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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

A NÃO PERDER!

A Direcção da Associação de Estudantes do ISCIA (Instituto Superior de Ciências da Informação e Comunicação, em Aveiro) tem o prazer de o(a) convidar a estar presente na Segunda Tertúlia Académica do ISCIA, no próximo dia 30 de Abril, 21:00 Hm, no Bar do Teatro Aveirense.
“O TRATADO DE LISBOA. Que implicações para Portugal?”.
Convidados:
o Dr. Francisco Assis (Eurodeputado pelo Partido Socialista)
o Dr. Pedro Jordão (Presidente do CINT e Docente do ISCIA)
o Mestre Manuel Monteiro (Presidente do PND e ex-Docente do ISCIA)
o Dra. Pedro Guerreiro (Eurodeputado pelo PCP)
Mais informação Aqui.

E esta, hein?!

Bom... Já se suspeitava que em Portugal existe algum deficit democrático, um enorme afastamento dos eleitores para com os seus eleitos, um desacreditar constante na política, nos políticos, nos partidos e no Estado.
E, independentemente, dos valores apresentados pelas sondagens de opinião, também já há muito que se sabe que o Governo "governa" sem oposição real e eficaz, fruto da intromissão em espaço ideológico que não o seu natural.
Também não deixa de ser verdade que, face à ineficácia e desastrosa oposição e apesar dos números estatísticos das intenções de voto, os cidadãos assumiram o seu papel de "contra-poder" (por exemplo, na saúde e no ensino).
Ou será um alívio para Portugal e um pesadelo para a Costa Rica?! Ou será o Carnaval fora de tempo? Ou...

Espaço Público.

Publicado na edição de hoje (24.4.08) do Diário de Aveiro.

Crónicas dos Arcos
Espaço Público.


Amanhã, registam-se 34 anos volvidos sobre os acontecimentos da madrugada de 25 de Abril de 1974.
À parte os contornos político-ideológicos que envolveram (ou que ainda envolvem) o registo histórico, é inegável um dos fundamentos que sustentaram a “revolução”: a liberdade de expressão (um dos “rostos” da abrangente conquista da “liberdade”).
Mas se a mesma foi conquistada poder-se-á, hoje, falar de um real espaço público e de cidadania?!
A noção deste espaço público, por exemplo no conceito de Habermas ou do filósofo português José Gil, corresponde ao “espaço” onde se formam as opiniões, as decisões políticas e sociais e onde se legitima o exercício do poder. É o espaço do debate e do uso público da argumentação crítica.
Este espaço não existe. Ou considerando-o, perdeu a sua legitimidade, por inércia, “medo”, apatia e indiferença do cidadão.
Esta ausência do exercício do direito de cidadania (de questionar, de confrontar, de propor, de agir consciente e coerentemente) foi ocupada pela passividade e laxismo com que acedemos à informação globalizada dos meios de comunicação social (nomeadamente a televisão).
Incomparavelmente, na sociedade actual, é possível a qualquer indivíduo um acesso quase que incondicional e ilimitado a uma quantidade infinita de informação sobre o mundo. Hoje, lê-se e ouve-se sobre política, ciência, cultura, guerra e fome, economia, educação, trabalho, através da acção dos meios de comunicação de massas.
Mas perdeu-se o sentido de intervenção pública ou da construção de massa crítica.
A óptica principal do conceito de construção social da realidade, é a de que a mesma seria construída, dia a dia, pelas práticas individuais e sociais de cada um, conduzindo a uma permanente redefinição e renegociação das regras, normas, significados e símbolos sociais.
Além disso, a referida ausência do exercício do direito de cidadania foi igualmente transferida para o espaço político-partidário. Só que os cidadãos cansaram-se da política.
Cansaram-se do “hoje é verdade, amanhã é mentira”, da falta de rigor, de medidas sociais e humanistas desajustadas, desestruturadas e longe das necessidades vividas no quotidiano. Cansaram-se dos jogos de poder, da falta de ética, das influências e da corrupção. Mas também, e principalmente, pelo esvaziamento das ideologias, dos princípios, das fronteiras dos valores.
Esta incerteza e indefinição que os partidos conferiram à política e ao seu valor, criou um abismo entre os eleitores e os eleitos, uma oscilação na defesa de posições, de princípios e de ideais que origina uma efectiva displicência e indiferença entre o estar à direita, ao centro ou à esquerda.
Criou um vazio de inscrição social, comunitária, individual e histórica.
E o que é mais relevante nesta realidade é a questão que se prende com a desvalorização (e porque não de novas formas de controlo e de “censura”) da liberdade de expressão, da demissão do exercício do direito à cidadania.
Porquê?! Porque a maioria dos cidadãos, independentemente da inegável quantidade e qualidade de meios (nomeadamente os tecnológicos) de que dispõe para participar, construir e intervir, cada vez se alheia mais do seu papel cívico e reivindicativo e, igualmente, porque na globalização da comunicação e das relações económicas e políticas o ser-se um receptor passivo e que transfere, por comodismo, a sua responsabilidade cívica para outro “espaço público”, serve de “desculpa” à anulação de um desejável actor participativo.
Volvidos 34 anos deitámos para o “lixo” o esforço da conquista fundamental do direito à cidadania.
À boa maneira portuguesa, marcamos a história para, logo em seguida, nos sentarmos “à sombra da bananeira”.Assim progride a nação. Assim cresce uma sociedade preocupada.

PSD "monárquico".

Desde a candidatura e eleição do agora demissionário líder laranja, Dr. Luís Filipe Menezes que foram muitas e altas as críticas aos chamados Barões do dito partido.
Assim, nada melhor que calar a dureza histórica do PSD, não com um Barão, mas com uma Baronesa. Ler Aqui.

foto: Fernando Veludo/PÚBLICO

Ao virar a folha...

Publicado na edição de quinta-feira (17.04.08) do Diário de Aveiro.

Crónicas dos Arcos
Outro Bloco de Notas. Ao virar a folha…


Primeira nota.
Há uma conhecida e interessante expressão que, amiúde das vezes, é utilizada pelo meu Professor de Cultura Contemporânea - Dr. Costa Carvalho: “libertem-se da liberdade!”.
É óbvio que tal enunciação não pretende estabelecer qualquer paralelismo ou tentativa de regresso ao passado (e logo com quem!!!). Mas é igualmente claro que tal frase traduz (e bem) o uso e abuso que, após tão sedenta conquista, hoje se faz dessa mesma liberdade. Seja na família, na sociedade, na escola. E, já não pasmando ninguém, na própria política que há muito perdeu o seu fundamento ético e sentido de responsabilidade.
É esta a imagem que a maioria dos portugueses têm de quem, ciclicamente, elegem. Agravada pela vinda (regular) “a cena” das “teatralidades” do Dr. João Jardim.
Acusar de fascistas ou de incompetentes, quem, mandatados pelos cidadãos que os elegeram livremente (com muitos ou poucos votos), apenas comete o “crime” de pensar e olhar a vida de forma diferente, é, no mínimo, um abuso do sentido da democracia e da liberdade, no limiar do alicerce ditatorial e totalitário, sustentado pela prepotência que se lhe reconhece.
Além disso, é grave a falta de respeito pelas instituições políticas e pela própria constituição, pela forma como tratou a figura e o símbolo do Presidente da República, se bem que há muito se sabe que a Madeira é de outra “república”.
No entanto, a culpa (responsabilidade) não morre solteira. Tão ou ainda mais grave, foi a submissão e cedência do Presidente da República aos caprichos do “Senhor da Madeira”, não sabendo (ou não querendo) dignificar, valorizar o seu papel de símbolo máximo da República e de todos os portugueses.
É a desvalorização da política e do sentido de estado. É a “triste liberdade”.
Segunda nota.
O PSD (o nacional, ressalve-se), não obstante os graves e distintos problemas que o país atravessa (desde a saúde, a justiça, o emprego, até ao ensino e à educação), ainda consegue encontrar questões políticas, onde só por mero sentido de retórica encontramos justificação para tal.
O Código Deontológico dos Jornalistas, sustentado pelo seu estatuto legal, deveria ser, por si só, razão suficiente para o garante do profissionalismo, isenção, rigor e ética profissional.
Há falta de outros argumentos e apenas por picardia politica é que se possa justificar que o maior partido da oposição se esqueça da realidade do país para se preocupar com um eventual programa televisivo (na RTP) da responsabilidade a jornalista Fernanda Câncio, só porque a mesma tem um relacionamento afectivo com o Primeiro Ministro.
Pode-se gostar ou não dos trabalhos produzidos por Fernanda Câncio, é possível questionar o seu rigor profissional. Isto ainda se percebe e põe ser aceitável. Colocar em causa o seu profissionalismo pelo seu lado pessoal e privado é um atentado à privacidade e ao bom-nome.
Há uma expressão produzida por Paulo Portas, no tempo em que foi Director do Independente, onde refere que, enquanto matéria jornalística, nada lhe interessava a vida pessoal e particular de um Ministro, mas sim a forma como geria o bem público, porque isso é que colocava em causa (ou não) a sua idoneidade e a sua competência.
Por outro lado, não me parece que a política e os partidos, e, no caso concreto, o PSD (como outros) sejam eticamente isentos e sirvam como exemplo de clareza de princípios nas suas acções.
É mais um “fait divers”. É tapar o Sol com a peneira.
Terceira nota.
O desenvolvimento social e económico, a qualidade de vida e o bem-estar do município não deve ser hipotecado em sectores que têm a obrigação de ser auto-suficientes, como qualquer sector empresarial e profissional. Há prioridades muito, mas mesmo muito, mais importantes no Concelho.
Há uma aptidão "mórbida" na sociedade portuguesa que sustenta a permissão para tudo se fazer, sem planear, projectar, prever riscos, recursos e custos. No fim, logo se há-de ver o que acontece. E normalmente o que acontece é sempre a catástrofe.
Sempre me ensinaram (felizmente) que acima de tudo deve vir a dignidade, o brio e o empenhamento pessoal (ou colectivo). E só depois a glória, muitas vezes (senão quase sempre) efémera.
Quando não se tem cão, caça-se com gato. E nunca vi fazer omeletas sem ovos (sejam eles quais forem).
O que seria do erário público (Estado, Empresas Públicas, Autarquias) se cada empresa privada que estivesse em dificuldades (e infelizmente há imensas) ou para fechar, se socorresse desses fundos para sobreviver?!
As recentes notícias sobre a liquidez financeira do Beira Mar, os eventuais salários em atraso dos jogadores, bem como a pressão pública para sustentação de possíveis candidaturas à presidência do Cube aveirense, deixam alguma (senão muita) preocupação. Principalmente, sabendo-se da realidade do Concelho.
Só espero que "isto" não sobre (mais uma vez) para a Câmara Municipal de Aveiro.

Será? Talvez? Porque não? ...?

No passado dia 30 de Março, fui assisti, no Teatro Aveirense, à peça de John Patrick Shanley - "A Dúvida", soberbamente interpretada por Eunice Muñoz, Diogo Infante, Isabel Abreu e Lucília Raimundo.
Não desvalorizando o excelente desempenho dos actores, não seria, no entanto, de estranhar outra grande "performance" desse "grande actor" da política nacional.

Será? Talvez? Porque não? E a comunicação social ainda me seguirá? E gostarão de mim? ...?

PREOCUPAÇÃO!

Só espero que "isto" não sobre (mais uma vez) para a Câmara Municipal de Aveiro.
O desenvolvimento social e económico, a qualidade de vida e o bem-estar do município não deve ser hipotecado em sectores que têm a obrigação de ser auto suficientes, como qualquer sector empresarial e profissional. Há prioridades muito, mas mesmo muito, importantes no Concelho.
Há uma aptidão "mórbida" na sociedade portuguesa que sustenta a permissão para tudo se fazer, sem planear, projectar, prever riscos, recursos e custos. No fim, logo se há-de ver o que acontece. E normalmente o que acontece é sempre a catástrofe.
Sempre me ensinaram (felizmente) que acima deve vir a dignidade, o brio e o empenhamento pessoal (ou colectivo). E só depois a glória, muitas vezes (senão quase sempre) efémera.
Quando não se tem cão, caça-se com gato. E nunca vi fazer omeletes sem ovos (sejam eles quais forem).
O que seria do erário público (Estado, Empresas Públicas, Autarquias) se cada empresa privada que estivesse em dificuldades (e infelizmente há imensas) ou para fechar, se socorresse desses fundos para sobreviver?!
Já chega. Basta!

Apontamentos...

Publicado na edição de quinta-feira (10.04.08) do Diário de Aveiro.

Crónicas dos Arcos
Bloco de Apontamentos…


Primeira folha.
Já por diversas vezes afirmei que entendo necessária uma fiscalização eficaz, mas mesmo tempo consistente, racional e coerente, sobre toda a actividade económica em Portugal. Mas a qualquer preço? Óbvio que não.
Há que ter no rigor e eficácia interventivas, a mesma dose de racionalidade e ponderação. As leis existem, devem ser cumpridas, mas, as mesmas devem ser aplicadas em função de realidades muito concretas. As leis devem servir os cidadãos (e, consequentemente, o Estado) e não subjugar os mesmos.
Considerar que uma inofensiva máquina de “brindes ou chocolates”, à porta de um café ou de um simples restaurante, constitui um grave atropelo à lei que normativa o jogo de “sorte ou azar” (comparando a qualquer máquina ou actividade de um casino) só revela, não a grandeza, mas sim a pequenez da estrutura deste país. Agir punitivamente só porque a criança, ao colocar uma moeda de 1€ na máquina, não sabe o brinde que lhe sairá, é de um exagero e irracionalidade interpretativa da lei que começa a preocupar.
É o mesmo que agir fiscalmente sobre uma caixa de multibanco (tecnicamente, ATM) só porque ao pretender levantar 30€ não sei se sairão 3 notas de 10€ ou 1 nota de 20€ e outra de 10€. Já para não falar que, chegados ao fim do mês (face à crise), pode-se ter o azar de não ter saldo e não haver nota nenhuma. Isso é que é jogar com a sorte...
Segunda folha.
Parece ser agora consumada a alteração significativa da língua portuguesa, face ao Acordo Ortográfico.
Curiosamente, contrapondo necessidade de afirmação e preservação da língua nacional (cada vez mais mal tratada), assistimos à sua reestruturação e reformulação morfológica e gramatical (por exemplo, no caso da conjugação do verbo haver com a proposição “de”, por força da supressão do hífen: “hão-de” pode ser substituído por “hão de”) de uma forma pouco lógica e, acima de tudo, pouco reformativa no que seria o essencial e natural da evolução linguística. A língua é a identidade de um povo. O que se verifica neste Acordo é, não um aproximar de identidades, mas sim a subjugação de uma identidade (brasileira) sobre as outras, com claros prejuízos para a língua portuguesa. E isto passa a ser um “fato”.
Terceira folha.
Por mais dividendos políticos que se possam auferir da situação criada em torno do chumbo do Tribunal de Contas face ao plano que a Câmara Municipal de Aveiro preparou para o saneamento financeiro do município; por mais críticas que se possam dirigir ao Tribunal de Contas e por mais esforços, engenharias e estratégias financeiras que se tenham de desenvolver como alternativa… a realidade é só uma: há muitas empresas que esperavam ver liquidados os valores a que têm direito por serviços prestados à autarquia; há muitas famílias de trabalhadores dessas mesmas empresas que ficam preocupados; há uma cidade que vê reduzida a esperança no investimento no seu desenvolvimento; há empresas municipais em risco; há todo um Concelho que perdeu. Ou seja… podem-se fazer todas as conjunturas, os “dejá vu” que quisermos, mas há só um facto: todos os aveirenses ficaram a perder.
Quarta folha.
Nunca o espírito olímpico foi tão posto em causa e contrariado como nos dias de hoje. A chama olímpica, mais de que um símbolo de união e fraternidade entre os povos, tem sido uma verdadeira “chama da polémica e da contestação”.
Sendo certo que atropelos aos direitos humanos, à liberdade dos povos e ao direito à sua independência, existem no quatro cantos do mundo, não deixa de ser um facto que é reconhecido à China um triste e infeliz papel nesta realidade, contribuindo (e muito) para o seu agravamento.
Contrariando as vozes que defendem que o desporto não deveria ser manchado por acções políticas, entendo ser perfeitamente coerente que, dentro do espírito dos Jogos Olímpicos se promovam as acções de protesto e alerta para o legítimo direito à auto-determinação e independência do Tibete e para a realidade dos direitos humanos na China.

Uma moedinha pode ser crime!

Já por diversas vezes afirmei que entendo necessária uma fiscalização eficaz, mas mesmo tempo consistente, racional e coerente, sobre toda a actividade económica em Portugal. Mas a qualquer preço? Óbvio que não.
Há que ter no rigor e eficácia interventivas, a mesma dose de racionalidade e ponderação. As leis existem, devem ser cumpridas, mas, as mesmas devem ser aplicadas em função de realidades muito concretas. As leis devem servir os cidadãos (e, consequentemente, o Estado) e não subjugar os mesmos.
Considerar que uma inofensiva máquina de “brindes ou chocolates”, à porta de um café ou de um simples restaurante, constitui um grave atropelo à lei que normativa o jogo de “sorte ou azar” (comparando a qualquer máquina ou actividade de um casino) só revela, não a grandeza, mas sim a pequenez da estrutura deste país. Agir punitivamente só porque a criança, ao colocar uma moeda de 1€ na máquina, não sabe o brinde que lhe sairá, é de um exagero e irracionalidade interpretativa da lei que começa a preocupar.
É o mesmo que agir fiscalmente sobre uma caixa de multibanco (tecnicamente, ATM) só porque ao pretender levantar 30€ não sei se sairão 3 notas de 10€ ou 1 nota de 20€ e outra de 10€. Já para não falar que, chegados ao fim do mês (face à crise), pode-se ter o azar de não ter saldo e não haver nota nenhuma. Isso é que é jogar com a sorte...

Regresso...

Depois de uma semana de doidos (acreditem que foi mesmo), com muitos "fogos" para combater, finalmente de volta.
DESCULPEM A INTERRUPÇÃO!