As questões ambientais são, para a maioria dos portugueses, formalidades e procedimentos de obrigação comunitária (UE) ou ainda, tabu.
Ou então não passam de brincadeiras de escola, para entreter pedagogicamente as nossas crianças.
À parte disso, o ambientalismo tornou-se ideologia política, na quase exclusividade dos casos, perfeitamente enquadrado com as estruturas políticas da esquerda portuguesa.
Mais do que isto, são meras vontades e exercícios demagógicos e voluntariosos.
No meu caso (e por mais que queiram fundamentar contraditoriamente, não me convencem) e na maioria (99%) dos lares deste rectângulo luso, o ambiente resume-se à separação, acondicionamento e transporte até ao ecoponto mais próximo (alguns longe "pr'o caraças") dos resíduos sólidos familiares. ou então, o "raspanete" da filhota por o papel ter caído no chão público.
Há no entanto, outra questão.
As ligações comerciais e empresariais à defesa ambiental do país, da comunidade internacional e "do todómundo".
O mecenato, seja ela cultural, desportivo ou ambiental, já há algum tempo se adaptou à realidade financeira e comercial dos novos tempos: ninguém dá nada de "borla". nem por "amor à camisola". Há sempre um retorno qualquer. Seja financeiro, seja de imagem, seja promocional, seja etc..
Apesar de tal facto mais que verídico, há a necessidade de se respeitar (e muitas vezes o dever de participar) tais campanhas.
Se é certo que, na maioria das situações, elas resultam num acréscimo financeiro e publicitário de quem as promove ou de quem se associa, também não deixa de ser verdade que há o mérito indiscutível de as levar à prática.
Assim, tenho que louvar a informação que este fim-de-semana recebi do Pingo Doce (cruzamento de s.bernardo) de que a partir do próximo mês de Agosto, os sacos de plástico das compras vão ter o valor de 2 cêntimos e vão ser reutilizáveis e 100% recicláveis.
Quererá isto dizer:
1. O Pingo Doce vai poupar muito dinheiro investido nos sacos.
2. O Pingo Doce vai ganhar 2 cêntimos em cada saco que disponibiliza aos seus clientes.
3. O Pingo Doce, corajosamente porque sujeito à perda de alguns clientes, vai contribuir para preservação ambiental do planeta.
Alguns dados curiosos que fundamentam esta decisão:
- os sacos plásticos são feitos a partir do petróleo e o petróleo está cada vez mais caro (se bem que existem estudos que afirmam que os derivados do petróleo têm um peso muito reduzido no consumo daquele bem - os combustíveis são de facto a maior "fatia").
- um simples saco plástico pode levar até 500 anos a decompor-se na natureza. É muito tempo até à "reforma".
Ambientalidades pela redução do desperdício.