Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Mais do que um mero Congresso

36 Congresso PSD - Espinho2016.bmp

publicado na edição de hoje, 30 de março, do Diário de Aveiro.

Debaixo dos Arcos
Mais do que um mero Congresso

O PSD vai realizar o seu Congresso Nacional nos próximos dias 1, 2 e 3 de abril, em Espinho.

Há, para este fórum magno do partido, duas ou três notas que merecem relevo e destaque.

Primeiro, o local de realização do congresso. Espinho foi a escolha do aparelho nacional social-democrata para acolher o Congresso, sendo a sua realização logo após as recentes eleições distritais para a Comissão Política Distrital do PSD de Aveiro (e demais órgãos estatutários), facto que será um medidor do pulsar e do peso político para a máquina social-democrata do distrito de Aveiro agora encabeçada por Salvador Malheiro. Não vale a pena entrar no exercício da avestruz e esconder a cabeça na areia. As últimas eleições para a distrital do PSD Aveiro deixaram algumas “feridas” internas que a última Assembleia Distrital, extremamente participada, pretendeu dissimular mas que só o futuro bem próximo dirá de sua justiça, a começar por este Congresso e com ponto alto no próximo desafio político com as eleições autárquicas de 2017.

Segundo, o 36º Congresso será pacífico, do ponto de vista formal e estatutário, no que respeita à aclamação de Pedro Passos Coelho à frente do destino do partido, após a vitória clara (cerca de 95% dos votos expressos) e isolada nas eleições directas do passado dia 5 de Março. Mas, apesar da expressiva vitória, aliás mais que esperada face à ausência de candidaturas alternativas, Passos Coelho terá que vencer um combate político interno, que não se avizinha fácil, para se afirmar como um verdadeiro líder e conquistar espaço interno para se afirmar também como recandidato a Primeiro-ministro, seja em eleições antecipadas ou no final da actual legislatura. E não será fácil porque, pelos quatro anos de governação, são mais as dúvidas que persistem, levantam-se os habituais “protocandidatos” (Morais Sarmento, Rui Rio, etc.) ou perfilam os nomes sonhados por muitos sociais-democratas como o caso de Maria Luís Albuquerque.

A par disso, em terceiro, o maior desafio deste Congresso que se afigura como um dos mais exigentes na história do partido: o seu posicionamento ideológico, pragmático, na actual conjuntura política nacional, também ela inédita. De vencedor das legislativas de 2015 a partido relegado para o papel de oposição, será neste combate que o PSD e o 36º Congresso terão que definir as suas linhas estratégicas e o seu posicionamento político. O combate não será fácil mas terá de ser claro, transparente, preciso e paciente. Não é expectável que haja eleições antecipadas. Mesmo com alguns atritos, apesar de menores, entre PCP e BE, os bloquistas, principalmente, têm a sua estratégia extremamente bem definida: ideologicamente não cometerão o erro de deixar o PSD regressar ao Governo (tal como aconteceu em 2009), pragmaticamente tudo farão para conquistar (à custa do próprio parceiro) espaço eleitoral ao PS. Não há qualquer tipo de proximidade ou empatia política entre BE e PS, apenas e tão somente uma estratégia partidária e ideológica após os dados e os resultados das eleições de 2015: impedir PSD de ser governo, aproveitar a fragilidade política interna no PS de António Costa (ajudando-o a “salvar a pele” mas fazendo o PS refém do BE sem que este tenha qualquer preocupação em assumir responsabilidades governativas directas e claras.

Deste modo, com total clareza e transparência, o 36º Congresso do PSD deve, forçosa e urgentemente, independentemente da sua liderança e do seu aparelho, regressar ao centro político e ideológico, conquistando um lugar que ficou vazio na política portuguesa com esta aliança “à esquerda” (seja ela geringonça ou não) que descaracteriza o próprio PS e voltar a afirmar a sua gene dogmática de partido social-democrata, um posicionamento que resultará em ganhos internos e externos.

Será um combate duro, difícil porque isolado (não contará com o apoio de Marcelo Rebelo de Sousa, nem com alguma abertura de António Costa, e terá uma oposição marcadamente ideológica por parte do BE, essencialmente). Mas terá de ser com esta afirmação política, com este regresso ideológico à sua identidade, que Passos Coelho e o PSD poderão ganhar as próximas batalhas políticas, uma das quais de extrema relevância e que será o barómetro da capacidade do partido em se afirmar como alternativa: as próximas eleições autárquicas de 2017.

Será um tempo novo, uma nova experiência partidária numa nova e inédita conjuntura política. Mas será urgente o exercício político e ideológico sob pena de se avizinharem anos de “travessia do deserto”.

Entre hipocrisia e indiferença...

ataque paquistao - 27-03-2016.jpg

Faz todo o sentido "chorar" por Bruxelas, como fez sentido "chorar" por Paris, por Madrid, por Londres ou pelos Estados Unidos a 11 de Setembro de 2001.

O que me parece não fazer qualquer sentido é a hipocrisia dos fundamentos quando bradamos aos sete ventos pelos direitos humanos, contra o terrorismo, pela inclusão, pelo direito à diferença, contra os radicalismos e extremismos, e apelamos a uma solução humanitária para os refugiados... mas permanecemos totalmente indiferentes quando a mesma realidade ultrapassa os nosso limites geográficos, políticos, culturais e sociais.

Ontem, domingo (precisamente Domingo de Páscoa... a observação não é descabida), morreram pelo menos 70 pessoas (mais do dobro que em Bruxelas, na passada semana) e registaram-se mais de 300 feridos num ataque em Lahore, Paquistão, reivindicado por um grupo Talibã. Um indivíduo fez-se explodir em pleno parque onde, maioritariamente, crianças e mulheres (cristãs) celebravam a Páscoa.

Importa destacar até onde chega a hipocrisia humana...

1. Morreram cerca de 72 vítimas inocentes e mais de 300 ficaram feridas.

2. O Paquistão também é neste planeta Terra.

3. O atentado foi reivindicado por um grupo extremista e fundamentalista: talibã.

4. Os princípios do ataque são os mesmos: radicalismo ideológico e fanatismo religioso.

5. Após Bruxelas, o daesh já veio afirmar que os ataques efectuados na capital belga eram apenas "um aperitivo".
Também após reivindicarem o atentado de ontem, no Paquistão, o porta-voz do grupo terrorista Jamaat-ul-Ahrar (facção paquistanesa talibã "sediada" na região de Punjab) veio a público ameaçar a comunidade cristão no Paquistão com mais ataques.

6. Tal como na Guerra do Iraque, o regime de Sadam, deposto, não foi eliminado registando-se o ressurgimento dos sunitas às suas batalhas ideológicas e religiosas, também a Guerra no Afeganistão, eliminando mais tarde Osama Bin Ladden, não extingui o radicalismo ideológico e o fanatismo religioso do regime talibã.

7. Em todas as circunstâncias há a tentativa de apagamento de memória colectiva quanto às responsabilidades políticas, militares, económicas e sociais, da ONU, da Nato, dos Estados Unidos, da Europa e demais aliados.

 

“Je Suis… Brussels”

ng6283903.jpgpublicado na edição de hoje, 27 de março, do Diário de Aveiro.

Debaixo dos Arcos
“Je Suis… Brussels”

É um facto... é condenável e provoca um enorme sentimento de revolta e indignação o que se passou, esta semana, em Bruxelas, na capital belga e em pleno coração da União Europeia.

O terrorismo tem de ser combatido; a intolerância, a não aceitação do outro, a falta de liberdade e de democracia, têm de ser combatidos de forma voraz e eficaz. Não podemos viver com esta noção de medo, de insegurança, da desconfiança permanente por quem caminha ao nosso lado, com a crescente onda de exclusão e de radicalismos ou extremismos que surgem nestes momentos trágicos e que têm surgido em torno da questão dos refugiados (que normalmente é sempre "mal" colada a estes episódios). Nada disto tem a ver com a trágica crise humanitária dos refugiados… bem pelo contrário. Fogem da mesma tragédia que a Bélgica sentiu por minutos e que muitos, desde adultos a crianças, vivem há anos e permanentemente.

Mas também temos que ser coerentes e racionais nestas alturas. Indignamo-nos, revoltamo-nos, somos todos "Charlie" e "Je Suis...", rezamos por Paris, como rezámos por Madrid, Londres e agora também por Bruxelas ("Pray for Brussels"). Mas somos, ao mesmo tempo, hipócritas. Tocam-nos, legitimamente, os atentados em "nossa casa", no seio da “nossa” Europa, no coração das instituições europeias. Temos esse direito? Claro que temos... o direito e a obrigação "moral e solidária". E é verdade que está em causa a defesa do princípio da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade (pelo menos), a que se junta uma inacreditável irresponsabilidade política dos países europeus e da União Europeia quer na sua defesa, quer no combate ao terrorismo, quer na forma exploratória com que sempre lidou com países como a Síria, o norte e o centro de África ou o Médio Oriente, quer na forma como não consegue lidar com a tragédia humanitária dos refugiados. Acresce ainda a responsabilidade dos Estados Unidos e do que foi a crise no Iraque e a “histórica” cimeira das Lajes onde Bush impôs o ataque a Sadam com as repercussões que hoje sentimos com a revolta sunita.

Há hipocrisia e incoerência quando privilegiamos uma Europa e uma sociedade exclusivamente economicistas e financeiras, para depois virmos "chorar" pela Liberdade, pela Democracia, pelos Valores Sociais (a justiça social, a igualdade, a inclusão, etc.).

Mas é também sermos hipócritas e incoerentes quando bradamos aos céus e a todos os ventos por estes atentados, reclamamos a justiça pelas vítimas inocentes, mas, simultaneamente, desviamos o olhar, sentimos indiferença, apatia, Nigéria, Quénia, Mali, Tunísia, Costa do Marfim, Centro de África, Afeganistão, Iraque... e principalmente quando não conseguimos defender, nem proteger, a Síria ou negociamos imoralmente com a Turquia deixando-a a "ferro e fogo", sem vertermos uma única palavra ou lágrima de revolta.

Pedimos bandeiras para fotos de perfil, luzes que espelhem as cores da Bélgica na Torre Eiffel ou na Torre de Belém, mas importa questionar: onde esteve projectada a bandeira da Rússia quando abaterem o avião russo no deserto ou a bandeira da Turquia sempre que lá há um (constante) atentado ou a da Tunísia a lembrar o último atentado no resort em 2015 ou na Costa do Marfim também num resort, no início deste mês, etc., etc., etc.?

Pela coerência, pela verdade, pelo respeito por todos, Je Suis... Madrid, Londres, Charlie, Paris, Bruxelas, Turquia, Nigéria, Quénia, Síria, Costa do Marfim, Tunísia, Iraque, ... onde existam vítimas da intolerância, da falta de liberdade, dos radicalismos e extremismos (sejam eles políticos ou religiosos... ou ambas as coisas).

"Je Suis..." pela LIBERDADE, IGUALDADE, pela VIDA, pelos DIREITOS UNIVERSAIS.

Hoje, como "ontem" noutras circunstâncias, "Je Suis... Bruxels", sem hipocrisia. Mas também por uma Europa (e União Europeia) inclusiva, capaz de receber e acolher, sem xenofobias, capaz de incluir sem guetos, sem marginalização, dar liberdade com responsabilidade. Porque o problema deste terrorismo fanático e religioso tem contornos conhecidos e tem de ser combatido para além fronteiras, bem na sua génese, com a assunção de responsabilidade: da Europa, da ONU, da Arábia Saudita, do Médio Oriente, do próprio Islamismo, dos Estados Unidos. As vítimas inocentes merecem esse respeito, merecem essa honra.

Entre a geringonça e a caranguejola

eu_DA_debaixo-dos-arcos.jpg

publicado na edição de hoje, 23 de março, do Diário de Aveiro.

Debaixo dos Arcos
Entre a geringonça e a caranguejola

Por mais horas de debate na generalidade e na especialidade, por mais que tenham sido as propostas de alteração aprovadas e rejeitadas, por mais que BE e PCP tenham afirmado que tudo não passa de “um mal menor”, por mais que se queira desmistificar a austeridade presente camuflando-a, por mais que se acuse o PSD de se abster de contributos, por mais que se quisesse aliciar o CDS após o congresso que elegeu Assunção Cristas, por mais e por mais que, a verdade é que a discussão do Orçamento do Estado para 2016 resumiu-se, no âmbito do debate e espaço públicos, a um confronto linguístico baseado na alegoria retórica: a geringonça (acordo PS+BE+PCP) contra a caranguejola (PSD). Do resto sobrou muito pouco ou pouco impacto teve nos cidadãos, até porque a realidade demonstra alguns paradoxos entre a demagogia e a ilusão política de um Orçamento que mantém a sua austeridade com a tentativa de subverter o seu impacto no dia-a-dia dos cidadãos, quer pela ilusão das medidas tomadas, quer pelo seu reflexo indirecto no custo de vida e nas finanças dos portugueses.

A título de exemplo são recentes as informações divulgadas que nos dão conta que a taxa de desemprego não desacelera, antes pelo contrário já sobe há sete meses consecutivos (em fevereiro de 2016 o IEFP registava cerca de 760 mil desempregados o que significa mais 1% do que em janeiro deste ano); os juros da dívida pública a 2 e a 5 anos estão a descer mas sobem a 10 anos (maior maturidade); segundo a ANTRAM, oito em cada dez camiões abastecem os seus depósitos em Espanha (12000 camiões num total de 15000 dos associados da ANTRAM); as mexidas na tributação resultarão numa baixa de receita fiscal que muito dificilmente era recompensada (o que trará menos receita para o Estado e menos benefícios sociais para os cidadãos); segundo a Direcção-geral dos Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia alertou para a queda, no mês de fevereiro, no índice de confiança dos consumidores, na zona euro, para -8,8 o que representa uma descida de cerca de 2,5% em relação a janeiro; em janeiro de 2015 as contas externas registavam um excedente na ordem dos 135 milhões de euros, sendo que o valor de janeiro de 2016, segundo o boletim estatístico do Banco de Portugal registou um défice de cerca de 100 milhões de euros; no mesmo mês, ainda segundo os dados do Banco de Portugal remetidos para Bruxelas (ontem, infelizmente a “ferro e fogo” com os atentados bombistas que vitimaram cerca de três dezenas de cidadãos no metro e no aeroporto da capital Belga) a dívida pública portuguesa situa-se nos 235 milhões de euros registando uma subida de 3500 milhões de euros; entre outros. Será, por isso, no exercício da execução orçamental que se verá a consistência e a solidez do Orçamento e dos compromissos assinados entre os partidos que suportam este Governo, a “maioria à esquerda”. Além disso, será o impacto externo dessa mesma execução que ditará a pressão das instituições internacionais e as suas consequências políticas internas.

Mas o PSD não estará isento neste processo, nem à sua margem. Do ponto de vista da imagem política os sociais-democratas não estiveram bem na discussão do Orçamento. Não propriamente na sua discussão em si mas por se terem abstido da apresentação de alternativas (ou propostas) ao OE2016 que servissem de bandeira política para o debate e para a marcação de posicionamento, dado que, face à actual conjuntura, é mais que óbvio que o país vive numa constante campanha eleitoral e eleitoralista. O PSD tem que, urgentemente, despedir a sua pele de (ex)Poder e passar rapidamente ao seu papel importante de Oposição (com posição).

Ao PSD exige-se, deste modo, um redimir de posição. Se é pouco provável, pela obsessão ideológica do BE e do PCP face a uma eventual nova governação do PSD, que haja eleições antecipadas, elas muito dificilmente teriam lugar antes das autárquicas de 2017. Aqui, o PSD terá um combate político duro, feroz, mas que pode, se bem conduzido e com verdadeiro empenho partidário, resultar num importante barómetro para o próximo confronto eleitoral legislativo, aconteça ele em que momento for. Seja pelo número de votos, seja pelo número de autarquias a conquistar, estas eleições autárquicas de 2017 terão leituras muito particulares e relevantes.

Esperemos que tudo não se resuma a novas “geringonças e caranguejolas”.

Lá voltámos todos ao "Je Suis..."

ng6284428.jpg

É um facto... é condenável e provoca um enorme sentimento de revolta e indignação o que se passou hoje em Bruxelas, na capital belga e em pleno coração da União Europeia.

O terrorismo tem de ser combatido; a intolerância, a não aceitação do outro, a falta de liberdade e de democracia, têm de ser combatidos de forma voraz e eficaz. Não podemos começar a viver com esta noção de medo, de insegurança, da desconfiança permanente por quem caminha ao nosso lado, com a crescente onda de exclusão e de radicalismos ou extremismos que surgem nestes momentos trágicos e que têm surgido em torno da questão dos refugiados (que normalmente é sempre "mal" colada a estes episódios).

Mas também temos que ser coerentes e racionais nestas alturas. Indignamo-nos, revoltamo-nos, somos todos "Charlie" e "Je Suis...", rezamos por Paris, como rezámos por Madrid, Londres e agora também por Bruxelas ("Pray for Brussels"). Mas somos, ao mesmo tempo, hipócritas. Tocam-nos, legitimamente, os atentados em "nossa casa", no seio da Europa, no coração das instituições europeias. Temos esse direito? Claro que temos... o direito e a obrigação "moral e solidária". E é verdade que está em causa a defesa do princípio da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade (pelo menos), a que se junta uma inacreditável irresponsabilidade política dos países europeus e da União Europeia quer na sua defesa, quer no combate ao terrorismo, quer na forma exploratória com que sempre lidou com países como a Síria, o norte e o centro de África ou o Médio Oriente, quer na forma como não consegue lidar com a tragédia humanitária dos refugiados.

Há hipocrisia e incoerência quando privilegiamos uma Europa e uma sociedade exclusivamente economicistas e financeiras, para depois virmos "chorar" pela Liberdade, pela Democracia, pelos Valores Sociais (a justiça social, a igualdade, a inclusão, etc.).

Mas é também sermos hipócritas e incoerentes quando bradamos aos céus e a todos os ventos por estes atentados, reclamamos a justiça pelas vítimas inocentes, mas, simultaneamente, desviamos o olhar, sentimos indiferença, apatia, Nigéria, Quénia, Mali, Tunísia, Costa do Marfim, Centro de África, Afeganistão, Iraque... e principalmente quando não conseguimos defender, nem proteger, a Síria ou negociamos imoralmente com a Turquia deixando-a a "ferro e fogo", sem vertermos uma única palavra ou lágrima de revolta.

Pedimos bandeiras para fotos de perfil, luzes que espelhem as cores da Bélgica na Torre Eiffel ou na Torre de Belém, mas importa questionar: onde esteve projectada a bandeira da Rússia quando abaterem o avião russo no deserto ou a bandeira da Turquia sempre que lá há um (constante) atentado ou a da Tunísia a lembrar o último atentado no resort em 2015 ou na Costa do Marfim também num resort, no início deste mês, etc., etc., etc.?

Pela coerência, pela verdade, pelo respeito por todos, Je Suis... Madrid, Londres, Charlie, Paris, Bruxelas, Turquia, Nigéria, Quénia, Síria, Costa do Marfim, Tunísia, Iraque, ... onde hajam vítimas da intolerância, da falta de liberdade, dos radicalismos e extremismos (sejam eles políticos ou religiosos... ou ambas as coisas).

"Je Suis..." pela LIBERDADE, IGUALDADE, pela VIDA, pelos DIREITOS UNIVERSAIS.

Hoje, como "ontem" noutras circunstâncias, "Je Suis... Bruxels", sem hipocrisia.

das incoerências políticas...

bancos portugueses.jpg

ou neste caso em particular o mais correcto seria titular "das incoerências da banca".

A questão é simples... alguém anda claramente a tentar iludir ou a querer minar o mercado bancário.

Corre uma obsessão e um histerismo infundamentados contra a presença de Espanha na banca portuguesa ao ponto de haver quem queira aludir a uma "espanholização" monopolista da banca portuguesa.

Tudo isto vem no seguimento da compra do BANIF pelo Santander Totta e de alguma polémica em torno da decisão do Governo no processo de venda do banco do Funchal.

Mas a verdade é que há quem queira, propositadamente, demonstrar lapsos de memória ou de análise.

E a pergunta, para todos os histerismos actuais, é simples: então o BIC, o BPI e a pretensa entrada no BCP são de que nacionalidade? Será que Angola é província espanhola e todos nós desconhecíamos?

Vêm agora os puritanismos e os patriotismos camuflados de outros interesses... até já há quem surja com manifestos sustentados em inocências escondidas. Mesmo que não responda à legítima questão: quanto custará a Portugal (e à banca portuguesa) o apoio de Angola à candidatura de António Guterres à ONU (excelente candidatura, refira-se a bem da verdade)?

Demagogia por demagogia é simples... é bem mais preferível o capital espanhol na banca nacional do que termos tido os "supremos" exemplos da gestão bancária portuguesa que tanto nos estão a custar a todos: BPP, BPN e BES. Isto sim... é que é triste, lamentável, criticável e condenável.

Dia cinzento... e não é da chuva

Há quem diga que é fruto de novos tempos e de novas exigências.

Eu acredito mais que será tempo de repensar e reformular, o que não implica que se mantenham as mesmas plataformas.

Mas também penso que é tempo de reflectir sobre tutelas, modelos de gestão, realidades laborais, profissionalismo e ética deontológica.

Mas independentemente de qualquer ou toda a reflexão, é tempo de preocupação.

Preocupação pelo pluralismo, pela diversidade, pela informação.

Preocupação pelo futuro profissional de quem, bem ou menos bem, com maior ou menor esforço, com maior ou menos visibilidade, vê reduzida a sua "luz ao fundo do túnel".

Nem tudo acabou... mas pelo histórico recente, mesmo que a esperança seja a última a "suspirar", os dias do Diário Económico, ao fim de 26 anos, estão como o tempo de hoje (nem de propósito): cinzentos.

Suspensa a edição em papel (hoje foi a última), resta a plataforma digital (http://economico.sapo.pt/) e a plataforma televisiva (Económico Tv - ETV). E resta igualmente o nobre e heróico esforço e dedicação de todos os seus profissionais, mesmo sem a certeza do futuro.

"(...) há explicações para este fim. E não são editoriais, nunca foram. Saí em divergência com as opções do accionista, sim, mas em convergência com os jornalistas. Como leitor, sempre. Como colunista, semanalmente. O Diário Económico não acaba por causa dos seus jornalistas, acaba porque o accionista desapareceu e não deixou que outro o substituísse em devido tempo. E houve tempo e vontades. E ofertas. Não é, agora, o tempo de procurar todas as respostas, nem sequer de lamentar a crise da democracia com o fim de mais um jornal no papel. Mesmo quando este jornal, ao contrário de outros, desaparece apesar de ser a primeira escolha." (António Costa, ex-director do DE, na edição, a última, de hoje)

A última edição em papel do Diário Económico tem como destaque, na sua capa, um "Obrigado" (sobre a imagem de um aperto de mão), numa mensagem de agradecimento aos leitores.

Mas, no seguimento das palavras de António Costa, pelos jornalistas que ao longo destes 26 anos de existência marcaram a história do jornalismo económico, é altura para dizer: nós (leitores e camaradas) é que agradecemos. MUITO OBRIGADO.

Solidariamente...

diario economico - ultima capa.jpg

Afectos presidenciais

Marcelo Rebelo de Sousa no Porto - JN - Artur Mach

publicado na edição de hoje, 16 de março, do Diário de Aveiro

Debaixo dos Arcos
Afectos presidenciais

Era inevitável não haver referência a esta semana que marcou a tomada de posse de Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente da República, precisamente há uma semana. Desde o próprio dia da tomada de posse até aos dias que se seguiram não houve noticiário televisivo, capa ou chamada de capa em jornais ou informação nas rádios que não tivesse na agenda e no alinhamento o novo Presidente da República. Perguntar-se-á: exagero mediático e informativo? Claramente, não. Marcelo Rebelo de Sousa foi bem claro, pelo menos numa vertente da sua função presidencial, durante a campanha e após a vitória eleitoral de Janeiro último: seria um Presidente para o povo. E foi neste registo que não esqueceu quem, na prática, o elegeu e que foram os muitos cidadãos que escolheram Marcelo Rebelo de Sousa, à primeira volta, de diferentes quadrantes políticos e ideológicos (algo que custou digerir pelo BE e PCP) e de forma expressiva, fora dos aparelhos partidários e acima dos dogmas ideológicos. Aliás, não é por acaso que as candidaturas presidenciais são nominais (independentemente dos apoios partidários) já que, em teoria, é suposto o Presidente ser de toda a república, de todos os portugueses. Não é surpresa, nem mero “show off” (como alguns sugeriram), toda esta relação de Marcelo com a sociedade nestes primeiros dias de vida presidencial. A figura do Presidente da República tornou-se mais próxima de todos, mais aberta a toda a sociedade e não apenas a sectores elitistas ou dominantes, tornou-se muito menos cinzenta, fazendo jus ao livre exercício de todos os portugueses que votaram no dia 24 de Janeiro. Antes de tomar posse, Marcelo regressou ao mesmo centro de dia para cumprir “promessa” eleitoral, depois das formalidades protocolares (mesmo com alguns furos) o novo Presidente foi a uma Mesquita, festejou à noite com os jovens, levou banho de multidão no Porto, esteve na rua, por clara opção pessoal (fora de todo o protocolo e segurança) deslocou-se, sozinho, a casa de Mário Soares. Os portugueses voltaram a sentir que têm um Presidente da República. No fundo, Presidente Marcelo Rebelo de Sousa igual a si mesmo, igual a Marcelo Rebelo de Sousa. Nada de novo, portanto. Mas tudo isto tem um elevado risco para a imagem que Marcelo tem revelado enquanto Presidente. Uma expectativa demasiado alta para muitos portugueses que tenderão a rever no papel do Presidente da República algo que ele não é ou não tem poderes para tal, independentemente dos apelos à mobilização, á autoconfiança, às nossas capacidades enquanto povo: o salvador da pátria. Uma pátria com 20% da população no limiar da pobreza, com uma elevada taxa de desemprego, com uma elevada taxa de emigração, com uma débil economia e um desenvolvimento estagnado. E é aqui que reside a incógnita do sucesso presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa, sabermos até que ponto do ponto de vista político e institucional saberá gerir e de que forma lidará com as grandes questões políticas que se avizinham. É certo que será pacífica e clara a sua relação institucional com a Assembleia da República, como demonstrou no seu discurso da tomada de posse. É certo que não será “força de bloqueio” ao actual Governo (o que ditará fragilidades e marcará a actuação do PSD na oposição) que tudo tem feito para dar expressão ao sonho do actual PS (de muitos que rodeiam António Costa) que é um novo bloco central PS/BE (sim… sem PCP). A homologação do Orçamento do estado acontecerá sem qualquer resistência. Mas do ponto de vista da política externa (por exemplo a relação com a CPLP que vetou a presidência a Portugal ou a relação com Angola deixada de fora na tomada de posse), da forma como lidará com a pressão e os recados da União Europeia, a forma como saberá (ou não) gerir com uma eventual e esperada rotura dos compromissos da esquerda. O primeiro grande desafio será a gestão política, já em maio, com a execução orçamental e o segundo com o Orçamento para 2017. Pelo meio fica a capacidade para ser o garante da estabilidade política no conflito de forças entre PS/Governo e PSD. As suas capacidades de decisão política serão decisivas para marcar o seu mandato no papel institucional e político (mesmo com todas as limitações) do Presidente da República, já que, para a sociedade, a relação está, garantidamente, ganha. Habemus Presidente.

(créditos da foto: Jornal Notícias on line - Artur Machado/Global Imagens)

Hoje há história para além da "partidocracite"

A propósito do Congresso do CDS que elegeu ou confirmou Assunção Cristas na liderança centrista após a saída de Paulo Portas.

Sem qualquer pretensão analítica, do ponto de vista político, este congresso do CDS que marca uma difícil e imprevisível era "pós-Portas" fez-me recuar até ao "day after" das eleições presidenciais de janeiro passado e às infelizes (no mínimo) referências de Jerónimo Sousa à candidatura de Marisa Matias pelo Bloco de Esquerda.

E fez-me recordar a história política dos partidos com assento na Assembleia da República nestes quase 42 anos de liberdades após o 25 de Abril (deixemos a democracia para o 25 de novembro de 75).

PSD
Liderança do partido (secretária geral) entre 2008 e 2010: Manuela Ferreira Leite

PS
Presidência do partido entre 2011 e 2014: Maria de Belém
(é um facto que ainda não houve nenhuma secretária geral)

Bloco de Esquerda
Liderança do partido desde 2015: Catarina Martins

CDS
Liderança do partido (eleita hoje, 13 de março de 2016): Assunção Cristas

Partido Comunista Português
Lideranças femininas: 0
ahhh, claro... as caras larocas ou bonitinhas estão todas nos outros lados.

Sem saudades...

Cavaco Silva de saida.jpgpublicado na edição de hoje, 13 de março, do Diário de Aveiro.

Debaixo dos Arcos
Sem saudades

Este era, por muitos, um momento há ansiosamente esperado. Tal como nas suas funções de Primeiro-ministro, estes dez anos de exercício do mais alto cargo político nacional não deixa saudades e advinha-se que apenas a história o registará e um círculo muito pequeno de alguns incondicionais seguidores. Tal como aquando da sua gestão governativa na forma como lidou com os fundos comunitários e a nossa entrada na (então) CEE e com o clientelismo, com as pescas e o mar, com a agricultura, com o “monstro da Administração Central”, também nestes dez anos de Cavaco Silva em Belém muitas coisas, demasiadas coisas, ficaram no cinzentismo da sua magistratura e nas decisões ou na ausência de decisões nos momentos cruciais. E não é apenas pela imagem rude e austera de Cavaco Silva. Apesar de todo o tempo de exercício de cargos públicos, Cavaco Silva nunca conseguiu ser um político, nunca conseguiu despir o fato de tecnocrata. Aliás, para Cavaco Silva tudo se resume e resumiu à economia e às finanças, relegando para segundo plano o social e o político. Eleito com o menor número de votos numa eleição presidencial, sai de Belém com a mais baixa referência de popularidade. Cavaco Silva não soube gerir os principias momentos nacionais e não soube gerir os meandros da política. Ficam na memória a forma como lidou e liderou a relação com a autonomia dos Açores; a polémica com as hipotéticas e engendradas escutas a Belém; o seu sectarismo político e os discursos tendenciosos; a sua insensibilidade social tão espelhada na polémica das pensões; a dificuldade em gerir a relação, no mínimo, institucional com a Assembleia da República; o aval que deu aos inúmeros e sucessivos incumprimentos constitucionais do Governo de Passos Coelho; os vetos inconsequentes, mal fundamentados e evitáveis (como o último caso da adopção); a sua própria relação com as Forças Armadas; a falta de qualquer registo relevante na política externa; a ausência de sentido democrático na forma como sempre olhou para o BE e PCP; a incapacidade política de ser mediador e moderador num preferível entendimento entre PSD e PS face aos resultados eleitorais das últimas legislativas, reconhecendo-se, diga-se, a forma como evitou a crise política entre Paulo Portas e Passos Coelho em pleno mandato governativo.

Cavaco Silva, a ser lembrado, será mais pelas ausências do que pela presença nos momentos críticos e importantes para o país. Apesar dos limitados poderes presidenciais que a Constituição actual consagra esperava-se um Presidente da República mais activo, mais interventivo, mais plural, mais perto da realidade do país. Logo ele que esteve tanto tempo à frente de um Governo, com duas maiorias absolutas.

Por isso, não é de estranhar que Marcelo Rebelo de Sousa tenha sido recebido pelos portugueses de forma tão eufórica e populista, qual D. Sebastião. Em tamanho nevoeiro que envolveu Belém nestes dez anos, qualquer mudança na Presidência desta república teria sempre um ar soalheiro.

Até quando brilhará este “sol presidencial”? Quando chegarem os dossiers bem quentes às mãos de Marcelo logo se saberá. Falaremos disso na próxima quarta-feira.

Há para já a grande diferença: para Cavaco Silva a economia estava em primeiro plano, sendo que o social e o político vinham por “arrasto”.

Com Marcelo na Presidência é mais que notório que tudo ficará subordinado ao poder político, a começar pelo económico.

(fonte da foto: dn online)

Os 100 dias...

eu_DA_debaixo-dos-arcos.jpg

publicado na edição de hoje, 8 de março, do Diário de Aveiro.

Debaixo dos Arcos
Os 100 dias

Entrámos numa semana de balanços, de avaliações e de futuros. Cavaco Silva deixa, pela porta pequena e sem saudades, a presidência do país, “cadeira” que será, por estes dias, ocupada por Marcelo rebelo de Sousa, o “presidente dos afectos”. Além disso, o Governo de António Costa registou os seus primeiros cem dias de gestão do país.

Por norma e por natura, os inícios de mandatos são marcados por um conjunto de expectativas e perspectivas dos vários sectores da sociedade de vários níveis: desde o esperar que Marcelo Rebelo de Sousa assuma uma posição contra o Acordo Ortográfico até que o Governo combata o flagelo do desemprego (só para referir extremos).

A verdade é que face à conjuntura actual, nomeadamente a político-económica, os cem primeiros dias do Governo do PS foram marcados pela pressão sobre o Orçamento do Estado e por manter vivo o apoio celebrado à esquerda que permite ao PS manter-se no Governo, um acordo que tem como principal pilar, por deturpação democrática e por preconceito ideológico, o objectivo do BE e do PCP em manterem afastado do poder o PSD, mesmo que o PS se torne, por vontade própria, refém político.

A mesma preocupação marcará os primeiros tempos presidenciais de Marcelo Rebelo de Sousa. Primeiro, o novo Presidente da república não pretenderá ser responsável directo por criar qualquer instabilidade política e governativa. Segundo, Marcelo deverá ficar significativamente atento à execução orçamental, aos impactos sociais e económicos do Orçamento do Estado para este ano e à pressão das instituições internacionais sobre o país, nomeadamente a União Europeia.

E o retrato destes primeiros cem anos de Governação e os próximos tempos do Governo e da Presidência da República terão continuidade assegurada nos próximos meses.

Ao contrário do que António Costa quer fazer crer, os portugueses, o sector comercial e empresarial do país, as próprias classes profissionais e respectivos sindicatos, não estão tão serenos como o Primeiro-ministro referiu bem recentemente, no final da passada semana, ao afirmar que os portugueses regressaram à normalidade e vivem sem sobressaltos. As dúvidas quanto ao sucesso do principal instrumento de gestão política do país (o Orçamento do Estado) são muitas e não são apenas as das instituições europeias que mantêm a sua pressão sobre o país.

Os portugueses têm muitas dúvidas quanto aos impactos das medidas aprovadas, quanto aos resultados da transferência da austeridade para a fiscalidade indirecta porque a mesma terá reflexos significativos nas empresas e também nas famílias, mesmo que tenha havido (e houve, é verdade) alguma retoma salarial e de rendimentos mas que se esvai no aumento do custo de vida ou na diminuição da responsabilidade social do Estado. Por outro lado, há a consciência da comunidade do riso do regresso a um passado que nos limitou a autonomia, o desenvolvimento e a estabilidade.

Mas acima de tudo porque muitos dos portugueses não acreditam no populismo até agora embandeirado em arco. Não tanto pelo próprio PS mas muito pela noção da fragilidade do acordo com BE e PCP, seja pelos objectivos que nortearam e norteiam o apoio, seja pela hipocrisia política do acordo (quantas e quantas vezes BE e PCP afirmaram que este não era o seu Governo, que este não era o seu Orçamento e as suas políticas), seja porque a fragilidade com que BE e PCP sustentam a governação haverá por quebrar quando, por mais que António Costa não queira assumir ou pretenda esconder e adiar, houver necessidade de alterar políticas orçamentais, implementar medidas extraordinárias que colidirão com as ideologias e os princípios políticos do BE e do PCP. E aí, António Costa e o PS ficarão sozinhos, abandonados, depois deste “sequestro” político. Bloco de esquerda e Partido Comunista Português salvarão a face, descartarão responsabilidades políticas que afirmarão nunca terem tido por nunca terem feito parte do Governo e este não ser o seu Orçamento.

Não foram, por isso, cem dias de governação tão cheios de euforias e tão históricos como, à primeira vista, querem fazer crer.

da tomada de Posse

Marcelo Rebelo de Sousa - lusa.jpg

Hoje, e por sinal os próximos dias, toda a agenda está focada, também, na tomada de posse de Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente da República (o 20º presidente da república e o 5º após o 25 de abril).

Finalmente um Presidente... finalmente um Presidente de muitos portugueses.

Será inevitável não falar de Cavaco Silva, por mais que queiramos esquecer os últimos dez anos da história presidencial de Belém, mas isso serão linhas para o próximo domingo, no Diário de Aveiro.

Para já fica uma nota a propósito do dia de ontem, (Dia Internacional da Mulher). A primeira nota da tomada de posse é o facto de, finalmente, não haver o ridículo "posto protocolar e institucional" de "primeira dama". fez-se história, para já.

O dia ‘D’ para a lista ‘A’

Ulisses Pereira - Lista A.jpg

publicado na edição de hoje, 2 de março, do Diário de Aveiro.

Debaixo dos Arcos
O dia ‘D’ para a lista ‘A’

Estamos a três dias da data das eleições, entre outras, para a Distrital do PSD de Aveiro (sábado, 5 de Março).

A escolha afigura-se-me clara e natural. O trabalho até agora desenvolvido pela Distrital do PSD-Aveiro sob a liderança de Ulisses Pereira merece o incondicional apoio e o inquestionável voto na Lista A, por si, de novo, encabeçada.

Não faz sentido desvalorizar e menorizar os resultados obtidos pelo partido no distrito de Aveiro nos últimos processos eleitorais, mesmo contra as adversidades e as conjunturas políticas difíceis e adversas. É certo que houve todo um empenho e envolvimento das bases, das estruturas concelhias e da própria distrital. Mas todo este esforço e trabalho teria sido em vão se não tivesse existido uma liderança de Ulisses Pereira determinada, consistente, congregadora, rigorosa e eficaz.

É, por isso, determinante que a escolha dos militantes do PSD, no próximo sábado, seja movida pelo reconhecimento do trabalho desenvolvido, pela continuidade na qualidade e no rigor, pelo legado de unidade e de vitória. É, por isso, relevante para o futuro do PSD no Distrito de Aveiro o voto na Lista A como garantia das melhores condições para a gestão e coordenação dos próximos desafios políticos que se avizinham.

Mas não só e apenas por todo o mérito que foi a liderança de Ulisses Pereira nestes dois últimos mandatos à frente dos destinos da Distrital do PSD-Aveiro e pela garantia quanto ao futuro que importa votar na Lista A.

É também, particularmente em relação à Concelhia de Aveiro, um claro voto de protesto e de determinação contra todas as forças de bloqueio que se foram sentindo ao longo de todos este processo eleitoral: a tomada de posição pública, oficial, da Comissão Política Concelhia de Aveiro no apoio ao outro candidato sem que os militantes se pronunciassem e fossem ouvidos, condicionando (ou tentando condicionar) o voto dos mesmos ou a recusa sistemática à marcação de uma Assembleia de Militantes apesar da insistência e das várias solicitações. Percebe-se, pelas mais recentes notícias, nomeadamente nestes dois últimos dias, o porquê ao ser tornada pública a lista com os nomes dos vice-presidentes da outra candidatura.

Mas há ainda fortes razões pragmáticas que impelem ao voto em Ulisses Pereira. A disponibilidade temporal (hoje a distância geográfica é uma perfeita ilusão e nunca foi obstáculo no trabalho desenvolvido… ao contraio do que algumas vozes têm anunciado), o facto de estar liberto de constrangimentos políticos inerentes ao exercício de outros cargos públicos que, por exemplo, junto do (actual) poder condicionam posicionamentos e posições políticas e ainda o facto de estar dentro dos meandros das grandes decisões políticas nacionais são, mais do que evidente, uma clara mais-valia e razões bem fortes para o voto na Lista A.

Por outro lado, há ainda a ter em consideração a transparência e a clareza com que Ulisses Pereira se apresentou a esta renovação de mandato à frente da Distrital de Aveiro: a ausência de subterfúgios político-partidários e a sua total disponibilidade para a tempo inteiro, de corpo e alma, sem a obsessão do poder parlamentar ou da sobrevivência política, exercer o mandato para o qual se recandidata.

Melhores razões para a natural opção de voto na Lista de Ulisses Pereira no próximo sábado penso não existirem. A escolha é óbvia.