dinheiro no mealheiro. (fonte JN - 31.10.05)
Crédito a quanto obrigas...

Tiro no Pé!

Os números diários das várias sondagens começam a preocupar e a desacreditar Mário Soares. Analisando esses dados, o principal adversário de Mário Soares, nesta fase, não será propriamente Cavaco Silva (se as eleições fossem hoje ganhava à primeira volta ver Aqui) mas sim Manuel Alegre e a 'guerrilha percentual' entre BE e PCP.
E para quem afirmou publicamente que a sua candidatura (independente (?)) era por Portugal e não contra os outros candidatos, depressa esqueceu (é da idade) esse propósito e, à falta de argumentos e ideias novas para o seu pobre manifesto e campanha eleitoral, resta-lhe voltar atrás e começar a 'atirar tiros nos pés', transformando os seus discurso em críticas irracionais ao Prof. Cavaco Silva (que interiormente deve ir agradecendo).

Enquanto a 'guerra' das 'comadres esquerdistas' for durando, o País agradece com a provável eleição presidencial de Cavaco Silva.

O Referendo 'abortado'...

No seguimento do que Aqui referi em relação ao tema do referendo (em 'O Pai Natal veio mais cedo...') sobre a actual legislação do aborto, apesar das noticiais que referem que o Eng. José Sócrates tenciona apresentar nova proposta em Outubro de 2006 (ainda não confirmadas oficialmente pelo próprio Primeiro-Ministro), continuo com algumas dúvidas sobre se a promessa eleitoral do PS de referendar sempre esta matéria se irá manter.
Estou como S.Tomé: ver para crer.
Prefiro esperar para ver até que ponto os apoiantes parlamentares deste (des)governo socraísta terá capacidade para contrapor uma esquerda que irá tentar 'tudo por tudo' para alterar a lei sem referendo.
E mesmo que o referendo seja uma realidade nessa altura, continuo com a percepção de que teria sido preferível para os (como eu) apoiantes do NÃO o referendo na data proposta pelo PS (e recusada pelo tribunal constitucional), perspectivando-se uma vitória destes.
A ver vamos...

Consenso Democrático

Foi o que se verificou, ontem, na primeira Assembleia Municipal (após as respectivas tomadas de posse), que aprovou, sem qualquer voto contra, a redução das taxas da Derrama (sobre o IRC das empresas sediadas no concelho) e do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). Tornando, assim, uma realidade concreta as promessas eleitorais feitas pelo Presidente.
Para muitos (e já o vi escrito, nomeadamente no âmbito da blogoesfera) estes 1% e 0,1% de redução nas respectivas taxas parece irrisório, brincadeira e apenas o cumprir condicionalmente a dita promessa.
Pura demagogia e falta de rigor nessas opiniões.
Esta redução, para além da coragem política do seu acto e de coragem na gestão financeira da Câmara, significa um esforço do executivo em abdicar, a favor dos munícipes e do município, de um valor estimado em cerca de 700 mil euros. Num momento em que o Orçamento de Estado para 2006 prevê uma redução de 1,6 milhões de euros para o Concelho de Aveiro.
Saliento ainda o carácter de consenso democrático 'vivido' em torno destas questões, esperando que os interesses por Aveiro sejam prioritários em relação aos partidários.
Espero ainda que esta aproximação aos munícipes seja para continuar, num esforço conjunto entre todos para o desenvolvimento de Aveiro.
Registo (conforme Aqui escrevi - Migração aveirense) para a presença única e isolada da vereadora do PS, Dra. Marília ( a fazer fé na foto da capa de hoje do Diário de Aveiro).

ESCOLARIDADES (não obrigatórias)

Todos os anos (desde 2000(?)) os media lusos, mais concretamente a imprensa escrita, publica e tece considerações abismais sobre o RANKING DAS ESCOLAS (ver, p.ex. Público de 22.10.05).
É estupidificante! É fantasmagórico, porque irreal.
Como é possível que o país se desenvolva, que a educação seja uma prioridade e "um bem de primeira necessidade" (como referiu o presidente Jorge Sampaio na UNESCO, no passado dia 10.10.05), se a elaboração da lista (ranking) classificativa do ensino prestado nas escolas secundárias portuguesas (595) se baseia unicamente na análise estatística dos resultados da 1ª fase dos exames do 12º ano, do ano lectivo anterior?! E nem sequer existe a preocupação de o número de exames (alunos) em análise ser igual para todas as escolas. Como é possível?!
É a 'radiografia' que nos mostra como o sistema de ensino se encontra verdadeiramente moribundo.
Não se tem a mínima preocupação com o desenvolvimento socio-económico e cultural da região onde se situa a escola, a tipologia da comunidade estudantil, etc..
O que se avalia não é a escola como um todo (a sua globalidade), mas sim uma pequena parte (alunos do 12º ano), num determinado 'ponto alto' do calendário lectivo (exames finais).
Não acredito que os Conselhos Executivos das Secundárias aveirenses José Estêvão (66º), Homem Cristo (97º), Jaime M. Lima (206º) e Mário Sacramento (476º), 'trabalhem' em função da classificação do dito ranking ou que em função desta, sejam menos competentes. Assim como não acredito que existam diferenças tão significativas no papel dos docentes.
Curioso este ranking que em 2003 colocava as secundárias Homem Cristo (46º) e José Estêvão (83º) entre as 100 'melhores'(?); em 2004 qualquer uma delas estava ausente daquele patamar e em 2005 voltavam à referência da centena.
Será que tivemos uma 'pausa para café' na educação aveirense? Não houve aulas? Os 'profs.' 'baldaram-se'?! Ou o ranking é uma 'fantochada'...
Sempre tive a noção da diferença clara entre saber e aprender na sua amplitude e o mero resultado pontual de um exame. Ou não vislumbrar a relação lógica entre o sucesso escolar e o 'estrato social' familiar do aluno (com as devidas excepções que confirmam a regra).
Em Portugal, a paixão pela educação é um rol anual (ranking) de asneiras.

Migração aveirense.

Há espécies de aves (p.ex. as andorinhas) que nesta época do ano se juntam e (em debandada) migram para zonas mais quentes (normalmente o sul).
Há personalidades públicas da nossa praça que, face a contextos adversos, também 'migram', abandonam e partem (no caso também para o sul - lisboa). Confirmada que foi a notícia de que Eduardo Feio, ex-vereador e n.º 2 da lista do PS às últimas autárquicas, foi empossado ontem (27.10.05) no cargo de director-geral do Gabinete de Estudos e Planeamento de Instalações do Ministério da Administração Interna.
Após tomar posse como vereador da oposição e de estar presente, na passada segunda feira, na primeira sessão do executivo da câmara, é com alguma estranheza, embora não espanto, que vejo mais uma figura do PS local (perdedor/vencido) a abandonar a Cidade. Isto é, a virar-lhe as costas, a renunciar aos seus compromissos, transformando estes últimos 8 anos de executivo camarário numa mera 'teoria da relatividade', pura ficção.
Primeiro Alberto Souto que não consegui digerir o que de melhor há na democracia: a liberdade de escolha dos cidadãos. Agora Eduardo Feio (com direito a 'tacho' governativo) e pelo meio as renúncias de Matos Rodrigues (o sr. pólis, com desculpas desmedidas de incompatibilidades) e de Margarida Mangerão.
O desporto (14 anos de treinador de basket) ensinou-me que é preciso educar os nossos atletas no sentido de saber ganhar e perder. De saber aprender e crescer em ambos os casos.
Que sentido de responsabilidade se pode ter quando não se assume compromissos eleitorais, só porque não se é eleito ou' despromovido' à condição de oposição?!
Que respeito se tem pela cidade se não se dignifica o esforço pelo seu desenvolvimento, mesmo que seja com o sacrifício de ser oposição?!
Será que se tem vergonha dos últimos 8 anos e se enganou a cidade?! Não se tem argumentos para defender o que foi positivo e reconhecer os erros praticados?!
Que respeito se tem por quem votou no PS (felizmente eu não fui), se não se sabe corresponder aos seus sentimentos e desejos?!
Que respeito se tem por aqueles que estiveram ao lado e trabalharam nestes 4 anos, se na 'hora da verdade' são abandonados e deixados sós?!
A política é suja e pouco séria e transparente...
É tão digno aquele que dirige, como o que, na diferença, se senta na 'sombra' contrapondo o poder, contribuindo para uma cidade maior. Infelizmente para alguns, só dando nas 'vistas' e tendo protagonismo, é que se sentem realizados.
O que seria do país se os deputados da oposição renunciassem aos seus lugares de deputados pelo facto de terem sido derrotados?!
As pessoas e/ou listas vão a sufrágio para saber ganhar e perder. E... assumir cada caso.
Curiosamente, com este espírito de servir a cidade, o PS em Aveiro corre o 'risco', com tantas recusas, de ver a sua representação na câmara esfumar-se, sem capacidade de substituição.
E ainda há quem, como o Dr. Carlos Candal, esteja preocupado pelo facto da Presidente da Assembleia Municipal ser de Estarreja. Os que são de cá, abandonam!!!
Enfim... é da migração!

Sem palvras!



Cavaco Silva - 56,2%
Manuel Alegre - 15,7%
Mário Soares - 10,2%

Jerónimo de Sousa - 3,9%
Francisco Louçã - 2,3%





Correio da Manhã de 28.10.2005
sondagem Correio da Manhã/Aximage

Meio por Meio

A cidade está em obras. Ou melhor meias obras.
“A vida democrática não se faz de rupturas, nem de movimentos abruptos de negação”, a afirmação é do actual presidente da câmara - Dr. Élio Maia, no discurso da sua tomada de posse. Acrescentado eu que nem o exercício da governação local.
Desta forma, da necessidade de cada um se sentir responsável e responsabilizado, surgem algumas questões: Porquê só meio túnel? Porquê rotundas com acessos condicionados, por terminar ou por iniciar? Porquê a dificuldade de termos uma cidade com acessibilidades capazes? Porque é que quando se edifica ou constrói não se faz de forma planeada e equilibrada?
É certo que a obra do túnel da Estação, suscita ‘amores e ódios’, levanta questões sérias sobre trânsito e acessibilidades, mas… está feita! E não me recordo da Assembleia Municipal (à data) ter criado obstáculos consideráveis a este projecto.
Também não me parece mais vantajoso que os acessos entre Aveiro e Esgueira (e vice versa), se façam por uma EN 109 problemática a muitos níveis ou pela parte antiga da cidade como é a Vera Cruz (esta perfeitamente desaconselhável ao trânsito intenso – e até mesmo o menos intenso). Ou por desvios irracionais como os que somos obrigados a efectuar junto à parte nova da Estação, do lado do antigo Bairro do Vouga (junto à MoveAveiro).
Entre estes conflitos e um túnel (mais ou menos bem planeado) aberto, acho que não é de difícil opção.
Poderá a abertura do túnel (segundo algumas opiniões) suscitar um aumento de volume de trânsito entre a Avenida e a Ponte de Praça. Poderá… porque também não deixa de ser verdade que este conflito já existe, sem que tenham existido condicionantes e penalizações ao seu fluxo. E alternativas até existem! Curiosamente também a meias, como é o caso da Alameda Silva Rocha (acesso à EN109) na forca.
É a herança lógica de quem assumiu os ‘riscos’ inerentes a uma candidatura (vencedora) autárquica.
Como no casamento… na saúde e na doença! Nas alegrias e tristezas!
Continuamos no país do ‘desenrasca’… ‘qualquer coisa se há-de arranjar”…

Existe um País

recebido por mail

Existe um país onde um cidadão de 81 anos depois de ter cumprido 10 anos de mandato como Presidente da República e de ter estado 10 anos de molho, decide candidatar-se novamente para salvar o país de um fantasma, passando por cima de um amigo de longa data.
Existe um país onde três candidatos autárquicos, com fortes probabilidades de vencer, estão indiciados por processos fraudulentos e uma outra candidata com mandato de prisão emitido e foragida no Brasil, tem toda a cidade a aguardá-la.
Existe um país onde o único escritor galardoado com o prémio Nobel da Literatura vive no país vizinho.
Existe um país de onde é oriundo aquele que é considerado o melhor treinador de futebol da actualidade, cujo seleccionador nacional é estrangeiro.
Existe um país onde o maior sucesso nacional do ano é um disco de originais de um músico que morreu há quinze anos.
Existe um país onde os dois guarda-redes da selecção nacional são suplentes de dois guarda-redes da mesma nacionalidade nos respectivos clubes.
Existe um país onde o nome da mascote do principal evento desportivo alguma vez organizado começa por uma letra (k) que não faz parte do seu alfabeto.

Existe um país muito estranho....

Portugal vai ser Maior! Chegou o Presidente...

Esta é uma batalha desigual.
Não por culpa de Cavaco Silva, mas, exclusivamente, pelos seus opositores, com ideias vazias, guerras internas, sem propostas para os portugueses ávidos de um país melhor.
No seu discurso de apresentação do seu manifesto eleitoral, Cavaco Silva foi implacavelmente Presidencial. Transpondo para uma realidade, cada vez mais óbvia, a sondagem hoje publicada (Marktest para DN e TSF) que lhe atribui a maioria ou um valor muito próximo desta (considerando-se ou não a margem de erro de 3,45 e a inclusão de um 'hipotética' candidatura de Paulo Portas com 1,7% de intenções de voto).
A esquerda ou muda o seu discurso (nomeadamente Mário Soares e a sua colagem ao PS) e se mobiliza conjuntamente (nem que para tal tenha de engolir um 'sapo', como o fez num passado mais ou menos recente) ou então corre o risco de não ter para onde ir, nem a quem convencer.
Na linha de pensamento de Vasco Pulido Valente, estas eleições não vão ter 'campanha' eleitoral, mas sim um caminho de sentido único e triunfal para Cavaco Silva.
Os seus cerca de 40 minutos de manifesto eleitoral são uma verdadeira lição política (por isso é que Soares, nesta altura, prefere os debates alargados, como auto-defesa).
São ideias concretas para a sua acção presidencial e para o despertar do país. Uma verdadeira análise ao 'estado da nação', analisando friamente a nossa realidade, apontando metas e objectivos perfeitamente realistas e alcançáveis. São ideias "susceptíveis de mobilizar os portugueses". E não um conjunto balofo de conceitos vazios e demagogias como as do discurso de Mário Soares.
No seu manifesto estão contemplados os anseios da generalidade dos portugueses, numa acção presidenciável garante da confiança, optimismo e mobilização nacional:
- melhor democracia e melhoria da imagem da classe política e das suas instituições;
- uma justiça mais eficiente, responsável e célere;
- mais segurança (de pessoas e bens);
- uma administração pública mais transparente e eficaz na prestação dos seus serviços;
- melhorar a competitividade e a produtividade, facilitando o desenvolvimento do país;
- mais estabilidade e melhor emprego, através de um maior diálogo e concertação entre o governo e os parceiros sociais;
- uma melhor qualificação educacional e profissional da população;
- garantia de cuidados de saúde eficazes e acessíveis;
- menores diferenças entre as diferentes regiões do país (redução das assimetrias);
- uma acção social dirigida especialmente aos deficientes, idosos, reformados e desempregados.
Cavaco Silva afirmaria ainda a sua determinante posição de estabilidade, independência e isenção partidária.
Dizer que estes princípios se confundem com objectivos meramente executivos e de campanha governativa, significa dizer que o país não precisa de 'timoneiro' no leme, pode andar à deriva, sem que institucionalmente haja alguém que exija ao governo e às suas instituições rigor, transparência e contributo para o desenvolvimento do país. Aliás, memória curta têm os Soarístas que se esquecem que num dos mandatos presidenciais de Mário Soares o governo se viu obrigado a congelar o pagamento do subsídio de natal aos trabalhadores.
A procissão ainda vai no adro... Mas o nevoeiro já se dissipou e já se vislumbra o D. Sebastião.
Chegou o próximo presidente.

As saudades que eu já tinha...

Ele há dias assim… às vezes bate, bate, fortemente!
Quem nunca sentiu, em determinados momentos existenciais, a ‘vida’ a regressar ao passado.
A escola primária; o primeiro beijo; o primeiro cigarro às escondidas; o associativismo juvenil (político, social, cultural ou religioso)… e tantos outros pormenores mais ou menos marcantes!
Leitor mais ou menos assíduo do Público, não foi, por isso, a primeira vez que li um artigo do saudoso amigo António Marujo (já lá vão mais de 20 anos).
Mas desta vez foi diferente. Não sei muito bem porquê… mas foi! Talvez pelo sentido do artigo publicado e pela coincidência de igual pensamento (e de outros tantos que a memória assimilou).
Muitas expectativas foram colocadas (entre crentes e não crentes – católicos e não católicos) na eleição do novo Papa (após o falecimento do ‘universal’ João Paulo II). Bento XVI não foi uma escolha que tivesse cativado, que tivesse sido conciliadora de emoções e abrangente, pelo menos, para a maioria da base da Igreja Católica: os leigos.
E o reflexo disso (assim refere António Marujo no Público de 19.10.2005) é a ausência notória de intervenção pública e de ideias concretas para a Igreja de hoje, após 6 meses de pontificado. Nem mesmo os acontecimentos internacionais (sociais e/ou políticos) moveram o silêncio do ex-cardeal Ratzinger, agora Papa Bento XVI. Desde a sua eleição (19.04.2005) até hoje, conhece-se a sua visita à Alemanha às XX Jornadas Mundiais da Juventude, o seu ‘primeiro livro’ (a publicar muito em breve) que reflecte os seus discursos em Colónia (Alemanha) e a conclusão (pensa-se) da primeira encíclica (o mais importante documento pontífice) ainda sem ‘contornos’ públicos.
É pouco…
Para uma Igreja que vive ainda um processo de reestruturação iniciado há 40 anos com o Concílio Vaticano II, caminha-se muito devagar, desenraizada dum Mundo que ‘gira e avança’, segundo a segundo, moldando a vida de cada um de nós numa velocidade estonteante.
A Igreja de hoje continua fechada, cinzenta, voltada para o seu ‘umbigo’, com uma hierarquização que necessita de mudanças. Factores que afastam cada vez mais as pessoas, limitando a acção da ‘sua base’ que são os leigos, em benefício de um clérigo que necessita de rejuvenescimento (não de idade mas sim de adaptação ao mundo).
Exemplo disso (e já o era há vinte anos atrás quando estive ligado à pastoral juvenil e ao MCE), é o número decrescente de movimentos leigos ou o seu número de participantes.
Exemplo disso, é o número menor de praticantes (independentemente da fé pessoal) e o aumento de expressões do tipo “eu acredito em Deus, mas não preciso de ir à missa”. Transformando esta Igreja que se pretende universal e comungada, num isolamento de vivências pessoais e fechadas.
Exemplo disso, é o número decrescente de vocações, nomeadamente sacerdotais, motivadas por uma Igreja que não rejuvenesce no seu apostolado, na sua forma de evangelizar e que teima em continuar afastada e alheada da realidade social e, porque não, política, como se os Homens não fossem Homens ‘feitos’ da experiência do dia-a-dia, das suas vivências comunitárias sociais e políticas (não necessariamente partidárias)!
Uma frase bem clarificadora do momento actual da Igreja, foi expressa pelo próprio Bento XVI (então Cardeal Ratzinger) em Diálogos Sobre a Fé: “(…) se vai perdendo, por toda a parte, o sentido autenticamente católico da realidade ‘Igreja’, sem expressamente renegá-lo”. Perda de identidade com responsabilidade acrescida para a própria Igreja que, com o correr do tempo, se afasta do mundo.
Há pois, uma herança pesada gerada pelo Concílio II (que para alguns ainda está longe de concretizado); há questões internas de estruturação por resolver e definir; e, na intervenção junto dos povos, há as questões morais, sociais, éticas e (insisto) políticas a merecer intervenção concreta.
Não é fácil… mas a dificuldade não pode ser ‘senhora’ de apatia e resignação.
Ámen!

Discurso da Tanga Supra-partidário

Na sequência do que Aqui referi em relação ao discurso de Mário Soares na apresentação do seu manifesto (ou manifestamente pobre) de candidatura a Belém, sem negar o apoio incondicional do PS, o Sr. Doutor 'político profissional' tentou alargar os horizontes do seu leque eleitoral afirmando (mal disfarçado) que a sua candidatura é nacional. Pois triste sina a sua...
Não ouvimos uma única referência sua às situações recentemente (há 4 ou 5 dias) vividas no seio de uma reunião da comissão política nacional do PS, onde alguns dirigentes criticaram veemente a presença naquele espaço e órgão de dirigentes apoiantes declarados de Manuel Alegre. É o claro reflexo do mau estar que se vive nas hostes socialistas com esta bipolarização presidencial. Bipolarização que o PS não sabe digerir, nem dirigir, querendo impedir dirigentes nacionais legitimamente eleitos de se apresentarem numa reunião nacional.
O PS que ainda não percebeu (para gáudio dos apoiantes de Cavaco Silva e "qui ça" das outras candidaturas) que quanto mais beliscar o apoio de Manuel Alegre, mais votos está a atrair para aquele candidato, afundando o seu 'protegido'.

"Plagiar" é feio!

Soube a pouco ou a quase nada...
E nem a ausência das altas esferas do PS (ausência muito mal disfarçada já que no passado fim-de-semana ouvimos o nosso (des)governante José Sócrates a apelar ao voto em Mário Soares e a afirmar que este é o candidato socialista), nem isso, trouxe algo de interessante a um discurso vago, vazio de ideias concretas. Apenas repetições (plágios) interessantes do discurso de Cavaco Silva.
Afirmar que se é a favor da estabilidade (qual canção de embalar - "os portugueses comigo podem dormir descansados") é plágio (Cavaco Silva já o tinha dito).
Afirmar-se como candidatura nacional é plágio (Cavaco Silva também assim se apresentou), acrescido desta candidatura ser marcadamente partidária, com pequenos rasgos de independência, por ter saído da vontade expressa do PS nacional (nem todo).
Afirmar que mantém os actuais poderes presidenciais e ser-se partidário do sistema sem-presidencialista em vigor é plágio (Cavaco Silva já tinha referido que conhecia os actuais poderes e que aceitava a actual Constituição).
E nem o formato do discurso conseguiu ser diferente (a não ser no protagonista): o mesmo estilo, as perguntas (des)ordenadas dos jornalistas, a família, os amigos e o staf. Foi plágio.
É feio plagiar e não trazer nada de novo e diferente do seu principal opositor (sem esquecer Manuel Alegre), num discurso muito vazio de ideias e princípios.
Dizer-se que "sou socialista" mesmo os mais distraídos não duvidam. Dizer que se tem o apoio do PS ('alertando' a candidatura de Manuel Alegre), já o próprio primeiro ministro o tinha afirmado.
Socialista, republicano e laico foi um discurso usado já há décadas.
De novo para o futuro... NADA!
Esta candidatura marcadamente partidária e socraísta, está 'amarrada' e incomodada pelo mau desempenho governativo de quem a apoia e marcada pela bipolarização Soares-Alegre que a auto-derrota.
Quem ganha com esta conjuntura é Cavaco Silva. Para além do apoio à direita, o ex-primeiro ministro consegue "colar-se" a um PS que não se revê em Manuel Alegre e preconiza a ideia de um Soares fora do tempo (exemplo os mandatários presidentes de câmara recém eleitos pelo PS nas autárquicas). É por estes factos, uma candidatura muito mais abrangente e supra-partidária.
Para além disso, no seu discurso, Mário Soares esqueceu-se que o que o País precisa neste momento ('banhado' por mais descontentamento popular e social que no governo de Guterres e Durão Barroso juntos e ainda se dá o desconto do tempo de Santana Lopes), conforme o demonstraram as eleições autárquicas, é de um Messias, ou como referiu Jerónimo de Sousa, de um sebastianista.
Pois bem... que se levante o nevoeiro! Porque D. Sebastião já existe.

Oficialmente Élio é Presidente da Câmara!

A Assembleia Municipal e o Executivo Camarário tomaram ontem (22.10.05) posse das suas funções.
Na passagem do testemunho, Alberto Souto alertou Élio Maia para os perigos relacionados com o exercício da "governação local", coincidindo essas palavras com as eventuais razões da sua derrota eleitoral:
- a recessão económica (agravada pelas políticas sociais e laborais do governo PS e o seu reflexo, a nível nacional, nestas eleições);
- a voracidade noticiosa (que felizmente transmitiu à opinião pública e expôs à critica aveirense projectos e investimentos mal planeados e irracionais, que desacreditaram o último executivo);
- o descrédito na política e nos políticos (claramente com responsabilidade destes últimos, pelas promessas não cumpridas, pelos "casos" de falta de ética e responsabilidade política e social, pelo desrespeito pelo cidadão).
Por outro lado, Élio Maia ao receber o testemunho do presidente cessante, confirma a sua fidelidade às suas convicções eleitorais:
- "gestão ao cêntimo";
- contenção e rigor nas contas (liquidação de dívidas);
- "tratamento de choque" sobre as finanças (redução de despesas).
Para além destes aspectos económicos (que começam a denotar uma excessiva preocupação pelo deficit camarário), as outras opções chave caracterizam a aplaudível preocupação social, a aproximação da câmara aos munícipes e ás freguesias.
No entanto, Aveiro precisa de mais "vida para além do déficit"!
Precisa de relançar-se como pólo central ao nível político, social e económico. Precisa de rigor no investimento e um forte plano de desenvolvimento, sustentado num urbanismo racional e numa mobilidade e acessibilidade que crie qualidade de vida e riqueza (social e económica). Refira-se que Aveiro é o terceiro concelho do distrito com maior taxa de desemprego.
Não basta poupar e racionalizar as contas. É muito pouco!
Aveiro tem que saber gerar projectos de desenvolvimento bem planeados, estruturados e racionais. Senão... corremos o risco (sentimento já por diversas vezes tornado público) de estagnarmos durante estes 4 anos que se seguem.
E o esforço desenvolvido para a tão desejada mudança, saiu em vão!
A ver vamos.

OE 2006 - Parte II (do porquinho mealheiro)

Embora "adepto" das ciências e das matemáticas, ECONOMIA (com o devido respeito pelos economistas) foi um 'chavão' que sempre me inibiu e criou alguma inadaptabilidade. Isto pelo facto de me parecer simples uma realidade prática que outros teimam em tornar muito complexa.
Em casa sempre me habituei que com 100 só é possível gastar 100. Isto é o dia-a-dia óbvio e real. Então para quê complicar e deturpar a realidade?!!!
O Orçamento de Estado para 2006 (OE 2006) pretende (pelo menos é intenção do 'burgo socraísta') consolidar as finanças públicas através da redução das despesas. Qualquer um de nós faz este raciocínio economicista básico na micro economia doméstica do nosso dia-a-dia.
É claramente um factor determinante e deveras importante. Mas... porque é que tem de ser executado com o agravamento das condições sociais, laborais e financeiras dos funcionários públicos?! Com o agravamento das taxas fiscais ou a redução das deduções em sede de IRS e IRC?!
É conhecida a opinião pública critica e negativa em relação à qualidade da maioria dos serviços da Administração Pública, Local e aos seus funcionários.
Há que reabilitar as suas imagens e produtividade. Mas porque é que para a concretização desse louvável objectivo, têm de ser os funcionários a 'pagar' o essencial da consolidação orçamental do estado?!
Se viver acima das possibilidades é uma forma de irracionalidade económica e, por vezes, social (seja ao nível micro-doméstico ou ao nível macro-nacional/internacional), não é menos verdade que a gestão e redução da despesa pública deveria passar pelos seus custos supérfluos com cargos de gestão pública perfeitamente improdutivos e desnecessários; com a não criação de 'elefantes brancos' como o inexplicável (já são setenta e... estudos) e desajustado novo aeroporto da OTA e do irrealista TGV ('poupar' 15 min entre Lisboa e Porto), já para não referir os inúmeros projectos de muitas Administrações Locais, sem enquadramento e perspectiva produtiva ou de melhoria da qualidade de vida dos seus munícipes (apenas por "show off" político).
Se o investimento público é encarado como uma forma de dinamizar a economia, então que seja feito de forma racional e planeada, para além de reflectir níveis aceitáveis de produtividade.
Como exemplo (triste por sinal) analize-se a redução de verba inscrita para o Concelho de Aveiro no PIDDAC de 2006: menos 1,6 milhões de euros, acrescidos da gravidade para a cidade da ausência (entre outros) de dotação para o Programa Polis e a "retirada" da A17 (aberta apenas até Mira - e como consequência assim irá ficar algum tempo) daquele Plano de Investimentos.
Isto não é orçamentar. É fazer uma 'contitas' economicistas e 'brincar' com os números!
É enganar e desincentivar o investimento, paralisando o desenvolvimento local e nacional.

O Pai Natal veio mais cedo...

A afirmação 'titular' tem por base o reflexo das palavras do líder da bancada socialista da Assembleia de República - Alberto Martins, quando referiu que, em relação à realização do referendo sobre o aborto, o CDS.PP podia recorrer a toda a gente e até ao Pai Natal, que o mesmo ia ser uma realidade.
Pois bem... após o recurso da decisão do Presidente e da Assembleia da República para o Tribunal Constitucional e o provável seu parecer negativo, à primeira vista (como afirmou JPD no seu Politika Pura) não foi necessário ir até às paragens nórdicas da Lapónia, falar com o Pai Natal - bastou ficar por Lisboa.
Á primeira vista...
Porque já sabemos, pela experiência do nosso simples dia-a-dia, que em politica o que hoje é verdade, amanhã é mentira!
Acostumados já à falta de palavra, de credibilidade, do cumprimento das promessas eleitorais e do desrespeito pelo cidadão, que este governo rosa nos habituou, nada me espanta e tudo leva a crer que o PS e a Esquerda acabam de vencer um referendo que nunca o chegou a ser.
Era preferível e até provavelmente mais favorável que o PSD e o CDS tivessem permitido a realização do referendo, perspectivando a vitória do NÃO.
Desta forma a questão do aborto vai acabar por ser decidida na Assembleia da República, com clara desvantagem para quem, como eu, defende a vida e os seus elementares princípios humanistas.
Assim... O NÃO já era! É a governação que merecemos...

Obras à portuguesa... bem aqui ao lado!

Como tinha referido em 11 de Outubro - Aqui - porque é que neste país se insiste em obras mal planeadas.
Razão tem o novo presidente da câmara de aveiro - Dr. Élio Maia, para tentar preservar o antigo estádio, porque este novo, ainda agora foi construído e já tem problemas estruturais que resultam da forma como foi (mal) planeado.


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