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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Aveiro tem a Ria em Festa!

É já amanhã, dia 1 de Julho, que a Ria de Aveiro entra em Festa.

Até ao dia 17 de Julho a “Festa da Ria”, da responsabilidade da Autarquia Aveirense, reúne várias actividades relacionadas com a Ria, o Barco Moliceiro e o Salgado Aveirense, sendo que a maioria serão desenvolvidas junto à Ria de Aveiro.

A “Festa da Ria” é uma das festas de Verão mais simbólicas da Região, quer pelas actividades quer pela envolvência de centenas de pessoas. O barco moliceiro, um dos principais ex-libris das terras de Aveiro, é o mote para a realização da já famosa e tradicional Regata de Moliceiros.

O Rossio, o Museu da Cidade de Aveiro, o canal central da Ria de Aveiro e a Praça do Peixe, serão os palcos principais de vários espectáculos destes dias.

O Programa completo das Festas da Ria de 2011 pode ser consultado aqui.

Primeiro embate Parlamentar!

fonte: SIC Notícias on-line
Pedro Passos Coelho, agora na qualidade de primeiro-ministro e o novo governo tiveram a sua primeira prova de fogo com o primeiro embate Parlamentar e a discussão do Programa do XIX Governo Constitucional (para além de contar com o apoio da coligação - maioria parlamentar, deverá contar com a abstenção do PS e os votos contras do PCP e do BE).

Se do ponto de vista da discussão na Assembleia da República, pode-se classificar como positiva a primeira prestação do Governo.

Do ponto de vista da relação com os cidadãos, entendo que não começou bem... mas isso será tema para o "Cambar a Estibordo", para a edição de Domingo, dia 3 de Julho, do Diário de Aveiro.

Programa da Governação - 2011

Depois do acordo de coligação entre o PSD e o CDS, quer ao nível parlamentar, quer ao nível governativo.


Depois da eleição da Presidente da Assembleia da Repúblico - Assunção Esteves, após caso "harakiri" político Fernando Nobre.

Depois da formação e tomada de posse dos 11 Ministros, a que se seguiu a tomada de posse dos 36 Secretários de Estado.


Temos agora para aprovação, após ter sido apresentado ao Presidente da República, o Programa do XIX Governo Constitucional: ler aqui.

Comentários muito em breve...

A semana em resumo - 26.06.2011

Publicado na edição de ontem, 26 de Junho, do Diário de Aveiro.

Cambar a Estibordo...
A semana em resumo


1. O início desta semana seria assinalado pelo “arranque” de mais uma legislatura e pela tomada de posse dos deputados parlamentares eleitos nas eleições de 5 de Junho passado. Entre caras novas e repetentes, entre ex-ministros e futuros membros do governo (por exemplo a presença de Pedro Passos Coelho na bancada social-democrata) este primeiro dia do Parlamento da Nação seria marcado pelo episódio de suicídio político de Fernando Nobre. Candidato à Presidência da Assembleia da República (segundo lugar da hierarquia do Estado), Fernando Nobre acabaria por ser derrotado nos dois processos eleitorais, desistindo duma terceira “humilhação” política mas pessoal. Sim… porque foi em Fernando Nobre que residiu a questão e o problema.
Há quem teime, de forma errada, em vincar um eventual problema de relação e entendimento na recente coligação PSD-CDS, fruto do resultado. Mas este acontecimento nada tem de problemático ou crítico para a coligação, até porque era conhecida, desde de sempre, a posição do CDS e que foi expressa no quadro das negociações governativas. Aliás, para quem ainda esperaria a eleição de Fernando Nobre (que precisaria de 116 votos), ela só poderia acontecer com alguma “boa vontade” de oito votos, por exemplo, socialistas.
Por outro lado, afirmar que isto é uma derrota pessoal para Passos Coelho é ter uma visão muito redutora da questão. A derrota aconteceu quando Fernando Nobre foi apresentado como cabeça de lista do PSD pelo círculo de Lisboa.
Porque quem saiu verdadeiramente derrota e quem originou este aniquilamento político foi o próprio Fernando Nobre pelas palavras proferidas ainda durante a campanha eleitoral quando o candidato à presidência da AR resolveu divulgar publicamente o convite pessoal e directo que lhe foi feito por Pedro Passos Coelho. Aí sim, aniquilou quaisquer ténues possibilidades de ser eleito ao menosprezar o Paramento, os deputados e o seu funcionamento. O que, diga-se de passagem, terá sido um alívio para Passos Coelho, para a coligação, para o PSD, para a Assembleia da República e para o País.
Até porque o PSD soube rapidamente contornar o episódio e apresentar uma solução que acabaria por receber o aval de uma larga maioria dos deputados parlamentares: a eleição da deputada Assunção Esteves para Presidente da Assembleia da República, facto histórico na vida da democracia portuguesa (a primeira mulher a exercer tão distinto cargo). Eleita com 186 votos a favor, 41 votos em branco e dois nulos, Assunção Esteves mereceu o aplauso (em pé) e elogios de todas as bancadas, com destaque para a intervenção de Maria de Belém (líder interina da bancada socialista). Para coadjuvar a condução dos trabalhos parlamentares, Assunção Esteves vai contar com Guilherme Silva (PSD), Ferro Rodrigues (PS), Teresa Caeiro (CDS) e António Filipe (PCP), para as vice-presidências.
2. A semana foi ainda bastante agitada para o novo Governo, empossado na terça-feira, pelo Presidente da República, entre dois encontros do novo Ministro das Finanças com a “Troika”.
Do discurso do Primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, realce para a referência ao rigor e contenção nas contas e na despesa pública, bem como no “emagrecimento” do Estado, o combate à corrupção, à necessidade de incutir confiança nos portugueses, para além da alusão a algumas áreas de intervenção: justiça, finanças e sector social. Ainda com uma alusão ao fim dos Governos Civis, Pedro Passos Coelho terminaria o seu discurso com a alusão óbvia ao acordo com o FMI/UE afirmando que “Portugal não pode falhar, Portugal não falhará.”
Mas ao Governo, concretamente a Passo Coelho ainda estaria reservada mais uma “estreia”: a participação no Conselho Europeu dos 27 líderes da Europa, realizado em Bruxelas. O objectivo era claro e estava previamente definido, fruto dos contactos que o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, efectuou junto dos partidos políticos e parceiros sociais: marcar a diferença em relação à Grécia.
E para o conseguir seria lógico e expectável que o Primeiro-ministro demonstrasse a firmeza de Portugal em cumprir os acordos estabelecidos com a Troika e que revelasse a vontade do novo governo em ir mais longe na estratégia no combate à crise portuguesa. Daí que não se pode estranhar que Pedro Passos Coelho tenha saído de Bruxelas com a necessidade de colocar em prática e sem demoras o primeiro conjunto de medidas e políticas para a redução do défice e do reforço da consolidação orçamental.
3. Do ponto de vista político, há ainda espaço para a referência a dois acontecimentos que também foram marcando a semana. As eleições internas no PS e o intensificar dos contactos e das acções de campanha, sendo de realçar a coincidência de visões entre Assis e Seguro no que diz respeito aos recados ao PSD e ao Governo: o esvaziamento estado social e a eventual revisão constitucional. Além disso, a crise interna no Bloco de Esquerda, resultante dos números das últimas eleições, tende a agravar-se em vez de encontrar soluções. Depois de Miguel Portas ter sugerido, numa entrevista ao jornal “i”, o afastamento dos quatro fundadores do BE (Francisco Loução, Luís Fazenda, Fernando Rosas e o próprio Miguel Portas), foi a vez de Rui Tavares se cansar com a espera do pedido de desculpas formal do conflito com Francisco Louçã e bater a porta no Parlamento Europeu, terminando o seu vínculo aos bloquistas.
4. Por fim, uma referência breve a dois temas sociais.
O primeiro destaca um estudo internacional de mercado, efectuado pela empresa GFK, onde se demonstra que três em cada dez portugueses estão dispostos a procurar melhor sorte e melhores oportunidades no estrangeiro, principalmente no caso dos mais jovens e dos cidadãos com habilitações superiores. Teme-se, segundo os resultados do inquérito realizado, uma perda considerável de capital humano altamente qualificado.
O segundo destaque reflecte já os sinais da crise. Segundo declarações, à Rádio Renascença, do presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares – ANDE, Manuel António Pereira, a crise económica que se faz sentir em muitos lares vai tomando conta dos bancos e carteiras das escolas. O abandono escolar, por carências reais e face ao reflexo do impacto da crise em muitas famílias, tem-se vindo a fazer sentir de forma acentuada, mesmo antes do final da escolaridade obrigatória (9º ano). Curiosamente, apesar dos números do desemprego e da falência de muitas empresas se notar, particularmente, no norte, a maior preocupação do abandono escolar, segundo aquele dirigente, situa-se a sul do país.
Boa Semana…

Olhares Ministeriais...

Publicado na edição de hoje, 22.06.2011, do Diário de Aveiro.

Preia-Mar
Olhares Ministeriais

Sempre que surge um novo Governo, ou quando assistimos a uma reestruturação do mesmo, são evidentes as vozes, normalmente mais as críticas, de reacção às pastas e aos respectivos titulares: Ministros e/ou Secretários de Estado. É nestas alturas que o ditado toma contornos realistas: “nunca se consegue agradar a Gregos e a Troianos”.
A formação, anúncio e tomada de posse do XIX Governo Constitucional não fugiu à regra.
Face à não obtenção (embora desejada) de uma maioria absoluta, o PSD viu-se na contingência de chegar a um acordo com o CDS de forma a constituir um programa de governação comum e consensual, e um governo de coligação. Por força das circunstâncias e da agenda política, nacional e internacional, em duas semanas foi conseguido o acordo, elaborado o programa e efectuadas as devidas apresentações ao Presidente da República. A discrição, a prudência, a reflexão e a abertura política acabaram por proporcionar a Portugal um novo governo para a sua gestão.
A primeira análise a este novo governo prende-se com uma promessa eleitoral do PSD: a redução do número de Ministérios. Desta forma, o próximo governo será constituído por 11 Ministros (apenas mais um do que Passos Coelho previa). Mais do que uma questão económica a redução prende-se com questões de estratégia de governação e de gestão, bem como a centralização para evitar a dispersão da decisão política, tendo sido conseguida (excepção para a cultura) através da fusão de ministérios. E neste processo merecem destaque, pela positiva (e muita), três casos que surgem pela fusão de pastas, mas que culminaram em Ministérios, em termos estruturais e de estratégia, bem delineados: Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território (Assunção Cristas); Educação, Ensino Superior e Ciência (Nuno Crato); e o da Economia e do Emprego (Álvaro Santos Pereira). E nas respectivas pastas Pedro Passos Coelho fez boas opções, como por exemplo Nuno Crato e Álvaro Santos Pereira, reservando as expectativas, embora com mérito político comprovado, para Assunção Cristas no super-ministério da Agricultura, Mar, Território e Ambiente. O senão, neste processo, é o de que Passos Coelho poderia ter ido mais longe ao ter a coragem de juntar Administração Interna (Miguel Macedo) com Defesa Nacional (José Aguiar-Branco).
A segunda análise está relacionada com as escolhas dos respectivos titulares. Não subscrevo a polémica suscitada pelas recusas. Os convites foram pessoais e se os pretensos titulares, por todas as razões e mais algumas, recusaram o convite, só resta dizer que ainda bem que não fazem parte deste Governo.
Miguel Relvas (ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares) era inevitável para o lugar de braço-direito do Primeiro-ministro reconhecida que sempre foi a sua proximidade e lealdade para com Passos Coelho.
Há sempre algumas reticências quanto às “independências” (Vítor Gaspar, Álvaro Santos Pereira, Paulo Macedo e Nuno Crato) dado situarmo-nos num universo político que implica compromissos partidários, convicções e concepções da sociedade comuns e partilhadas. No entanto, nenhum dos quatro ministros independentes merece qualquer reparo, reconhecidas as suas capacidades técnicas e políticas. E ao contrário do que é afirmado, a título de exemplo, o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, tem experiência política e governativa já que foi chefe de gabinete de Miguel Beleza quando este foi, igualmente, ministro das Finanças (num mandato de Cavaco Silva), ou o excelente trabalho desenvolvido por Paulo Macedo (ministro da Saúde) na Direcção-geral de Impostos e Contribuições.
Paulo Portas (Ministério dos Negócios Estrangeiros) chega a uma pasta de reconhecido papel preponderante para Portugal, bem como à partilha (juntamente com as Finanças) do cargo de ministro de Estado.
Assunção Cristas será a responsável por um super-ministério (embora muito bem ligado entre as várias áreas) para o qual não tem formação técnica mas a quem é reconhecido um excepcional valor e capacidade política.
Seguem-se os experientes José Aguiar-Branco (foi ministro da Justiça no breve mandato de Santana Lopes) e Miguel Macedo (já ocupou as secretarias de estado da juventude e da justiça) que conferem, juntamente com Paulo Portas, a vertente mais política deste Governo.
No entanto, as dúvidas recaem sobre um ministério PSD (Teresa Cruz, na Justiça) e outro do CDS (Pedro Soares, na Solidariedade e Segurança Social). Se é certo que Teresa Teixeira da Cruz é da área do Direito, os desafios vão ser enormes num sector perfeitamente desacreditado. Quanto a Mota Soares, independentemente das suas capacidades políticas não se lhe conhecem apetências relevantes nas questões sociais.
Um aspecto importante vai ser a nomeação dos Secretários de Estado que determinarão o sucesso prático das medidas políticas delineadas.
Para terminar, um aspecto menos positivo neste organograma governamental. Por diversas vezes, na pré-campanha e na campanha eleitoral, foi notória a importância da comunicação e do marketing político para o sucesso. No entanto há uma total ausência as referências relacionadas com a Comunicação. Curiosamente quando está em cima da mesa a concessão e privatização da RTP.

Breves NOBRES notas...


O arranque dos trabalhos desta nova legislativa foram marcados mais pela eleição do Presidente da Assembleia da República (segunda figura na hierarquia do Estado) e menos pelas eleições ou nomeações dos líderes de bancada, ao ponto do BE ter nomeado Luís Fazenda como líder parlamentar da bancada bloquista e muito poucos terem dado por isso.
E este processo, como se previa e já o tinha referido, não teve o desfecho que muitos outros esperariam, a começar por Pedro Passos Coelho e pelo candidato ao lugar: Fernando Nobre.
E é em Fernando Nobre que reside a questão e o problema.
Alguns colegas da comunicação social teimam, pessoalmente de forma errada, em vincar um eventual problema de relação e entendimento na recente coligação PSD-CDS.
A coligação existe enquanto governo, não há, pelo menos de forma pública, qualquer outro tipo de negociação. Teoricamente, os dois partidos deverão suportar a coligação governativa. Teoricamente…
Mas este acontecimento nada tem de problemático ao nível da coligação, até porque era conhecida, desde de sempre, a posição do CDS e que foi expressa no quadro das negociações governativas. Aliás, para quem ainda esperaria a eleição de Fernando Nobre (que precisaria de 116 votos), ela só poderia acontecer com alguma “boa vontade” de oito votos, por exemplo, socialistas.
Por outro lado, afirmar que isto é uma derrota pessoal para Passos Coelho é ter uma visão muito redutora da questão.
A derrota aconteceu quando Fernando Nobre foi apresentado como cabeça de lista do PSD pelo círculo de Lisboa.
Porque quem saiu verdadeiramente derrota e quem originou este aniquilamento político foi o próprio Fernando Nobre pelas palavras proferidas ainda durante a campanha eleitoral quando o candidato à presidência da AR resolveu divulgar publicamente o convite pessoal e directo que lhe foi feito por Pedro Passos Coelho. Aí sim, criou algum embaraço ao líder social-democrata e ao partido, e aniquilou quaisquer ténues possibilidades de ser eleito.
O que, diga-se de passagem, é um alívio para Passos Coelho, para a coligação, para o PSD, para a Assembleia da República e para o País.

As Finanças pertencem a...

A ler os outros...
Descobri, num recente espaço informativo digital (inaugurado hoje e já devidamente linkado na coluna "Os de lá...") denominado Dinheiro Vivo, este excelente artigo sobre o perfil do próximo Ministro das Finanças: "O próximo ministro das Finanças", de Ricardo Reis.

Concordando com o que está referido, aproveito a oportunidade para expressar uma opinião que há algum tempo perfilho e afirmo, e totalmente a propósito face à constituição do próximo elenco governativo.

Teixeira dos Santos devia ser ministro das finanças.

Não digo isto com qualquer leviandade ou privado de sentido de responsabilidade ou fundamentação.
Independentemente de ter exercido o cargo durante o período de (des)governação socialista, por uma questão de coerência, de respeito, de verdade e rigor políticos, é um facto que Teixeira dos Santos tem todas os requisitos necessários para exercer, novamente, o cargo:

- conhece a realidade como ninguém e tem já a experiência do funcionamento do estado e das suas relações (recorde-se que soube afirmar, sem qualquer tipo de demagogia, que Portugal não iria ter dinheiro em Junho);
- sempre falou verdade e pautou pela transparência, mesmo contra a vontade e opinião de José Sócrates (é público) ao ponto de lhe trazer o sabor amargo político da indiferença e da desconsideração socialista (tal como a Luis Amado, embora em menor grau);
- tem capacidade técnica;
- foi um negociador eficaz com as entidades internacionais e com a UE.
Por fim... também ele é independente (fazendo fé que essa começa a ser uma característica a ter em conta na elaboração do elenco governativo).

Isto sim... seria uma enorme prova de interesse nacional, de supra-partidarice, e uma volumosa maturidade política.

Mas infelizmente, perde-se tempo com questões, DITAS mais Nobre(s)!

Urgência na governação!

Publicado na edição de hoje, 16.06.2011, do Diário de Aveiro.

Preia-Mar
Urgência na governação!


O país vive suspenso pela solicitação presidencial urgente na formação e tomada de posse do próximo governo, resultante das recentes eleições legislativas. É certo que a conjuntura actual, a agenda imposta pelo acordo com o FMI/UE e os próximos compromissos da agenda europeia, provocam uma eventual necessidade de alguma celeridade no processo pós-eleitoral. Mas mais que a preocupação pela urgência da formação e tomada de posse do próximo governo, importa saber qual o resultado das negociações/conversações entre PSD e CDS, importa ainda mais saber que Governo será empossado. Isso sim… é, do meu ponto de vista, a urgência mais relevante: saber quem nos vai governar e como vamos ser governados. É certo que uma grande fatia do que serão as estratégias e políticas governamentais está já por um lado condicionada, por outro lado limitada, ao acordo com a chamada Troika e que Pedro Passos Coelho garantiu cumprir. Mas para além disso, o futuro Primeiro-ministro português garantiu, igualmente, ter como ambição na gestão do país ir mais além dos princípios que sustentam a ajuda externa (como se isso já não fosse pouca coisa para as entidades, instituições e cidadãos).
Mas a verdade é que ao país não bastará o cumprimento das medidas acordadas. Isso significaria apenas a satisfação das contrapartidas em troco do volume de euros emprestados. Até porque essa realidade não significa que Portugal se desenvolva, progrida, crie uma consolidação social, económica e estrutural que permita assegurar o futuro. Isso sim… serão as medidas, as estratégias, as políticas “extra acordo” que o próximo Governo da Nação vai ter de demonstrar capacidade para implementar.
As reformas necessárias (por ventura duras) para que o país, a par da saída da crise sustentada na ajuda do FMI/UE, se possa desenvolver e possa projectar um futuro mais sustentável. E caberá aqui um papel importante por parte de um elevado número de cidadãos portugueses: aqueles que, no passado dia 5 de Junho, votaram no PSD e no CDS. É que, independentemente do descontentamento para com os últimos seis anos de governação socialista e do voto de protesto, os cidadãos que decidiram, livre e conscientemente votar PSD e CDS e criar as condições para que o país “virasse” à direita, têm de assumir a sua responsabilidade porque ficou claro, durante a campanha eleitoral, o que é que o PSD e o CDS pretendem para o país. A opção foi tomada, há que assumir as responsabilidades.
Ao futuro governo exige-se (mais do que “espera-se”) que cumpra o que prometeu: menos peso do Estado, menos intervenção directa do Estado, mais regulação e preocupação social do Estado. Ao que se acrescenta um maior rigor, verdade e transparência nas contas públicas e uma mudança na imagem da política e dos políticos, nomeadamente no que vulgarmente se designou pelo excesso de “boys for the jobs”.
Mas também se espera deste governo um olhar mais centrado nas capacidades e potencialidades de Portugal.
Retomando as palavras do Presidente Cavaco Silva, em Castelo Branco aquando das comemorações do dia 10 de Junho, não é concebível que um país envolto numa crise financeira sem precedentes não consiga subverter o que foi o pior flagelo dos apoios comunitários: a União Europeia pagar a Portugal para não pescar e não cultivar. Anos a fio o país foi perdendo os seus campos, a sua floresta, a sua frota pesqueira, a sua quota de pescado.
Não é concebível que um país abandone o maior recurso que tem do ponto de vista territorial, da geoestratégica, da ciência e inovação, da economia e do turismo: o Mar (Portugal é o 14º país do mundo com a maior zona marítima exclusiva).
Por outro lado, mesmo que sabendo não ser possível a total auto-suficiência, é importante que o país volte a ter uma estratégia válida para o sector agrícola e florestal que reduza a dependência das importações, promovendo o investimento agrícola em áreas como a produção (qualidade e certificação), distribuição, investigação e inovação. Esta seria ainda uma oportunidade única para diminuir as assimetrias, cada vez mais acentuadas, entre o litoral e o interior, sem esquecer as potencialidades do Alentejo.
Isto sim… é a necessária urgência.

Um caso muito Nobre...

Fotografia © Rodrigo Cabrita / Global Imagens - Edição do DN de 18.04.2011
Não me vou pronunciar sobre a personalidade de Fernando Nobre, nem sobre o seu percurso enquanto médico ou responsável e fundador da AMI.
Não me vou pronunciar sobre questões de carácter de pessoas que não conheço e com as quais nunca privei, nem é isso que está em causa.
Mas como disse, sempre desde o primeiro momento, Fernando Nobre é um total e inexplicável erro de casting nestas eleições legislativas, na campanha do PSD, como cabeça de lista por Lisboa e na declarada candidatura ao cargo de Presidente da Assembleia da República, por curiosidade tão somente a segunda figura na hierarquia do Estado Português.
A acrescentar a todos estes factos, Pedro Passos Coelho e o PSD arriscam-se a iniciar esta legislatura com uma "pedra no sapato".
Já foi muito difícil perceber a inclusão de Fernando Nobre nas listas do PSD... por tudo o que ele afirmou, convictamente, sobre os partidos, os políticos e o próprio poder. E estamos a contextualizar uma realidade de apenas há quatro/cinco meses atrás.
Como se tal não bastasse o anúncio público da candidatura de Nobre ao cargo de Presidente da Assembleia da República, pelas razões já apontadas, e pelo facto de Fernando Nobre nunca ter tido qualquer experiência parlamentar, nem político-partidária ou pelo facto da eleição para o desempenho daquelas funções ser da responsabilidade da Assembleia da República através de voto secreto e resultado da vontade própria dos deputados eleitos.
Este problema revela outra questão. O desprezo, o desrespeito, a falta de consideração e a desvalorização do principal órgão do Estado e da Nação: a Assembleia da República.
A haver justiça... Fernando Nobre não é eleito por rejeição livre dos deputados (a começar pelo CDS).

Não desistas... PORTUGAL!

Numa altura em que o país enfrenta grandes desafios...
Numa altura em que está prestes a apresentação do governo, após a celebração do acordo de coligação entre o PSD e o CDS...
Numa altura em que muitas vozes conceituadas (ditas de peso) na área da política e da economia desafiam o poder político a exercer as suas funções com rigor, verdade, transparência e mudança...
é importante que também os portugueses se sintam envolvidos, responsabilizados e motivados para ultrapassar todos os obstáculos (duros e difíceis). O esforço tem e deve ser cada vez mais participado e colectivo.
Portugal tem de ser de todos e para todos.

Deste modo, foi com muito interesse que dei com este vídeo de uma equipa da SIC que tem como único objectivo promover o orgulho nacional (não nacionalista) e a vontade de ver Portugal ganhar.


Contextualização dos autores:
("Este vídeo é o resultado do empenho de uma equipa da Sic e de alguns anónimos que se prontificaram a dar a cara por esta mensagem "Não Desistas" ... Portugal precisa de ganhar o entusiasmo e a motivação, precisa de levantar o ânimo precisa de pessoas empenhadas no seu trabalho, na sua missão e no futuro!
Precisamos de pessoas que mesmo perante as adversidades do dia-a-dia continuem a lutar e a sorrir por um Futuro Melhor!
Esta Promo começou a passar no dia 10 de Junho, dia de Portugal.
Foi colocado na net, no dia 10 de Junho dia de Portugal.

Todas as pessoas que participam, são anónimas, os locais não são identificáveis. Os únicos símbolos facilmente identificáveis são, o Padrão dos Descobrimentos e a Bandeira Nacional.
Pode-se gostar ou não desta Promo, mas por favor, não façam ligações, que de todo não existem.
A única coisa que aqui se quer "vender" é Portugal e os Portugueses."
José Pires Dias - da SIC)

Uma coisa em forma de assim - Dança no TA.



"UMA COISA EM FORMA DE ASSIM"
Companhia Nacional de Bailado

Sala Principal - 18 de Junho - 22.00 horas

No âmbito da comemoração do Dia Mundial da Dança (29 de Abril), a Companhia Nacional de Bailado estreou uma obra co-criada por alguns dos mais importantes coreógrafos portugueses: Clara Andermatt, Francisco Camacho, Benvindo Fonseca, Rui Lopes Graça, Rui Horta, Paulo Ribeiro, Olga Roriz, Madalena Victorino e Vasco Wellenkamp.
A união destes criadores, com percursos coreográficos muito diferentes, em torno da Companhia Nacional de Bailado, para além do simbolismo inerente que desejamos sublinhar, pretende conjugar as qualidades dos corpos altamente disciplinados e tecnicizados dos intérpretes da Companhia, com a diversidade de entendimentos sobre a criação coreográfica contemporânea.
A Bernardo Sassetti coube não só a composição como a interpretação musical.
"Uma coisa em forma de assim" é o título de trabalho desta obra, descaradamente roubado a Alexandre O'Neil.

Preços:
15 Euros - 1ª Plateia
12 Euros - 2ª Plateia
10 Euros - Balcão
Bilhete Especial Escolas Dança e XVII Estágio de Dança de Aveiro: 5 Euros  
Ficha Artística:
Coreografia e Figurinos: Clara Andermatt, Francisco Camacho, Benvindo Fonseca, Rui Lopes Graça, Rui Horta, Paulo Ribeiro, Olga Roriz, Madalena Victorino e Vasco Wellenkamp
Música e interpretação musical: Bernardo Sassetti (piano)
Desenho de luz: Celestino Verdades
  

Lista de Tarefas...

Consulta Médica após sintoma das vertigens e tonturas... Check! (agora mesmo)
Análises (paletas e resmas)... Amanhã!
Redução da quantidade de cafeína... até vai doer! (vou trepar paredes).
Medicação (digestão)... Check!
Consulta da "sentença"... dia 27 de Julho!

Pior notícia... DIETA! (ainda estive para perguntar se antes ou depois das refeições, mas contive-me... pfffff)

Vertigens! Após uns exercícios... decisão: "bebe menos" (é o que dá o médico conhecer-nos desde jovens)... resposta minha: "mas Dr. P******, eu não bebi"... devolução da resposta: "bebe ainda menos". OK!

A ler os outros...

Muitas vezes afirmei que esta crise não é apenas, nem tão só, uma crise económico-financeira.
Esta é e será uma crise social e de valores. E Portugal e a sociedade não me parecem nada preparados para o que virá, já num futuro imediato.

Um texto simples mas a perspectivar o futuro: Notícias violentas em tempo de Santo António - do blogue "Comunicação Integrada", de Luís Paulo Rodrigues.

Resumo da semana - 12.06.2011

Publicado na edição de hoje, 12.06.2011, do Diário de Aveiro.

Cambar a Estibordo...
Notas Pós-eleitorais


Depois de um período de reflexão, pessoalmente, mais alargado e coincidente com a campanha eleitoral que culminou no passado dia 5 de Junho com a realização das eleições legislativas, altura para regressar com umas breves notas sobre esta viragem “à direita” no contexto político nacional, face aos resultados derivados da vontade popular expressa.
A primeira nota vai para a já habitual elevada abstenção. Mesmo que seja questionável a veracidade ou fidelidade dos cadernos eleitorais, a verdade é que a sociedade mantém (se quisermos ser mais rigorosos, aumentou) uma aversão à política, nomeadamente ao seu discurso, aos políticos e aos partidos.  E o resultado é um preocupante alheamento e indiferença dos eleitores, mesmo que um direito natural e fundamental, como o voto, (que tanto custou conquistar) seja, tão banalmente, desprezado.
A par deste facto, há mais dois aspectos que marcaram negativamente este processo eleitoral. O primeiro tem a ver com o excesso (ou como um dos candidatos referiu: “uma bebedeira”) de sondagens. De tal forma que, o que poderia e deveria ser um instrumento interessante de análise política, passou a ser uma banalidade, conquistou a indiferença dos eleitores e, acima de tudo, demonstrou, neste caso, um total falhanço (ao que se poderá juntar falta de credibilidade e isenção). E aqui cabe, infelizmente, um reparo para o comportamento da comunicação social. Neste particular, a passividade crítica da imprensa resultou numa transformação dos órgãos de comunicação social num mero veículo/meio de publicitação das referidas sondagens. O segundo aspecto prende-se com a qualidade do discurso político nesta campanha. Portugal vive momentos difíceis, que se perspectivam ainda mais difíceis no futuro imediato, e a campanha centrou-se mais nos ataques e contra-ataques pessoais e partidários do que na apresentação de propostas concretas e válidas, bem como esclarecedoras para os eleitores, que indicassem quais as estratégias e intenções de governação que permitam a Portugal superar esta crise (económica, social e de valores).
Do ponto de vista dos resultados, estes revelaram o que se perspectivava: a vitória do PSD, embora esta por números que surpreenderam e que colocaram os social-democratas bem perto de uma maioria absoluta, conquistando 105 deputados (quando resta a atribuição de quatro lugares que resultam do voto dos emigrantes). Isto indica que, acrescido ao descontentamento pela governação dos últimos seis anos, um número significativo dos que expressaram o seu voto decidiu que o melhor para o país seria uma alternativa “não socialista”. A esta alternativa junta-se o CDS-PP que confina a balança de uma maioria de direita para os próximos quatros anos de governação, que, apesar do aumento de número de votos e de mais três deputados, ficou um pouco aquém das perspectivas e da fasquia colocada pelo seu líder. Mas a verdade é que os centristas estão já à mesa das negociações para a formação do próximo governo, sendo certo que áreas como a segurança social, algumas privatizações, a redução do número de deputados e o “caso” Fernando Nobre serão contradições que, face à escassez de tempo, terão de ser rapidamente solucionadas.
Reconquistando o lugar de quarta força política, a CDU reforçou o seu eleitorado e manteve a sua representatividade parlamentar, reservando a derrota nestas eleições para o Partido Socialista e para o Bloco de Esquerda.
No caso dos socialistas, o “marketing político”, que se manifestou uma das grandes armas políticas ao serviço de José Sócrates, revelou-se, durante os 15 dias que decorreu a campanha, como um obstáculo ao discurso do ex primeiro-ministro, já que a maioria dos portugueses demonstrou alguma maturidade e que a verdade, a sinceridade e a responsabilidade são factores determinantes na hora da opção política. Enquanto a “máquina da propaganda” partidária foi sendo controlada, é bem verdade que o discurso retórico ia colhendo os seus frutos. Mas quando a “máquina” é demasiadamente grande e complexa tende a ganhar “vida própria” e pode tornar-se, mais que uma solução, um verdadeiro problema.
Mas a par desta derrota eleitoral, o PS foi um “tímido” vencedor já que os factos promoveram uma importante oportunidade de renovação não só da liderança, como da estratégica partidária.
Quanto ao Bloco de Esquerda, os sucessivos erros de estratégica política que se iniciaram com a moção de censura ao governo no começo deste ano legislativo foram determinantes para uma queda muito expressiva no seu eleitorado e na redução, para metade, do número de deputados eleitos, comparativamente a 2009. E como se não bastasse o desaire eleitoral (aliás assumido pelo próprio Francisco Louçã), o descontentamento e a crítica interna sentida na última convenção bloquista tem vindo a agudizar-se seja ao nível da expressão pública desse descontentamento, seja ao nível da indisponibilidade de alguns nomes de peso dentro da estrutura partidária (exemplo mais recente o de Miguel Portas).
Resta agora esperar que o próximo governo para além de, obrigatoriamente, ter de aplicar os acordos e as medidas rigorosas impostas pelo acordo que sustentou a ajuda externa, possa fazer mais do que isso e criar mecanismos, oportunidades, políticas e, acima de tudo, ter uma governação séria e eficaz, que permitam ao país (aos portugueses, à economia e ao investimento, às empresas, às instituições) superar, o mais rapidamente possível (abaixo da fasquia dos dez anos), esta crise.

Boa Semana…

Dia de Portugal

Curiosa a celebração, neste ano de 2011, do Dia de Portugal, Camões e das Comunidades.
Não que a celebração em si tenha trazido qualquer tipo de novidade em relação a anos anteriores, mais pormenor, menos pormenor. E o facto de ter tido lugar em Castelo Branco.
Mas face à realidade política, económica e social que vivemos nos dias presente, reveste-se (ou deveria revestir-se) de especial relevância a celebração de um país à deriva, com clara necessidade de um esforço colectivo determinante para fazer face aos desafios (duros e difíceis) que se avizinham. Por outro lado, celebrar, nos dias de hoje, as Comunidades é o mesmo que lembrar, não só todos os que há alguns anos decidiram procurar melhores "sortes" noutras paragens, mas todos aqueles, principalmente os jovens recém-licenciados, que só encontram oportunidades profissionais fora do seu país.
Nunca um feriado do dia 10 de Junho - Dia de Portugal, Camões e das Comunidades teve tão concreta e real contextualização e perfeito enquadramento com a realidade que vivemos.

Como sempre carregado de uma visão social perfeita, de um retrato realista dos tempos que vivemos e com uma excelente perspectiva futura.
Como sempre, António Barreto apresenta-se como uma personalidade ímpar no panorama intelectual português.