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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Colecções Reformistas

Quando era 'puto' (era assim que se dizia para os lados da "praceta" - junto ao antigo quartel e do parque, onde cresci) haviam colecções de cromos de tudo e mais alguma coisa: desporto, música, zoologia, natureza, "natureza feminina", etc., etc..
Obviamente que uma das preocupações do 'puto' coleccionador era a apresentação pública e exemplar da respectiva caderneta e a invejável quantidade de cromos repetidos para a troca.
E parece-me que a moda (após 30 anos) não morreu.
Isto, a fazer fé na notícia divulgada pelo Expresso n.º 1735, no On-line e Diário de Aveiro, que nos transmite a intenção do Governo de colocar em prática os efeitos práticos (desculpem a redondância) da reforma da Administração Pública. Efeitos que se traduzem em trocar, extinguir e fundir competeências e serviços públicos, teoricamente para servir melhor as populações e tornar menos pesada a máquina do estado.
A 18 deste mês, o ilustre amigo Dr. Raúl Martins, congratulava-se aqui (com o meu aplauso), pelo facto do Ex.mo "Governador Civil de Aveiro, Filipe Neto Brandão, confirma que se encontra em avançado estado de desenvolvimento o processo, que poderá ser concretizado até ao final do corrente ano, de devolução ao nosso Distrito um Tribunal de Jurisdição Fiscal que, em 2003, tinha sido anexado ao Tribunal Administrativo e Fiscal de Viseu,(...)".
E então?! Até aqui tudo bem. A confirmar-se será uma grande vitória.
Pois, então muitas outras questões se colocam em relação á reforma da função pública.
Que peso terá Aveiro neste processo de extinção, fusão e troca?!
Que influência política e estratégica terá o concelho para não deixar 'fugir' serviços e entidades ministeriais?!
Que capacidade terá para liderar intermunicipalidades ou as polémicas áreas metropolitanas?!
Qual a capacidade para liderar um distrito fraccionado pela 'atração fatal' do Porto e Coimbra?!
E, por último, qual a sustentabilidade política, económica, social e cultural para deixarmos de ser aglutinados pela centralização dos nossos serviços (nomeadamente as direcções gerais e a mais provável extinção do CAE de Aveiro e a dependência exclusiva da DREC-Coimbra) em Coimbra, perdendo centros de influência e decisão, bem como aumentando os prejuízos diversos para os nossos cidadãos?!
Rentabilizar a estrutura do estado, com muitos custos...
Nesta colecção, Aveiro está repetido e troca-se!

20.7% = 1.127.364 de quê?!

Uma questão que surgiu no final da campanha eleitoral e que tomava outras proporções logo na noite dos resultados: o que fará Manuel Alegre com os seus 20,7% de votos expressos?!
Muitas interrogações políticas surgiram: um partido político, uma forte oposição interna no PS, um forte peso na Assembleia ou pura e simplesmente… nada!
A dúvida parece tentar ser desfeita.
A resposta surge com a notícia nacional do anúncio de Manuel Alegre na formação de um “movimento cívico” como continuidade do seu projecto apresentado em campanha eleitoral.

Mas qual o futuro deste movimento de cidadania?!

Qual o significado dos seus 20%?!
Oposição interna à liderança de José Sócrates?! Não me parece que tenha muito resultado e acabará por desgastar a sua imagem.
Criação de um novo partido?! Falta a componente ideológica e é um contra-senso para quem passou toda a campanha erguendo a bandeira do supra-partidarismo e da independência.
E mesmo esta ténue tentativa de manter este ‘projecto’ me parece que vá esvanecer rapidamente. É que mais do que a aposta na cidadania, muitos dos seus votos vieram claramente do BE (que não se reviu na campanha anti-governativa e no exagero do metaforismo ideológico e político de Louçã) e do desagrado para com José Socrates e o governo, sem esquecer alguma animosidade socialista para com Mário Soares. Ou seja, votos claramente partidarizados.

Mas até onde irá o movimento de Manuel Alegre?!
Levará o mesmo rumo que Basílio Horta, Mª Lurdes Pintassilgo ou Salgado Zenha?!
Tornar-se-á numa nova ASDI?! Num PND da esquerda?!
Teve o mérito de demonstrar a sua capacidade aglutinadora de uma elite cultural portuguesa, a capacidade de, em determinados momentos, a sociedade portuguesa gerar curiosidades políticas.
Mas tão só isto. Esgotou-se com o resultado das eleições.
Não me parece que haja espaço na nossa sociedade e nos nossos conceitos político/partidários para novos SEDES e outros Movimentos Renovadores.
O eleitorado português é um poço de contradições. Ora se agasta com os partidos e entra em rotura com as suas estruturas e com a política ou penaliza, muitas vezes sem dó nem piedade, o surgimento de novos partidos e ideologias. Portugal é claramente conservador em matéria partidária.
Resta o tempo para provar que consolidou o seu eleitorado em torno deste projecto ou que os votos que obteve não voltaram para os seus ‘devidos’ lugares partidários.
A não ser que queira, claramente, continuar o confronto com o 'amigo' Mário Soares e competir com a sua fundação. Ou então, o claro confronto de 'guerrilhas' maçónicas.

Por falar em

Futebol.
Acabo de ter um rasgo de assombração. Algo parecido com um filme 'dejá vu'.
Passei pelo Estádio Municipal. Recordei o Euro 2004.
Grande Festa. Muito alaranjada (não é política). Muitos holandeses, checos e os simpáticos visitantes da Letónia.
Do ponto de vista político (sublinhando as palavras do Dr. Girão ao Diário de Aveiro numa entrevista pós eleições autárquicas), qualquer presidente que estivesse à frente dos desígnios camarários na altura, teria tido sempre a tentação de cosntruir o estádio.
Mas, a realidade mostar-nos que tal facto teve mais custos que proveitos, quer para Aveiro e genericamente para o País.
E não é que vamos repetir a dose?! Qual sensação masoquísta!!!!
Portugal vai acolher o Euro 2006 em Sub-21. É certo que a maioria das infraestruturas estão construídas e em funcionamento.
Aveiro vai ser palco de tal evento, com a realização de quatro jogos (3 na primeira fase e um da meia-final).
Mas quem está ligado ao desporto sabe perfeitamente que não basta ter um campo para jogar.
Há sempre obras a fazer, estruturas a corrigir e alterar, investimentos e muita logística.
Ou seja, mais dinheiro para gastar.
E onde está ele?! O país está em crise ou afinal é apenas uma ilusão financeira?!
Ele há coisas que...

Zoologias

Notícia alarmante no Zoológico de Lisboa.
Comunidade zoológica não encontra base científica:
Leão engoliu uma Águia (por 3 vezes).Dragão continua à solta.

A César o que é de César.

Já tentei fazê-lo por duas vezes. E como diz o ditado “à terceira é de vez”.
Por diversas vezes e contextos distintos (este é mais um) fiz referência a pessoas que, por motivos políticos, familiares, culturais e desportivos, sempre foram (ou começam a ser) importantes para mim.
São os amigos de infância e de escola, os amigos da cultura e do desporto, os ex-professores, os amigos que a política (à parte dos partidos) consolida e traz novos, etc. Não têm que ser muitos. São os que interessam e os verdadeiros. Não precisam de estar sempre presentes, têm que ser sempre lembrados.
E são amigos pela dedicação, pelo ‘ombro’ disponível, pela crítica, pelo encorajamento, pela visão da vida e do mundo (todo ele), mesmo que não coincidente com a minha e acima de tudo pelo respeito. São estes amigos que ainda preservo, resguardo, modéstia à parte, por “nunca os usar” para além do sentido lato da amizade. Isso eles podem provar e disso faço honras de manter (mesmo que em momentos tenha saído prejudicado).
E foram estes valores que a educação (feliz) dos meus pais me incutiu e que sempre me acompanharam.
É óbvio que crescemos. É óbvio que a vida muda e molda-nos.
Quanto aos amigos…é óbvio que uns vão, outros aparecem, muitos ficam.
Ninguém é insubstituível. Mas há pessoas que nos marcam, que são referências e que, independentemente da nossa liberdade de opiniões e convicções, nos vão moldando os ‘olhares e os sentimentos’.
Na minha profissão, o dia-a-dia, a experiência e a idade vai-nos trazendo mais profissionalismo, melhor capacidade de execução e rentabilidade.
Mas isto, por melhores que sejamos do ponto de vista intelectual e técnico, não se aprende ‘picando o ponto às nove e as dezoito’. Há sempre alguém que nos ensina, nos critica, nos encoraja, (e começa o nó na garganta), nos responsabiliza nos faz crescer profissionalmente e como pessoas.
Em 17 anos de serviço, tive um ‘mestre’, um chefe, um amigo. Tive alguém que muito me ensinou e a quem devo muito profissionalmente e como homem. Há coisas que não se pagam, porque o seu valor monetário não é dimensionável. Há coisas e pessoas que só a memória, muitas vezes curta, consegue fazer justiça. E justiça foi algo que faltou nos últimos tempos de profissão.
Desde 1988 até Dezembro de 2005, houve valores que tomaram uma dimensão completa e verdadeira: profissionalismo, justiça, ética e honestidade.
Mais directores virão. Não está em causa se melhores ou piores. Diferentes com certeza.
Mas muito dificilmente alguém tomará o lugar do ‘chefe’.
Hoje, em dia de homenagem pública...
A César o que é de César!

A Avestruz Presidencial

É sobejamente conhecida a história da avestruz. Ao mínimo sinal de perigo, há que esconder a cabeça na areia.
Assim também na política… Quando nos afronta a incerteza.
Apetece-me (sem qualquer significado temporal) rever o filme presidencial. E ‘quiçá’ revogar conceitos.

É inquestionável, à luz dos dados (votos), que Cavaco Silva foi eleito. Será portanto o próximo presidente. Muitos afirmam que a vitória foi tangencial. A única tangencia que eu descortino é a diferença entre 50,60% para 20,70% de Manuel Alegre (i.e. 29,90%). Acresce a ‘luta’ desigual entre Cavaco Silva e os outros 4 candidatos (i.e. 4 contra 1). Bem como um dos maiores registos de abstencionistas em eleições presidenciais.
Mas à parte Cavaco Silva, quem mais terá ganho?!
Manuel Alegre?! A direita?! O PSD?! O CDS.PP?!
E quem foram os verdadeiros derrotados?!
Mário Soares?! O PS e/ou José Sócrates?! O BE e/ou Louçã?! Toda a Esquerda?!

Para o governo é claro que conseguiu disfarçadamente uma vitória em três frentes: ganha uma presidência activa, com ‘now how’ governativo e colaborante; tem a perspectiva de 3 anos mais ou menos seguros para as suas opções políticas, económicas e sociais e afasta o peso político e sombrio de Mário Soares. É óbvio que ganha uma valente dor de cabeça. Não estava nada previsto que Alegre ficasse à frente de Soares. E tal como a avestruz, José Sócrates apressou-se (de tal maneira foi a pressa que 'atropelou' - de forma precipitada - o discurso de Manuel Alegre) a não deixar que o PS entrasse em guerrilha interna, saísse mais fragilizado, mas ao mesmo tempo marginalizando e minimizando Alegre e o seu peso eleitoral. Não sei se o irá conseguir. Acho sinceramente que tem um problema político muito complexo para internamente resolver.

Para Manuel Alegre, a vitória moral de ter sido o segundo candidato mais votado e de se ter situado à frente do candidato partidário Mário Soares, afigura-se-lhe um processo complexo de digerir. Tal como Mª. Lurdes Pintassilgo e Salgado Zenha, o processo eleitoral encerra uma página política. Não tem mais horizontes dos que a sustentação do acto de se candidatar. No entanto, que posição tomar dentro do partido?! Que uso dar à sua sustentação eleitoral?! Confrontar o aparelho ou submeter-se e terminar minimizado politicamente?!
Honra seja feita à sua capacidade de luta e à forma independente da sua candidatura. Mas a política me Portugal (e maioritariamente na Europa) não se sustenta em movimentos de cidadania, de forma continuada e consistente.

Mário Soares foi um dos derrotados. Não faz sentido ser-se avestruz e não querer ver o que é óbvio. O que mais me surpreendeu foi que, apesar das minhas convicções políticas distintas, reconheço a sua estatura e estrutura política e cultural. E é aqui que me falha a lógica. Porquê um último fôlego se à partida, todos os cenários indicavam um erro crasso?!

A esquerda falhou redondamente na sua estratégia, sem ideias claras a contrapor às propostas de Cavaco Silva. Apenas a divisão e o “no sense” de tanto se unir no confronto a Cavaco, como os ataques internos e a divisão face às políticas governativas, como se de eleições legislativas se tratasse.
Serviu para mostrar a Francisco Louçã que o metaforismo político já não tem piada e não convence e solidificar o leitorado comunista em torno de Jerónimo.

À direita… nada de novo. A não ser o prémio eleitoral em forma de presente “envenenado”.
O dever político e patriótico esgotou-se como a divulgação dos resultados eleitorais.
O PSD vai ter uma batalha política muito forte como oposição a um governo sustentado institucionalmente pelo novo presidente. Daí que não se afiguram dividendos políticos. Um segundo mandato do PS, será secundado por um segundo mandato de Cavaco Silva.
Ao ‘meu’ CDS.PP resta a solidificação de uma liderança com ‘pés de barro’, sem grande carisma. Resta-nos o orgulho do “quando é preciso cá estão os nossos 5%”. Seja nas presidenciais, nas autárquicas ou nos acordos pós legislativas.
Começa a faltar-nos a coragem da afirmação política e da demarcação das nossas convicções.

À direita resta-lhe o prémio do dever patriótico cumprido e do politicamente correcto. Para a história o seu primeiro presidente da república.

Culturalidades

Há momentos em que vale a pena sentir a cultura.
Um desses momentos está objectivamente marcado nesta excelente entrevista de Maria da Luz Nolasco ao Diário de Aveiro de hoje. Ler.
A Cultura Aveirense agradece.

Arrepios. (actualizado)

Há noticias que nos causam certos arrepios pela espinha acima (repito acima).
Esta é uma delas:
"O Hamas venceu as eleições na Palestina."
Para surpresa de todos: Fatah - Israel e toda a comunidade internacional (ou quase toda).
É de arrepiar.

Actualização
Após escrever este postal, acabo de ouvir no canal 1 da televisão pública, o repórter Paulo Dentinho, a informar que a comunidade internacional via o Hamas como um grupo terrorista, mas que chegava ao poder por via democrática.
Ahhh! Fico claramente menos arrepiado.

pre faccio.

Amanhã
"A AVESTRUZ PRESIDENCIAL"

Sexta Feira

"A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR"

Boa Noite! Está aberta a sessão...

(des)ética institucional

Nada me move contra os economistas aos quais reconheço capacidades únicas para 'manusear' os números numa matemática nada convencional (não é ironoia para com o Dr. Raúl Martins, nem ao Carlos Martins).
Mas quando juntamos política com economia, normalmente (99,99999%) temos pólvora e explosão, na certa. Em abono da verdade (e dos visados) quase sempre da responsabilidade exclusiva do político.
A minha modesta leitura do país (através dos jornais, tv e blogoesfera) e da leitura da europa (normalmente baseada aqui) nada detectou sobre urgências orçamentais, exigências urgentes e extraordinárias das normativas europeias ou qualquer catástrofe financeira.
E mais...
Se a memória não me falha, o mandato do sr. governador do banco de portugal terminava em Abril próximo.
Segundo a informação pública, a tomada de posse do novo presidente da república terá lugar no dia 9 de Março.
A coexistência do PR com o Governador do BP é conjunta durante o próximo mandato.
Assim sendo...
Porquê tanta pressa na recondução do cargo de governador do bp do dr. vitor constâncio?!
Por receio?! Por afirmação política?! De certeza que por nada. Apenas para mais um caso 'politiquês'.
À pressa e depressinha... mas eticamente questionável do ponto, de vista institucional.

À fisgada!

No Diário Digital de hoje, pode ler-se que a Itália, essa paradoxal república, aprovou uma legislação que prevê o uso legítimo de arma de fogo. Segundo a notícia, "em concreto, permite 'usar uma arma legal ou outro meio idóneo' para defender 'a própria integridade ou a de outros', mas também, 'os bens próprios ou de outras pessoas', por qualquer pessoa que se encontre na sua casa ou no seu local de trabalho."
Posto isto, este espaço (por imposição do seu autor, não submisso, com opinião e convicções próprias e não isento - porque não acredita em isenções e independentismos) avisa publicamente.
(pela força da "itali legis") todos os anónimos (principalmente os adversos e que vêm para aqui provocar e dizer mal) serão recebidos à fisgada.

Reconhecimento Público

Já neste modesto espaço, fiz referências pessoais, quer a amigos, pessoas que admiro e que me marcaram, bem como pessoas que por mérito próprio (independentemente de questões partidárias - há mais vida para além dos partidos) merecem todo o meu respeito.
A propósito, tinha também feito referência à 'coragem' política da maioria em reconduzir no projecto Aveiro Digital, a Eng. Lusitana Fonseca, pelo seu profissionalismo e capacidade gestora.
E não me enganei (e pelos visto o executivo também não).
Conforme se pode ler no 'Notícias de Aveiro', A Engenheira Lusitana Fonseca foi galardoada com o prémio Carreira atribuído pela Toshiba Portugal a personalidades que contribuíram para o desenvolvimento da Sociedade da Informação.
À Engenheira Lusitana os meus sinceros e repeitosos parabéns.
Aveiro agradece!

Normalidades profundas

O expresso de 20.01.2006 (sexta-feira passada) faz-nos regressar à realidade nua e crua da nossa condição de portugueses, após a euforia desvanescente das presidenciais. E enquanto o PS vai decidindo o que fazer com a 'força de bloqueio' da legitimidade eleitoral dos resultados de Manuel Alegre!
Fernando Madrinha, no seu Preto no Branco, realça o país real, através de uma sociedade onde as desigualdades são mais acentuadas e a injustiça assume contornos cada vez mais preocupantes.
Resumidamente (por necessidade economicista de caracteres):
- Segundo o Eurostat, em solo luso, os mais ricos detêm 7,4 vezes mais riqueza do que os mais pobres. Por exemplo, na Dinamarca a diferença situa-se nos 2,9.
- 2.000.000 de portugueses, ou seja 1/5 da população, vivem abaixo do salário mínimo, por mês (menos de 350 euros).
- Temos a maior taxa de abandono escolar da União Europeia (nem sei se com a entrada da Turquia conseguimos deixar de ser últimos).
- Para rematar, Portugal encontra-se no mesmo ponto que em 1995, no 'fosso' entre ricos e pobres.
- No que respeita à repartição dos rendimentos, segundo dados da ONU, Portugal encontra-se abaixo da Tanzânia e um lugar acima de Moçambique.
Não é anedota!

Estes são os números de uma sociedade mais desigual, mais assimétrica e obviamente com um problema grave de injustiça social.
Como se dizia na 'estória' das hienas: "rir de quê?!".

Auditoria - sondagem

O Executivo da CMA aprovou, ontem, por unanimidade, a abertura de um concurso público para a realização da auditoria financeira proposta em AM (mais notícia em notícias de aveiro). Durante um largo período (derivado ao desvio de atenções provocado pelas presidenciais), deixei aqui espaço para que se pudessem pronunciar sobre este assunto. Assim, os resultados são agora definitivos e fechados.

Resultados Presidenciais Internos

Estava eu à espera de uma agradável surpresa: a descoberta do 'anonimato' de um agradável companheiro da blogoesfera local, que tanta primazia me dá na sua visita a este espaço, como todo o gosto tenho em visitar o seu.
Acontece que o caríssimo Ceboleiro&Cagaréu (que nisso é muito idêntico a mim: nasci na Vera-Cruz, mas 'infelizmente' por razões familiares sempre vivi na Glória), não desfez tão misteriosa 'capa' e não se mostrou ao 'mundo'.
É que, de facto, foi um mérito vencedor: 50,69% para Cavaco Silva, foi a sua aposta.
Mas a quem devo eu, cerimonialmente, entregar o prémio?! Quantos Cagaréus&Ceboleiros não se perfilarão à minha frente?!
É pena.
Acho que nestas coisas, tal e qual refere JMO, com uma descarga impressionante de justa agressividade, pela democracia, pluralidade e confronto são e leal, a blogoesfera deveria terminar com os anonimatos. Por uma questão de respeito.
Enfim...
Assim, vejo-me na contingência de entregar o prémio ao segundo classificado, por KO técnico do primeiro.
E tanto me massacrou com o resgate que lá acaba por recebê-lo. Ao amigo João Pedro, a única garrafa de vinho tinto do Douro, colheita de 1995, região do Peso da Régua e da "Confraria dos Apreciadores do Vinho".
Aposta: 50,80%.
Espero que o amigo Ceboleiro&Cagaréu se convença a ser 'mais real' e continue a dar-me o prazer das suas visitas. Mas... é a vida!

Sentido Giratório

'Reza' assim o Código da Estrada (o último).
Artigo 16º (Placas, postes, ilhéus e dispositivos semelhantes)
1 - Nos cruzamentos, entroncamentos e rotundaso trâncisto faz-se por forma a dar a esquerda à parte central dos mesmo ou às placas, postes, ilhéus direccionais ou dispositivos semelhantes existentes, desde que se encontrem no eixo da faixa de rodagem de que procedem os veículos.
Já no Artigo 14º (Pluralidade das vias) é referido:
1 - (...)
2 - Dentro das localidades, os condutores devem utilizar a via de trânsito mais conveniente ao seu destino, só lhes sendo permitida a mudança para a outra, depois de tomadas as devidas precauções, a fim de mudar de direcção, ultrapassar, parar ou estacionar.
3 - Ao trânsito em rotundas, situadas dentro e fora das localidades, é também aplicável o disposto no número anterior, salvo no que se refere à paragem e estacionamento.
Serve, tão exemplar 'latim' para me referir à notícia que li no JN de 20.01.2006 referente à problemática da circulação na nova rotunda da E.N. 109 (rotunda da policlínica) e que quase que diariamente regista um sinistro.
foto Nuno Alegria - JN 20.01.06
Por razões de destino obrigatório, todos os dias (pelo menos à semana) utilizo 6 vezes aquele ponto rodoviário.
Podemos questionar se não seria preferível, do ponto de vista da circulação e dando continuidade a outras estruturas semelhantes e existentes, ter sido construída uma passagem desnivelada. Até posso defender que sim.
No entanto, a estrutura existente, não tem, em si, qualquer tipo de erro de planeamento e execução, nem qualquer gravidade do ponto de vista rodoviário.
Grave é a forma como a maioria dos portugueses conduz na estrada e coloca em prática o preceituado no Código da Estrada.
Este não obriga á circulação pela direita, pelo centro ou pela faixa mais à esquerda. É uma questão de 'bom senso' e racionalidade. Quando se aborda a rotunda, deve-se simplesmente ter em conta o nosso destino e a saída a utilizar.
Enquanto não houver disciplina e civísmo nas nossas estradas, vão existir muitas rotundas 'mal feitas' como desculpa para as azelhices dos portugas ao volante.

Telegramas Presidenciais

Cavaco Silva, com mais ou menos pontos percentuais, foi eleito Presidente da República. Stop!
A sua eleição estava há já algum tempo consumada. Stop!
O Povo assim o escolheu. Stop!

Em dois actos eleitorais consecutivos e com menos de um ano de governação, O PS sai claramente derrotado. Stop!
Querer esconder esta realidade, 'como tapar o sol com a peneira', é não olhar para o país. Stop!
No futebol, dois cartões amarelos significam um claro cartão vermelho. Stop!

A aposta em Mário Soares e o conflito interno foi um grave erro político da estrutura do PS. Stop!
Esta candidatura foi assumida pelo partido e não por auto-iniciativa de Mário Soares. Stop!
Era claro que Manuel Alegre se tornaria um incómodo para o governo de José Socrates. Mais incómodo do que Mário Soares e do que o próprio Cavaco Silva. Stop!

Respeitosa e democraticamente Manuel Alegre é um legítimo vencedor, pela forma como se posicionou em segundo lugar, fazendo pairar a perspectiva de uma segunda volta. Stop!

A esquerda, dividida e vazia nas ideias presidenciais e com falta de mensagens de confiança para portugal, saiu derrotada. Stop!

O PS tem, no 'day after', um grave problema interno para resolver: Manuel Alegre e a sua base de apoio eleitoral. Stop!

A abstenção foi uma faca de dois gumes que felizmente cortou dos dois lados: por um lado o comodismo característico dos portugueses que face às sondagens da campanha davam a vitória a Cavaco Silva e por isso não foram votar; por outro lado e ineditamente a abstenção à esquerda, pela sua divisão e pela ausência de ideias claras, não conseguiu empenhar-se conscientemente e de forma militante. Stop!

Amanhã é dia de trabalho. Por um Portugal maior!

Desafios.

Sobre o que me aconteceu na noite de sexta para sábado passado (e a mais uma vintena de moradores na urbanização da forca), mereceu da parte de dois ilústres visitantes deste espaço, um desafio (como refere o Dr. Raúl Martins):
organizar-se uma campanha para forçar (quem de direito) a dotar a PSP, GNR e PM de todos os meios materiais e humanos necessários, para que possamos gozar do sossego a que temos direito.
Subscrevo.
Desta forma, fica este post aberto a todos os que queiram sugerir formas de actuação, no sentido de sensibilizar as várias entidades para a questão da segurança em Aveiro.
Para isso este post vai sendo regularmente actualizado na data da sua publicação.

É pau...

É Pedra. É o fim do caminho."
Saudosamante lembrando (com 2 dias de atraso) Elis Regina.
A 19 de Janeiro de 1982, o Brasil e toda a universalidade musical, perdia, com 36 anos, uma das vozes inconfundíveis do pós-bossa nova brasileiro.
Uma lágrima pela gaúcha Elis Regina.

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