A razão que as razões (des)conhecem: as prioridades mediáticas
Desde o fim-de-semana que a agenda pública vive em torno da agressão de um jogador do Clube Futebol Canelas 2010 ao árbitro do encontro dos distritais de futebol da Associação de Futebol do Porto frente ao Rio Tinto, logo após os primeiros dois minutos iniciais do encontro.
Indignação e revolta por quem tem o futebol como alvo de toda a indiferença e descrença... indignação e revolta por quem gosta de futebol. Mais ainda... o acontecimento de domingo passado correu mundo, muito por força do elevado mediatismo que o futebol usufrui, chegando a merecer nota de destaque na comunicação social em Inglaterra (Daily Mail e Metro), Itália (Gazzeta TV), França (Le Parizien), à vizinha Espanha (As, A Marca e El País) e do outro lado do atlântico (Brasil - O Globo e México - Telemundo e Cancha). Será mais que perceptível o tipo de "mimos" com que o acontecimento foi relatado.
E a vida vai correndo e rindo, nesta anestesia mediática.
Para trás, fica o desespero daqueles que no seu dia-a-dia, na inocência dos seu hábitos quotidianos, perdem a vida pela bomba de um tresloucado extremista ou radical, pela fúria da natureza ou pela insensatez do poder.
2 de abril
Cidade de Mocoa, Colômbia.Cheias provocam deslizamento de terras
279 mortos, dos quais 144 são menores, mais de 400 feridos; 220 desaparecidos.
(crédito da foto: EPA/Colombia Army)
3 de abril
Metro S. Petersburgo - Rússia. Atentado bombista.
14 mortos, 49 feridos.
(crédito da foto: AP)
4 de abril
Síria. Zona de Khan Cheikhoun, na província de Idleb. Acção militar da responsabilidade das forças governamentais.
Bombardeamento com armas químicas.
58 mortos, dos quais 11 menores.
(crédito da foto: EPA)
E importa ainda recordar que desde o início do ano, apenas num trimestre, registaram-se 333 ataques terroristas em todo o mundo. Em média foram quase 4 atentados por dia que resultaram num total de 2.043 vítimas mortais (fonte: Esri Story Maps e a PeaceTech Lab).