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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Inverno quente...

Publicado na edição de hoje, 28.10.2010, do Diário de Aveiro.

Cheira a Maresia
Inverno quente...

Quando menos se espera, quando se afirma que nada acontece, eis que o País, a Região e a cidade entram em perfeito estado de ebulição, fazendo aquecer um Outono vacilante no que respeita à sua temperatura climática.
Com a habitual azáfama do regresso ao trabalho ou à escola após o período das férias de verão, surgiram os primeiros sintomas que faziam antever uma agitação política e social neste final de ano: o desemprego aumentava (mesmo com a influência do forte período de trabalho sazonal do verão), a economia estagnava, encerram mais portas empresariais do que as que se abrem.
A agravar a situação surge o “fantasma” do Orçamento de Estado para 2011: ameaça de demissão do governo face ao eventual chumbo parlamentar, a indefinição do PSD, o estigma da entrada do FMI, … até que surge a fase negocial (a “destempo”, contrariando um discurso de ruptura e alternativa, para desencanto de muitas vozes: por exemplo, Ângelo Correia e António Nogueira Leite).
Pelo meio explode a “agitação” com maior impacto social e económico. O anúncio (em alguns casos, implementação imediata) do maior ataque à capacidade de sobrevivência e de sacrifício dos cidadãos, das famílias e das empresas (pelo menos as PME’s) nos últimos 25 anos: cortes salariais, redução das prestações sociais e das deduções fiscais, aumento de impostos, aumento dos preços e do custo de vida, … tudo a fazer prever um ano de 2011 de forte recessão que se reflectirá nos próximos três anos, pelo menos, face à urgente necessidade de solução do problema financeiro (défice orçamental) com medidas e políticas que afundam a outra face da moeda: a economia. Do ponto de vista político, o PSD assumindo este processo negocial que pouco acrescentará a um orçamento mau e dispensável, só resultará numa diminuição de espaço e manobra política para se afirmar como alternativa governativa e marcará na opinião pública e no combate/confronto político uma “colagem” às medidas orçamentais e sociais do governo, pagando uma “factura” que não é a sua.
Sendo certo que há sempre mais vida para além do défice, a realidade é que este Orçamento marca a vida… do país, das regiões e dos cidadãos. E marca igualmente a percepção do aumento da agitação social, da contestação e da criminalidade. Mas apesar disso, e não obstante, este período é igualmente marcado por um conjunto de acontecimentos que só revelam a agitação e o ambiente social que definem este final de ano: com todas as dúvidas, com providências cautelares, com compromissos de isenções aparentemente quebrados (veja-se o caso do pórtico entre o nó do Marnoto e a Gafanha da Nazaré), com todo um processo de cobranças surreal, as SCUT do Norte e Centro litoral deixaram de ser gratuitas e passaram a ser portajadas, constituindo mais uma medida suplementar de sacrifício nacional ao cidadão, às empresas, e como se isso não bastasse, às relações comerciais, sociais e turísticas com a vizinha Espanha (recordando a expressão “orgulhosamente sós”? Para lá caminhamos…).
E nem mesmo a cidade se alheia deste período conturbado e controverso: num espaço de duas semanas, aparentemente face a dificuldades financeiras e estruturais, Aveiro vê-se a braços com os anúncios de demissão do presidente do Beira-Mar e do director artístico do Teatro Aveirense.
Por último, como se já não houvesse conflitualidade suficiente, os Hipermercados e as grandes superfícies comerciais vêem os seus horários de funcionamento alargados aos Domingos e Feriados, entre a contestação laboral e do comércio tradicional. Não acredito que esta medida crie mais oito mil postos de trabalho como afirma o sector (traz é mais esforço e sacrifício aos trabalhadores existentes), como também não ache que este alargamento prejudique o comércio tradicional, face à falta de protecção e apoio, para além do claro desnível concorrencial do mercado. O que acredito é que este alargamento deveria ter sido sujeito a um estudo aprofundado (inclusive, face à nova realidade económico-financeira) que tivesse em conta áreas social, económica, laboral e de sustentabilidade.
Nestes tempos conturbados, há a certeza que o final de 2010 e o arranque de 2011, mesmo que em pleno Inverno, vão “aquecer” o País, as famílias e os cidadãos… mesmo que para nosso descontentamento.

Últimas descobertas literárias

Mortinho para o ter nas mãos (pode ser que alguém se lembre de...)
Uma das preferências nas prateleiras cá do "ninho".
 
 
Marina
de Carlos Ruiz Zafón
A história inesquecível que precedeu “A Sombra do Vento”.
Já disponível na Wook, por exemplo.











Também na Wook, já está disponível a mais recente obra de Mario Vargas Llosa










Por fim... 
Sôbolos Rios que Vão
António Lobo Antunes
Entre fragmentos da morte, da doença e da vida...

Economia emergente. Pena não ser a portuguesa!

A questão orçamental continua na agenda mediática da política nacional.
O PCP, BE e CDS já anunciaram o seu sentido de voto: pelo Estado e por Portugal - CONTRA!
O PSD, contra algumas expectativas (as minhas, por exemplo), preferiu o "harakiri" político com um verdadeiro "tiro no pé": a via negocial que mais não é do que pagar a meias uma factura que não lhe pertence. Reduzindo a nada o seu espaço político e a sua capacidade de afirmação como alternativa governativa.
Mas enquanto decorrem as rondas (que mais parecem processos judiciais, agora que entram os "recursos") com a apresentação de documentos importantes e relevantes de última hora, há uma questão que merece destaque.
Aumentaram os impostos, reduziram os benefícios fiscais, falham as ajudas ao tecido empresarial, diminuiu o poder de compra e aumentou o endividamento familiar. Não há medias eficazes no combate ao desemprego e no apoio ao emprego.
O que há é um claro erro de análise dos comentadores e personalidades políticas, dos analistas económico-financeiros, dos jornalistas da área: este Orçamento de Estado para 2011 vai fazer crescer a economia.
O País (as famílias) vai poupar de tal forma que vai provocar aumentos claros e evidentes nos negócios (lojas) chineses e indianos. Aí não há qualquer dúvida! É a economia a crescer...
E depois ainda há quem ache que a abertura dos hipermercados aos domingos à tarde é que aniquila o comércio tradicional!!!!

Semana Quente em Aveiro...

Por mais que as condições meteorológicas revelem um Outono inconstante mas já a tender para o fresco, acontece que Aveiro teve uma semana quente.
De repente a Cidade tornou-se duplamente demissionária.

Primeiro foi Mário Costa, Presidente da Direcção do Sport Clube Beira Mar, em plena Assembleia-Geral a apresentar a sua demissão: "Beira-Mar: Presidente demitiu-se e pede eleições antecipadas" (fonte: Notícias de Aveiro)

No final desta semana, surpreendentemente (se calhar até para o próprio, face aos argumentos apresentados), Pedro Jordão, Director-Artístico do Teatro Aveirense entrega as "chaves" da casa: "Director do Teatro Aveirense apresentou demissão" e "Pedro Jordão justifica demissão do Teatro Aveirense" (fonte: Notícias de Aveiro)

A decepção orçamental...

O PCP foi o primeiro partido indicar oficialmente o seu sentido de voto para o debate sobre o Orçamento do Estado para 2011. Segui-se-lhe o BE.
Curiosamente (ou não) o "sentido de Estado" foi o mesmo: CONTRA!
Apesar de Paulo Portas ter anunciado no facebook que amanhã (Sábado - dia 23.10.2010) anunciaria oficialmente o sentido de voto do CDS, o jornal Expresso antecipa o anúncio da decisão... esta verdadeiramente curiosa: CONTRA!
Portanto, resta a decepção política orçamental do momento... por mais esperanças que eu tivesse, expressas aqui, aqui, aqui e aqui, Pedro Passos Coelho deu um verdadeiro "tiro no pé": o sentido de Estado deveria estar presente na confirmação do discurso, nas convicções, na afirmação como alternativa governativa. E não assumir uma factura que não pertence ao PSD, ter um discurso e assumir uma posição política parlamentar contrária.
Se o Orçamento é péssimo, se em nada contribui para a melhoria das condições sociais, da sobrevivência da economia e do combate à crise, para quê negociar condições que não trazem mais-valias significativas e apenas "colam" o PSD a este "crime orçamental", transformando o partido num cúmplice governamental.
Enfim...

Orçamento: A questão essencial…

Publicado na edição de hoje, 21.11.2010, do Diário de Aveiro.

Cheira a Maresia!
Orçamento: A questão essencial…


Do ponto de vista político-partidário resta ainda a incerteza quanto à viabilização do Orçamento de Estado para 2011. O mesmo será dizer que termos de aguardar, para já pelo impacto que as condições de viabilização resultantes do Conselho Nacional do PSD terão no PS e no Governo, e, por outro, o retorno ao PSD das reacções socialistas e do executivo da nação.
Desde que o tema do Orçamento entrou mais fortemente na agenda política que muitas vozes vêm defendendo o “sentido de Estado”, sem no entanto definirem claramente o que tal significa: se tal significa uma viabilização orçamental, mesmo que isso significa aprovar um Orçamento que afunde ainda mais o País, para além de ceder à pressão dos mercados e política financeira europeia (o que leva a uma entrega “de mão beijada” da nossa autonomia e soberania, cada vez mais debilitadas); ou se, por outro lado, a exigência do “sentido de Estado” tem a ver com a responsabilidade política, com a coerência de convicções e discursos, com a capacidade de afirmação de alternativa ao actual estado caótica da nação (com a consequente promoção do maior valor democrático que reside na opção de escolha e no poder de decisão, por via do voto, do povo português).
É que o tal apelo ao sentido de estado já foi, por dois partidos com assento parlamentar, anunciado e afirmado… PCP e BE já revelaram o seu “sentido de Estado”: “CHUMBO”, clarificando as suas políticas e convicções.
Caberá agora ao PSD assumir de demonstrar aos portugueses a sua condição de alternativa governativa, não correndo o risco de “pagar” o ónus de uma factura que não é a sua e com a qual discorda: um péssimo Orçamento que deixará o País num estado caótico.
E porque este Governo já demonstrou não ter capacidade de diálogo, de cedência, de humildade política suficiente para aceitar opções alternativas na gestão do País. Já o demonstrou enquanto maioria… confirma-o enquanto minoria parlamentar.
Apetece ter o atrevimento humorístico (mesmo que os tempos não sejam de brincadeira) de transpor a realidade para as recentes eleições brasileiras: “Não vote no ‘tiririca’ (orçamento), porque pio que tá já num fica”…
Mas a questão orçamental não é só um confronto político-partidário. É, de facto, uma questão de sentido de Estado: a necessidade de salvar o País e de pensar, de uma vez por todas, nos portugueses.
Naqueles que vêm os seus salários serem reduzidos; a diminuírem as prestações sociais; a ver o Estado repelir as suas responsabilidades sociais; a diminuírem as deduções ficais; a aumentarem os impostos; aumento dos preços… a piorar a sobrevivência financeira das famílias.
Naqueles que sentem, nos seus rendimentos, nas suas poupanças, na sua gestão financeira familiar, um Estado fixado e vidrado num objectivo estratégico: a mera captação de receitas para alimentar despesismos governamentais. Veja-se, a título meramente exemplificativo, a mais recente inovação da actualização da listagem portuguesas de taxas: o aumento em 30% da taxa de televisão/radiodifusão.
Naqueles que, diariamente, sentem um Estado cada vez menos justo (os sacrifícios não são repartidos com justiça), menos harmonizado (crescimento das disparidades sociais), e menos transparente (por exemplo, em 2010, Finanças estão a cobrar mais IRS do que o devido pelo facto das tabelas de retenção na fonte estarem inflacionadas).
Isto resultará em impactos sociais diversos mas, claramente negativos, como o aumento incontrolável da contestação, do crime e da violência.
Se do ponto de vista político-partidário, entre um péssimo orçamento é preferível não ter nenhum, salvando o País de um naufrágio “titânico”, a questão essencial da aprovação ou não do Orçamento de Estado para 2011 será, no entanto, outra: e quem salvará os portugueses do seu eminente naufrágio?!
Porque mesmo com a aprovação do Orçamento, o (des)Governo de José Sócrates não tem condições para governar.

Triângulo Presidencial... parte II

No seguimento do que expus em Triângulo Presidencial, nada melhor que a confirmação de que em política vale tudo menos ter coerência e assumir convicções.

O BE anunciou hoje o voto contra a proposta de Orçamento do Estado para 2011 do Governo.  (fonte: SIC on-line).
Assim sendo, como é que fica a posição política de Manuel Alegre e o apoio do PS à sua candidatura?!


Porque, para já, BE e PCP já definiram claramente o "seu sentido de Estado": CHUMBO!

Triângulo Presidencial...

Um triângulo político com distintos ângulos e que coloca mais interrogações (para além de eventuais "dores de cabeça").

O Orçamento de Estado para 2011 face à sua importância que tem para a economia e as finanças do País, à bandeira governativa, e ao peso que representa numa eventual crise política e, eventualmente, nas próximas eleições presidenciais, tem apoiantes e opositores.
E nesta perspectiva, os apoios ou a oposição ao orçamento revestem-se politicamente de um peso, convicção e importância acrescidos. Além disso, determinantes para posicionar um partido ou uma personalidade a favor ou contra o governo.

A ética e a coerência políticas, estão, de facto, demasiadamente degradadas na nossa política de hoje.
Vejamos...

O Orçamento de Estado para 2011 é da responsabilidade do Governo e conta apenas com o apoio inequívoco do PS.


Alegre diz que consigo na Presidência não haveria banqueiros a mediar o Orçamento (referindo-se a Passos Coelho, esquecendo - como lhe convém - o Ministro das Finanças). (fonte: SIC on-line)

Sendo  Manuel Alegre, candidato presidencial, apoiado pelo PS e BE...
Há aqui algo que não bate certo, por ser do mais contraditório que se possa imaginar.

Coerências... portanto!

Pedro e o Lobo... no Teatro Aveirense com Victorino d'Almeida.


"Pedro e...  o Lobo"

Domingo, 24 de Outubro · 16:00 - 17:30
Teatro Aveirense - Sala Principal (bilhetes a 4 euros)

Um dos momentos altos da programação musical do Teatro Aveirense, neste último trimestre, é uma das obras icónicas da história da música clássica com a condução e os comentários do maestro António Victorino de Almeida, músico e comunicador de carisma invulgar.
Com interpretação da Orquestra Filarmonia das Beiras, "Pedro e...  o Lobo" é uma obra tão bela quanto acessível, sendo uma excelente iniciação na música clássica, particularmente indicada para crianças ou para um momento partilhado em família. Um espectáculo incontornável claramente para todos.

Bichofonia Concertante, no Teatro Aveirense

 
"Bichofonia Concertante"
 
Sábado, 23 de Outubro · 16:00 - 17:00
Teatro Aveirense - Sala Principal (bilhetes a 4 euros) - público infantil
 
Concepção: Companhia de Música Teatral
Música, Texto e Direcção Artística: Paulo Maria Rodrigues
Animação Visual: João Raposo.
 
"Bichofonia Concertante" é uma trilogia constituída por fábulas musicais da "Enciclopédia da Música com Bicho", uma publicação da Companhia de Música Teatral que reúne um conjunto de histórias humanas vestidas com pele de bicho, cuidadosamente preparadas por uma companhia experiente para as crianças a que primeiro se dirigem. Invadindo territórios musicais variados, a "Bichofonia Concertante" agita tiques de tradição clássica numa série de quadros sucessivos à volta da vida dos animais com grande colorido e fina ironia literária num espectáculo musical com projecção de imagem e movimento. Espécie de versão de bolso de um grande projecto anterior apresentado na Casa do Artista, em Lisboa, e na Casa da Música, no Porto, as histórias com música que integram esta obra têm sido recebidas com entusiasmo pelas crianças mas também por adultos, que reconhecem no universo musical "bichofónico" um catálogo irónico e subtil da condição humana.

Pressões Presidenciais...

Publicado na edição de hoje, dia 14 de Outubro, do Diário de Aveiro.

Cheira a Maresia
Pressões Presidenciais


Tal como referi na passada semana, ficaria para hoje o envolvimento do processo eleitoral presidencial na problemática da aprovação ou não do Orçamento de Estado para 2011.
Apenas uma referência breve ao texto da passada semana (“Viabilizar ou não… eis a questão”), para mencionar que me parece curioso que se coloque (como quase todos os ilustres da nação) a questão e a pressão do sentido de Estado apenas no PSD, só pelo facto de ser o maior partido da oposição e, com o seu sentido de voto, poder viabilizar ou não o Orçamento. É o mesmo que afirmarmos que os outros partidos com assento parlamentar ou não têm sentido de responsabilidade de Estado ou o seu papel institucional não serve para nada. Ou ainda, que aos mesmos (e ao contrário do que sucede com o PSD) seja permitido o exercício do sentido de voto de acordo com as suas convicções, afirmações, políticas e ideologias, mesmo que nelas não se vislumbre o tal sentido de Estado e a responsabilidade perante o peso institucional e fiscalizador da Europa.
É caso para dizer que, “não há moralidade, nem comem todos!”
Regressando à viabilização do Orçamento para 2011, continuidade prometida no texto do passado dia sete, uma das razões políticas que, eventualmente, poderá condicionar a posição do PSD é o processo eleitoral para a Presidência da República, marcado para o dia 23 de Janeiro.
Recentes afirmações de Pedro Passos Coelho dão-nos conta de que o presidente social-democrata não apresenta (ou não apresentou) nesta altura uma moção de censura ao governo pela aproximação das presidenciais e respectivo timing, embora me pareça que o PSD já o poderia ter feito, enquanto teria impacto político (com a possibilidade de marcação de eleições antecipadas por parte do actual Presidente da República), e face aos comportamentos do governo da nação republicana.
Se a questão da moção se percebe no contexto actual, já em relação ao Orçamento o que referi na semana passada, mantenho com o mesmo espírito crítico.
Não me parece que o PSD tenha de ficar refém de um eventual impacto nas presidenciais de uma demissão governativa de José Sócrates por diversas razões: Cavaco Silva ainda não se apresentou como candidato (e embora o entendimento geral seja da sua recandidatura, nada está tido como certo), um candidato do espectro político à direita do PS pode beneficiar eleitoralmente de uma hipotética “crise política” (pior que a que existe, neste momento, não deve haver), e há uma necessidade clara do PS, BE e Manuel Alegre fundamentarem a suas opções e convicções, quando são conhecidas as divergências face às medidas económicas e sociais preconizadas pelo governo socialista, nesta altura. Algo que o BE sempre contestou, algo que Manuel Alegre usou, em diversas ocasiões, como argumento discursivo na campanha eleitoral anterior (que o opôs precisamente ao PS e a Mário Soares), e algo que o PS assume como bandeira política das suas medidas sociais e económicas.
No fundo, trata-se para o PSD e para Passos Coelho de uma questão de coerência de discurso, de imagem e de construção de uma alternativa para o País.

Patetices presidencialistas...

Manuel alegra está numa verdadeira encruzilhada dogmática e existencial. E isso turvou-lhe o raciocínio e o discernimento... para ser "manso".
Para camuflar o desaire que se prevê frente a uma recandidatura de Cavaco Silva, para disfarçar o incómodo do apoio de dois partidos em clara rota de colisão e com distintas visões da política e da sociedade, já para não falar do antagonismo de posições sobre o Orçamento e as medidas de combate à crise financeira entre PS e BE, para fugir a uma posição clara sobre o país (não vá ver retirado o "tapete" do apoio socialista), Manuel Alegre, sem qualquer tipo de pudor e com todo o topete, sem qualquer noção do ridículo, num verdadeiro tiro no pé, afirmou, na abertura da sua sede de campanha eleitoral (curiosamente com mais figuras bloquistas que socialistas), em Lisboa: "ter informações de que estão a ser recrutadas crianças em escolas para levarem “bandeirinhas” para as visitas do Presidente da República a determinados concelhos do país." (fonte: Público on-line).
Para além do ridículo da afirmação, Manuel Alegre esqueceu-se que mais inaugurações escolares tem feito a Ministra da tutela educacional e o Primeiro-ministro (e aí, já não há criancinhas?!).
Por outro lado, Manuel Alegre esqueceu-se que a(s) escola(s) inaugurada(s) estava(m) relacionada(s) com as comemorações do Centenário da República (Alegre queria o quê?! Bandeiras da Monarquia?!).
E Manuel Alegre já se esqueceu dos casos escolares com o Magalhães ou das inaugurações de Unidades de Saúde fantasmas?!
É notório o desespero, a falta de argumentação, de discurso... mas acima de tudo, uma sede de poder histórica!
Enfim... tristes patetices....

Eleições Presidenciais 2011


O Presidente da República, Cavaco Silva, marcou hoje a data das próximas eleições presidenciais: 23 de Janeiro de 2011.
Oficialmente, a campanha eleitoral arranca a 9 de Janeiro.

No site oficial da Presidência da República a informação é, como se ousa dizer, "curta e grossa":
Presidente da República marcou eleições presidenciais para 23 de Janeiro de 2011
A propósito da marcação da data em que vão decorrer as próximas eleições presidenciais, a Presidência da República divulga a seguinte nota:"Nos termos constitucionais e legais, o Presidente da República fixou o dia 23 de Janeiro de 2011 para a realização das eleições presidenciais".

Vai começar a festa republicana...

Para já a corrida eleitoral tem, na linha de partida, Manuel Alegre (PS e BE), Fernando Nobre (independente), Francisco Lopes (PCP) e Defensor de Moura (independente). Quem faltará mais?!

Simbologias reais...

A democracia tem símbolos, tem história, tem rostos.
Pessoalmente, a "minha" democracia tem dois: Adelino Amaro da Costa e Francisco Sá Carneiro (por vivências antigas, pela ordem apresentada).
Pena é que a democracia ainda não tenha tido a coragem de dignificar uma parte importante da sua história.
Mesmo com algumas importantes tentativas.

(fonte: Rádio Renascença on-line)
A primeira biografia de Adelino Amaro da Costa, fundador e dirigente do CDS-PP, chegou hoje (11.10.2010) às livrarias.
Da autoria de Maria do Rosário Carneiro e da jornalista Célia Pedroso, com prefácio de Mário Soares, o livro conta a vida do ministro da Defesa de Sá Carneiro que morreu, tal como o então primeiro-ministro, no desastre de Camarate, em 1980.
Nesta biografia destaca-se naturalmente a vida política de Adelino Amaro da Costa
Amaro da Costa, apesar de ser um político de excelência, não vivia apenas para a política. A outra faceta do homem também é apresentada nesta biografia, como o facto de gostar de sapateado, de tocar piano e de cantar ou de fazer imitações.
A biografia de Adelino Amaro da Costa, editada pela Casa das Letras e a partir de hoje  (11.10.2010) nas bancas, tem prefácio de Mário Soares, que apesar de pertencer a outra família política, o PS, era um amigo de do antigo ministro.

Repórter TVI - O Céu Visto da Terra

Uma reportagem de Ana Leal. Um excelente reportagem... (aguarda-se por disponibilidade do vídeo).
Já imaginou se, de um dia para o outro, ficasse a saber que tem uma doença terminal e que essa mesma doença lhe iria provocar sofrimento até ao fim?
Em Portugal, a eutanásia e o suicídio assistido são proibidos e, por isso, são considerados crime de homicídio. O debate impõe-se numa altura em que se sabe que 39% dos médicos oncologistas defendem a legalização da eutanásia. É um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto que associa o facto à ineficácia dos cuidados paliativos em Portugal.
Morrer com dignidade é ainda uma miragem. Morre-se sozinho, longe de casa. Outros ficam à espera de uma vaga numa das 20 unidades de internamento de cuidados paliativos. Seriam necessárias pelo menos 100.
Para os que podem pagar, a alternativa é morrer em países como a Suíça, onde o suicídio assistido é permitido. Sabe-se que há já, pelo menos, sete portugueses inscritos na associação "Dignitas", uma associação Suíça que pratica o suicídio assistido com cidadãos estrangeiros.
"O Céu Visto da Terra" traz-nos depoimentos lúcidos, corajosos de quem quer apenas morrer com dignidade. Uma reportagem da jornalista Ana Leal, com imagem de Júlio Barulho e montagem de Pedro Cordeiro, emitida neste dia 11 de Outubro, em Repórter TVI. (fonte: TVI on-line)

É o que dá comer muito queijo...

e meter-me em muitas alhadas ao mesmo tempo: trabalhar (AM), dar aulas (Comunicação Institucional), mestrado (Comunicação Multimédia) e pós-graduação (Direito da Comunicação, Faculdade Direito da Universidade Coimbra).
E ainda ter tempo para "alimentar" o ego (neste espaço desdobrado) com dissertações, mais ou menos acertadas, sobre tudo e, às vezes, sobre nada; mais ou menos relevantes ou sem qualquer interesse; com olhar crítico sobre a vida... o meu olhar crítico!
É que, inexplicavelmente, esqueci-me... eu repito: ESQUECI-ME QUE O DEBAIXO DOS ARCOS FEZ ONTEM 5 ANOSSSSS!

10 de Outubro de 2005  -  10 de Outubro de 2010 é só fazer as contas...
5 anos "Debaixo dos Arcos"!

Mesmo atrasados... Parabéns a mim!!!!


Companhia Nacional de Bailado no Teatro Aveirense

O Teatro Aveirense apresenta "Savalliana", de Rui Lopes Graça - Companhia Nacional de Bailado
Domingo, dia 10 de Outubro. Sala Principal às 17:30 Hm (Bilhetes de 12 euros).

A partir do universo musical do compositor Jordi Savall (com uma sequência musical seleccionada por Rui Vieira Nery), Rui Lopes Graça abraçou aquele que foi reconhecidamente um dos maiores desafios do já longo percurso do coreógrafo português. Com cenografia de João Mendes Ribeiro, "Savalliana" reflecte as relações entre o grupo e o indivíduo, entre a unidade e a fragmentação, numa lógica constante de construção e de desconstrução que está tão presente no gesto coreográfico como no próprio processo de criação do espectáculo. Uma coreografia belíssima com o selo de qualidade da Companhia Nacional de Bailado, que aqui regressa finalmente a Aveiro.

Ficha Artística
Coreografia: Rui Lopes Graça
Sequência Musical: Rui Vieira Nery (sobre interpretações de Música Ibérica dos séculos XVI e XVII dirigidas por Jordi Savall)
Cenografia: João Mendes Ribeiro
Figurinos: Vera Castro
Desenho de Luz: Daniel Worm d’Assumpção
Duração aproximada: 1:00 Hm sem intervalo

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