Uma mão cheia... de demasiado vazio.
Em memória...
António Ferreira, de Miranda do Douro
Pedro Rodrigues, da Covilhã
Bernardo Figueiredo, do Estoril
Ana Rita Pereira, de Alcabideche
Cátia Dias, de Carregal do Sal
(não sabiam se voltavam... mas iam sempre.)
Cinco mortos, até ontem, era o registo trágico e injustificado do número de bombeiros que faleceram no combate aos incêndios neste ano. Esperando, muito sinceramente, que o número não aumente, apesar da existência de alguns feridos em estado considerado muito grave.
Sobre a devida homenagem a todos os que, de forma desinteressada e desprendida, combatem a acção criminal, a incúria e o desleixo, de muitos, e principalmente pelo respeito e pela dignidade dos que perderam a vida em troca de "nada" (porque a vida não tem valor e muito menos vale um punhado de eucaliptos ou pinheiros) já foi aqui prestada: “Vida por Vida”… levado à ‘letra’ ; Sem papas na língua... (Vida por Vida) ; Das duas, uma… ; Mortes sem rosto?
Mas a propósito deste "Mortes sem rosto?" não poderia deixar passar em claro toda a polémica que se revestiu a posição do Presidente da República, à data. Essencialmente, de forma muito reduzida, as críticas, perfeitamente legítimas, à posição assumida pelo Presidente da República resultam do facto de Cavaco Silva ter transformado uma questão de Estado numa posição privada e pessoal e ter tido uma postura totalmente contraditória no caso do falecimento do Dr. António Borges. Não que estivesse em causa esta última situação, mas sim a forma como foi tratada a "ausência" de posição pública m relação ao falecimento, à data, de quatro bombeiros no combate aos incêndios que flagelam o país (principalmente a Norte o no Centro).
E as reacções não se fizeram surgir. Face à ausência de uma mensagem pública e face à justificação apresentada (o que provocou ainda uma maior revolta), a página oficial no facebook da Presidência da República foi "invadida" por quase 10 mil comentários (no 'post' da mensagem sobre António Borges) e cerca de 700 partilhas. Entre outros comentários, a mensagem "viral" principal foi: "Os meus sentidos pêsames aos familiares dos heróicos bombeiros falecidos".
E como dizem o dito e a sabedoria populares: "água mole em pedra dura, tanto dá até que fura".
Foi preciso tanto alarido, tanta contestação, tanta revolta não só dos cidadãos como das próprias corporações e associações dos bombeiros para que, ao registar-se mais um falecimento de uma bombeira de Carregal do Sal (Cátia Dias), no combate às chamas no Caramulo (apara além do registo de alguns feridos muito graves) Cavaco Silva tomasse, finalmente, uma posiçãoPÚBLICAsobre os bombeiros que perderam a vida no combate aos incêndios. Já são, infelizmente, cinco. E UM seria já demasiado.