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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Hino da Selecção Nacional

Por princípio, não fui, nem sou avesso à interculturalidade e à abolição das fronteiras culturais.
Quero com isto dizer que não me repugna que uma estratégia de comunicação e imagem possa usar uma canção anglo-saxónica para hino da Selecção Nacional.
Obviamente que será sempre preferível o recurso nacional. Mas também é legítimo questionar esta preferência nacionalista quando está em causa a qualidade e os objectivos do que se pretender promover.

De qualquer modo, para aqueles para quem a música escolhida para o Hino da Selecção Portuguesa de Futebol - Mundial 2010 - nunca deveria ser estrangeiro, fica aqui a alternativa lusa: Som bem alto (clicar).

Semana em Resumo XVI

Publicado na edição de hoje, 28 de Março, do Diário de Aveiro.

Cambar a Estibordo...

A semana em resumo.

Uma semana “cor-de-laranja”
Comecemos pelo final da semana (até porque muitas vezes o “mundo afigura-se-nos ao contrário”).
Pedro Passos Coelho é o novo líder social-democrata.
Se para muitos dos militantes do PSD tal seria de esperado e desejado, é certo que a margem e a percentagem expressas em votos (mais de 60% e longe de valores referenciados em várias sondagens reveladas ao longo da semana) foi algo que não estaria nos horizontes da própria candidatura de Passos Coelho.
Desde que existem directas no PSD (quatro), estas foram as eleições mais disputadas, mais vigorosas em termos de combate político interno e mais participativas.
E o resultado é, obviamente, inequívoco, com uma larga maioria dos militantes a optarem, claramente, por um dos candidatos. O tempo de preparação e planeamento da candidatura, de difusão da mensagem e de cativar eleitorado – dois anos – deu a Pedro Passos Coelho uma vantagem que resultou na vitória de sexta-feira.
Mas as eleições não terminaram no passado dia 26 de Março… os próximos tempos no PSD vão ser, necessariamente, momentos de clarificação, de afirmação e de necessária unidade. Mas também de resposta a algumas interrogações naturais.
Internamente, se foi clara a manifestação de apoio de 61% dos militantes que exerceram o seu direito de voto, resta aguardar para verificar qual o impacto desta eleição no universo dos militantes que não votaram, dos que não estavam em condições de o fazer, no simpatizantes (os que exercem o seu direito de voto em eleições nacionais ou locais/regionais não sendo filiados) e nos cidadãos que flutuam o seu sentido de voto em cada momento eleitoral.
Além disso, Pedro Passos Coelho, com o aproximar do próximo congresso, necessita que a sua estrutura promova um forte sentido de unidade interna. Isto porque convém não esquecer que o voto expresso foi individual e pessoal, sendo que na maioria das concelhias e distritais existirá um necessário “convívio” entre um misto de “alegria e vitória” e “frustração e tristeza”.
Tendo como horizonte as próximas legislativas e as alternativas necessárias para que o PSD seja opção governativa, em termos práticos será importante saber como será feita a oposição ao PS e ao Governo de José Sócrates?! E importa igualmente verificar como será a relação entre Pedro Passos Coelho e a bancada parlamentar, registando-se, mais uma vez, a ausência do líder no hemiciclo.
Por fim, e não menos importante, até porque será a primeira prova de fogo a este novo ciclo social-democrata, é interessante verificar como será dada a resposta às eleições presidenciais. Pedro Passo Coelho já o afirmou durante o processo de campanha que se Cavaco Silva se recandidatar será o candidato natural do PSD. Outra coisa não seria de esperar dado o peso histórico e o impacto que o actual Presidente da República tem no eleitorado de direita. O que é importante saber é se Cavaco Silva estará interessado em se recandidatar com esta nova liderança social-democrata.
Ultrapassadas estas dificuldades, é natural que o PSD se posicione como alternativa nas próximas eleições legislativas, eventualmente, com clara vantagem sobre uma governação perfeitamente desgastada.
Contestação Social
O Governo socialista andou, durante os últimos dois anos, a esconder uma realidade económica e social, a encoberto do “fantasma” da crise internacional, que não condizia com o discurso e as medidas e políticas projectadas para o País.
Ao chegar a “hora da verdade” e o necessário confronto com a realidade que o país enfrenta, são agora exigidos aos cidadãos um esforço desmedido para que o país se possa desenvolver, a economia não regrida e o défice das contas públicas possa diminuir. Medidas e políticas que em nada contribuem para a diminuição do desemprego e o crescimento social.
Daí que não seja de estranhar o início da contestação social que se afigura longo: greve dos enfermeiros, greve nos transportes, greve na administração pública, greve na petrolífera nacional, entre outros.
Este é um governo em constante prova de fogo.
Programa de Estabilidade e Crescimento
Por fim, a semana terminaria, também com a aprovação da resolução do Governo relacionada com o Programa de Estabilidade e Crescimento – PEC.
Com a abstenção nada pacífica do PSD (que teve necessidade de aplicar a disciplina de voto, naquele que foi o último acto de Manuel Ferreira Leite como líder do partido) e que se estranha em vésperas de eleições internas, o PEC apresenta-se com o lado negro da governação de José Sócrates. O programa que mais se aproxima do estado do País e da própria oposição a um discurso que sempre tentou demonstrar um lado optimista em relação à economia nacional, longe da própria realidade: agravamento da carga fiscal, maior endividamento familiar, menores apoios sociais, desequilíbrios regionais, desequilíbrios de investimento público, maior dificuldade no crescimento económico e do emprego, maior custo de vida, menos estabilidade social.

Boa Semana…

Surpresa ou Talvez não...

Quer a Terra Nova, quer o Notícias de Aveiro, referem um comunicado do amigo Jorge Greno a anunciar a sua candidatura à liderança da Concelhia de Aveiro do CDS.PP. E já com manifesto e blogue publicado.
A mim, pessoalmente, não me espanta este anúncio.
Resta saber como reage a actual Concelhia e que oposição terá: nenhuma, a recandidatura do actual presidente da Concelhia e Vereador do Executivo - Miguel Fernandes, ou haverá ainda mais candidatos?!
Curiosamente, a política aveirense tem estado, subitamente, marcada por curiosos e interessantes debates eleitorais: PSD - PS e agora CDS.PP.

Começa a delinear-se o cenário eleitoral para Aveiro e para as próximas autárquicas, em 2013.

Semana em Resumo XV

Publicado na edição de ontem, dia 22 de Março 2010, do Diário de Aveiro.

Cambar a Estibordo...
A semana em resumo.

O Congresso e a Rolha
O fim-de-semana passado foi projectado durante, praticamente, toda a semana.
O motivo poderia estar confinado às candidaturas à liderança do PSD e às suas “prestações” no Congresso de Mafra (o 32º). Acontece que o congresso e a semana seguinte ficariam marcados por uma inconsciente alteração estatutária denominada “lei da rolha”. Primeiro porque o PSD não teve o cuidado de garantir algum cuidado na discussão e votação das propostas de alteração dos seus estatutos. E depois porque o PS logo aproveitou a “gafe democrática” para desviar as atenções do país e das suas reais necessidades: emprego, economia, estabilidade e crescimento.
Como se os deputados que os cidadãos escolheram para garantir o desenvolvimento do país não tivessem mais com que se preocuparem do que uma casual questão interna de um partido.
Dia do Consumidor e dos seus Direitos
A semana iniciou-se com a comemoração do Dia Internacional da Defesa dos Direitos do Consumidor.
Numa data em que seria suposto assistirmos a uma sensibilização, informação e educação para o consumo, para a defesa dos direitos do consumidor, para a importância da contenção do endividamento pessoal e familiar, eis que somos confrontados pelo regresso sebastianino da ASAE… e em força: operação nacional de fiscalização que desenvolveu uma série de acções de inspecção a transportes de mercadorias.
PEC 2010 provoca “aperto de cinto”
Com o anúncio e entrega na Assembleia da República do Programa de Estabilidade e Crescimento - PEC ficou claro que os próximos dois ou três anos resultarão num agravamento da carga fiscal, do equilíbrio social, do custo de vida, da estabilidade do emprego, da economia, do endividamento familiar, do investimento na educação e saúde.
A sustentar esta realidade o PEC assenta na diminuição dos benefícios fiscais e nas deduções, nas privatizações para realização de receita, nos cortes das prestações sociais, no congelamento, no desequilíbrio do investimento público (suspensão apenas parcial das grandes e desnecessárias obras, como o TGV e o Aeroporto, sem reaproveitamento dos recursos financeiros para outras realidades e necessidades), entre outros.
A agravar as dificuldades que se afiguram nos próximos anos, o Ministro das Finanças Teixeira dos Santos anunciou que é inevitável a introdução de portagens nas actuais SCUTs, já em 2010. Como é o caso das envolventes A29, A25 e A17.
Com ou sem o sistema de “chip” nas matrículas…
Desemprego em Fevereiro em dose dupla
Segundo o dados divulgados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), mesmo com algumas entidades sindicais a admitirem manipulação de indicadores e valores, o mês de Fevereiro de 2010 registou um agravamento da taxa de desemprego em dose dupla: mais 19,6% face ao mesmo mês de2009, e aumentou
0,2% em relação a Janeiro deste ano.
Os dados revelam que em Portugal existem mais de quinhentos mil desempregados (561315 – números precisos).
Comissão de Ética ultrapassada por Comissão de Inquérito
No âmbito das averiguações políticas de eventual condicionamento da liberdade de Imprensa em Portugal, após proposta parlamentar, a comissão de inquérito sobre o negócio da compra da TVI pela PT tomou posse.
Esta Comissão Parlamentar será constituída por 17 deputados (sete do PS, seis do PSD, dois do CDS, um do BE e outro do PCP).
O deputado do PSD, Mota Amaral, será o Presidente desta comissão.
Foram já lançados dois desafios à prestação de depoimentos: Manuela Ferreira Leite e o Primeiro-ministro José Sócrates (sendo que este poderá fazê-lo por escrito – o que será o mais provável).
A Comissão de Inquérito tem poderes “penais” no caso de apuramento de responsabilidades políticas.
Violência escolar gera revisão de Estatuto do Aluno
Após dois anos de contestação, por parte da oposição, ao estatuto do aluno, foi preciso a escola (e o ensino) viverem dias de violência, destabilização, luto, para o Ministério tomar a decisão (tardia) de rever o Estatuto do Aluno: alterações que permitam o reforço da autoridade das escolas em casos de violência ou indisciplina.
Só falta mesmo devolver a escola à Escola e a dignidade profissional aos professores.

Boa Semana… e boa Primavera!

A Lei da Rolha… e os tiros nos pés!

Publicado na edição de hoje, 19 de Março 2010, do Diário de Aveiro.

Cheira a Maresia!
A Lei da Rolha… e os tiros nos pés!

Terminou mal o 32º Congresso do PSD que se realizou no passado fim-de-semana.
E terminou mal pela controvérsia e polémica que a alteração estatutária criou, ao ponto de se transformar em agenda política semanal: a denominada “lei da rolha”.
Só quem nunca passou por congressos é que pode ficar admirado por tais acontecimentos, não podendo ser alheia a mediatização que os meios de comunicação e as novas tecnologias permitem enfatizar.
É certo que seria evitável se o congresso não deixasse para o fim (face ao cansaço e desgaste, e pelo facto da relevância se centrar nas candidaturas à liderança) e sem qualquer discussão prévia as alterações estatutárias. Mas isso faz parte do espírito dos congressos.
Por outro lado, a controversa (?) alteração estatutária é uma questão puramente interna e que apenas ao PSD diz respeito.
Trazer o tema para a agenda política nacional é de todo descabido. Pior ainda… querer o PS transpor esta temática apara o seio do órgão máximo da nação – a Assembleia da República – é o maior disparate, de um “sound bite” absurdo e uma clara tentativa para desviar de atenções do que é verdadeiramente importante para o País e da pressão social que se manifesta em relação ao governo.
Um verdadeiro tiro no pé, até porque é sabido que os próprios estatutos do Partido Socialista contemplam medidas similares, e é divergente a opinião de constitucionalistas sobre a eventual inconstitucionalidade da alteração estatutária, apresentada por Santana Lopes e aprovada (mesmo que de forma inconsciente).
Querer usar esta questão como confronto político, colocando-a na agenda do debate parlamentar (como parece ser a vontade do líder da bancada socialista Francisco Assis), é querer reduzir a inteligência dos portugueses a um nível insultuoso.
É que por mais demagogia e folclore político que queiram impor, os portugueses não esquecem o aumento do custo de vida (por exemplo, o aumento dos combustíveis), a diminuição do PIB, o aumento da taxa de desemprego, a estagnação da economia, e a corrupção.
E não esquecem também o Plano de Estabilidade e Crescimento para 2010 e as medidas de desestabilização social e penalizadoras para os cidadãos e as famílias: redução dos benefícios fiscais em sede de IRS, desequilíbrios regionais nos investimentos do país, redução dos apoios, congelamentos salariais.
Assim como não é possível esquecer, nem ser indiferente, que, em claro momento de crise e de sacrifício para os que maiores dificuldades atravessam, as empresas públicas paguem prémios (já para não falarmos dos vencimentos) no valor de milhares de euros a gestores estatais.
No mínimo, a este governo, pedia-se coerência, moralidade e justiça.
Se calhar, não ficava mal uma “rolha” a todos…

Destaques do Congresso...

Congresso à distância…

(créditos da foto: expresso on-line)

O congresso extraordinário do PSD, que decorreu durante este fim-de-semana em Mafra, para além dos procedimentos estatutários e respectivas alterações, teve como ponto alto a audição dos quatro candidatos à liderança do PSD e de alguns ex-líderes como Marcelo rebelo de Sousa, Santa Lopes, Marques Mendes e Filipe Menezes.
Sendo certo que este congresso extraordinário do PSD não elege, em si mesmo, o futuro presidente do partido, é relevante que o mesmo marca a recta final (15 dias) para as eleições do futuro líder.
Pela análise das sondagens divulgadas na comunicação social, é um facto que a disputa eleitoral está focalizada nas candidaturas de Paulo Rangel e de Pedro Passos Coelho, dadas as diferenças para os outros candidatos, Castanheira Barros e Pedro Aguiar Branco. Não sendo certo que uma desistência de qualquer destes candidatos garanta, a priori, a eleição dos primeiros.
Se Paulo Rangel manteve a postura e a coerência de discurso igual ao que desenvolveu nas eleições europeias e que resultou num claro resultado positivo, bem como manteve a argumentação crítica em relação ao governo na linha das suas posições públicas, já Pedro Passos Coelho apresentou-se ao congresso demonstrando uma postura estadista, egocêntrica e claramente num acerto de contas com o partido que sempre o colocou à margem após a sua atribulada e polémica passagem pela JSD (excepção feita para um curto ano de vice-presidência). E mais do que se saber se Pedro Passos Coelho está preparado para a liderança é perceber se o PSD está preparado para receber Passos Coelho como líder.
Na sua primeira intervenção foi notória a necessidade de valorização das virtudes pessoais (anos de militância, direcção da “jota”, candidatura “contra” Manuela Ferreira Leite) como se as capacidades de liderança advenham do currículo temporal resultante do número de quotas pagas.
Por outro lado, a insistência na ruptura com o passado e o presente do partido representa uma grave estratégica, já que a política também é feita da história e da consolidação ideológica partidária. O contrário leva à descaracterização e esvaziamento (ou, como são alguns exemplos, ao surgimento de novas forças partidárias, normalmente votadas ao fracasso).
Para além disso, as posições de Pedro Passos Coelho demonstram alguma irresponsabilidade política (e partidária) já que esta não deve viver de radicalismos e de posições extremistas, mas deve ser construtiva, dialogante e crítica em função dos interesses de cada partido, mas também dos cidadãos e de Portugal. E é notório que Passos Coelho, não entende isso ao marcar um radicalismo perigoso de eleições antecipadas e de ruptura total. Nem o País, nem o PSD seriam capazes de “liquidar” uma factura de um processo eleitoral extraordinário.
Aliás, foi nesse sentido que várias vozes no Congresso (excepção para o polémico Filipe Menezes), como Marcelo rebelo de Sousa, Santana Lopes e Marques Mendes, foram emitindo alguns “recados” para a candidatura de Passos Coelho: sentido de responsabilidade política nacional, de diálogo, de crítica construtiva e de unidade. Tal como já o fizera durante a semana passada, o Presidente da República, com o qual Pedro Passos Coelho tem uma relação inquieta.
E também neste ponto é destoante a posição do candidato à liderança do PSD. Em congresso foi o único, nos dois discursos públicos, a não mencionar claramente apoio a uma reeleição de Cavaco Silva, quando é sabida a convergência partidária em relação a este tema. Sendo legítimo o levantamento de uma pertinente questão: será que Cavaco Silva aceita uma recandidatura tendo na liderança do PSD a equipa de Pedro Passos Coelho?!
No dias das directas logo se verá… e seria interessante que a proposta apresentada por Santana Lopes (o tal adverso a estatutos) que determina a eleição do líder a duas voltas (caso não obtenha a maioria na primeira volta), o que legitima de forma mais clara a liderança eleita, não tenha sido aprovada (falta de quórum) e tivesse entrado já em vigor.

PS Aveiro...

Em noite eleitoral - sexta-feira, 12 de Março, o PS Concelhio de Aveiro regressa ao "passado" com a eleição de Eduardo Feio para presidente da concelhia socialista (com 92 votos contra os 81 recolhidos por Pedro Pires da Rosa).
Uma curiosidade deste processo eleitoral foi a eleição de Raúl Martins (ausente das "luzes da ribalta") para presidir à Assembleia Geral, com 142 votos, após as criticas que lhe foram dirigidas no último processo eleitoral autárquico.
A Eduardo Feio e Raúl Martins os votos de boa sorte, do Debaixo dos Arcos, para o trabalho político que se segue.

(fonte - Noticias de Aveiro)

ALERTA...

É Oficial: Alerta Meteorologia.
FIM-DE-SEMANA EM TODO O PAÍS EM ALERTA LARANJA!
POSSIBILIDADE DE EPISÓDIOS SISMOLÓGICOS COM EPICENTRO EM MAFRA...



O Desespero político...

O Ministro das Finanças - Teixeira dos Santos - classificou hoje, na Assembleia da República, a proposta para inscrição no Orçamento do Estado de cinco milhões de euros para pagar remunerações dos presidentes de junta, como "money for the boys".
O que o Senhor Ministro não consegue é lidar com a crítica, com propostas alternativas e construtivas, com a realidade, as necessidades e prioridades do país. À semelhança do seu líder, a prepotência e a arrogância não têm limites.
Para além do facto de Teixeira dos Santos não perceber o significado de eleições democráticas dos eleitos locais (os da oposição e, pasme-se, os do próprio partido).
Por menos, já houve Ministros a arrumar as secretárias e a apresentarem a demissão ou a serem demitidos.
Mas enfim...

PEC(ado) governativo

Publicado na edição de hoje, 11.03.2010, do Diário de Aveiro.

Cheira a Maresia!
PEC(ado) governativo

A divulgação do PEC 2010 – Plano de Estabilidade e Crescimento, mereceu honras televisivas e a presença do Primeiro-Ministro José Sócrates.
E tal como o próprio nome indica trata-se de uma acção estratégica que permita estabilidade e crescimento do país.
À parte as considerações técnicas (que não cabem neste espaço), o que assistimos, nesta data, é a tudo menos a estabilidade e a crescimento: à custa de uma necessária e urgente redução do défice público, o país vai ter instabilidade social, estagnação e carências ao nível da economia. Além disso, mais uma vez, o alvo é o mesmo de sempre.
O Governo sempre escondeu o verdadeiro impacto da crise internacional (excluindo quando necessário para justificar incapacidades e fracassos de políticas governativas), tal como nunca foi transparente, nem claro, na apresentação do verdadeiro valor da dívida pública. O que resulta num surpreendente défice de 9,3%.
A perspectiva é que o mesmo baixe para 8,3% até ao final de 2010. Para daqui a quatro anos, o mesmo se situar no limite dos 3%.
E como?!
Ora bem… para José Sócrates as medidas a introduzir não representam um aumento de impostos. Não representam de forma directa. Mas como denominar que no final do ano, na declaração de IRS da maioria dos portugueses, sejam impostos novos tectos as várias despesas e reduzidos os benefícios a deduzir?! O que significa receber cerca de 200 euros a menos no reembolso do IRS?!
O que dizer do aumento da idade da reforma?!
O que indica congelar os salários e a perda do poder de compra?!
O que representa taxar portagens nas actuais SCUTs?!
Que conceito de estabilidade e crescimento pode estar inerente ao incremento do desequilíbrio estrutural do país, com o adiamento do desenvolvimento integrado, privilegiando os investimentos megalómanos em Lisboa e esquecendo a realidade do Norte e do Interior de Portugal?! (quando podiam ser canalizados 60% dos fundos comunitários para outras necessidades vitais para o desenvolvimento do país).
Se técnica e politicamente se aconselha o controlo do valor do défice com base na redução da despesa pública, porque é que apenas a parte que diz respeito aos trabalhadores entra em linha de conta e se implementam medidas de aumento das receitas?!
Por mais que o Governo (José Sócrates e Teixeira dos Santos) afirme que não aumentam os impostos, este PEC não é transparente nem sincero… é um Plano Mentiroso.
E essencialmente preocupante e assustador.
Se para reduzir o défice de 9,3% para 8,3% (um ponto percentual), não consigo, nem tenho capacidade para perspectivar que medidas o Governo irá implementar, em apenas 3 anos, para reduzir de 8,3% para 3% - cerca de 5% do valor do défice.
Ainda vamos ter de pagar para trabalhar… no mínimo!
Por minha parte dispenso ser enganado. Venha alguém que ponha mão nisto!

As 7 Maravilhas da Natureza Nacional...

São já conhecidos os 21 finalistas para a eleição das “Sete Maravilhas Naturais de Portugal”.
De um total de 323 candidatos, distribuídos por sete categorias, lamenta-se a não contemplação da Ria de Aveiro. O património e riqueza naturais por excelência deste recurso único e marca de uma região necessitava de um lugar de destaque, como contributo promocional.
O espelho da relevância da região no contexto nacional?!! Se assim for, é duplamente lamentável.

As maravilhas seleccionadas para votação:

Florestas e Matas:
Floresta Laurissilva
Mata Nacional do Buçaco
Paisagem Cultural de Sintra

Grutas e cavernas:
Algar do Carvão
Furna do Enxofre
Grutas de Mira de Aire

Zonas Não Marinhas:
Lagoa das Sete Cidades
Portas de Ródão
Vale do Douro

Zonas Protegidas:
Parque Nacional da Peneda-Gerês
Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina
Reserva Natural da Lagoa do Fogo

Grandes Relevos:
Paisagem vulcânica da ilha do Pico
Parque Natural da Arrábida
Vale Glaciar do Zêzere

Zonas Marinhas:
Arquipélago das Berlengas
Ponta de Sagres
Ria Formosa

Praias e Falésias:
Pontal da Carrapateira
Portinho da Arrábida
Praia do Porto Santo

É possível votar a partir de hoje através do site do projecto. Os resultados serão conhecidos a 11 de Setembro.

Resumo da Semana XIV

Publicado na edição de hoje, 7 de Março 2010, do Diário de Aveiro.

Cambar a Estibordo...
A semana em resumo.

Taxa de Desemprego volta a subir
As referências à crise financeira e as suas consequências sociais voltam a ser tema de abertura semanal.
O valor da taxa de desemprego em Portugal subiu em Janeiro último para os 10,5%, segundo os dados do Eurostat divulgados esta semana, por Bruxelas.
Este valor de 10,5% representa uma subida de 0,2% face aos valores verificados no final do ano de 2009 – Dezembro: 10,3%.
Em Portugal, comparativamente ao mesmo período do ano anterior a taxa de desemprego subiu 2% - era de 8,5% em Janeiro de 2009.

Segurança Rodoviária
A PSP lançou, esta semana, a campanha de prevenção rodoviária “Pela vida, trave!”.
Esta campanha dirigida à circulação pedonal é sustentada num aumento significativo e preocupante do número de atropelamentos nas cidades. Em 2009 foram registados 53 vítimas mortais (um aumento de 15% em relação a 2008 – 39 mortes).
A campanha pretende minimizar esta crescente realidade, com forte incidência penalizadora para os infractores às regras do Código da Estrada, sejam peões ou veículos.

A politização, ou não, da Justiça
A justiça volta a ser notícia, esta semana, com a continuidade do “caso das escutas”. Para além de todos os desenvolvimentos registados na Comissão Parlamentar de Ética da Assembleia da República, concretamente com as audições a personalidades ligadas à TVI (actual administrador e por último a jornalista Manuela Moura Guedes), vieram a público novos dados no “folhetim” dos despachos do Procurador-geral da República, com as pressões para divulgação dos mesmos, com as fugas de informação internas que levaram à violação do segredo de justiça, ou com afirmações solenes de eventual instrumentalização e partidarização da justiça e a sua eventual falta de isenção, que o Sindicato dos Magistrados se apressou a condenar veemente, reafirmando o valor ético e profissional da classe.
Em relação à Comissão Parlamentar de Ética começam a surgir opiniões e conceitos que contestam a sua continuidade e interesse, uma vez que é quase um dado adquirido a realização de um Inquérito Parlamentar, este sim com mais poderes fiscalizadores e consequências políticas.

Em cinco anos, dez manifestações de contestação social
No que respeita à demonstração do desagrado e da insatisfação social que se vive desde o início da governação de José Sócrates, a contestação laboral tem levado vantagem. Em cinco anos de governação (no total dos dois mandatos) os trabalhadores (nas mais diversas áreas, de forma particular ou colectiva) já se manifestaram por 10 vezes – o que resulta numa média de duas contestações por ano de exercício de governação.
Esta semana foi a vez dos sindicatos da Função Pública saírem à rua e retomarem a guerra dos números: o governo referiu uma adesão na ordem dos 14,1%, enquanto o balanço dos sindicatos apontam para 80% de adesão à greve motivada pelo descontentamento, essencialmente, com o congelamento salarial.

Crise Escolar… pressão social.
Ainda é algo que passa despercebido a toda a comunidade escolar: pais, alunos, docentes e gestão. Mas o fenómeno do Bullyng nas escolas começa a tomar proporções preocupantes.
Com a agravante de ser uma realidade socio-psicológica, essencialmente silenciosa, mas profundamente inibidora e coerciva, com efeitos pessoais trágicos.
Resulta de um assédio e violência psicológica, com contornos sinistros e com repercussões sociais muito negativas.
Urge uma campanha incisiva e uma educação forte para o combate a esta “guerra psicológica” que já fez, declaradamente, uma morte, em Mirandela, nesta semana: um jovem de apenas 12 anos.

Memórias…
Para terminar, no meio de tanta tragédia provocada pela reacção da Natureza – Haiti – Madeira – Chile, espaço para lembrar que passaram nove anos após a queda da ponte Hintze Ribeiro em Entre-os-Rios e que vitimou 59 pessoas.
Por volta das 21.00 horas o tabuleiro da ponte desabou sobre o Rio Douro, arrastando um autocarro e três automóveis.
Um dos maiores desastres rodoviários da história portuguesa, para além das vítimas, teria consequências trágicas nas famílias.
Na política, o trágico acontecimento, deixava sequelas que levaram à demissão do então ministro que tutelava as Obras Públicas, Jorge Coelho.

Boa Semana…