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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Até sempre...

Afastei-me do Basquetebol (após 18 anos como treinador) em 2008. Por razões pessoais, por desilusão... porque sim! Felizmente isso não significou o afastamento de muitos amigos conquistados.
Há, obviamente, quem tenha tido a oportunidade de o conhecer e com ele conviver durante mais anos.
No entanto, nesses 17 anos só me lembro, felizmente, do seu amor e paixão pela modalidade, a sua entrega, o seu companheirismo e a sua amizade.
Neste dia o basquetebol fica mais pobre, mas também o meu "rol" de amigos.
Até sempre Rodrigo... Obrigado por tudo!

Um exemplo (dos bons, por sinal).

Nunca consegui perceber, nem encontrar nenhum estudo que comprove o efeito que as iluminações de Natal têm no aumento ou diminuição do volume (VOLUME mesmo) de compras natalícias.
Como se cada um dos cidadãos fosse "iluminado" por uma lâmpada azulada qualquer que influenciasse as suas opções de compra.
E em tempos de crise.... todas as "migalhas" contam.
Apesar da regra ainda há excepções com alternativas louváveis.
É o caso da autarquia da Figueira da Foz. (fonte: Expresso on-line)

Quem avisa...

É por demais evidente a pressão externa (seja da União Europeia, seja da Alemanha, seja dos próprios mercados - já que a taxa de juro não baixa dos 7% - seja igualmente por desejo de muitos dos portugueses) para que Portugal recorra ao fundo de emergência europeu e aceite a presença do FMI para regular as finanças nacionais.
Acresce que a edição alemã do Financial Times afirma hoje: "Depois da Irlanda, vem Portugal. Palavra de jornal alemão. De acordo com a edição de hoje do Financial Times Deutschland,  o Banco Central Europeu e a maioria dos países do Euro estão a pressionar o Governo de José Sócrates para pedir auxílio ao fundo de resgate europeu e ao FMI."DN on-line) (fonte:
Se é certo que a realidade da Irlanda, com a banca totalmente falida, não é a mesma que a de Portugal, o mesmo não significa que a realidade económica, financeira e social portuguesa seja melhor que a irlandesa. Esta é uma verdade que é preciso não escamotear.
E as respostas que surgiram por parte do Governo Português, da União Europeia e de Durão Barroso fazem recordar realidades futebolísticas: quando um Presidente afirma que o treinador, em situação de crise, tem 200% da confiança da direcção, normalmente, passadas duas semanas está despedido.
Portanto... mais vale prevenir que remediar.
E quem nos avisa, nosso amigo é!

Em flecha...

Segundo os dados difundidos pelo Instituto Nacional de Estatística, durante o terceiro trimestre (Julho, Agosto e Setembro), a taxa de desemprego atingiu o máximo histórico de cerca de 10,9%, correspondendo a perto de 610 mil portugueses sem trabalho.
Sendo este período, por força do período de Verão e do aumento da oferta turística, uma altura em que prevalece o emprego sazonal e temporário, estranha-se que a Ministra do Trabalho tenha referido que o aumento da taxa de desemprego para os 10,9 por cento no terceiro trimestre não implica uma revisão da meta para 2010 e lembrou que o crescimento neste período é habitual. (fonte: Público on-line)
Contrariando esta afirmação e convicção ministerial, o Ministro das Finanças afirmou que "o desemprego é o "problema mais sério" da economia portuguesa" (fonte: DN Economia).
Mesmo que Teixeira dos Santos afirme que o desemprego é uma variável económica que o governo não consegue controlar, é certo que as medidas e as políticas de recessão apresentadas pelo Governo não promovem a justiça social, a equidade, o desenvolvimento económico, o apoio às PME's, o controlo da despesa e encargos sociais.
De outra forma é governar em cima do joelho, na incerteza e no sabor do vento e das circunstâncias.
Isso já deu provas "mais que provadas" que apenas serve para gerar pobreza e insatisfação social.

Ora agora mentes tu... ora agora minto eu!

O Governo está em maré de desencontros, desacertos, incoerências... já para não falar numa total desagregação de convicções, políticas e medidas!
No fundo, uma ausência de estratégica e de sentido colectivo.
O Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações informava, publicamente, o país (e provavelmente Espanha) que o TGV avança logo no princípio de 2011, quer com a ligação a Madrid (Poceirão), quer com a ligação Lisboa-Poceirão, incluindo a terceira travessia sobre o Tejo.
Segundo uma nota de hoje da Agência Lusa, o Ministro Teixeira dos Santos afirmou que o "acordo com o PSD, sobre o TGV, será para cumprir" (resultado dos processo de negociação do Orçamento do Estado para 2011).
Ora este acordo prevê uma reavaliação de projectos como o TGV, concessões e outras obras públicas. Onde se inclui as parcerias público-privadas.
Ou seja... um diz "mata" o outro prefere "esfola".

Retrospectiva de Helder Bandarra: "50 anos de Arte"

Até ao dia 5 de Dezembro está patente na Galeria do Edifício-sede da Assembleia Municipal de Aveiro (antiga Capitania) a retrospectiva da obra de Hélder Bandarra: "50 anos de Arte".
A exposição pode ser visitada de Terça a Sexta-feira, entre as 14.00 e as 18.00 Hm, e aos Sábados, Domingos e Feriados das 15.00 às 19.00 Hm.
Ao mesmo tempo há espaço e oportunidade para descobrir o livro “Hélder Bandarra – O percurso do Artista”.

Resumo da semana - 14.11.2010

Publicado na edição de ontem , 14.11.2010, do Diário de Aveiro.

Cambar a Estibordo...
A semana em resumo.


Sobe e Desce!
Os mercados reagiram com alguma penalização à divida pública portuguesa e à sua desconfiança face ao Orçamento e à sua execução.
No âmbito dos leilões realizados, os juros da dívida pública a 10 anos (obrigações do tesouro) oscilaram entre os 6,7% e o máximo histórico de 7,5% (valor acima do qual (7%) o Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos fixou como meta limite para a interferência do FMI nas finanças nacionais), tendo-se fixado, no final da semana, nos 6,8%.
Apenas a Irlanda registou uma ligeira subida da dívida a 10 anos, tendo-se mantido estável nos restantes países europeus.
Mesmo tendo-se fixado abaixo da referida barreira dos 7%, para muitos especialistas a realidade económico-financeira portuguesa não está longe do cenário grego e não afasta de todo a intervenção do Fundo Monetário Internacional, independentemente da aprovação ou não do Orçamento ou da sua execução. Por mais que o Governo se esforce por sustentar uma realidade distinta.
Por outro lado, a fixação da meta de redução do défice nos 4,6% (sem a tentativa de negociação deste valor junto da União Europeia) provocará uma inevitável recessão económica (recorde-se que o Governo sustentou um crescimento em cerca de 0,2%, num cenário claramente optimista), com consequências ao nível social, do desemprego, da segurança, do desenvolvimento e coesão nacional.
Se existem alternativas?! Claramente que sim… a negociação do faseamento de redução do défice e outras medidas de redução da despesa pública e do aumento das receitas. Penalizando menos as famílias, os cidadãos (os do costume) e as empresas (nomeadamente as PMEs).
Portugal vs 中國(China)
A semana ficou marcada pela visita oficial a Portugal do Presidente da República Popular da China, Hu Jintao.
Na bagagem, à parte a demagogia diplomática e a instalação/reforço de mais “centros comerciais made in china”, Pequim levou dívida portuguesa, aumentou investimento em sectores nacionais vitais (edp, banca, …), e tratou de reforçar o seu papel estratégico de economia emergente (para além de resolver o problema do excesso de divisa externa).
De fora… muito de fora, ficaram questões tão ou mais importantes como os direitos humanos, a exploração do trabalho infantil.
Estatística (I)
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico – OCDE fixou, para o mês de Setembro, a taxa de desemprego em Portugal nos 10,6%, estabilizando o número de portugueses sem emprego. Isto à saída do tradicional período de trabalho sazonal e esporádico, referente ao período de Verão.
E apesar dessa (falsa) estabilidade, Portugal ocupa o quinto lugar no ranking da taxa de desemprego dos países da OCDE, onde a média ronda os 8,5%.
Estatística (II)
Segundo a sondagem realizada para o Expresso, SIC e Rádio Renascença, o barómetro deste mês da Eurosondagem revela, após a aprovação do Orçamento do Estado para o ano de 2011, que o PSD ganha perto de sete pontos percentuais em relação ao PS (36.9% contra 30%), fruto de um aumento nas intenções de voto dos portugueses nos sociais-democratas (1.6%) e a queda de popularidade dos socialistas (7%).
Os dados revelam igualmente o posicionamento do CDS.PP como terceira força política (9.3%), à frente do BE (9.2%) e do PCP (8.8%).
Mas o estudo da Eurosondagem divulga ainda o facto curioso de a maioria dos eleitores afirmar ter a convicção que em 2011 haverá eleições legislativas (57.7% dos portugueses inquiridos), apesar dos apelos do Presidente da República, do Governo e do PS, de alguns sectores da economia nacional.
E independentemente da não realização de eleições antecipadas, é certo que a maioria dos portugueses (perto dos 55%) desejam alterações governamentais, sendo que cerca de 51% entende que o Partido Socialista deveria apresentar outro Primeiro-ministro e afastar Sócrates do poder.
Boa Semana…

Até Onde?!

Publicado na edição de hoje, 11.11.2010, do Diário de Aveiro.

Cheira a Maresia
Até onde?!


Um dos argumentos utilizados na fundamentação da necessidade de um acordo e viabilização do Orçamento do Estado para 2011, para além do sentido de Estado, era a necessidade de “acalmar” e criar confiança nos mercados externos, protegendo a economia e resguardando a divida pública de uma escalada dos juros.
Acontece que, para além da contestação social que se vive na sociedade portuguesa, nem os juros estagnaram ou diminuíram (bem pelo contrário – atingiram a fasquia dos 7% tão mencionada pelo Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos), nem parece ter havido o mínimo de confiança dos mercados financeiros e económicos, excluindo a posição chinesa de combater o seu excesso de divisa e posicionar-se no mercado face à sua dependência do dólar americano.
E isto porque teria sido preferível a certeza de uma realidade concreta resultante do chumbo orçamental, do que a imagem transporta para os mercados e Europa de incerteza e indefinição quanto à estabilidade governativa, com as ameaças de demissão, de moção de censura ou da teimosia do Primeiro-ministro contra uma desejável remodelação do seu executivo.
Mas para além das incertezas que continuam a pairar sobre a execução orçamental ou o cumprimento das metas a atingir, mantêm-se a ambiguidades e as indecisões quanto às medidas que foram aplicadas (e continuarão a ser) aos portugueses e às empresas para o combate ao défice e à crise.
Ambiguidades e indecisões que resultam na inconsistência das medidas, na sua falta de estruturação e estratégica global, da sua equidade e justiça… no fundo, da sua razoabilidade, consequências e proveitos práticos.
Semana a semana, são “disparadas” para os cidadãos, famílias e empresas, medidas avulsas, irracionais (porque injustas e não benéficas) que apenas têm como objectivo a preocupação do reforço matemático e financeiro (nem por sombras económico e social) do objectivo de cumprimento do défice nacional, num mero exercício entre “o deve e o haver”. Medidas que afectam quem trabalha, quem produz, quem tem mais dificuldades, quem em tempos de crise mais apoios necessita. Numa certeza de que piores dias ainda virão, pelo menos, nos três ou quatro anos que se seguem, sem perspectiva de retoma.
Medidas e políticas que demonstram o desnorte, a falta de rigor e ética, agravada com a insensibilidade social, no combate à crise e na estabilização e desenvolvimento da economia.
Para além das políticas e estratégias anunciadas como inerentes à execução do Orçamento, já tivemos os cortes de prestações sociais às famílias, os apoios ao ensino, as prestações complementares de saúde, os apoios às instituições e organizações de solidariedade social que realizam a função social que o Estado, cada vez mais, se desresponsabiliza, …, já para não falar das verbas/fundos comunitários devolvidos à União Europeia, por exemplo, no sector agrícola, como se o dinheiro fosse algo que não preocupasse os governantes (já que aos cidadãos preocupa e muito).
Com a incerteza do caminho a seguir, com a interrogação do “para onde caminhamos?”, parece hoje mais claro que entre a realidade que se vive e que se perspectiva e o amedrontamento face a uma eventual crise política, tinha sido preferível o esforço colectivo, equitativo, mas consistente e que projectasse um futuro para o país, resultado de um chumbo orçamental, de uma mudança governativa e do apoio no “limpar a casa” da União Europeia e do FMI.
Desta forma, nem se sabe para onde caminhamos, como, nem até quando Portugal (cidadãos, famílias e empresas) conseguirá sobreviver.

Entre o balançar e o cair...

O resultado das presidenciais de 2006 começa a pairar sobre a candidatura de Manuel Alegre.
A bipolarização dos apoios a Manuel Alegre (PS + BE) vão deixando marcas políticas e demarcando um fosso cada vez maior entre Cavaco Silva e Manuel Alegre, afastando e dissipando o cenário de uma segunda volta.
O discurso pouco consistente e convincente do histórico socialista não tem marcado uma agenda política, nem convencido o eleitorado, nomeadamente o socialista (recorde-se os socialistas apoiantes da recandidatura de Cavaco Silva).
E face ao afastamento político entre PS e BE, concretamente nas medidas sociais e no Orçamento de Estado, afigura-se difícil o equilíbrio de convicções, de posições e de afirmação de uma candidatura supra-partidária.
Aliás... essa tem sido, a par com um discurso distante das necessidades do país e dos cidadãos, a maior hecatombe da candidatura de Manuel Alegre: por um lado a necessidade de ter ao seu lado, em "estrada", o aparelho socialista e bloquista, por outro, a pedido dos dois partidos, uma ambiguidade ou independência ("supra-partidarismo") que não produz efeitos práticos (conquista de votos).
E o desespero tem sido notório ao ponto de Manuel Alegre defender a ideia de que as eleições presidenciais são mais importantes do que as legislativas (non sense completo e algo que o eleitorado não aceite nem compreende), de não conseguir rebater o posicionamento de Cavaco Silva (quer em relação ao Orçamento, quer em relação ao país e ao futuro, quer em relação às questões sociais), e de não conseguir convencer os cidadãos (mesmo os socialistas) do que reconhece poder ser um perigo para democracia (outra pérola da demagogia do seu discurso) "uma maioria, um governo, um presidente" (sonho de Sá Carneiro). O que parece, desde já, reconhecer uma eventual queda do governo de José Sócrates e de uma anunciada derrota nas próximas legislativas.

Participar...

Publicado na edição de hoje, 6.11.2010, do Diário de Aveiro.

Cheira a Maresia!
Participar…


Aveiro tem vivido, nos últimos tempos, algum desassossego sobre a participação cívica e o exercício do direito de cidadania.
Sendo certo que a estrutura sociopolítica portuguesa assenta na democracia representativa, nomeadamente através do voto, isso não invalida que a sociedade e o Estado (através dos seus organismos centrais e locais) promovam espaços de intervenção e participação dos cidadãos na vida pública (dando expressão ao conceito de “espaço público” de Habermas ou de José Gil).
Um dos mecanismos disponíveis denomina-se Orçamento Participativo e resulta na promoção do contributo dos cidadãos sobre o destino de uma fatia das finanças locais e dos recursos públicos disponíveis para investimento e projectos que desenvolvam os concelhos.
Esta forma de exercício do direito de cidadania permite que as comunidades locais caminhando no sentido da construção de uma democracia mais participativa.
Depois de surgir, em 1989, no Brasil o Orçamento Participativo tem vindo a ganhar espaço público por todo o mundo, e mais recentemente pela Europa.
Em Portugal este processo de participação cívica tem vindo a ser consolidado em autarquias como a de Lisboa, Palmela, São Brás de Alportel, entre outras.
Este contributo dos cidadãos é conseguido através do envolvimento crescente da população - individualmente ou através de associações cívicas – não substituindo a eleição directa do poder executivo, mas completando-a, na medida em que combina a democracia directa com a democracia representativa: com vista à satisfação das necessidades dos munícipes e na melhoria das competências autárquicas.
Deste modo, o Orçamento Participativo apresenta-se como um processo de intervenção dos cidadãos na tomada de decisão sobre parte dos investimentos públicos municipais que promove a participação aberta dos cidadãos; a articulação entre democracia representativa e directa; a definição das prioridades de investimento público de carácter mais geral, que se prendem com as necessidades sentidas pelos munícipes; e a transparência e flexibilidade do orçamento municipal.
Assim sendo, os aveirenses vão passar a ter, já a partir do próximo ano, um espaço concreto de participação, intervenção e decisão, que poderá ter a sua concretização prática no orçamento para 2012, a aprovar em finais de 2011.
Resta aos cidadãos e organizações do Concelho de Aveiro aproveitarem e usarem esta oportunidade fulcral para participarem na construção de um município melhor e mais desenvolvido, e que vá ao encontro das suas necessidades.
No dia 12 de Novembro, no auditório da Assembleia Municipal será dado o primeiro passo, que se espera de continuidade e de sucesso.

De olhos em bico...

Análise resumo (por dificuldades linguísticas) do primeiro dia da visita do Presidente da República Popular da China, Hu Jintao, a terras lusas (pelo menos a uma parte delas).
Contexto:
Portugal enfrenta com dificuldades uma das maiores crises financeiras da sua história, com os juros da dívida pública a subirem a um nível histórico (cerca de 6,4%) e com alguns nós financeiros por desatar, como por exemplo o incompreensível investimento no BPN.
Os portugueses,  face às medidas e políticas de austeridade implementadas, vão ter de fazer muitos sacrifícios, nomeadamente nas suas opções de compra (mais barato, mesmo que pior).
Factos:
Presidente da China visita Portugal e dispõe-se a aumentar as relações comerciais, bem como adquirir divida pública e investir no capital do BCP.
Consequências:
Portugueses trocam MacDonald's por restaurantes chineses.
Portugueses deixam de ir aos hipermercados (mesmo ao do Tio Belmiro). Lojas chineses proliferam e tornam-se roteiro obrigatório.
Portugueses abandonam banca nacional ou estrangeira, até agora a operar em Portugal. Transferem os seus depósitos para sistema bancário chinês = BCP. Os juros são mais baixos mas as taxas bancárias, os spreads, as comissões compensam...
Com o aumento exponencial da presença chinesa em Portugal, chinês torna-se terceira língua oficial portuguesa, ultrapassando o mirandês no ensino obrigatório nacional.
Os sete castelos da bandeira portuguesa podem, salvaguardando-se as cerimónias oficiais, ser substituídos por pagodes, perpetuando-se e reutilizando-se a maioria das bandeiras do Euro2004.
No que respeita aos direitos fundamentais, basta dar um saltinho à vizinha Espanha para respirar um pouco de "ar puro" e depois regressar.
As crianças vão trocar as Barbies e as PSP pelos Pokemon's e Tomagochi's. Acaba-se o imperialismo capitalista americano.
Em termos de desenvolvimento da economia portuguesa, vamos ver surgir a implantação de fábricas como a Nike, Adidas, Puma, Nikon, etc, que para além do claro combate ao desemprego, serão instaladas junto a centros educativos/escolas para servirem de prolongamento das actividades escolares/curriculares.

E acho que já chega de "chinesices"... porque já estou com os olhos em bico!!!

(des)Acordo...

No final da semana passada foi alcançado o Acordo, entre PS e PSD (mais concretamente entre Teixeira dos Santos e Eduardo Catroga), sobre o Orçamento do Estado para 2001.
Classificado como um mau orçamento, acabou reduzido a um orçamento possível, não desejado, mas necessário.
Esta posição do PSD, para muitos esperada, para outros desejada, não é, no entanto, conceptualmente pacífica.
Como já o referi sempre esperei ver uma posição mais sólida, mais corajosa, mais determinada e mais coerente com o discurso anunciado, consolidada no voto CONTRA este orçamento.
Na pior das hipóteses, sob a capa demagógica do sentido de Estado (como se a defesa dos cidadãos, das famílias, das empresas, do país, através do chumbo orçamental não fosse igualmente sentido de Estado), aceitaria a Abstenção, mas sem qualquer tipo de negociação (como defendia António Nogueira Leite) que cole o PSD a um Orçamento e a medidas políticas que sempre atacou e contrariou.
Sempre esperei ver um PSD a afirmar-se como alternativa política, como opção governativa e não numa posição de subserviência. Posição essa que daria um primeiro impasse negocial, no limiar da ruptura. Mas as negociações regressaram e, a par com um Conselho de Estado, o aperto de mão foi conseguido "in extremis".
E para quem argumenta que o não orçamento implica uma pressão externa dos mercados muito forte, após acordo orçamental está aqui a resposta.
Mas muitas questões ficam no ar, por ilucidar:
- Se as sondagens não tivessem sido tão esmagadoras para o PS, José Sócrates tinha autorizado o regresso às negociações?!
- Com este acordo o PSD manterá a diferença de intenções de voto, expressa nas mais recentes sondagens?
- O PS consegui manter o PSD refém desta posição política até ao próximo Orçamento (2012, final de 2011) escapando a um derrube no final do primeiro semestre de 2011?!
- Que argumentos terá Passos coelho e o PSD parlamentar para um eventual derrube do governo, após ter sido cúmplice de um Orçamento que a maioria dos portugueses e os partido rejeitam?!
- Não foi Pedro Passos Coelho que sempre afirmou que o PSD estava pronto para ser alternativa?! Porque não o assumiu?!
- Por uma única vez que seja, Alberto João Jardim não terá, finalmente, razão?! Não será preferível partir do zero, esperar uma entrada (que será sempre perspectivada) do FMI, do que confiar num governo que não dá garantias de assumir compromissos?!
- Para quê negociar o que às famílias e às empresas menos importa e significa: não há cortes salariais?; devolvem os abonos?; mantêm-se as deduções?; não reduzem as prestações sociais?; vai haver emprego?!
- Num Orçamento do Estado, negociar 500 milhões de euros, tem algum impacto?!
- As medidas propostas pelo PSD evitam medidas adicionais e novo PEC em 2011?!
Estas e muitas outras questões deixam mais dúvidas que certezas.
Ou, pelo menos, deixam a certeza de que o PSD não ganhará nada com esta negociação, o País não beneficiará nada com este Orçamento... apenas o Governo salvou a "face", internamente e na Europa.