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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Cerâmica Aveirense reveste espaços públicos


Valorizar e promover a cerâmica Aveirense, renovar o espaço urbano, potenciar a criatividade, divulgar a história e percursos históricos da cidade, são os principais objectivos do Concurso de Ideias lançado pela Câmara Municipal de Aveiro.



Valorizar a cerâmica Aveirense

A Câmara Municipal de Aveiro lançou um concurso de ideias para diversos espaços urbanos, valorizando a cerâmica aveirense e a história da cidade.
Zona do Cais da Fonte Nova (antiga área das fábricas Aleluia, Campos, Fonte Nova e Paula Dia, e respectivos barreiros), da Avenida 5 de Outubro e da Ponte Praça, oferecem espaços urbanos disponíveis para a promoção e divulgação da cerâmica, bem como a publicitação de trabalhos artísticos.
Associadas ao projecto da autarquia de Aveiro estão empresas como a Aleluia, Revigrés e Designi.

Resumo da Semana - 26.12.2010

Publicado na edição de hoje, dia 26 de Dezembro, do Diário de Aveiro.

Cambar a Estibordo...
A semana (natalícia) em resumo.

Combate à pobreza!
Face às circunstâncias económico-financeiras da sociedade, numa altura em que os recursos são insuficientes para fazerem face ao aumento das necessidades sociais de muitos cidadãos, há que inovar e encontrar novas formas de responder a uma crise que se agrava dia após dia.
Após a análise das diversas realidades europeias, o Observatório Europeu para os Sem-Abrigo concluiu que a continuação dos apoios temporários e pontuais, embora extremamente importantes numa fase inicial e transitória, apenas prolonga o problema e a situação, sendo inclusive razão para um aumento das despesas com os apoios sociais. Além disso, as pessoas necessitadas ficam “reféns” desses apoios (das redes de emergências, das instituições de solidariedade, entre outros) não alterando a situação do sem-abrigo.
O Observatório apela à necessidade de se encontrarem novas formas e novas políticas de apoio, adiantando, como exemplo sustentado, a importância para se encontrar primeiro uma alternativa “à rua”, concretamente com um lar, e depois a preocupação com os apoios (alimentação, saúde, emprego).
Esta proposta do Observatório Europeu está em consonância com a presidência belga da União Europeia que definiu o “combate “ à problemática dos sem-abrigo como uma prioridade comunitária.
Recorde-se que, segundo os dados mais recentes, são estimados cerca de oito mil sem-abrigo em Portugal.
Défice a quanto obrigas…
A expectativa é que será possível, no final deste ano, que o Governo consiga cumprir a meta anunciada de 7,3% para o défice.
Para bem de todos (cidadãos, instituições, empresas) bom seria que tal facto se verificasse.
Mas os números revelam simultaneamente outra face da realidade.
Apesar dos sacrifícios exigidos aos portugueses, fundamentados na necessidade de um esforço colectivo para salvar o país da bancarrota, a despesa do subsector do Estado cresceu acima dos 3%, contra os 2% (limite máximo) desejáveis.
Por outro lado, é bom relembrar (tal como aqui referi na passada quinta-feira) que para se atingir a meta dos 7,3% já em 2010, as receitas fiscais quadruplicaram, os apoios e benefícios sociais já diminuíram ou foram eliminados.
E se as previsões optimistas para 2010 apontam para valores do défice entre os 6,9% e os 7,1%, para a melhor das perspectivas (6,9%) importa referir que, se as medidas criam, nesta data, algum (bastante) desconforto e inquietação social, então, para que se atinja um valor abaixo dos 4,6% em 2011 (menos cerca de 2,5%), é importante que o país encontre formas de sustentabilidade e de riqueza, porque não serão os já anunciados cortes salariais e nas reformas, os aumentos de impostos, a diminuição dos apoios sociais e dos benefícios fiscais, o aumento dos preços dos bens essenciais, novas medidas e políticas laborais, que impedirão o Governo de “apertar” ainda mais o cinto e implementar novas medidas de austeridade.
Entre a realidade, o sonho e a sobrevivência!
Muitos portugueses ainda sonham com um mundo “cor-de-rosa”, com o viver acima da realidade e das posses, sem a consciência do futuro já imediato que se avizinha. E são muitos mesmo. Segundo o Banco de Portugal, nos meses de Setembro e Outubro deste ano, o crédito malparado aumentou cerca de 98 milhões de euros, e as famílias contraíram os mais diversos créditos aumentando o valor global em 147 milhões de euros.
E nem mesmo a tão badalada crise e as medidas de austeridade que irão ser impostas aos portugueses já em Janeiro de 2011 afastaram um Natal consumista. Segundo os dados da SIBS fornecidos à Agência Lusa, nos primeiros 21 dias deste mês de Dezembro (sem contar com o “par de meias” de última hora), os portugueses movimentaram (entre compras e levantamentos nas caixas de multibanco) quatro mil milhões de euros. Este valor representa, apesar da realidade, um aumento de cerca de 4% em relação ao ano de 2009.
E esta apatia e sensação de calma e, até, de indiferença em relação ao país real são preocupantes. Porque os cidadãos resolveram abster-se de assegurar o futuro, garantir a sustentabilidade social e familiar, no fundo, de garantir a sobrevivência face aos dados e factos conhecidos (Anuário Estatístico de Portugal do Instituto Nacional de Estatística referente a 2009 e divulgado no passado dia 23): os portugueses mais ricos ganham seis vezes mais que os portugueses mais pobres; o risco de pobreza em 2009 agravou-se em 36%; o Produto Interno Bruto – PIB diminuiu cerca de 2,6%; e o desemprego aumentou 2,8%, contrariando o que vinha a ser a tendência dos cinco anos antecedentes.
É importante que a sociedade crie consciência do que o amanhã a espera, porque as perspectivas apontam para anos difíceis, de muitos sacrifícios, de instabilidade social, do risco de aumento da pobreza e de situações de fome e exclusão.

Boa Semana… e continuação de Boas Festas!

Ephemeris IV...

Dia 25 de Dezembro de 1977 (há 33 anos) o cinema perdia um dos seus maiores ídolos e símbolos de todos os tempos, principalmente na chamada "era de ouro" do cinema norte-americano.
Charlie Chaplin falecia na Suiça, aos 88 anos de idade.

Há 27 anos - 25 de Dezembro de 1983, falecia em Palma de Maiorca um dos vultos da arte surrealista: o catalão Joan Miró.
A título de exemplo, ficam para a história obras como "O Carnaval de Arlequim", "Maternidade",  "Mulher e pássaro à luz da lua", e "El Gallo", sem esquecer a sua obra mais emblemática (ou mediática): "Números e constelações em amor com uma mulher".
Já perto do final da sua vida, Miró reduziu os elementos da sua linguagem artística a pontos, linhas, alguns símbolos e reduziu a cor, passando a usar basicamente o branco e o preto, acentuando mais a vertente naïf.



I feel good, I knew that I would now
I feel good, I knew that I would now
So good, so good, I got you



25 de Dezembro de 2006 (aos 73 anos) - Atlanta (Augusta), Geórgia

Ephemeris...

Há 21 anos a Roménia "rompia" com o seu passado e abria-se ao Mundo.
Mesmo que tivesse sido o único caso de um país do Bloco do Leste europeu a prescindir do regime comunista com um fim violento.
25 de Dezembro de 1989, Târgovişte - Dâmboviţa (Roménia).
Nicolae Ceauşescu e a sua esposa Elena Petrescu eram executados, terminado desta forma dramática 22 anos de ditadura.


A pobreza e a política...

Publicado na edição de hoje, 23 de Dezembro, do Diário de Aveiro.

Cheira a Maresia
A Pobreza e a Política!


Várias vozes fazem-se ouvir criticando o recurso à temática da pobreza no discurso político (nomeadamente nas dirigidas ao Presidente da República).
Mas o que os cidadãos e eleitores mais precisam e necessitam de ouvir é a política falar verdade, ser real e concreta, tocar os verdadeiros problemas que assolam o país, a sociedade, as comunidades e as famílias.
Numa altura em que a crise antecipou as medidas de austeridade e dos sacrifícios (a redução do défice verificada no mês passado – Novembro, em cerca de 181,4 milhões de euros, resulta de uma menor comparticipação social do Estado, de um aumento da carga e das contribuições fiscais) para que o Governo mantenha a meta da redução orçamental para os 7,3% nesta ano e os 4,6% para 2011 (estando já previstas novas medidas de combate à crise para implementar no próximo ano: congelamento das pensões), numa altura em que a economia não se desenvolve, o desemprego não diminui, o endividamento empresarial e familiar aumenta, as respostas sociais são cada vez mais necessárias e precisas, não há outro discurso que mais interesse aos cidadãos que o do país real.
E o país real é este: aumento da pobreza e, mais grave, o aumento de casos de fome.
Portanto, nada mais lógico do que os discursos políticos serem direccionados para a realidade.
E neste caso, a questão mais premente não é a referência à pobreza, aos sem-abrigo, à fome, ao desemprego, aos problemas no acesso à saúde e à justiça.
A questão é saber até que ponto poderemos confiar nos discursos e na classe política.
Em cada acto eleitoral são sempre repetidas as mesmas promessas, as mesmas perspectivas de garantia do futuro, no fundo, as mesmas demagogias.
Apesar da repetição cíclica eleitoral dessas promessas, os pobres, os desempregados, as famílias que recorrem aos apoios sociais, os sem-abrigo, entre outros, são cada vez mais… e os políticos e os partidos não podem esconder estes assuntos nas campanhas eleitorais. O que devem ter é a preocupação de apresentar projectos concretos com vista à resolução destes graves problemas sociais e transmitir confiança e esperança aos portugueses.
Porque é de confiança e esperança no futuro (muito próximo) que os portugueses começam a sentir falta, face à realidade que vivem no dia-a-dia.
Aquela realidade mais profunda, mais sentida, menos demagógica e discursiva. Menos fantasiada como a maior parte das vezes o Governo quer transmitir.
Aquela realidade que as Instituições de Solidariedade Social sentem diariamente e vêem aumentar preocupantemente, dificultando as suas capacidades de resposta. Agravadas por um Estado/Governo que retira apoios, sem assumir as suas responsabilidades sociais.
É o trabalho anónimo mas concreto de quem, ao longo de todo ano, mas com principal visibilidade nesta época natalícia (por toda a carga social e emocional que comporta), se substitui ao Estado (ou o complementa), de forma desinteressada e solidária.
Que o digam a Cáritas, a Cruz Vermelha, a Orbis, as Florinhas do Vouga, as Misericórdias, o Banco Alimentar e tantas e tantas Instituições solidárias que sentem e atestam na suas constantes actividades a degradação do tecido social, individual e familiar.
E por isso mesmo, é preciso e urge um real e coerente Natal.

O Jornalismo: Hoje - Amanhã!

O Observatório de Comunicação lançou um estudo/relatório sobre o Jornalismo e os Jornalistas. Uma análise e reflexão sobre o papel e o futuro dos jornalismos e da comunicação social.
Acresce ainda uma referência para o Jornalismo do Cidadão ("Citizen Journalism").
A informação que sustenta o estudo é baseada num inquérito dirigido a jornalistas da imprensa, rádio e televisão: RTP, Impresa, Media Capital, Cofina, Controlinveste, Renascença, Público e "i".
Segundo os autores do estudo (Tiago Lima - Gustavo Cardoso - Rita Espanha), este pretende transmitir a "percepção dos valores, práticas e atitudes que caracterizam o momento actual da profissão", perspectivando o futuro.

O Rei vai nú!

Publicado na edição de hoje, 16 de Dezembro de 2010, do Diário de Aveiro.

Cheira a Maresia
O Rei vai nú!


Bem sei que referir-me à monarquia numa questão totalmente republicana pode parecer um autêntico paradoxo. Mas a verdade é que ainda mal se iniciou a campanha (isto é, os debates televisivos) para as próximas eleições presidenciais são gritantes e inquietantes o vazio de ideias, as trapalhadas discursivas e os “tiros nos pés” da demagogia do desespero.
O país atravessa uma crise grave que necessita de criatividade, de ideias concretas, de justiça, de estabilidade social, e de projectar um futuro consistente.
São estas as necessidades das pessoas: dos cidadãos que perderam ou não conseguem encontrar emprego, das famílias que têm cada vez mais dificuldades em se sustentarem, das pessoas que sentem obstáculos no recurso à saúde e à justiça… do aumento significativo de casos de pobreza e de fome.
Acrescida da influência que a União Europeia exerce sobre a soberania dos Estados (realidade cada vez mais consciente por parte dos portugueses), são estas as preocupações que os cidadãos gostariam de ver reflectidas na campanha eleitoral para as presidenciais, mesmo sabendo-se que não cabe ao Presidente da República a governação do país.
Até à data, a que se junta o início, na passada terça-feira, dos debates televisivos, as expectativas estão muito longe da realidade, correndo-se o risco de um alheamento dos eleitores em relação às eleições, provocando um significativo valor da abstenção.
É que a campanha está, claramente, com tendência para a demagogia, a falta de ideias, a repetição de clichés, o saudosismo histórico, o constrangimento político.
A tal ponto do desespero da falta de argumentação política levar o candidato Manuel Alegre a constantes “tiros no pé”, contradições e a demagogias baixas que em nada contribuem para o elevar da discussão, do confronto de ideias e convicções.
Veja-se o caricato episódio dos cantos de “Os Lusíadas” (como se Camões alimentasse as crianças e solucionasse o desemprego) enquanto o país necessita de soluções pragmáticas em vez de lirismos, os ataques pessoais a Cavaco Silva (mesmo que venha dizer que não condena os passados, foi o primeiro a levantar a acusação) como se o país sentisse algum interesse saudosista na sua história (mesmo que recente e com a importância reconhecida – o mesmo saudosismo histórico seria legítimo para os defensores da monarquia, em confronto com o espírito republicano das eleições presidenciais), e a triste falta de respeito para com o associativismo, a solidariedade e as respectivas medidas que promovam o combate à fome e à pobreza. É certo que não são os excedentes da restauração que resolverão o problema da fome e da pobreza, mas será com toda a certeza mais um contributo para a solução do problema (onde a questão do casino é um mero pormenor de cenário, sem qualquer fundamento político).
Problema que Manuel Alegre não consegue encarar de frente, por condicionalismos políticos, por constrangimentos eleitorais: se criticar as políticas socialistas que levaram ao arrastar e avolumar da situação perde o apoio oficial do PS e cola-se definitivamente ao Bloco de Esquerda (sem que isso significa um claro apoio da esquerda, já que o PCP tem em Francisco Lopes uma voz coerente com os seus princípios e convicções).
Ao contrário do que sucedeu nas últimas eleições presidenciais, onde Manuel Alegre surgiu como uma proposta de cidadania extra-partidária, para 2011 o candidato apresenta-se sufocado pela bipolarização do apoio partidário do PS e do BE, em claro confronto político e oposição no que é o essencial da estruturação da sociedade portuguesa.
O que torna Manuel Alegre um evidente erro de casting eleitoral.
Resta saber se intencionalmente ou não… Gritaria o povo: “o Rei vai nú!”.

Política animalesca...

No meio da imensidão de publicações de informação por parte da tão badalada e mediática Wikileaks, surgem as divulgações referentes a Portugal...
Sim! Portugal. Também existimos no xadrez geopolítico. Mesmo com todas as interrogações legítimas.
Foi o caso BCP vs Irão, as adjectivações sobre personalidades portuguesas, o caso dos voos da CIA, o caso Madie, entre outros.
Mas as mais recentes divulgações da correspondência diplomática norte-americana revelam algo surpreendente.

Manuel Alegre é adjectivado como uma "águia"
e Ana Gomes é classificada como um "rottweiler".

Será que a nossa política virou "Jardim Zoológico"?!

Os tiros nos pés... o desespero político... a demagogia pura!

Ainda a procissão vai no adro, ainda só agora entrámos oficialmente no período da campanha eleitoral, e já se nota uma clara e evidente percepção do desfecho eleitoral, quer por parte dos portugueses, quer mesmo por parte de Manuel Alegre.
São tiros nos pés, afirmações e demagogia "barata" que só demonstra que o candidato não vive nos dias de hoje, sofre de uma "nostaligite" aguda, e comporta uma irrealidade gritante e preocupante.
O único propósito resulta num constante ataque a Cavaco Silva, nem que isso signifique a ausência de ideias concretas, reais e eficazes.
Para um país mergulhado no limiar da pobreza (à qual não se pode esquecer a questão da fome), com uma taxa de desemprego preocupante, sem perspectivas de uma economia consolidada, à beira de uma recessão, os cidadãos estão mesmo preocupados se o próximo Presidente da República sabe os cantos dos Lusíadas de cor e salteado, de trás para a frente.

Além disso, o "poeta" candidato à presidência da república criticou o actual detentor do cargo por usar e abusar do "princípio" (da má prática) da promulgação com dúvidas.
No entanto, as mesmas dúvidas que assolaram Cavaco Silva na promulgação da lei do financiamento dos partidos políticos, sustenta a razão do voto contra do BE na aprovação da referida lei. Sem esquecer que o BE é um dos partidos suporte da campanha de Manuel Alegre. (fonte: TSF on-line)

Por último, o que já vem sendo prática comum na campanha e no discurso do candidato Manuel Alegre - as afirmações contraditórias face às posições públicas do Governo, do PS ou do BE - publicamente, Alegre defendeu a posição do Presidente do Governo Regional dos Açores na compensação salarial dos funcionários públicos das ilhas. José Sócrates nem sim, nem não... antes pelo contrário! (Lamento. Não concordo, mas...).
No entanto, uma "pesada" opinião já se manifestou: para o constitucionalista Jorge Miranda, a "compensação salarial nos Açores é inconstitucional". (fonte: Rádio Renascença)

Solidariedade em tempos difíceis!

Publicado na edição de hoje, 9.12.2010, do Diário de Aveiro.

Cheira a Maresia
Solidariedade em tempos difíceis!


O Orçamento do Estado para 2011 está aprovado, quer na generalidade, quer na especialidade.
A este seguem-se, por este país fora, as mais variadas engenharias financeiras, espelhadas nos esforços de muitas Juntas de Freguesia e Autarquias para conseguirem encontrar solução económica face aos encargos que têm.
Para uns orçamentos circunstanciais face à realidade financeira do país, para outros orçamentos que espelham tempos de crise, para a maioria sacrifícios injustos e difíceis de suportar.
A melhor das perspectivas aponta para a dificuldade de execução orçamental, do aumento da despesa, da entrada do FMI e do recurso ao Fundo de Emergência Europeu, do aumento do desemprego, da recessão económica, e do aumento da instabilidade social e da pobreza.
No entanto, mais grave do que a pobreza são as situações de fome… da real (a que se mostra), da que, por vergonha, se esconde. Aquela fome perante a qual muitas das Instituições de Solidariedade Social deste país tentam combater e contrariar, assumindo, por conta própria, a responsabilidade social (solidariedade) que o Estado abdicou de cumprir (e tendo ainda o desplante de penalizar e dificultar).
E se a maioria das pessoas pensa que esta realidade é uma questão de demagogia ou de discurso alarmista, basta ouvir o apelo das diversas instituições (IPSS, Misericórdia, Cáritas, Banco Alimentar, …) que não têm capacidade para responder a todas as solicitações, cada vez em maior número.
E neste número é preocupante a quantidade de crianças, mais do que no limiar da pobreza, em clara situação de fome.
O último relatório da ONU (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento - CNUCED) revela que o número de pessoas em extrema pobreza aumentou três milhões por ano na última década. E embora estes valores revelados digam respeito aos 49 países mais pobres do mundo, na sua maioria africanos (Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe), para Portugal está reservada outra preocupante realidade: Portugal é o país da OCDE com a maior taxa de pobreza infantil.
Num relatório divulgado há cinco dias pelo Centro de Estudos Innocenti, da UNICEF, Portugal é referenciado ainda como um dos piores países ao nível da promoção da igualdade do bem-estar das crianças.
Mas o mais preocupante é que os dados recolhidos para a elaboração deste relatório (saúde, hábitos de alimentação saudável e actividade física) são anteriores à crise financeira e dos mercados de 2008, sendo certo que é sabido que a realidade da sociedade, das economias, das famílias e dos cidadãos se alterou significativamente (para pior) com a recessão da economia, o desemprego, o endividamento dos estados e das famílias, com o aumento das situações de pobreza.
Refere o relatório, numa das suas conclusões e no item relacionado com a capacidade financeira do agregado familiar, que os países nórdicos são os que apresentam menos desigualdades. No oposto surgem a Grécia, Portugal e Espanha como os países com as maiores diferenças e desigualdades. Para além de Portugal ser o país com maior taxa de pobreza infantil.
Longos e difíceis dias se avizinham… onde o apelo ao espírito solidário e sentido de comunidade é relevante e imperioso. A bem de todos.

Ephemeris... New York! New York!

Há 30 anos atrás... em Nova Iorque, John Lennon (um dos míticos Beatles) morreria à porta do seu apartamento, brutalmente alvejado com 4 tiros, por um fã.

Fica para a memória o inconfundível Imagine



Além disso, decorria o ano de 1994, também em Nova Iorque, quando falecia um dos maiores expoentes da música brasileira e um dos criadores do movimento da bossa nova: TOM JOBIM.

Garota de Ipanema... indiscutivelmente! (Jobim e Vinicius)

Linguagem e Experiência no Museu de Aveiro

"Linguagem e Experiência" é o título da exposição que estará patente ao público no Museu de Aveiro até ao dia 13 de Fevereiro de 2011.
Esta exposição comporta obras da colecção da Caixa Geral de Depósitos e é um projecto que propõe diferentes leituras sobre obras como: Deslocação e Paisagem (Alberto Carneiro e Joaquim Rodrigo); Percepção (José Pedro Croft, José Escada, Eduardo Nery e Rui Toscano); Forever Pop (Lourdes Castro, Cruz-Filipe, José Loureiro, Bruno Pacheco, Pedro Portugal, Miguel Soares, Júlia Ventura e João Vieira); Dropthebomb (Luisa Cunha, João Paulo Feliciano, Fernanda Fragateiro e Miguel Soares); Inquietude e Sinal (Helena Almeida, Filipa César, Jorge Molder, João Penalva e Jorge Pinheiro); Memória de uma memória ausente (Pedro Casqueiro, Ana Jotta, Álvaro Lapa, Jorge Queiroz, Pedro Cabrita Reis, Julião Sarmento e Francisco Tropa); e Playground (Ana Jotta, Francisco Queirós, Jorge Queiroz e Paula Rego).
"As obras não são apenas representações ou a produção de um conhecimento, mas um conhecimento da representação, uma linguagem que se conhece a si mesma e se afirma em absoluto no mundo, sem outros pressupostos." (fonte: Instituto dos Museus e da Conservação)
Linguagem e Experiência cruza diferentes possibilidades sobre a visibilidade engendrada pelo trabalho artístico enquanto experiência limite de um discurso sobre o mundo.

A Identidade Nacional

Esta é, pelo menos desde a implementação da República, a verdadeira identidade nacional. A caracterização de uma sociedade ética e responsavelmente questionável.
Não há esforço colectivo, sacrifícios comuns que superem qualquer crise... face a evidente estruturação social.
A real dimensão do clientelismo, cientificamente estudada e provada. (fonte: DN on-line)
Acrescerá a corrupção impune.

Debandada...

Portugal é, em teoria, um estado democrático sustentado na separação de poderes: político, económico, judicial.
Em relação ao político é por demais conhecida a opinião dos cidadãos em relação ao seu estado: ética, credibilidade, imagem, ...
No que diz respeito à economia, Portugal atravessa umas das maiores crises de sempre, perspectivando-se uma grave recessão a partir de 2011.
Quanto à justiça... bom. Se ela tem para com os cidadãos um claro distanciamento, uma imagem profundamente negativa, um "sabor" mais a injustiça do que a equidade, igualdade, acessibilidade para todos, nada melhor do que os recentes acontecimentos para clarificar o seu estado: Debandada geral... caos!
"Demissão em massa na direcção-geral da Justiça" - depois do secretário de Estado da Justiça, João Correia, depois o director-geral da Administração da Justiça, José António Rodrigues da Cunha, altura para a demissão do sub-director-geral, Fernando Sousa Marques.
(fonte: tvi24)

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