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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

A semana em Resumo... (21 a 27.01.2012)


Publicado na edição de hoje, 29.01.2012, do Diário de Aveiro

Entre a Proa e a Ré
A semana em resumo…


1. Sejam quais forem as medidas, as políticas, as ideologias que exerçam a responsabilidade de gestão do país, sejam quais foram as vozes de indignados, de insatisfeitos, de injustiçados, será sempre através da austeridade, dos sacrifícios, das medidas penalizadoras e restritivas que, em alturas de crise, o país poderá (e convém sublinhar “poderá”) sobreviver e ultrapassar a conjuntura. Para que a realidade fosse outra, os portugueses (os principais responsáveis pela realidade) teriam de alterar significativa e radicalmente a sua mentalidade e identidade: a subsidiodependência, a falta de rigor e o desenrasca, a deficiente responsabilidade de cidadania, o “chico-espertismo”, o desrespeito pelas regras e estruturas, a “cunha”, o “tachismo”, a burocracia, a “sociedade paralela”, o facilitismo, a “burlice”, a corrupção e o favoritismo, o “quem vier atrás que feche a porta”. Assim, de um assentada, com o risco da listagem pecar por defeito. É antiga a expressão “anda meio mundo a enganar outro tanto”: fuga às responsabilidades fiscais, despesismo, economia paralela, deficiente sentido da coisa e valor públicos, falta de urbanidade e sentido de bairro, desleixo pelo sentido de cidadania e das suas responsabilidades (direitos e deveres).
Tome-se como exemplo (já que a realidade é muito mais extensa que esta referência) uma das notícias de abertura desta semana: após ser obrigatória a indicação, em sede de IRS, dos números de identificação ficais dos dependentes, Portugal “perdeu”, em 2010, cerca de 111.400. Não por qualquer calamidade, por doença ou aumento da taxa de mortalidade… mas porque, no cruzamento de dados ficais, verificou-se que durante anos a fio houve a inscrição, por desconhecimento ou premeditação, de um elevado número dependentes que não o eram ou não existiam sequer. Paga o justo e o pecador.

2. Numa altura em que o calendário do processo da Reforma da Administração Local está a chegar ao seu limite, o governo, por via da “chantagem política”, pressiona as autarquias a fazerem por iniciativa própria o que não conseguiu fazer estruturalmente e por medida regulamentar. Apoiar a fusão de municípios concedendo-lhes mais 15% de transferência de verbas do Estado, em prejuízo do corte do mesmo valor nas autarquias que se mantenham “individualizadas”. É transferir a responsabilidade política para as autarquias e criar uma “guerra” entre pares.
E numa altura em que são conhecidos dados alarmantes sobre a saúde financeira municipal do país: das 308 câmaras municipais 38 têm problemas estruturais nas suas economias e são responsáveis por 30% da dívida superior a 90 dias que ascende a oito mil milhões de euros. Esta situação tem um impacto significativo no estrangulamento da economia local, já por si débil, com escala e sustentabilidade diminutas. De constatar ainda que do total deste valor, três mil milhões são dívida de longo prazo, o que acaba por ter peso na situação da banca.
Convém ressalvar que destes valores são excluídos os investimentos directos do Estado nos municípios, por exemplo, através do QREN.
Aliás, esta realidade tão pouco perceptível ao comum dos cidadãos é tão grave e preocupante que levou a que a Associação Nacional dos Municípios Portugueses tenha solicitado ao Governo um tratamento financeiro semelhante à ajuda que oi esta semana assinada para colmatar o “buraco” das contas orçamentais da Madeira.
No entanto, importa referir que, um dos aspectos importantes na gestão dos recursos públicos, nomeadamente os impostos e taxas cobrados aos cidadãos, se proceda com um maior rigor e transparências, seja a nível local, regional ou nacional.

3. Por último, a semana ficaria ainda marcada pelo “regresso” às páginas dos jornais e aos écrans das televisões de uma realidade social bem triste e preocupante: “este país não é, definitivamente, para velhos”. E não é porque os novos estejam a “cumprir” a sugestão governativa de emigrarem e procurarem além-fronteiras o que o país não lhes pode (e devia) oferecer.
É uma sociedade que se fecha cada vez mais, que perde, dia após dia, os valores da solidariedade, do respeito, da urbanidade, do sentido de bairro e de proximidade.
Cidadãos (sejam jovens ou adultos) que vivem cada vez mais isolados, indiferentes ao que e a quem os rodeia, à realidade social onde se inserem, ao seu vizinho.
As assimetrias que se vão agravando no país e nas regiões, o isolamento das localidades, a diminuição das acessibilidades (apesar do betão rodoviário), da mobilidade, dos serviços (saúde, transporte, educação, entre outros), e a falta de estruturas que valorizem o papel activo de todos, independentemente da sua condição e idade.
E a sociedade perdeu igualmente um dos valores mais importantes: o respeito e a valorização do saber, da experiência conquistada pelo percurso de vida, pelos anos, pelos “cabelos brancos”.
No espaço de cinco dias, um caso no Porto, as duas irmãs falecidas há mais de um mês em pleno centro de Lisboa, e, até mesmo, embora por circunstâncias distintas mas que não deixam de reflectir a forma como a sociedade lida com os seus cidadãos séniores, o caso do cidadão com 74 anos encontrado sem vida no parque de estacionamento do Hospital de Beja após ter deixado o serviço de urgência hospitalar.
Para não falar no abandono familiar dos idosos nas suas casas, em lares ou nos hospitais deste país.
Só tem valor quem produz, quem gere riqueza e paga impostos… este país não é para crianças, nem para velhos. Não o é para pessoas, mas tão só para números e orçamentos.
Uma boa semana.

A ler os outros... (Pedro Marques Lopes - DN)

Este texto do Pedro Marques Lopes - "A autárquica aldrabice", publicado na edição de hoje, 29.01.2012, do Diário de Notícias, está simplesmente soberbo (aliás como é seu apanágio, fazendo uso da sua "democritica" independência).
O texto está relacionado com a temática da reforma da Administração Local, mais propriamente sobre as recentes declarações do ministro Miguel Relvas a propósito da limitação de mandatos autárquicos.

Tal como o fiz na edição da passada quarta-feira, no Diário de Aveiro, e transcrito aqui, em: "Dar com uma mão..." (não tão bem, claro).

Porque hoje é dia de memórias...

27 de Janeiro... a História nunca pode ser travada!

67 anos após o encerramento de Auschwitz, hoje é dia de lembrar o Holocausto.
Não só as vítimas dos campos de concentração, como todos os que foram vítimas das experiências médicas medonhas do regime Nazi, bem como as perseguições e execuções sumárias nas cidades dos países ocupados durante a Segunda Grande Guerra...


7 milhões de polacos dos quais 3 milhões de polacos judeus
6.1 milhões de judeus dos quais 3 milhões de judeus polacos
6 milhões de outros civis eslavos
4 milhões de prisioneiros de guerra soviéticos
1.5 milhões de dissidentes políticos
800 000 roma e sinti
300 000 deficientes
25 000 homossexuais

THE GIFT... no Teatro Aveirense

28 de Janeiro de 2012, sábado, 21.30 horas 
The Gift -“Primavera e Explode – mil cores possíveis”

Canções inspiradas na primavera, escritas no verão, gravadas no outono e ouvidas em pleno inverno...
Era isto. Canções simples, inspiradas em melodias que a mão direita insistia tocar no piano. A mão esquerda segurava o banco ou o copo de água fria que combatia o calor de fora ou pegava na filha que ainda bébé inspirava a mão direita... Esquerda, Direita. Harmonia. Melodia... Coisas simples que ditas de uma forma ainda mais simples se possam traduzir de várias maneiras. Cada um tem a sua Primavera. Um sitio onde se descobrem segredos, ínfimas histórias de cada um de nós. Primavera é um hino ao nosso. Apenas e só nosso, coisas nossas, suas. Canções que sempre aqui estiveram a percorrer as minhas duas mãos. Direita, Esquerda. 14 mãos. Sete pessoas, sete historias de vida, sete personalidades artísticas. Primavera é junção. Vozes. Uma só voz, calma, sussurrada, descontraída, naturalmente emotiva. Primavera é cantada ao ouvido. Em palco Primavera e Explode são mil cores possíveis, a historia é a nossa. Posso contudo adiantar que depois deste palco será também vossa. (Nuno Gonçalves - The Gift)

The Gift: Sónia Tavares (voz), Nuno Gonçalves (teclas), Miguel Ribeiro (guitarras e baixo), John Gonçalves (teclas e baixo).
As membros fundadores dos "The Gift" vão juntar-se Mário Barreiros, Israel Pereira e Paulo Praça.

Preços:  1ª Plateia - 20 Euros  /  2ª Plateia - 18 Euros  /  Balcão - 15 Euros

Dar com uma mão...

Publicado na edição de hoje, 25.01.2012, do Diário de Aveiro.

Debaixo dos Arcos
Dar com uma mão...


Ou, de forma mais correcta… Tirar com uma mão e dar com a outra.
É o que se tem verificado no processo em curso da reforma da Administração Local, e que alguns teimam em fazer esquecer.
Segundo a calendarização do Documento Verde da Reforma da Administração Local, termina na próxima semana o prazo para a discussão pública junto das autarquias (Assembleias de Freguesia e Assembleias Municipais), nomeadamente sobre o eixo 2 – Organização do Território, que é o que tem levantado mais controvérsia e polémica.
Já expressei neste espaço e publicamente numa sessão extraordinária da Assembleia de Freguesia da Glória a minha opinião sobre o documento verde.
A reforma não é estrutural, não é abrangente. Deixa de fora as autarquias que neste processo tiveram mais força, mais peso político e souberam pressionar melhor o Governo do que a Associação das Freguesias.
Retirando a questão do eixo 4 – Democracia Local, que é o eixo mais interessante da reforma, com uma reestruturação interessante e necessária no exercício do poder local e da valorização do papel das instituições (Executivos das Juntas e das Câmaras e Assembleias), a Reforma carrega sobre as Freguesias um processo e um ónus que deveria ser repartido por todos: Freguesias, Municípios, Comunidades Intermunicipais e CCDR’s. No fundo, aproveitar o momento para, de facto, reformar o que foi sendo adiado, década após década: a regionalização.

A propósito do tema, muita tinta tem corrido sobre os processos de recandidatura de actuais autarcas, seja a nível municipal, seja ao nível das freguesias.
A Lei 46/2005, de 29 de Agosto, estabelece os limites à renovação sucessiva de mandatos dos presidentes dos órgãos executivos das autarquias locais. No seu ponto 2, do artigo 1º refere que “o presidente de câmara municipal e o presidente de junta de freguesia, depois de concluídos os mandatos referidos no número anterior, não podem assumir aquelas funções durante o quadriénio imediatamente subsequente ao último mandato consecutivo permitido”. Do ponto de vista linear, a lei indica que é o exercício do cargo que está em causa e não o local onde é exercido, ao contrário do que expressou o Minsitro Miguel relvas, quando, em directo de Angola para o programa Prós e Contras da RTP1 (na semana passada), disse que o diploma não é impeditivo para uma recandidatura a um outro concelho ou freguesia.

Em primeiro lugar, o exercício de uma função não é limitativo a um espaço geográfico. Um presidente de câmara tanto o é em Aveiro como em Bragança ou Vila Real de St. António. Por outro lado, o que está na fundamentação do diploma legal em causa e está no espírito do legislador, conforme a discussão à época, é a necessidade de precaver situações de caciquismo, clientelismo e de corrupção. Sendo assim, mesmo que os casos sejam pontuais, circunscritos e raros, a verdade é que, no caso de prática destes problemas/erros de gestão autárquica, a mudança de espaço geográfico (município ou freguesia) não impede que o caciquismo, os jogos de interesse e eventuais situações de corrupção deixem de ser transpostos e de existir.
A menos que a lei seja alterada. Aliás, é o que se pode depreender das palavras do ministro. Para minimizar o impacto que a reforma terá nas freguesias e nos seus autarcas, esta alteração (ou entendimento enviesado do diploma legal) não será mais do que dar um “rebuçado” a muitos dos presidentes de Junta em fim de mandato e sem possibilidade de recandidatura.
Mas mesmo nessa perspectiva, esta questão não deixa de ser mais uma machadada no processo da reforma. Tendo o ministro Miguel Relvas razão na sua afirmação serão mais os presidentes de câmaras a usufruírem desta medida do que os presidentes das juntas de freguesia. Que mais não seja por um simples facto óbvio. Existe uma maior rivalidade e bairrismo, um maior sentimento de posse geográfica, na maioria das freguesias que compõe o mapa administrativo nacional do que entre municípios. O que significa que será muito mais fácil um presidente de Câmara recandidatar-se a um concelho vizinho do que um presidente de junta à junta de freguesia limítrofe.
Mais uma vez, neste processo a pseudo-reforma são as autarquias/câmaras que saem a ganhar… e há tantos beneficiados!
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A propósito...
Perceber a reforma do descontentamento 
Intervenção pública sobre a Reforma da Admin.Local
Isto não é reformar… é enganar.

A política portuguesa… de ética questionável.

Publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro.

Debaixo dos Arcos
A política portuguesa… de ética questionável.


Não é de admirar que a maioria dos portugueses se afastem da política e dos partidos, sejam eles quais forem, mas principalmente em relação aos que têm uma responsabilidade acrescida na sociedade portuguesa pelo facto de partilharem o poder.
E uma das razões que sustentam este afastamento e alheamento dos portugueses, para não falar em descrédito e desconfiança, está directamente relacionada com a falta de memória dos políticos (em relação a acções e comportamentos tidos em posições distintas) e à questionável falta de ética que tem devassado partidos, instituições, governo e parlamento.
A semana passada foi frutuosa neste universo menos claro e coerente da política. Não pela questão tão badalada da Maçonaria (demasiadamente badalada para distrair os cidadãos de coisas mais importantes)… as pressões, os lobys, as influências, os contactos, as cunhas (e, eventualmente, uma ou outra forma de chantagem) sempre foram “apanágio” da sociedade portuguesa, seja ela a política ou não. Num contexto social ou de socialização, as teias de interesses, os grupos ou associações, são processos naturais dessa mesma realidade. As pessoas tendem, naturalmente, a juntarem-se e a moverem-se em função de determinados princípios ou valores: a família, a amizade, a ideologia, a religião, a economia, o futebol, a profissão, etc., etc.
E é neste campo que a demagogia política é mais forte, mas menos realista e verdadeira.
Independentemente das circunstâncias conjunturais (crise ou menos crise) o cuidado a ter com nomeações para determinados cargos (públicos ou não) deverá ter em conta a sua necessidade, a sua utilidade ou relevância. E não, como a maioria das vezes acontece (desde Governo, Administração Central, ao Poder Regional e Local, ou até mesmo ao sector privado, mesmo que aqui a responsabilidade pública seja diminuta). Grande parte das nomeações para determinadas funções públicas ou privadas fazem-se não por necessidade ou por imperativos de gestão, mas sim por uma teia de interesses ou por afinidades (sejam elas de que natureza forem).
E aqui é que a política, os partidos, quem governa, quem faz oposição, falha redondamente.
É pura demagogia querer fazer passar a mensagem que as nomeações e colocação em determinadas funções de cidadãos obedecerão a regras, exclusivamente, de competência profissional. Este valor é, por si só, subjectivo. Não é fácil, por inúmeras circunstâncias e condições, que se prove que uma determinada pessoa é mais competente que outra. Depende de muitos factores, nomeadamente os ideológicos e a forma como se perspectiva a visão da sociedade e do seu modelo de desenvolvimento.
Por isso, retirando a questão da necessidade quantitativa das nomeações, os ditos “tachos” são, foram e serão sempre, ditados pela questão das afinidades.
Só por muita retórica e demagogia política e ideológica é que se acredita que um determinado partido ou coligação coloque nos lugares “chave” cidadãos com os quais não tenha um conjunto de afinidades. Assim como o PSD, o CDS ou o PS escolhem quem está mais próximo ou dentro da sua realidade política, o PCP ou o BE, se no poder, iriam colocar quem social, politica ou ideologicamente se identificasse com o partido. Querer provar, por força da indignação e do discurso político o contrário, é atirar areia para os olhos dos cidadãos e, como é hábito na política portuguesa, ter uma posição de princípio enquanto poder e outra enquanto oposição.
E foi isto que, essencialmente, o Partido Socialista fez na passada semana. Pura demagogia e falta de responsabilidade política (ética) no ataque às recentes nomeações do Governo para as Águas de Portugal e à entrada de determinadas figuras públicas (ex membros de governos anteriores do PSD e do CDS) para a administração da EDP, agora empresa totalmente privada.
É que a memória socialista é demasiadamente curta (tal como noutras realidades). O PS esqueceu depressa as suas nomeações enquanto governo nos últimos seis anos. O PS esqueceu depressa a colocação de ex-ministros em empresas públicas e privadas (sem o cumprimento do tempo legal de espera após a saída dos cargos públicos). O PS esqueceu depressa a colocação “chave” em empresas privadas de ex membros governativos, com as quais viria a fazer contractos e parcerias monopolistas (a título de exemplo, a renovação do parque escolar ou na área viária). O PS esqueceu depressa a alteração estatutária de algumas entidades para aumento do número de lugares dos conselhos de administração. Entre muitos exemplos…
São estes lapsos de memória que lembram sempre o ditado: “olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço”. São estes lapsos de memória e comportamentos eticamente questionáveis que minam, dia-a-dia, a imagem da política portuguesa.

A semana em resumo… (9 a 15 janeiro)

Publicado na edição de hoje, 15.01.2012, do Diário de Aveiro.

Entre a Proa e a Ré
A semana em resumo…


1. Depois de 2010 ter sido o ano da vuvuzela, a votação organizada, mais uma vez, pela Porto Editora resultou na escolha da palavra para o ano de 2011… sem grande surpresas, cerca de 12 mil pessoas escolheram a palavra “austeridade” como a mais marcante do ano que terminou, entre uma lista de dez palavras. Esta escolha, que relegou a palavra “esperança” para o segundo lugar, demonstra o estado de espírito da sociedade portuguesa e a forma como grande parte dos cidadãos irá encarar este ano de 2012.

2. Se os dados revelados, no início da semana, pelo Instituto Nacional de Estatística – INE tivessem sido mais cedo, provavelmente a palavra “esperança” pudesse ganhar nova dimensão junto dos cidadãos. É que segundo o INE, no último trimestre de 2011 (comparativamente ao mesmo período de 2010) a balança do comércio internacional ficou mais equilibrada e teve, inclusive, um ganho de cerca de dois mil milhões de euros.
As exportações portuguesas subiram 15%, registando-se, simultaneamente, uma queda nas importações acima dos 3,5%. Por outro lado, esta melhoria nas transacções comerciais internacionais provocou um ligeiro equilíbrio na balança da taxa de cobertura no valor das importações face às exportações em quase 13%, situando a referida taxa em cerca de 78%.

3. O ano de 2011 registou um máximo histórico no que diz respeito à taxa da inflacção, situando-se nos 3,7%, cerca de 1,4% acima do valor registado no ano de 2010. Este valor é justificado pelo aumento da taxa do IVA, dos preços nos transportes, energia e combustíveis. Aliás, combustíveis que registaram, no início desta semana, um dos maiores aumentos. Em média, a gasolina e o gasóleo, aumentaram, nos diversos postos de abastecimento, cerca de três cêntimos por litro. Para além do agravamento do preço dos combustíveis que se reflecte directamente na “carteira” dos cidadãos, este aumento significativo dos preços, e que colocam a gasolina a valer cerca de 1,6 euros e o gasóleo acima dos 1,4 euros, repercutem-se igualmente no eventual encerramento de vários postos de abastecimento, segundo a Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis – ANAREC, ou uma actualização das tarifas dos transportes de passageiros já no próximo mês de Fevereiro.

4. Por último, a semana seria marcada, essencialmente, por três factos distintos, mas que têm em comum o peso que tiveram na imagem de credibilidade do Governo. Primeiro a questão das nomeações na EDP e nas Águas de Portugal (pelo menos). Se no caso da energia portuguesa é um não caso, porque estamos perante uma empresa totalmente privada depois da venda da participação do Estado a um grupo chinês, no caso das Águas de Portugal é um facto que o seu Conselho de Administração é da responsabilidade de quem governa o país. Mas a questão das nomeações, dos “jobs for the boys”, dos “tachos para os amigos” é pura politiquice e demagogia retórica. Não há isenção, nem ética politico-partidária, neste caso, seja qual for o partido, a ideologia ou o governo (mas a este tema voltaremos na edição da próxima quarta-feira, com “Debaixo dos Arcos”).
O segundo caso tem a ver com a “derrapagem” das contas e do Orçamento para 2012, em cerca de 0,9% quando ainda há bem pouco tempo, o primeiro-Ministro anunciava uma folga considerável. Tenha havido ou não fuga de informação no Ministério das Finanças, a questão é que é difícil perceber como, ao fim de umas semanas apenas da aprovação do Orçamento o mesmo necessite de ser rectificado. É certo que se afigura difícil o cumprimento das metas e dos objectivos, principalmente pela dificuldade do controlo das contas públicas no sector da saúde. Mas começa a ser igualmente difícil acreditar nas palavras do ministro das Finanças quando afirma que não serão necessárias mais medidas de austeridade em 2012.
O terceiro caso prende-se com a falta de ética que assola a política e principalmente muitos dos políticos ou de quem se “move” nos seus meandros. Querer trespassar essa realidade do tráfico de influências para determinadas organizações é não perceber que a ânsia pelo poder altera os comportamentos das pessoas e não da história ou das entidades. A árvore não faz a floresta, a parte não pode, nem deve, ser tomada como o todo. A política e os políticos é que carecem de uma revolução intensa e interna… e não a desresponsabilização dos actos, das suas influências, da sua falta de transparência e de ética. Há muito que a política perdeu o seu sentido e significado de serviço público.

Uma boa semana.

Mudam-se os tempos…

Publicado na edição de hoje, 11.01.2012, do Diário de Aveiro.

Debaixo dos Arcos
Mudam-se os tempos…

Escreveu Luiz Vaz de Camões: “Mudam-se os tempos, Mudam-se as vontades (…) Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades.”
Não podia haver poema (ou conceito poético) mais realista e actual em relação à cidade de Aveiro do que esta mudança de tempos, vontades e da história.
É precisamente a história que marca alguns dos acontecimentos mais recentes em Aveiro… ou melhor, que os influencia e que os determina.
Na agenda política, social e cultural de Aveiro, está em discussão o futuro da Linha do Vouga, regeneração urbana que pode alterar a urbanidade existente (Alboi, Baixa Sto. António, Parque da Cidade, Canal Central), o futuro do poder local (as freguesias e as suas eventuais fusões), até mesmo o futuro da administração religiosa (as paróquias) ou a fusão de instituições e entidades. Mas a história, enquanto processo construtor da sociedade e das comunidades, também marcou a identidade aveirense: hoje falta o sal, o moliço, o barro, as cerâmicas, a feira das cebolas, a euforia de outrora das festas tradicionais como a Sra. das Febres, o Sr. das Barrocas, Santos Mártires, a Finte dos Amores, as escadinhas de Vilar, os barrancos, as fábricas, o Bairro do Vouga, entre muitos outros exemplos de que a tal história de Aveiro é imensamente rica (sem precisarmos de sair da cidade).
Aveiro foi construindo a sua história ao longo dos tempos, dos anos, adaptando-se ao evoluir dos acontecimentos da sociedade, e com gente, muita gente, naturais ou outros que à beira Ria se fixaram, para além dos que por aqui passaram (com mais ou menos pressa). Gentes que marcaram também a história do país (Homem Cristo, José Estevão, Mário Sacramento, Alberto Souto, …) outros que marcaram a história aveirense (Mumadona Dias, João de Aveiro, Santa Joana Princesa, Manuel Firmino, Lourenço Peixinho, …) para além de tantos e tanos aveirenses anónimos que foram construindo a história dos bairros, das ruas, da cidade.
E a cidade foi crescendo, alargando as suas culturas, diversidades, especificidades, abrindo as portas a mais gente. Gente nova que foi revitalizando novos espaços, novas urbanidades, dando vida à cidade e a um dos seus actuais alicerces: a universidade.
Por isso, ao contrário do que muitos julgam ser imposição ou um constrangimento da história, a verdade é que a cidade tem, de uma vez por todas, que assumir uma nova história: deixar os bairrismos seculares de lado e pensar num todo, de forma abrangente, mesmo que na diversidade e multiculturalidade. A cidade tem muita gente que se fixou em Aveiro vinda de fora porque gosta desta comunidade. E isso traz novas identidades e realidades urbanas.
Tem de regenerar os seus espaços urbanos mais degradados, restituindo-lhes a “vida” (as pessoas); tem de repensar o seu associativismo questionando-se a consistência e a existência de tantos grupos culturais, sociais ou desportivos; tem de reflectir, de forma sustentada, a valorização da existência de uma só freguesia e, tal como D. António Marcelino já o ventilou, uma só paróquia na cidade; tem de reflectir sobre o redimensionamento de muitas das suas instituições, como é o caso, recentemente colocada na agenda pública, da fusão das duas corporações de bombeiros, dando-lhes uma melhor estrutura, solidez, dimensão, escala e melhor rentabilidade de recursos, melhorando com isso o excelente e dignificante serviço (a maioria das vezes impagável) que prestam aos cidadãos e à comunidade.
Daí que questionar a actual existência de duas corporações de bombeiros não é desprestigiar todos os que directa ou indirectamente a elas estão ligados, nem renegar a história e o papel que foram tendo ao longo da sua existência. É antes de mais, valorizar a sua importância, dignificando o seu valor social e humanitário, promovendo a sua sustentabilidade e a continuidade do seu serviço público inquestionável. O contrário, face às novas realidades sociais e económicas, poderá ditar constrangimentos futuros que colocarão em causa a sobrevivência das duas instituições.
Se Aveiro não abrir os seus horizontes, não deixar a sua história prosseguir marcando os seus próprios “tempos”, vai ficar “amarrada” a bairrismos, a identidades que já não correspondem à realidade vivencial das novas comunidades e bairros… e, de uma vez por todas, a “Ria” tem de deixar de ser, definitivamente, uma barreira para passar a ser a identidade e o símbolo que une a cidade e as suas gentes.
Os tempos são outros… mudaram-se as vontades e as qualidades. Aveiro também precisa de mudar.

Acreditar... em razões fortes.

Publicado na edição de ontem, 8.01.2012, do Diário de Aveiro.

Entre a Proa e a Ré
Acreditar... em razões fortes.


Há precisamente uma semana o “mundo” celebrava mais uma passagem de ano, a ‘segunda milésia décima segunda’ se considerarmos a calendarização da era cristã.
Nunca fui dado a muitas festividades de passagens de ano ou a carnavais, por exemplo... quando quero comemorar será por motivos que, de facto, me alegrem ou que o justifiquem.
É que nunca percebi muito bem a lógica de comemorar isto de “passar o ano”. Se o Ano anterior foi bom vamo-nos despedir em festa de uma coisa boa?! Se o Ano foi mau quais os motivos para tanto festejo?! Que certezas temos de que o Ano Novo será melhor?! Aliás, face às expectativas e face ao que já sabemos e conhecemos vamos celebrar a entrada num ciclo pior do que o que está?! Não faz sentido...
E de facto não parece haver muitos motivos para comemorações, pelo menos as que dizem respeito ao colectivo. Cresce o pessimismo na sociedade portuguesa face à realidade que vivemos, ao ponto de haver quem afirme que 2012 é um ano a rejeitar ou que ninguém quer.
Não querendo ser mais pessimista do que a factualidade da realidade, a verdade é que é muito difícil o alheamento ou a indiferença perante essa mesma realidade: aumento do custo de vida por força do aumento real dos preços (desde os bens de consumo essenciais, aos transportes, à energia, etc.) ou, indirectamente, pelo aumento generalizado da taxa de IVA no consumo.
Só a título de exemplo, em 2012 aumentam as taxas moderadoras nos Centros de Saúde e nos Hospitais, bem como o agravamento de outros actos médicos e a eliminação ou redução de isenções; vários produtos de consumo alimentar (ou similar) passaram a ser taxados à taxa máxima de IVA (23%); uma facturação média de electricidade na ordem dos 50 euros, para os consumidores domésticos, terá um aumento de cerca de dois euros, aos quais acrescerá aumento do IVA de 6% para 23% que já vigora desde Outubro de 2011; os transportes sofrerão novo aumento; comunicar também sairá mais caro, em média, cerca de 3%; e comer “fora”, mesmo que por necessidade, será 10% mais caro fruto do aumento da taxa do IVA de 13 para 23%. Para os funcionários públicos, para além da já anunciada perda, nos próximos dois anos, dos décimo segundo e décimo terceiro meses, 2012 será um ano projectado para a perda de cerca de 5% do poder real de compra. Isto, entre muitas outras realidades.
Mas há outros factores que são preocupantes… nomeadamente dois mais relevantes: a crescente preocupação com a segurança e a instabilidade/conflitualidade social e o desemprego que esta semana atingiu o máximo histórico ao ultrapassar a barreira dos 13% e fixar-se nos 13,2%. A par como uma economia que não encontra factores de desenvolvimento (sejam eles resultado do mercado ou de medidas estruturais promovidas pelo Governo), as crescentes desigualdades sociais, a necessidade de eliminação de muitos dos apoios sociais (subsídio de desemprego, deduções fiscais em sede de IRS, perda do poder de compra, aumento da tributação) e o aumento do número de desempregados, são os aspectos mais preocupantes e que devem merecer um cuidado especial e renovada atenção neste ano que agora se inicia.
Um cuidado que deverá ser responsabilidade de todos e não apenas do (sempre) Estado. E aqui, cabe o conceito de que Estado somos todos nós. Enquanto a sociedade portuguesa, as famílias, os cidadãos não perceberem que o esforço tem de ser colectivo (mesmo que repartido em função das capacidades) Portugal terá mais dificuldades em superar este difícil desafio e mais sacrifícios serão exigidos (provavelmente sempre aos mesmos) agravando as dificuldades de subsistência e sobrevivência.
Caberá a todos nós uma maior responsabilidade social, um maior sentido solidário, uma maior atenção aos que mais precisam, às instituições que desenvolvem o seu papel de acção social respondendo ao aumento significativo do pedido de ajuda de muitas famílias e cidadãos.
A dedicação à causa comum, à coisa pública, à urbanidade, à comunidade envolvente, aos vizinhos, aos amigos, aos que desconhecemos mas que, garantidamente, precisam de ajuda, vem exigir, a cada um de nós, maior disponibilidade, vem relevar a importância do voluntariado e da solidariedade como não o foi noutros tempos passados.
Este novo ano vai exigir sacrifícios, mas também muita coragem para enfrentar os desafios, muita criatividade e capacidade de encararmos o dia-a-dia com a esperança que daqui a cerca de dois ou três anos a “luz volte a brilhar ao fundo do túnel”.

Uma boa semana e um, dentro do possível, Bom Ano de 2012!

Aveiro em Festa

(fonte: Alcateia - http://lobo.fotosblogue.com)
Tempos houve em que as tradições na Cidade de Aveiro eram outras, não sei se mais fortes ou menos populares (a feira das cebolas, o sal, a Sra. das Febres, etc., etc.)
Mas pouco importa (a não ser por uma questão histórico-cultural)...

A verdade é que o S. Gonçalinho é, há muito, a festa por excelência em Aveiro (a para da devoção). Seja para Cagaréus, Ceboleiros, Bicudos ou gente simplesmente curiosa.
O Santo, a entrega do ramo, a Dança dos Mancos, as Cavacas, os Suspiros, os Ovos Moles, a Beira Mar... o Xiripiti (também conhecido por licor de alguidar).

De 6 a 10 de Janeiro Aveiro e a Vera Cruz (Beira Mar) está em festa... acrescido, este ano, com as celebrações dos 750 anos da morte de S.Gonçalinho (no distante século XIII).

(fonte: dosonhosarealidade.blogspot.com)

2012 no Teatro Aveirense

Os meses de Janeiro e Fevereiro deste no ano estão recheados de surpresas interessantes e oportunidades únicas.
Mesmo com os sinais dos tempos, é possível manter e oferecer Cultura no Teatro Aveirense...
O resto da responsabilidade de manter viva a sala nobre cultural de Aveiro caberá a cada um dos aveirenses (e "vizinhos").
A cultura também desenvolvimento social e económico.

Destaques da programação do Teatro Aveirense para Janeiro de 2012

Dia 4 de Janeiro, quarta-feira, 21.30 horas
Concerto dos Reis da Orquestra Filarmonia das Beiras + Vitorino

Para a Orquestra Filarmonia da Beiras - OFB faz todo o sentido começar o novo ano com música. O tradicional Concerto de Ano Novo e Reis constitui um dos momentos marcantes da temporada musical da Orquestra, não só pelo extraordinário clima festivo que rodeia este espectacular programa, mas também pela habitual participação de um público que, ano após ano, atende com entusiasmo ao concerto para festejar a chegada do Ano Novo. 
Para o início deste ano, a OFB, sob a direcção do Maestro António Vassalo Lourenço, apresentará um programa onde exibirá, na primeira parte, as habituais valsas e polcas de Strauss, tão características e apropriadas para esta quadra. Na segunda parte, a OFB terá um convidado especial: o cantor Vitorino. Depois de ter enchido os coliseus para comemorar 35 anos de carreira, volta aos palcos para um espectáculo que trará calor e alegria ao público e ao novo ano.
Preço único: 5 Euros  -  Sala Principal  -  Duração: 90m


8 de Janeiro de 2012, Domingo, 11.00 horas
Concerto Promenade - Conservatório Música Aveiro

O Conservatório de Música de Aveiro de Calouste Gulbenkian associa-se ao Teatro Aveirense para a criação de concertos Promenade. Uma oportunidade de ouro para quem procura uma introdução à música erudita ou apenas momentos musicais de uma qualidade incontestável.
Programa 
O. Respighi - Ancient Airs and Dances  /  Balleto  /  Gagliarda  /  Villanella  /  Passo Mezzo e Mascherada  /  Ney Rosauro - Concerto para Marimba e Orquestra  /  3º Andamento (Dança)  /  Jules Massenet - Meditation from “Thais”  /  George Bizet - Scenes From Carmen – suite nº 1  Prélude  /  Aragonaise  Intermezzo  /  Les Toreadors  /  Edward Elgar - Pomp And Circumstance – March nº1
Fernando Lapa - Para um Natal Português 
Caminhando vai José, caminhando vai Maria  /  Pastores que andais na serra  /  Ó meu menino Jesus  /  Alegrem-se os Céus e a terra   (Preço único: 2 Euro)


13 de Janeiro de 2012, sexta-feira, 21.30 horas
Lago dos Cisnes - Ballet do Teatro Nacional Russo de Moscovo

Esta obra prima do ballet clássico envolve-nos através de uma impressionante coreografia, num inesquecível conto de fadas. 
O Ballet do Teatro Nacional Russo de Moscovo representa esta obra única, captando a essência, a beleza da história e a harmonia da música de Tchaikovsky. Mais de 40 bailarinos pisam o cenário nesta versão da obra coreografada pelo famoso bailarino Alexei Fadeechev e apresentada pelo famoso Ballet do Teatro Nacional Russo de Moscovo. 
O Lago dos Cisnes converteu-se num símbolo do Ballet, nesse tipo de espectáculos que vale a pena ver pelo menos uma vez na vida, e que uma vez que o fazemos é impossível não repetir.


20, 21 e 22 de Janeiro de 2012, sexta-feira, sábado e domingo, 21.30 horas
Ciclo Edgar Pêra - Cine Diário Regional /
Diários e Retratos (Concentrado de Filmes Pêra) - A Janela (Maryalva Remix) - Movimentos Perpétuos: Tributo a Carlos Paredes

No contexto da Rede Recentar que reúne o Teatro Aveirense (Aveiro), Teatro Académico Gil Vicente (Coimbra), Teatro-Cine de Torres Vedras, Teatro José Lúcio (Leiria) e o Teatro Virgínia (Torres Novas), o realizador Edgar Pêra foi convidado a criar pequenos diários visuais sobre cada uma das regiões onde estes teatros se encontram, apontando diferenças e encontros entre os territórios.
Os Cine-Diários Regionais são actualidades e lembranças, memórias do passado e para o futuro.
Preço: 5€


28 de Janeiro de 2012, sábado, 21.30 horas
The Gift -“Primavera e Explode – mil cores possíveis”

Canções inspiradas na primavera, escritas no verão, gravadas no outono e ouvidas em pleno inverno... 
Era isto. Canções simples, inspiradas em melodias que a mão direita insistia tocar no piano. A mão esquerda segurava o banco ou o copo de água fria que combatia o calor de fora ou pegava na filha que ainda bébé inspirava a mão direita... Esquerda, Direita. Harmonia. Melodia... Coisas simples que ditas de uma forma ainda mais simples se possam traduzir de várias maneiras. Cada um tem a sua Primavera. Um sitio onde se descobrem segredos, ínfimas histórias de cada um de nós. Primavera é um hino ao nosso. Apenas e só nosso, coisas nossas, suas. Canções que sempre aqui estiveram a percorrer as minhas duas mãos. Direita, Esquerda. 14 mãos. Sete pessoas, sete historias de vida, sete personalidades artísticas. Primavera é junção. Vozes. Uma só voz, calma, sussurrada, descontraída, naturalmente emotiva. Primavera é cantada ao ouvido. Em palco Primavera e Explode são mil cores possíveis, a historia é a nossa. Posso contudo adiantar que depois deste palco será também vossa.                                                                                            (Nuno Gonçalves - The Gift)

The Gift: Sónia Tavares (voz), Nuno Gonçalves (teclas), Miguel Ribeiro (guitarras e baixo), John Gonçalves (teclas e baixo).
As membros fundadores dos "The Gift" vão juntar-se Mário Barreiros, Israel Pereira e Paulo Praça.

Preços:  1ª Plateia - 20 Euros  2ª Plateia - 18 Euros  Balcão - 15 Euros






1 de Janeiro...

Enquanto a grande maioria das pessoas ainda comemora ou sente os efeitos da Passagem do Ano, hoje há quem celebre o Dia Mundial da Paz.

Esta tradição (que remonta a 1 de Janeiro de 1968) de dedicar à Paz o dia 1 de Janeiro, o primeiro dia de cada novo ano, não deve ser qualificada como exclusivamente religiosa.
É, antes de mais, uma oportunidade para a promoção e a defesa deste bem fundamental e universal que é a Paz.

Que a PAZ esteja connosco...