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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Encenações políticas!

Publicado na edição de hoje, 30.09.2010, do Diário de Aveiro.

Cheira a Maresia!
Encenações políticas!


O actual panorama político tem revelado um governo em desespero face à falta de argumentação e à incapacidade na sustentação dos objectivos e princípios que estarão na base do Orçamento de estado para 2011.
Descuidadas as potencialidades de diálogo e de concertação com a oposição, nomeadamente com o PSD, e não se vislumbrando a capacidade de convencer a opinião pública de novas medidas e sacrifícios que na prática se traduzem em custos acrescidos para quem sente mais dificuldades, José Sócrates voltou ao figurino da chantagem emocional e política: se o Orçamento para 2011 não passar, o governo demite-se.
Mas ao contrário do que aconteceu um ano atrás, a oposição está mais preocupado com as consequências para o país de um mau orçamento do que uma crise política.
Aliás, Passos Coelho e o PSD têm aqui uma excelente oportunidade para se afirmarem como alternativa, para definirem novo rumo e uma nova esperança para o país. Se José Sócrates quiser sair, que o faça e que assuma a respectiva responsabilidade…
O país não pode é viver sob ameaças e chantagens políticas… precisamos de coerência política, justiça social e de segurança no futuro. Com responsabilidade colectiva e não apenas de alguns!
Não podemos aceitar que os sacrifícios e o esforço para equilibrar as finanças do país recaiam apenas sobre alguns.
E como não é possível explicar o inexplicável (como por exemplo a aplicação do PEC II, dos custos da factura da crise aplicados aos que menos têm, e do défice das administrações públicas subir de 8,9% no primeiro trimestre para 9,5% no segundo), resta, após a chantagem emocional, a encenação política.
E foi esse o “espectáculo” mais recente da agenda governamental, tendo como elenco o próprio governo e a OCDE com um relatório (fato) feito à medida.
José Sócrates não encontrou a fórmula ideal para convencer os portugueses da sustentação do próximo Orçamento de Estado, com claro receio de uma crise social e política. Assim sendo, como já são poucos os que ainda acreditam num governo completamente gasto (saúde, educação, justiça, emprego, economia), nada melhor do que procurar na Europa a sustentação das novas medidas, desresponsabilizando e desculpabilizando o governo com a “pressão externa” e com a “regulação comunitária”. Pena é que José Sócrates não olhe para a mesma OCDE quando publica os seus dados em relação ao desemprego, à economia e ao desenvolvimento de Portugal.
Não deixa de ser preocupante que José Sócrates deixe para os outros o sentido de responsabilidade política, o que abre caminho e perspectiva uma eventual “entrada” em cena do FMI.
Porque não vai ser fácil, mesmo com o “apoio” da OCDE, convencer a oposição, o país e até mesmo algumas hostes socialistas de um aumento do IVA e IMI, mais cortes nos benefícios e deduções fiscais, no congelamento de salários na função pública ou aumentos abaixo do valor da inflação no sector privado, na revisão no sistema de atribuição do subsídio de desemprego e outras medidas sociais como o corte nas contribuições para a Segurança Social, numa maior flexibilidade nas relações e legislação laborais, entre outros. Sem preocupação pela redução da despesa pública, o que aliás vem reforçado no dito relatório isento, com a sugestão de investimento na rede de transportes como forma de minimizar a dimensão e a periferia geográficas de Portugal. No fundo a sustentação da continuidade absurda e megalómana do TGV (nem que seja apenas e tão só o TGV da capital).
E ainda há quem critique a proposta de revisão constitucional social-democrata de liquidar o Estado Social… e então a isto chamamos o quê?!

14ª edição do OuTonalidades...

O circuito do OuTonalidades volta a unir Portugal e Galiza, através de uma alargada rede de espaços que abrem portas à música que se faz, em cada caso, além do Minho.
De 22 de Setembro a 18 de Dezembro, durante 13 fins de-semana, o programa apresenta 69 concertos de 25 grupos em 22 espaços de música ao vivo, constituindo-se como a maior rede de música ao vivo da Península Ibérica.
Em território português, o OuTonalidades alarga a sua rede que, nesta edição, se estende a 15 espaços de música ao vivo por todo o país, em 11 distritos, literalmente de norte a sul do país. Este é também o terceiro ano da cooperação entre o OuTonalidades e Rede Galega de Música ao Vivo, circuitos congéneres dos dois lados da fronteira, proporcionando agora a presença de 5 grupos portugueses na Galiza e 5 grupos galegos em Portugal, num total de 36 concertos em regime de intercâmbio luso galaico, de géneros que vão do jazz ao tradicional, do rock ao fado, do ska aos blues, do experimental às músicas do mundo.
A festa do OuTonalidades 2010 está servida!




A d'Orfeu é uma associação cultural que iniciou actividade em 1995 em Águeda com o objectivo de dinamizar actividades culturais através da música e da sua relação com todas as outras formas de expressão.
Nos primeiros anos dinamizou energicamente a formação das músicas tradicionais, rurais e urbanas, apresentando inovadores olhares sobre a tradição e organizou espólio documental.
Nos anos seguintes, depositou atenção na criação de variadíssimos eventos públicos como os festivais temáticos com a perspicácia constante de apresentar oferta cultural normalmente alternativa em Portugal.
A d'Orfeu tem vindo a dedicar-se ao reforço e à dinamização de recursos de apoio à criação e desenvolvimentos artísticos.

Chantagear o Orçamento de Estado

Em política nada é tido como certo (nem as filiações, nem os votos), como garantido, como conclusivo ou final.
Como diz o ditado: “o que hoje é verdade, amanhã pode ser mentira”.
Se retirarmos toda a carga depreciativa e pejorativa da expressão, o seu sentido revela que, em função das circunstâncias em cada momento, podemos esperar sempre recuos e avanços das várias forças partidárias em confronto.
Para já, temos um facto: PSD não negoceia o Orçamento de Estado para 2011 sem conhecer as regras ou os princípios que o governo quer aplicar ao documento. Ou seja, segundo as recentes posições de Pedro Passos Coelho (ainda no rescaldo da reentré política no Pontal) não há “cheques em branco” para este Orçamento, tendo o social-democrata referido que não viabilizaria um orçamento onde constassem aumentos de impostos ou mais deduções fiscais.
À parte as recentes tricas políticas e os “fait divers” que só desviam as atenções do essencial, a falta de argumentação e sustentação políticas dos objectivos do Governo para a concretização do Orçamento, acrescido da incapacidade de diálogo de José Sócrates que apenas sabe governar (nos momentos vitais para o país) em maioria (algo que perdeu nas últimas eleições), fez regressar o conceito chantagista da negociação política: “ou fazem o que eu quero e peço, ou eu bato com a porta”.
A questão está em saber se o sentido de Estado e o da responsabilidade política cabe apenas à oposição e, concretamente (face à obsessão do PS pelo PSD), aos social-democratas.
Porque se assim for, face a esta incompreensível e inaceitável postura de José Sócrates (o retomar da vitimização política – algo que os portugueses já abominam), entendo que o sentido de estado, a coerência e responsabilidade políticas, a alternativa governativa, só pode resultar na coragem do PSD e de Pedro Passos Coelho para dizer “basta”. Se o Governo e José Sócrates não sabem ou não querem negociar e aceitar outras alternativas orçamentais então, de facto, que se demitam porque há quem possa fazer melhor pelo país.

As dúvidas da política...

Pedro Passo Coelho não negoceia com José Sócrates e empurra o governo para o "colo" dos Bloquistas.
Francisco Louçã diz que “Governo não fala com o Bloco” e recusa novo aumento de impostos.
Com elevado grau de improbabilidade estará um eventual acordo com o CDS ou com o PCP.
Então, segundo as próprias palavras, resta a José Sócrates arrumar o gabinete com o eventual chumbo do orçamento...

Novo livro em Portugal de Carlos Ruiz Zafón

Um dos meus autores favoritos...

A Wook (Porto Editora) acaba de lançar recentemente a obra Marina, do autor catalão Carlos Ruiz Zafón.
Depois de "A Sombra do Vento", "O Jogo do Anjo", sem esquecer o seu primeiro romance "O Príncipe da Névoa", está disponível a obra que precedeu o romance "A Sombra do Vento", referência na bibliografia do autor nascido em Barcelona e radicado nos Estados Unidos.



Sinopse
"Por qualquer estranha razão, sentimo-nos mais próximos de algumas das nossas criaturas sem sabermos explicar muito bem o porquê. De entre todos os livros que publiquei desde que comecei neste estranho ofício de romancista, lá por 1992, Marina é um dos meus favoritos. À medida que avançava na escrita, tudo naquela história começou a ter sabor a despedida e, quando a terminei, tive a impressão de que qualquer coisa dentro de mim, qualquer coisa que ainda hoje não sei muito bem o que era, mas de que sinto falta dia a dia, ficou ali para sempre." Carlos Ruiz Zafón "Marina disse-me uma vez que apenas recordamos o que nunca aconteceu. Passaria uma eternidade antes que compreendesse aquelas palavras. Mas mais vale começar pelo princípio, que neste caso é o fim." (fonte: wook)

As dualidades da política…

ou como nem tudo o que parece é, e a coerência é algo muito débil.

Nas últimas eleições presidenciais foi notório o afastamento político entre o PS e o candidato Manuel Alegre. Não apenas pelo facto de Mário Soares ter sido o candidato “oficial” do partido, mas pelos conceitos, ideias e concepções da sociedade e das medidas políticas.
Inclusive, no rescaldo das eleições, muitas foram as vozes e comentários que colavam Manuel Alegre ao Bloco de Esquerda.
Volvidos quatro anos, Manuel Alegre é o candidato presidencial às eleições de Janeiro de 2011, apoiado por PS e BE.
Com que coerência?!
Como é que Manuel Alegre vai lidar com um eventual Orçamento de Estado que desagradará ao país (aumento de impostos, diminuição dos benefício fiscais SOCIAIS), que aumentará a contestação social, que colocará num substancial confronto político e ideológico os socialistas e os bloquistas.
Como reagirá Manuel Alegre?!
È que passar todos os momentos mediáticos a disparar constantemente sobre Cavaco Silva, só reflecte fragilidade política e falta de fundamentação estratégica.
Desviar as atenções sobre Cavaco Silva ou uma eventual segunda candidatura da direita (algo perfeitamente impensável) só serve para não mostrar as deficiências políticas da sua candidatura.
Mas os portugueses não dormem… e não são tão estúpidos como querem fazer crer.

Resumo da Semana - 26.09.2010

Publicado na edição de hoje, 26.09.2010, do Diário de Aveiro.

Cambar a Estibordo...
A semana em resumo.


Encenações políticas?!
De novo, após o primeiro ano de mandato e ao iniciar-se mais um ano legislativo, o regresso da ameaça da crise política, como instrumento de pressão e argumentação.
Entre ameaças, posicionamentos estratégicos e posições públicas de força política, o Orçamento de Estado para o ano de 2011 marca a agenda política actual. Desde as críticas directas entre PS e PSD, até às acusações, por parte dos partidos da oposição, de encenação política e de conivência.
Sendo certo que os portugueses já se distanciam suficientemente deste tipo de tricas partidárias, há no entanto uma questão sobre a qual importa reflectir: quem lucrará com este tipo de confronto?!
É um facto que o governo de José Sócrates é minoritário o que, teoricamente, o coloca numa situação de necessidade negocial, mesmo que o resultado seja a abstenção do PSD, que no fundo se traduz pela viabilização do Orçamento.
Assumindo que não haja qualquer recuo, a posição do PSD tem sido publicamente definida como um voto contra, caso o Governo mantenha a intenção de subir os impostos ou mexer nas deduções, em vez de reduzir a despesa pública.
Se os sociais-democratas votarem contra o Orçamento de Estado para 2010 (num cenário de fracasso das negociações) o governo já “ameaçou” (ou encenou) com uma eventual demissão das suas funções, o que resultaria numa grave crise política em plena eleição presidencial. Além disso, é claro que num actual estado financeiro e económico, uma governação do país através de duodécimos só serviria para penalizar a economia nacional e o financiamento e investimento internacional.
Deste ponto de vista, numa simples abordagem, parece que o PS/Governo tem uma maior manobra política que a oposição, nomeadamente o PSD.
Restará, portanto, uma última saída ao partido de Passos Coelho: apresentar-se aos portugueses como alternativa governativa e assumir o ónus (pesado e arriscado) de forçar um processo eleitoral antecipado.
Mas ganharia coerência política e determinava um claro e inequívoco posicionamento (sem necessitar de andar a reboque do agendamento político do PS)… e quem sabe se quem “ri por último não ri melhor”!
Afinal, pagamos para quê?!
É um discurso corrente do governo e do seu primeiro-ministro a necessidade do esforço colectivo e co-responsabilização na recuperação económica do país.
Nada mais enganador e demagógico, apenas servindo como forma de argumentar e justificar os encargos e os sacrifícios que sobejam sempre para os mais desfavorecidos e para a chamada classe média.
E ao contrário de algumas vozes ideológicas que gravaram um discurso já gasto contra capitalismos e riquezas empresariais, não é nessa área que se encontra o problema e a solução para a crise… aqueles que tanto defendem e agitam a bandeira do “estado social”, esquecem que é o próprio o maior gerador da despesa e do acentuar da gravidade financeira do país.
Os dados de execução orçamental, entre Janeiro a Agosto, referenciados pela Direcção-geral do Orçamento demonstram que a despesa do Estado cresceu 2,7%, quando ainda faltam quatro meses para o final do ano. Mesmo que o Governo argumente que a despesa está, de facto, a crescer mas a menor ritmo (surgindo o dicotomia do “copo meio cheio ou meio vazio”).
Apesar do relatório da Direcção-geral do Orçamento indicar que dos 16 ministérios 12 destes (75%) gastaram mais verba do que a prevista e orçamentada, o governo vem justificar esta “derrapagem” orçamental da despesa pública precisamente com áreas da dita responsabilidade social como a saúde e a segurança-social. Para além (pasme-se o argumento) das transferências de verbas para as administrações públicas.
Será, com clara legitimidade, caso para perguntar: os sacrifícios dos cidadãos servem para quê?!
Boa Semana…

Ensino/Educação à Portuguesa...

É indiscutível... uma coisa é parecer outra é ser.
Uma coisa é a realidade educacional dos países nórdicos (como Suécia, Finlândia) outra é a tentativa obsecada de a transpor para um país destruturado, sem rumo e que vive à sombra de um mediatismo que encobre as suas fragilidades e o seu real dia-a-dia.
Atiraram-se foguetes com pompas e circunstâncias no lançamento dos "Magalhães", sem cuidar da estruturação do ensino, da sua vertente pedagógica, da promoção do mérito e do saber dos alunos, na defesa do papel do professor.
O governo vive "nas nuvens" e nos sonhos dos avanços tecnológicos (a relembrar a "guerra das estrelas" entre USA e antiga URSS, do final da década de 60, com a chegada à lua - que para alguns ainda carece de certificação), esquecendo as dificuldades dos seus cidadãos e das suas comunidades: familias endividadas, custo de vida, desemprego, empresas a fecharem, autarquias sem resposta financeira para as necessidades das suas população, a saúde a desagregar-se e as escolas a fecharem (apesar dos gritos histéricos em defesa do estado social).
Mas mais grave do que o Governo viver desfasado da realidade do país que (des)governa, ainda é tentar convencer os cidadãos dessa irrealidade ou esconder a verdadeira imagem do país.
Despois da "folia" surge a verdade dos factos:
Afinal o projecto educacional e as condições são tão boas e fortes que o melhor é fechar a escola que é para não destoar do resto da realidade nacional.

AMY MACDONALD - Coliseu de Lisboa - 30 de Setembro

Amy Macdonald - Coliseu de Lisboa - 30 de Setembro - 21:00 Hm

Uma das mais talentosas compositoras e cantoras da actualidade, Amy Macdonald, vai  regressar a Portugal e marcar presença no palco do Coliseu de Lisboa, dia 30 de Setembro, depois da presneça no Festival Sudoeste em Zambujeira do Mar.
Do alinhamento/reportório da cantora escocesa de 22 anos e apenas com três anos no mercado vão constar temas dos dois álbuns  de originais já editados: This is the Life (2007) e A Curious Thing (Março, 2010).
Bilhetes entre os 26 e os 30 euros


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