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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Somos ou não somos bem vistos?

Cavaco Silva - jornal i.jpgO Presidente da República, em visita oficial aos Emirados Árabes Unidos, entre questões directamente relacionadas com o objectivo da viagem, acedeu a comentar o caso da detenção de José Sócrates. Ou melhor... já que Cavaco Silva sempre nos habituou a nada dizer: a comentar o impacto que a detenção do ex Primeiro-ministro possa ter para a preservação da imagem internacional de Portugal .

O Presidente da República afirmou, aos jornalistas que a imagem de Portugal no exterior não está a ser afectada (fonte: jornal i) tendo em conta os mais recentes casos judiciais como o BES, os Vistos Gold e José Sócrates.

Ora, tendo em consideração a distância, fusos horários (independentemente da globalização da informação), cultura, etc., que separa Portugal (e a Europa) dos Emirados Árabes Unidos, não fora a infeliz imagem que temos do actual Presidente da República e até poderíamos dar-lhe o benefício da dúvida em relação ao caso mais recente.

Não fora... pois. Não fora isso e o artigo publicado, ontem, no jornal francês "Liberátion", conotado com a esquerda gaulesa. Sob o título "Sócrates, la chute d'un opportuniste sans idéologie" (Sócrates, a queda de um oportunista sem ideologia), o jornal não só ataca a imagem do ex Primeiro-ministro como faz claras referências a politização do caso: "corresponde a um novo degrau de imoralidade na vida pública" (fonte: Expresso online).

Capa Liberation - 26-11-2014 - caso socrates.jpg

Sendo certo, como diz Cavaco Silva, que casos políticos e financeiros que "caem" na justiça há em todos países (infelizmente com acentuada predominância nos países da Europa do Sul: Itália, França, Espanha e Portugal), é, no mínimo, merecedor de significativa preocupação a exposição de Portugal aos olhos internacionais por todos estes casos (aos quais poderíamos acrescentar um outro número bem elevado). Basta recordar o que foi a referência ao caso na imprensa estrangeira.

Mas, como sempre, o Presidente da República é um fervoroso crente...

Maldade jornalística...

Ontem Mário Soares levantou "o dedo" para a comunicação social, avisando os jornalistas de se estarem a "lixar".
Hoje, foi a vez de José Sócrates "lixar" alguma comunicação social, trocando as voltas a quem (por sinal dois jornais) esperaria manter a "exclusividade" da razão e do processo.
Mas eis que José Sócrates apenas "telefonou" ao Público, (ou apenas atendeu o Público) deixando a roer de ciúmes o Sol e o CM.
Que maldade... não se faz.

capa do Publico - 27-11-2014_caso socrates.jpg

Despeço-me com amizade... R.I.P. Engenheiro

Sousa Veloso - TV Rural.jpg

Faz parte das memórias... de muitas e muitas memórias. Sejam as da televisão, sejam as de infância e juventude, sejam as relacionadas com razões profissionais (mesmo que familiares).

Não tenho registo de um programa ter durado tanto tempo numa televisão como o TV Rural. Com uma regularidade irrepreensível, dominicalmente, o Eng. Sousa Veloso foi companhia de muitas casas durante cerca de 30 anos (desde 1959).

Resistindo às mudanças fortes das realidades e transformações sociais e políticas (antigo regime, revolução, prec, pós 25 de novembro) acabaria por deixar, no início da década de noventa, um enorme legado sobre tudo o que envolve a agricultura.

familia prudencio - tv rural.png

O TV Rural tinha particularidades significativas: a agricultura, percorrida de lés-a-lés, muitas vezes pelos lugares mais recônditos, era "apresentada" na sua vertente técnica, legislativa, associativa, social e também de forma pedagógica. Era produzido, realizado e apresentado para todos, fossem ou não do sector primário. Quem não se recorda da "Família Prudêncio"?

Aos 88 anos, aquele que foi a imagem exclusiva do Tv Rural faleceu: R.I.P. Eng. Sousa Veloso.