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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

E a democracia?!

Se o 25 de Abril de 74 é de todos os portugueses, acrescente-se, por uma questão de justiça, que a luta pela liberdade foi, manifestamente, mais preponderante nos sectores que hoje pertencem à história da esquerda, incluindo o Partido Socialista.
Assim... é no mínimo estranho, para não se dizer, inconcebível o testemunho do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
É legítimo (e até mesmo uma "obrigação") propor medidas que permitam combater as dívidas acumuladas no município. Em Lisboa e em qualquer autarquia deste país.
Por outro lado, é igualmente lógico que neste processo se tentem tirar dividendos políticos. Por um lado, António Costa quer aproveitar esta realidade das dívidas para desafogar a câmara e ter ainda margem de manobra que lhe permita realizar obra, por outro, o PSD tentará inviabilizar (não a supressão do deficit financeiro) essa pretensão socialista retirando a esse partido, hipotéticos ganhos e trunfos nas próximas eleições.
O que é lamentável é o uso de uma demagogia anti-democrática, como as declarações de António Costa em que refere a hipótese de demissão do cargo de presidente da câmara. Isso é chantagem política. Isso é o condicionamento condenável de uma limitação ao direito de opinião, expressão e liberdade de escolha.
Para um socialista... é obra!

Pela Liberdade...

Publicado na edição de hoje (29.11.07) do Diário de Aveiro.

Crónicas dos Arcos
Em defesa do direito à liberdade de expressão.

A comunicação social não é, nas diversas excepções que nos últimos tempos se vêem transformando em regras, um poço de virtudes.
É notório, em casos que vão sendo amiudamente comuns, a ausência de rigor informativo, as violações do Código Deontológico e do próprio Estatuto do Jornalista (seja o antigo ou o novo), a pressão exercida nos profissionais pela fragilidade dos contratos laborais, o excessivo peso dos valores económicos no meio comunicacional, os atropelos aos direitos e preceitos legais, a falta de cuidado linguístico e a defesa da língua, (…).
Mas, por outro lado, não deixa de ser um facto irrefutável de que a Comunicação Social tem um papel privilegiado e fundamental (para não dizer o ou um dos mais importantes) na socialização das comunidades, no seu desenvolvimento e estruturação, bem como na promoção do conhecimento.
Não seria possível concebermos o conceito de sociedade e de vivência comunitária, se não existisse o processo comunicacional.
Daí que a responsabilidade seja acrescida no desempenho deste papel socializador das comunidades.
De tal forma que tal princípio e valor é defendido no artigo 19º da Declaração Universal dos Direitos do Homem, no Artigo 10º da Convenção Europeia dos Direitos do Homem e nos Artigos 37º e 38º da Constituição da República Portuguesa: Liberdade de Expressão, de Informação e de Imprensa.
São, por isso mesmo, valores fundamentais garantes da defesa dos direitos, liberdades e garantias de qualquer cidadão.
No entanto, mesmo que absoluto (embora basicamente absoluto seja apenas o direito à vida, porque inviolável), é válido e coerente encontrarmos limites ao exercício do direito de expressão e de informação, nomeadamente quando em confronto directo com outros valores, também eles fundamentais, como o caso da reserva à intimidade da vida privada, salvaguardado o interesse público (a existir, claro).
Já poderá ser questionável que as limitações à liberdade de expressão e de informação sejam sustentadas num controlo e manipulações políticas, governativas ou, até mesmo, institucionais. Numa clara tentativa de não tolerarem a liberdade de informação total, suportando o princípio de que a vida social se move num mundo e teias de secretismos.
E esta “afronta” eminente ao direito fundamental de expressão e de informação merece, da parte de todos os que estão ligados, pelas mais diversas e díspares funções, à comunicação social (sejam profissionais, alunos, docentes, estudiosos, analistas, etc.), uma especial atenção e um urgente sentido corporativista em defesa dos valores elementares e primordiais.
É, pois, de louvar e aplaudir os recentes depoimentos e comunicados públicos do Conselho de Redacção da RTP, do Sindicato dos Jornalistas (para quando uma Ordem?) e do Conselho Deontológico em defesa de José Rodrigues dos Santos e no processo que o confronta com o Conselho de Administração da RTP.
Até que ponto, pode um vínculo contratual ser mais importante que a liberdade consagrada na Constituição?
Até que ponto desmascarar o que é contra-natura, anti-ético e formas camufladas de censura e controlo informativo, deve ser condenável?
Nas ditas “liberdades” conquistadas em Abril de 74, onde está, neste momento, o respeito pelos valores fundamentais, garante das liberdades individuais consagradas?
Se as afirmações proferidas pelo mediático e respeitado jornalista, um dos rostos mais visíveis da comunicação (independentemente de não ser o meu preferido), para além do carácter grave (e, por isso mesmo, não descuidáveis), não tivessem fundamento, seria necessária tamanha operação cosmética na RTP? É no mínimo estranho que, antes do final da comissão de gestão na Administração da televisão pública e quando tudo fazia prever uma continuidade do exercício de funções, o Dr. Almerindo Marques, com toda a capacidade de gestão empresarial que se lhe reconheça, tenha sido nomeado e tomado posse no cargo de Presidente da Administração das Estradas de Portugal. Como que se pretenda, com tal facto, esconder a realidade divulgada e “abafar” as repercussões públicas de uma posição de “força” a tomar contra o profissional.
Mas nesta realidade, não está apenas em causa o confronto com os princípios ético-deontológicos de uma individualidade, mas sim uma forma clara de censura, de obstrução à natureza própria da existência comunicacional, de limitações graves ao exercício e ao direito de liberdade de expressão e informação.
O asfixiar ou controlar a capacidade que o jornalista tem de proporcionar um considerável fluxo de informação, mensagens e conhecimento à sociedade.
E quanto mais esta sociedade evolui, se transforma, se estrutura, se dinamiza, mais fulcral é o papel da comunicação social e do jornalista, na socialização das comunidades e no desempenho da sua função de consciência social.
Pela liberdade…

Qualquer morte é estúpida.

A morte é sempre estúpida.
A guerra não o é menos.
O direito à vida é inalienável.
A vida é o direito mais importante e fundamental do Homem.
Por outro lado, é discutível se a nossa presença no Afeganistão, no Iraque, Balcãs ou em qualquer outro ponto do mundo é importante, imprescindível, relevante ou compensatória.
Além disso, é argumentável questionar-se a obrigatoriedade ou o voluntariado da presença dos militares nas campanhas externas.
Menos justificável é a razão porque se morre por uma causa que não é a nossa.
Nada justifica a perda da vida humana.
Nem o dever de cumprir a missão…

De novo pela causa...

Não sou contra a caça, como hobby ou, até mesmo, como desporto.
Sou contra a caça, sem regras, sem limites e em áreas protegidas.
Sou contra a caça que é contra a natureza e o ambiente.
De novo pela causa...
É muita coincidência a limitação da zona de caça no Baixo Vouga com a proliferação de focos de incêndios na zona protegida do baixo Vouga lagunar.
Mais de 150 hectares de área ardida, bem como a eliminação de habitats de nidificação de várias espécies de aves em risco.
Ele há coincidências fantásticas, não há!?
Bem como a ilegalidade das suas acções.

Decididamente... Pobres!

O último estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) determina Portugal como o 6º país mais pobre, num total de 30 nações.
Os dados da OCDE indicam que o PIB per capita desceu três pontos percentuais de 2002 para 2005 (72% para 69%). Só Turcos, Mexicanos, Eslovenos, Polacos e Húngaros têm menos dinheiro do que os Portugueses.

Curioso ainda o dado do estudo que refere o facto de em Portugal estar empregado não evita a pobreza. Cerca de 14 por cento das pessoas que trabalharam em 2004 tiveram rendimentos abaixo do nível da pobreza.

“Pobretes” e cada vez menos “alegretes”.

Pôr a escrita em dia (2) - Pág. 161

Uma semana infernal ao nível formativo (e ainda mal começou o 3º semestre / 2º ano), atiraram-me para uma ligeira quarentena.
Mas vamos lá tentar recuperar o tempo e pôr a escrita em dia.
O ilustre amigo Raúl Martins lançou-me o desafio. Como, normalmente, sou rapaz para várias empreitadas simultâneas, normalmente a minha mesinha de cabeceira tem 3 ou 4 livros para leitura.
Como a versão condensada ("booket") da obra prima (uma entre muitas) de Gabriel García Marques "Memória das minhas putas tristes", não tem página 161 (termina na 105) ou outra referência na bibliografia de Luis Sepúlveda - "O velho que lia romances de amor" que termina na página 110.
Resta, então, dois livros. Já referenciei, abaixo, o livro é de autoria de Francisco Moita Flores e dá pelo nome de "A Fúria das Vinhas" (7ª edição, Casa das Letras, Lisboa, Julho de 2007).
Resta referenciar o livro que ainda resta (dos 4) da mesinha de cabeceira: trata-se de um romance (ainda em início de leitura), Prémio Pen Clube Português, um dos grandes acontecimentos literários de 2005. De Mário Ventura - "Vida e Morte dos Santiagos" (5ª edição, Casa das Letras, Lisboa, Maio de 2005).
Retrata a vida e morte do clã Santiago, na vasta planície do alentejo, no feudo "Torranjo".
 
Página 161, 5ª frase: "O pai carregou o sobrolho, incomodado, e respondeu com uma frase definitiva, evocada a partir de então para acentuar o carácter inamovível de qualquer decisão".

Pôr a escrita em dia (1) - Pág. 161

Uma semana infernal ao nível formativo (e ainda mal começou o 3º semestre / 2º ano), atiraram-me para uma ligeira quarentena.
Mas vamos lá tentar recuperar o tempo e pôr a escrita em dia.
O amigo Abel Cunha lançou-me o desafio. Como, normalmente, sou rapaz para várias empreitadas simultâneas, normalmente a minha mesinha de cabeceira tem 3 ou 4 livros para leitura.
Como a versão condensada ("booket") da obra prima (uma entre muitas) de Gabriel García Marques "Memória das minhas putas tristes", não tem página 161 (termina na 105) ou outra referência na bibliografia de Luis Sepúlveda - "O velho que lia romances de amor" que termina na página 110.
Resta, então, dois livros. Vou referenciar o que iniciei a ler em primeiro lugar, para dar igualmente resposta ao amigo e ilustre Dr. Raúl Martins.
O livro é de autoria de Francisco Moita Flores e dá pelo nome de "A Fúria das Vinhas" (7ª edição, Casa das Letras, Lisboa, Julho de 2007). Trata-se de um romance que relata a história emocionante passada nos socalcos do Douro.

Na página 161 - 5ª frase: "Há séculos que as nossas vinhas nascem da mergulhia".

PARABÉNS PROFESSOR

publicado na edição do Diário de Aveiro, do dia 15.11.07.

Crónicas dos Arcos
A César o que é de César!


Há duas semanas atrás, iniciava a crónica “Bué da Baldas?! Tásse bem.”, dedicada ao ensino, com a seguinte referência: “O ensino, em Portugal, mesmo que disfarçado por dados estatísticos que apenas representam números e não realidades, está, definitivamente, pelas «horas da morte».”
Pelo facto de sermos, por natura, eminentemente sociais, em várias fases da vida, sejam elas a escola, a profissão, o grupo de relacionamento social, o partido político, a comunidade religiosa ou a associação desportiva, há pessoas que nos marcam, pelas mais distintas razões. Pelo profissionalismo, pela cultura e intelectualidade, pela afectividade, pelas convicções, mas, acima de tudo, pela forma como encaram a vida e a sentem, quer na sua extensa dimensão, mas, principalmente, nas pequenas coisas e nos pequenos gestos.
É muito difícil encontrarmos alguém que, durante a nossa vida, seja ela já longa ou ainda curta, não tenha deixado em nós “aquela marca”.
Infelizmente, pelos caminhos que traçamos (ou que a própria vida nos traça) e que nos distanciam de histórias antigas, para percorrermos novos trilhos e novas realidades ou etapas, vamo-nos distanciando destes nossos “ídolos” da vida real.
Felizmente, a memória enraizada no nosso consciente, vivido no dia-a-dia, bem como o reconhecimento público dessas nossas referências pessoais (que o papel da comunicação social se incumbe de destacar), encarregam-se de nos recordar com orgulho, respeito e consideração.
Houve (e há actualmente) pessoas (felizmente várias) que me marcaram na minha vivência pessoal, nas minhas convicções políticas, religiosas, profissionais e académicas. Referências que tive o cuidado de preservar e recordar nas opções que a vida nos exige constantemente.
Uma delas, relacionada com a importância do exercício de cidadania e com a relevância da formação académica.
Referência que orgulhosamente vi (e li) publicamente reconhecida como Professor do ano: Arsélio Martins. Distinguido, precisamente pela “imagem” que me marcou: "um exemplo de cidadania e um mestre no verdadeiro sentido do termo".
Se houve alguém por quem sempre ‘nutri’ um enorme respeito, pelo seu saber, pela sua forma de encarar a vida, pelo que me encorajou enquanto fui estudante, foi o Prof. Arsélio.
Na qualidade de presidente do conselho directivo (agora executivo) do Liceu José Estêvão, foi com o maior orgulho que, proposto por ele, vi o meu nome ‘em louvor’ numa acta do conselho pedagógico, onde durante os 3 anos em que representei, naquele órgão da escola, os alunos/colegas. Obviamente, imbuído no espírito que sempre soube incutir e que, orgulhosamente, eu soube aproveitar.
Há (infelizmente cada vez menos) momentos da nossa vida académica (secundária ou superior) que nos marcam de forma determinante. Para além das agradáveis conversas sobre “tudo e nada”, aromatizadas pelo seu inconfundível cachimbo, no bar, no conselho ou simplesmente pelos corredores. Mas essencialmente, pela sua inconfundível presença.
Independentemente da vida nos transportar para caminhos diferentes e distintos, nunca deixei de (“o”) ler e continuar atento aos ‘passos’ do ‘prof’.
Orgulhosa e publicamente… Obrigado por tudo e “Parabéns Professor”.

(Tri)ângulos da vida...

Publicado na edição de hoje (8.11.07) do Diário de Aveiro.
Crónicas dos Arcos
(Tri)Ângulos


Três breves notas de rodapé.
1. Infâncias e Juventudes
Não me acorre à memória, nos meus modestos 41 anos, recordações de tamanha mediatização dos fenómenos e problemáticas relacionadas com crianças, adolescentes e jovens deste país. Não que ela seja pejorativa, mas, bem pelo contrário, preocupante.
Questões ligadas a estas temáticas sempre existiram ao longo dos tempos. Mas a capacidade mediática dos media actuais, para além de novas consciencializações sociais, nos mais recentes tempos, têm transposto para a realidade diária questões relevantes.
As mortes e os maus tratos infantis nos seios familiares, institucionais e na sociedade; o sistema e o estado do ensino; as recentes alterações jurídicas (p.ex. o código penal); a problemática da adopção; o abandono das crianças; o flagelo da pedofilia; o desaparecimento de crianças e adolescentes; a negligência dos cuidados e responsabilidades familiares; a delinquência juvenil; a saúde e a alimentação na infância e juventude; …
Não é risonho o futuro e o desenvolvimento de um país, quando, estrutural, social e politicamente, não sabemos cuidar das “bases” desse mesmo futuro.
2. Tragédia Rodoviária
Algo vai mal no universo rodoviário.
Embora a temática seja uma realidade constante, todos os anos, de muitos os planos, manuais, programas governativos e eleitorais, relatórios e estudos científicos e consciencialização, ela é igualmente uma verdade que teimosamente, mesmo que transversal à sociedade, vai resistindo a qualquer solução.
Pelos mais recentes acontecimentos e dados estatísticos, começa a parecer perigoso sair de casa, seja a pé, de transporte individual ou colectivo.
A caracterização, embora de fácil enumeração, é distinta e apresenta-se complexa: os traçados das vias; o seu estado de conservação; a cultura e a falta de civismo e respeito; a incúria dos condutores; a moderação penal para crimes rodoviários; a falta (ou excesso) de fiscalização policial; o código da estrada inadequado; a escassez de sensibilização social e de campanhas de informação; os excessos de velocidade; …
Todos estes aspectos são válidos para a análise e projecção de soluções capazes de contrariar a perigosidade e o flagelo da mobilidade nas ruas das cidades, nas vias nacionais, nos IP’s, e Auto-Estradas.
Como válidos e assustadores são os números que as entidades responsáveis divulgam. Neste último fim-de-semana prolongado (entre 5ª feira e Domingo) registaram-se oficialmente 900 acidentes, 13 vítimas mortais e 24 feridos graves (segundo dados divulgados no site da GNR).
De acordo com o relatório da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária entre Janeiro e Setembro de 2007, registaram-se 551 mortos, 2.070 feridos graves e 28.167 feridos graves nas estradas portuguesas.
Mas não se pense que é apenas nas vias principais e auto-estradas que esta trágica realidade está presente.
Segundo a mesma Autoridade Nacional da Segurança Rodiviária, em igual período de tempo no ano de 2007, foram atropeladas cerca de 16 pessoas por dia. Os dados estatísticos do estudo registam cerca de 4000 atropelamentos naqueles oito meses (Janeiro a Setembro), registando-se 74 mortes.
São números frios e duros. Que a história se encarregará de “apagar” ou alterar (de forma decrescente, espera-se).
O que não apagará da memória de muitas famílias é a perda dos seus familiares e amigos. Essa é uma realidade inalterável…
3. Insegurança
Numa recente entrevista ao semanário “Sol”, o Sr. Procurador Geral da República referia que era sua preocupação era, para além dos idosos, a violência nas escolas e a sua impunidade.
Embora esta seja uma questão preocupante pelo que provoca no tecido social e no futuro do país, pela falta de responsabilidade, de respeito e de valores sociais e democráticos, neste ano tem sido, aos olhos da opinião e da sensibilidade pública uma outra questão igualmente relevante.
Portugal está a tornar-se um país violento e inseguro. E de nada serve a atitude de “avestruz”. É crescente o fenómeno urbano de “carjacking” (assalto de veículos com recurso à violência), os assaltos a postos de abastecimento de combustível, a caixas de multibanco, a instituições bancárias, a determinados estabelecimentos comerciais (nomeadamente do ramo da ourivesaria), a transportes de valores, a violência “nocturna”, …
A degradação das condições económicas de muitas famílias, o desemprego, a corrupção, o tráfico a vários níveis e de vários tipos, o despojamento dos valores sociais, são factores que sustentam este crescimento da insegurança e da violência na sociedade portuguesa.
Sem esquecer que dela resultam danos, em muitos casos, irreparáveis, como tem acontecido com a factualidade da morte, em muitas situações, de inocentes que, para além do seu trabalho, estavam na hora errada e no local errado.

Duelos frustrantes.

O debate sobre o orçamento para 2008, fulcral para o desenvolvimento e estabilidade social do país, revelou-se um “ binólogo” e um, já esperado, duelo entre Santana Lopes e José Sócrates.
Triste escolha da ocasião.
Para que o mediatismo político surtisse efeitos na opinião pública e na comunicação social, “abafadas” ficaram as propostas e as críticas mais válidas da “outra” oposição.
Começa a demonstrar contornos decepcionantes a alteração na presidência das hostes laranjas, bem como a aposta falhada na liderança parlamentar.
Do confronto resultou a clara vitória de Sócrates, a relembrar as últimas batalhas para as legislativas, com igual derrota para Santana Lopes. Aliás, Santana Lopes esteve muito melhor no confronto com José Mourinho/SIC Notícias do que no parlamento.
O orçamento de estado para 2008 ficou reduzido a um mero: Governo 1 - Santana Lopes - 0.
Em vez do país avançar, como referiu Paulo Portas, regressámos ao passado, à boa maneira do canal RTP Memória, em formato actual.

Ilustres Aveirenses...

Praticamente a dois anos de se comemorar o 2º centenário ou bi-centenário do nascimento de José Estêvão, recordamos hoje a sua morte (4.11.1862).
E recordamos também o seu papel pela política, na maioria dos casos, pela independência, pela frontalidade e pela verdade. Sem esquecer a sua importância e papel preponderante no desenvolvimento da região de Aveiro.
A sua acção parlamentar foi pugnada por um conjunto de projectos de interesse para a zona de Aveiro, com destaque para a construção de um novo edifício para o liceu, a passagem por esta cidade da linha férrea que ligaria Lisboa ao Porto, a dragagem da barra e as obras de melhoramento portuário e iluminação da costa.
Para além das suas habituais tarefas políticas, José Estêvão privilegiou a Confederação Maçónica Portuguesa, da qual foi eleito Grão-Mestre, por influência das tradições maçónicas na família, já que seu pai pertencera à loja que em 1823 funcionava na Quinta dos Santos Mártires, em Aveiro.
Entre 1861 e 1862 José Estêvão está ainda envolvido na fundação, em Aveiro, de um asilo para a infância desvalida, o que faz com meios financeiros da Maçonaria. Com tal actividade pretendeu demonstrar que a “filantropia liberal” podia ser tão activa e operante como a caridade religiosa.
Quando a 4 de Novembro de 1862, um acidente vascular cerebral lhe veio ceifar a vida aos 53 anos de idade, já tinha proferido cerca de 1500 intervenções parlamentares e era uma das figuras mais conhecidas da política portuguesa e símbolo da história de Aveiro.

Bué da Baldas?! Tásse bem.

Eu também dei o meu contributo para o recuo do governo e a desautorização da Sra. Ministra da Educação.
 
Publicado no Diário de Aveiro, na sua edição do dia 1 de Novembro de 2007.

Crónicas dos Arcos
Bué da Baldas?! Tásse bem.

O ensino, em Portugal, mesmo que disfarçado por dados estatísticos que apenas representam números e não realidades, está, definitivamente, pelas “horas da morte”.
Como se já não bastasse, quer para o normal exercício do processo pedagógico, quer para o funcionamento eficaz da própria estrutura escolar, a degradada relação professor - ministério, a Sra. Ministra da (des)Educação, a expensas de uma pedagogia empolada, vem reestruturar, não a necessária exigência do nível de ensino e dos seus currículos, nem as estruturas escolares, mas sim o estatuto do aluno, transformando-o (ao estatuto e ao aluno) numa “arrozada” de falta de sentido de responsabilidade, de respeito, de exigência, de maturidade e de sentido de justiça.
Aliás, neste aspecto, a escola transformou-se na observância diária do ditado: “paga o justo pelo pecador”.
É que a escola, há alguns anos a esta parte, tem servido de “cobaia laboratorial” para alguns pseudo-pedagogos irem desfiando um inúmero rol de experiências na educação e ensino, sem terem em conta os mais elementares princípios da formação humana: sentido de responsabilidade, respeito, justiça, equidade, convivência e construção social.
Como podemos querer ter um país desenvolvido, cultural, social e economicamente, se, desde muito cedo, descuramos a formação das nossas crianças e jovens?! À custa de muitos computadores, muita Internet e muito “choque tecnológico”?
Hoje, o esvaziamento do processo de formação e aprendizagem no ensino é preocupante.

Para continuar a ler AQUI.

Conjugação Verbal - Prometer.

Eu Prometo - Tu Prometes - Ele Promete - Nós Prometemos - Vós Prometeis - Eles Prometem.
E raramente alguém cumpre!
A Dra. Maria José Morgado voltou a prometer, na verdadeira acepção gramatical da língua.
Depois de ter prometido um combate forte à corrupção e ao crime económico, só recordo o processo "Vale e Azevedo".
Depois de ter prometido não descansar enquanto o processo "Apito Dourado" não tivesse um fim, quem teve um fim nesse processo foi a agora Coordenadora do DIAP.
Agora, após uma reunião com o ex-casapiano Dr. Pedro Namora, promete não dar tréguas aos pedófilos deste país e, nomeadamente no que se relacione com a Casa Pia.
Será? Valerá a pena ainda acreditar?
Em dois anos o processo de pedofilia nos Açores foi resolvido.
Há quanto tempo já dura o da "Casa Pia"?
Os portugueses já nas promessas eleitorais acreditam pouco, quanto mais nas outras.

Em 1755...

Há 252 anos a terra tremia em Portugal.
Lisboa era desvastada pelo sismo, pelo tsunami e pelo fogo, bem como uma grande parte do Litoral Algarvio.
Embora seja sempre de recordar as cerca de 90 mil pessoas que morreram, há no "day after" da catástrofe algumas curiosidades relevantes:
1. A destruição de um património arquitectónico e cultural incalculávele que não foi recuperado.
2. O surgimento da visão científica do acontecimento, com os primeiros estudos de sismologia.
3. A visão de planeamento urbanístico de Marquês de Pombal.
4. A repercursão política - social e religiosa no pós sismo: a consolidação do Absolutismo, a tentativa de regicídio (processo dos Távoras).

Mas esta que é igualmente relatada no Correio da Manhã e que ilustra quão interessante é a relação afectiva dos espanhóis por nós. O agradecimento divino pelo facto da catástrofe ter sobrado para os pobrezinhos do lado de cá da fronteira.