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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

E se fossemos ao Circo? Na Casa da Cultura de Ílhavo

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As memórias infantis e juvenis ligadas ao circo transportam-nos para malabaristas e palhaços, trapezistas e domadores... entre contorcionistas e equilibristas.

Mas o circo é muito mais que essas realidades do entretenimento. O Circo é... Arte.
É criatividade, arte da rua, ocupação artística dos espaços públicos. É história da criação artística com mais de 4000 anos. Ou, se não quisermos regressar ao passado tão distante, pelo menos a partir dos anos do Império Romano, no Sec. VI a.C..

A proposta não podia ser mais arrojada, mais empreendedora, mais aliciante. O projecto cultural 23 Milhas, da Câmara Municipal de Ílhavo, em parceria com a Bússola (organização de desenvolvimento de projectos culturais e artísticos), lança, no dia 2 de dezembro (sábado) um festival anual de inverno que tem tudo para ser uma referência artística nacional: LEME - Festival de Circo Contemporâneo e Criação Artística em Espaços Não Convencionais.

O objectivo desta proposta inovadora e audaz é a recriação do Circo Contemporâneo, enquanto instrumento artístico criativo como novas abordagens, experiências e interacções multidisciplinares, para e com todas as idades.

Para o Projecto 23 Milhas e para a Autarquia de Ílhavo, «o Festival "O LEME" pretende, por um lado, representar um espaço de oportunidade para a criação artística contemporânea portuguesa, e, por outro, promover o contraponto e o encontro com as tendências internacionais, oferecendo ao público uma programação ousada e plena de novidade».

Programa - Sábado, 2 de Dezembro de 2017

10h00 - 12h00 | ADN - Artistic Development Nucleus | Oficina de Experimentação de Novo Circo | Foyer
14h00 - 15h00 | ADN - Artistic Development Nucleus | Oficina de Experimentação de Novo Circo | Foyer
15h00 | SÓ | SÓMENTE | Foyer
15h30 | Apresentação | Galeria de Exposições
16h00 | Conversa “Desafios na Criação Artística para o Circo Contemporâneo” | Galeria de Exposições
18h00 | Joa Gouveia | LICIUM | Subpalco
21h30 | La Trócola Circ | Emportats | Auditório

Escravatura em pleno século XXI

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(crédito da foto: Getty)

Basta percorrer a página portuguesa da Aministia Internacional (deveria ser um hábito para todos) para percebermos que o Mundo tem permanentes conflitos que condicionam, atropelam e ofendem os mais básico, elementares e fundamentais Direitos Humanos. Conflitos que, infelizmente, passam longe dos holofotes do mediatismo, passam longe da "nossa porta", mas que merecem especial e cuidada atenção e acção: o desrespeito pela dignidade da vida humana (Farid al-Atrash e Issa Amro, colonatos israelitas; ou "eu acolho", crise dos refugiados); os presos políticos e/ou de consciência e a liberdade de opinião e expressão (Clovis Razafimalala - floresta Madagáscar; Tep Vanny - Camboja; Taner Kılıç - Turquia); as exclusões e crimes étnicos (Taibeh - deportação da Noruega para o Afeganistão; população rohingya em Myanamar/Birmânia); ataque à liberdade de informação (Shawkan - Egipto; jornalistas na Turquia), entre muitos outros casos (apenas exemplificados aqui através de algumas das petições abertas).

Acresce aos exemplos referidos a promoção aqui assumida do projecto da jornalista da TVI, Alexandra Borges (Filhos do Coração) contra a mercantilização e tráfico de crianças no Gana.

Poderíamos ainda referenciar a proliferação dos atentados sob a bandeira do Estado Islâmico, muito para lá dos olhares da velha e agastada Europa.

Mas é mais simples, mais cómodo, menos inquietante, mais volátil, entretermo-nos com a possível deslocalização a norte dos medicamentos; com os 200 € per capita pagos nas conferências governativas; na diabolização do eucalipto ou nas rendas energéticas; no irrisório aumento do IRC acima dos trinta milhões de lucros; ou na palavra dada, palavra desonrada do Governo (e já não entro no futebol porque é promessa pessoal, a bem da sanidade mental, riscar a modalidade do vocabulário público). E não somos capazes de uma simples e mera posição político-administrativa de isentar o pagamento do IMI a quem viu desaparecer o património que tinha (habitação ou empresa) por culpa do fogo e da incapacidade de resposta do Estado.

Ou seja... é demasiado fácil desviar as atenções, criar ruído sobre o essencial: a defesa da vida, das liberdades e garantias mais elementares para a digna existência de qualquer cidadão.

É, por isso, gritantemente preocupante, abjecto, deplorável que, em pleno século vinte e um, na recta final de 2017, haja seres humanos escravizados e mercantilizados por 330 euros (um cêntimo que fosse seria condenável). Não bastava milhares de pessoas que ao fugirem da morte em países como o Senegal, Mali, Costa do Marfim, Nigéria, Níger ou Gâmbia (entre outros tantos em África) encontram o inferno da escravatura na Líbia.

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 (manifestação na Suécia... crédito da foto: Getty)

Quando a "europa" é lá longe...

Há três dias não se ouviu um clamor nos movimentos sociais (fosse na realidade do dia-a-dia ou na realidade das redes sociais virtuais) "Je Suis...".
Há três dias não se viu uma imagem, um logótipo, um símbolo "Pray for Egipt".
Há três dias, porque a realidade trágica da morte inocente das vítimas do terrorismo não teve lugar na Europa, o mundo seguiu a sua vida "cantando e rindo".

Mas não podemos ficar indiferentes... "Vemos, ouvimos e lemos... não podemos ignorar".

Para os que agitam as bandeiras da indiferença, do sectarismo, da xenofobia e do racismo, para aqueles para quem os constantes atropelos dos mais elementares e fundamentais direitos humanos seguem como um facto da vida, uma inevitabilidade da existência humana, e agitam-se com a tragédia humanitária dos refugiados (quando o êxodo dos refugiados situa-se nos países envolventes aos focos do terrorismo islâmico)... Somem a infelicidade da tragédia das vítimas mortais dos atentados de Paris em 2015, Bruxelas, Londres, Madrid e Barcelona e, apesar de não ter nada a ver o contexto, podem ainda somar a tragédia dos incêndios deste verão em Portugal, e mesmo assim o número ficará aquém das vítimas mortais do atentado do final desta semana numa mesquita em Bir al-Abd, no Sinai do Norte (Egipto): 305 mortos, doas quais 27 são crianças, e 109 feridos (últimos da dos divulgados pelas autoridades egípcias, no Cairo).

Nesta guerra política-religiosa do terrorismo islâmico extremista as maiores vítimas (a todos os níveis) são os próprios muçulmanos.

Continuamos a não querer ver a realidade principalmente quando ela acontece la longe... lá entre "eles".

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(fonte da foto: AFP)

É uma questão de dignidade e de liberdade... o direito a não ser agredida

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Em dezembro de 1999 a Assembleia Geral das Nações Unidas designava o dia 25 de novembro como o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher.

Mas em 1993, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovava a Declaração sobre a Eliminação da Violência contra a Mulher.

Aí era definido o conceito de "violência contra a mulher": «todo acto de violência baseado no género que tem como resultado possível ou real um dano físico, sexual ou psicológico, incluídas as ameaças, a coerção ou proibição arbitrária da liberdade, que pode ocorrer tanto na vida pública como na vida privada». (fonte: ONU)

Para que se possa pôr fim a este flagelo social há que assumir, colectivamente, que a violência contra a mulher é uma inquestionável violação dos direitos humanos.

Violação que se reveste com distintas roupagens:

  • a descriminação de género (num estudo divulgado há cinco dias, 44% dos europeus afirmam que as mulheres foram feitas para tarefas domésticas);
  • as desigualdades laborais e salariais (em Portugal os homens ganham mais 17,8% que as mulheres);
  • o machismo e sexismo;
  • os atropelos culturais e religiosos (como por exemplo a mutilação genital feminina);
  • a diferenciação de direitos, liberdades e garantias;
  • a deplorável e condenável misioginia;
  • e, ainda, a violência física e o femicídio.

Ainda sem o ano ter terminado (a cerca de 30 dias do seu final) 2017 regista 18 mulheres assassinadas vítimas de violência doméstica e ainda o registo de 23 tentativas de femicídio. Sem contar com os inúmeros casos de silêncio, de casos não registados e não denunciados.

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De repente há algo que nos inquieta

Dois anos de idade separavam-nos...
Cinco anos separam o dia em que o programa "Janela Indiscreta" da Antena 1, com a assinatura e mestria do Pedro Rolo Duarte, destacavam este blogue e um artigo publicado no Diário de Aveiro.

Entre a surpresa e a modéstia do orgulho e da honra ficava, relevantemente, a consideração e o rspeito pelo profissional e pelo seu trabalho, algo que foi depois alimentado mesmo que a espaços.

Hoje... enquanto vamos vivendo focados em tudo e mais alguma coisa, no supérfulo, e nos vamos distraindo com a ridicularidade da história e das estórias, é quando um valente estalo e um enorme murro no estômago nos acordam para a importância da vida, do pormenor, das coisas simples mas que verdadeiramente importam.

Fica muito para além do jornalismo e do jornalista. Basta apenas a vida que é cortada demasiado cedo... muito demasiado.

Descansa em paz, Pedro Rolo Duarte.

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Regresso ao passado... das memórias

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Não é preciso ter-se nascido há muitos anos para ainda haver a memória da ligação de Aveiro a Ílhavo pela travessia dos canaviais da Sacor em direcção à Barra, com acesso à praia através da ponte de madeira no Forte da Barra/Oudinot.

Passados estes tempos de fraldas e calções, a ligação a Ílhavo e à Gafanha da Nazaré faz-se também das memórias longas e regulares com a Colónia Agrícola. Obviamente que a referência tem um contexto temporal bem recente, no pós 25 de abril... bem longe do contexto histórico da sua implementação, criação, ocupação e expansão, surgidas entre as décadas de 30 a 50.

Mas é bem presente a memória de muitas "estórias" que, por força da ligação profissional materna durante significativos anos, ainda constroem uma história recente da relação com a Colónia Agrícola da Gafanha da Nazaré (N. Sra. dos Campos).

Por isso, não deixa de merecer especial destaque e relevância a segunda iniciativa do programa "Olhar por Dentro", do projecto cultural municipal 23 milhas, que tem a assinatura da Talkie-Walkie.

Depois de ter sido possível revisitar a história da arquitectura com vida da Vista Alegre, no passado mês de outubro, "Olhar por dentro" leva-nos, agora, até aos olhares sobre a paisagem e o território da Colónia Agrícola.

Partindo de um trabalho de investigação alargado ao país (há muitos outros exemplos similares) “Colónias Agrícolas Portuguesas construídas pela Junta de Colonização Interna entre 1936 e 1960 - A casa, o assentamento e o território”, sábado, 25 de novembro, o projecto 23 de Milhas da Câmara Municipal de Ílhavo promove um regresso à memória histórica de uma das zonas mais significativas (mesmo que das mais polémicas social e economicamente) do Município e da Gafanha da Nazaré.

Programa: 23 Milhas - "Olhar por Dentro".

Talkie-Walkie nasce da experiência de vários anos na divulgação da arte e da arquitetura, através de visitas e workshops para diferentes públicos. Ana Neto Vieira e Matilde Seabra acreditam que a arquitetura, pela sua abrangência disciplinar, é o ponto de partida para conhecer o território, a cultura e o património. (fonte: município de ílhavo)

O Presente envenenado e o Rebuçado final.

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Aquando da polémica que envolveu a decisão de Portugal candidatar a cidade do Porto para sede da Agência Europeia do Medicamento afirmei que este era um presente político envenenado para Rui Moreira.

Não se tratou de nenhum reconhecimento do Governo pela importância do Porto, por razões de descentralização ou de melhores condições garantidas pelo litoral norte do país.

Tratou-se, sim, da clara noção da difícil tarefa (se não quase impossível) de garantir a vitória da candidatura e de transferir essa responsabilidade factual para Rui Moreira. Foi a "vingança política" pela vitória deste, e consequente expressiva derrota do PS, nas eleições autárquicas. E nem a "vitória moral" do sétimo lugar entre as 19 candidaturas retira ou esconde o irrealismo e o despropósito de candidatar a cidade do Porto ou mesmo Portugal à referida sede da entidade europeia.

Muitos perguntaram, após os resultados, qual o custo desta aventura. Em termos financeiros desconhece-se, pelo menos publicamente. Em termos estratégicos, o Porto, por si só e por múltiplas circunstâncias, é uma cidade referenciada lá fora (não foi a candidatura que a projectou mais ou menos).

Assim, só se percebe esta última decisão governativa, transferir o Infarmed para o Porto, como um "rebuçado" para adocicar a frustração do resultado da candidatura.

Primeiro, porque a transferência não é total. Segundo, porque não há qualquer critério de fundamentação descentralizadora no processo e na decisão. Terceiro, porque se fosse assim tão relevante e tão marcante o Governo teria tomado o decisão há mais tempo, precisamente para valorizar e potenciar a candidatura do Porto à sede da Agência Europeia.

E ainda há quem veja nisto tudo uma enorme satisfação pela ilusão de regionalização ou descentralização.

Também há os que, hoje, acreditam e defendem que a Terra é plana...

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(crédito da foto: site oficial do infarmed)

Para as Crianças... Pelas Crianças.

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A 20 de Novembro de 1989 a ONU adoptou, por unanimidade, a a Convenção sobre os Direitos da Criança.

É pena que essa unanimidade do plenário pouco se traduza na aplicação prática e concreta da Convenção.

É pena que as nações e as comunidades se tenham esquecido que a assinatura da Convenção, ainda por cima por unanimidade, após ratificada, passa a constituir ordem jurídica.

É pena que o dia-a-dia de muitas regiões do mundo não só esqueça como atropela permanentemente os quatro pilares que sustentam e fundamentam a Convenção sobre os Direitos da Criança: o direito à sobrevivência; o direito ao desenvolvimento; o direito à protecção e o direito à participação.

São, infelizmente (basta uma simples pesquisa na internet ou pelas inúmeras ONG's dedicadas às crianças, para percebermos (e nos preocupar-nos) com o futuro da humanidade. Tantas vezes nos "distraímos" (?) com as legítimas preocupações ambientais, políticas, económicas e militares e esquecemos, pura e simplesmente, o que é o direito a ser Criança.

Um dos exemplos que a UNICEF destaca no dia de hoje é o grave problema humanitário com as cerca de 320 mil crianças refugiadas no sul do Bangladesh, fugidas do conflito no Myanmar.

Acresce a esta flagelo humanitário, por exemplo, as crianças refugiadas que a pura sorte permitiu atravessarem o mediterrâneo mas que a vida parou no tempo e na incerteza de um qualquer campo de refugiados porque a União Europeia e a comunidade internacional não soube dar devida resposta.

Pessoalmente, relembro um outro condenável exemplo: o tráfico e a mercantilização de crianças no Gana ("Uma vida não tem preço... muito menos a de uma criança.")

Era bom que não fosse apenas mais um dia...

A Liberdade... na despedida

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publicado na edição de hoje, 19 de novembro, do Diário de Aveiro

Debaixo dos Arcos

A Liberdade... na despedida

Tudo tem um fim... seja na vida, na profissão, nas relações familiares e sociais; tudo tem um fim. Nada é eterno… apenas o fim da vida, a morte, é para sempre e, inevitavelmente, um fim.

Ao fim de mais de 13 anos, publicadas cerca de 693 reflexões sobre os mais diferenciados temas, termina o meu compromisso de colaboração regular (é certo nem sempre cumprida da minha parte) com o Diário de Aveiro. O acordo, claramente de cavalheiros, nunca teve nestes anos todos um único constrangimento, fosse pela imposição de vontade e de opinião, fosse por restrição à liberdade de expressão. Surgiu de uma mera e simples conversa, terminou com a mesma clara e singela conversa. Sem condições, sem condicionalismos, de forma aberta.

Foi esta a única liberdade acordada: a da opinião e a do direito à publicação. Felizmente, nunca atropeladas.

Sempre fui, e sou, um claro e intransigente defensor da Liberdade de Expressão e de Opinião. Em tudo. Mesmo ao ponto de perceber aqueles que, no extremo, defendem o direito a ofender ou o direito à ofensa, até porque o direito à honra e ao bom nome são conceitos tantas vezes mais usados como escudo do que contextos e concepções reais e concretas.

Acredito, por isso, que estes (liberdade de expressão e opinião) são dois dos fundamentais pilares da democracia e da estruturação das sociedades e que estas (democracia e sociedade) têm, felizmente, mecanismos próprios, nos quais ainda acredito, para balançar e pesar a colisão dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos. Apenas se sobrepõem à liberdade de expressão e opinião (por ordem crescente de relevância) a liberdade de imprensa (o direito a informar e a ser informado), a privacidade e a intimidade de cada um, os princípios fundamentais da dignidade humana e, acima de tudo, o inalienável direito à vida.

Foram estes os princípios que nortearam a minha colaboração com o Diário de Aveiro (desde o Pensar Aveiro, passando pelos Sais Minerais e tantos outros até ao Debaixo dos Arcos) e definiram a tipologia das reflexões: isenção, sentido crítico próprio, desalinhamento político e, quando necessário, também partidário, porque não acredito, nem alinho, em seguidismos, “carneirismos” ou caciquismos. Apenas o cumprimento legítimo do direito à cidadania e à participação cívica que teve desta forma, embora não exclusiva, a sua expressão principal.

A diversidade das reflexões (política, comunicação social, sociedade, Aveiro e região, direitos e dignidade humana, relações pessoais, cultura, entre outros) foram o espelho da própria diversidade da vida e do dinamismo das comunidades.

Com a defesa e a valorização das liberdades porquê a despedida (entenda-se de forma regular e apenas por opção minha) do Diário de Aveiro? Pelas mesmas razões com que, ao longo destes 13 anos, restringi por vontade própria a reflexão sobre assuntos que, apesar da minha liberdade, colidissem com os compromissos profissionais e laborais, alguns condicionados por razões legais.

Assumindo, já a partir do próximo ano, um novo e aliciante compromisso profissional, são as mesmas razões que me levam a auto-impor algum recato e menos exposição: o dever de lealdade, de zelo e de sigilo, bem como o respeito pela instituição/entidade. Desta vez, de forma acrescida.

Resta apenas três notas finais: voltarei a este espaço sempre que for aceite e sempre que tal se proporcionar de forma livre e transparente; aos que tiveram, ao longo dos tempos, a amabilidade e a pachorra (concordando ou não) de lerem o que aqui foi reflectido estará sempre aberto o blogue; e, por fim, ao Diário de Aveiro (escrevo assim porque eles sabem todos quem são e eu acabaria sempre por me esquecer de alguém), nomeadamente na pessoa do seu director, Ivan Silva, o meu Obrigado, votos de continuação de um excelente trabalho, com a certeza de que nos veremos (muito mais) por aí.

Pela Liberdade…

Já para além das Bodas de Diamante... com muito mérito

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O Dia Nacional do Mar (16 de novembro) foi, e ainda está ser, assinalado com um conjunto de acções no Museu Marítimo de Ílhavo, ao mesmo tempo que se encerraram as comemorações do 80º aniversário do Museu (8 de agosto de 1937 / 2017).

Do conjunto de actividades programadas pela Autarquia e pelo Museu destaque para a visita guiada à exposição "Invisível" que estabeleceu uma ponte, um reflexo, entre as peças que suportam a exposição permanente e o que é o lado "invisível" de um museu: a sua reserva e o seu arquivo. A visita proporciona simultaneamente a possibilidade de percorrermos todo o museu e olhar para as suas diferentes facetas (mar, ria, objectos, faina, história, aquário) com uma diferente perspectiva que simples (??? um verdadeiro eufemismo) fotografias transportam para a curiosidade do lado "escondido" de um museu.

O "outro lado" que se descobriu no final da visita, em pleno espaço da reserva onde habitam os "segredos" que o Museu tem ainda para desvendar.

Mas a nota de destaque das comemorações do 80º aniversário do Museu Marítimo de Ílhavo vai para uma excelente coincidência ao nível da numerologia. A cerca de mês e meio para o final do ano, o Museu Marítimo de Ílhavo ultrapassou, esta semana, o registo das 80 mil visitas.

Um número impressionante que espelha a importância museológica do Museu Marítimo de Ílhavo diferenciador pelo seu carácter único e singular focado no mar, nas embarcações, na faina, no bacalhau, na ria e, essencialmente, pela sua natureza histórico-social pela preservação da memórias das suas gentes, objectos e tradições. A toda esta realidade acresce ainda a importante vertente de investigação e científica (CIEMar) que complementa e "alimenta" a essência museológica.

Exemplos mais que suficientes para comprovar o trabalho cultural da Autarquia e a gestão de excelência do Museu Marítimo de Ílhavo, através do seu director Álvaro Garrido e de toda a equipa que o compõe.

Dia Nacional do Mar

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Numa região que tem e sempre teve, por razões históricas, culturais, económicas e sociais, o Mar por Tradição, reveste-se de especial relevância o Dia Nacional do Mar (16 de novembro).

O impacto económico e científico da realidade patrimonial que é o Mar português foi motivo de reflexão na passada semana com a apresentação, na Gafanha da Encarnação, do programa de financiamento Mar2020.

A autarquia de Ílhavo, e bem, entende que é agora o momento de promover a ligação social do Mar às suas gentes e história.

Há, por isso, motivos mais que suficientes e dinâmicos para que este sábado, dia 18 de novembro, o Mar seja referência e destaque, ao que se junta, de forma complementar, o encerramento das comemorações do 80º aniversário do Museu Marítimo de Ílhavo.

É um dia, que começa às 10:30 horas, repleto de actividades e eventos promovidos pela Autarquia, com o selo de qualidade da gestão do Museu Marítimo de Ílhavo, que pode ser consultado AQUI.

Não deixa de ser ainda relavante, neste contexto do Dia Nacional do Mar e os impactos que o mesmo tem nas regiões e comunidades costeiras, a entrada em vigor do Programa da Orla Costeira Ovar-Marinha Grande, aprovado em Conselho de Ministros no dia 11 de agosto, e que mereceu um especial cuidado da Câmara Municipal de Ílhavo ao alterar parte do seu Plano Director Municipal para enquadramento do referido programa.

Ílhavo é Município de proximidade

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É inquestionável que a relação estreita entre uma autarquia, entre a gestão de uma autarquia, e os seus munícipes, tem um peso e um impacto mais que significativos quer para o desenvolvimento das comunidades e bem-estar dos cidadãos, quer na avaliação (crítica) eleitoral.

Por mais demagogia e retórica que fosse usada no confronto político, a verdade é que os eleitores do Município de Ílhavo tinham esta evidente referência da gestão autárquica: o Município de Ílhavo é dos seus munícipes e todo o exercício é direccionado aos cidadãos.

Já em setembro o IEFP tinha distinguido o Município de Ílhavo como Marca Entidade Empregadora Inclusiva, pelo reconhecimento de medidas de implementação e promoção de políticas inclusivas, direccionadas às pessoas portadoras de deficiência ou incapacidade.

Agora, foi a vez do Observatório das Autarquias Familiarmente Responsáveis ter divulgado, na segunda-feira, a lista das 61 autarquias distinguidas com a "Bandeira Verde", reconhecendo-as como “Autarquias Familiarmente Responsáveis”.

Num universo de 308 municípios, Ílhavo é distinguido com este reconhecimento como "Autarquia Familiarmente Responsável" pelo segundo ano consecutivo fruto das diferentes políticas sociais implementadas pela Autarquia com clara e evidente preocupação pelas Famílias, principalmente as mais desprotegidas e vulneráveis. Destas medidas implementadas pela Autarquia de Ílhavo destaca-se o Plano Municipal de Apoio à Família e o Gabinete de Apoio à Família; a preocupação com as famílias numerosas; a aplicação da redução do IMI para famílias com descendentes; a aplicação da Tarifa Familiar da Água em função do agregado familiar, entre outros.

A cerimónia oficial da distinção está agendada para o dia 29 de novembro, em Coimbra.

João Vieira em destaque no Diário de Aveiro

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No início deste mês o projecto de crowdfunding do João Vieira para a edição de trabalho de originais ganhou, merecidamente, lugar de destaque aqui no Debaixo dos Arcos.

Com o mesmo mérito e merecimento, João Vieira volta a ser destaque no Diário de Aveiro, num trabalho de página completa assinado pelo jornalista Adérito Esteves.

Clicar na imagem para aceder ao recorte completo da notícia.

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Faltam apenas 21 dias.

Mecenato: crowdfunding da Verkami.

à conversa... sobre desemprego jovem.

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Segundo os dados oficiais (sejam os do Governo, os do INE ou de instâncias europeias) a taxa de desemprego tem vindo a diminuir ou a estabilizar (mesmo que ainda esteja por apurar o desemprego real).

Mas apesar do valor estar em queda é ainda um valor que situa Portugal como o 6º país da União Europeia com a taxa de desemprego mais alta, sendo que o desemprego jovem tem um impacto significativo no valor global e que tem levado tantos jovens a emigrarem e a procurarem no estrangeiro melhor futuro pessoal e profissional.

Afigura-se de extrema importância e com redobrado interesse a acção que o Fórum Municipal da Juventude da Câmara Municipal de Ílhavo vai realizar, hoje, pelas 17:00 horas, subordinada à temática do Desemprego Jovem.

Para o Serviço de Apoio à Formação e Emprego (SAFE) da Câmara de Ílhavo, a conversa sobre o Desemprego Jovem é uma oportunidade para avaliação de eventuais contactos profissionais, de conhecimento e aplicação de estratégias e técnicas de procura de emprego.

este é, aliás, o principal objectivo do SAFE: o apoio aos jovens e adultos desempregados nos seus processos e percursos de inserção ou reinserção no mercado de trabalho, numa relação estreita com o tecido empresarial e formativo da região.

O Fórum Municipal da Juventude, em Ílhavo, funciona junto às instalações da Biblioteca Municipal.

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das Fakenews (notícias falsas ou manipuladas)

Este é um termo a que já nos habituámos no dia-a-dia informativo, político e social e não me espanta nada que seja uma das palavras para a Porto Editora colocar em lista para "palavra do ano", mesmo que "afectos presidenciais" seja uma inquestionável candidata à vitória.

E Portugal não escapou a este fenómeno das fakenews.

Ontem, a imprensa noticiava o internamento do Ministro da Educação por tempo indeterminado face ao diagnóstico (significativo, diga-se) de síndrome vestibular agudo (causador de tonturas, vertigens, falta de equilíbrio, náuseas, vómitos) - fonte: jornal Expresso online.

Mas afinal qual não é o nosso espanto quando hoje, logo pela manhãzinha, bem de madrugada, o "ministro da educação", Mário Nogueira, foi fotografado e entrevistado à porta da Escola Secundária Manuel da Maia, em Lisboa.

Mais rigor, Srs. jornalistas. Mais rigor... por favor.

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O saber e a experiência aprendem-se e conquistam-se

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Não é, de facto, inédita qualquer comemoração do dia de S. Martinho com os habituais magustos.

É do calendário... é da tradição.

Este ano a Câmara Municipal de Ílhavo inovou nas comemorações. Pela primeira vez, juntou no espaço partilhado de forma diferenciada (no Fórum Municipal da Maior Idade), num mesmo momento, várias Associações Seniores do Município para, num alargado convívio, partilharem vivências e experiências.

Também nota de destaque para a presença e participação da Vereadora Fátima Teles na sua estreia oficial como responsável pelo pelouro da Maior Idade. E com merecido relevo.

A importância da qualidade do trabalho, do empenho nas acções e na actividade em defesa e benefício dos cidadãos e das instituições seniores, será marca assumida na gestão do pelouro que Fátima Teles acolheu com responsabilidade e dedicação.

Sem esquecer o elevado legado do anterior mandato, sob a gestão de Paulo Costa, Fátima Teles assumiu uma enorme satisfação pelas responsabilidades políticas e sociais que lhe foram delegadas. E foi igualmente clara na importância que os cidadãos seniores têm para a coesão social, para a partilha do conhecimento e do saber, fruto da experiência de vida acumulada no tempo.

Será com eles que a nova Vereadora do Município assumiu o compromisso de aprender mais, ganhar experiência e saber, com a garantia de um trabalho que não defraude as expectativas, não desiluda os cidadãos e as instituições e promova uma qualidade de vida e um bem-estar significativos paras os Seniores do Município de Ílhavo.

Mais importante do que a quantidade de funções ou responsabilidades de gestão está, acima de tudo, a qualidade das mesmas e a importância que todos os pelouros assumem para a sustentabilidade e o desenvolvimento do Município.

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(créditos das fotos: Paulo ramos / Diário de Aveiro)

Ílhavo inteligente

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No documento programático que foi apresentado a sufrágio e validado, de forma inequívoca, pelos eleitores no processo eleitoral de 1 de outubro, a candidatura do PSD-Ílhavo, liderada pelo agora reeleito Presidente da Câmara, Fernando Caçoilo, entre os dez eixos de desenvolvimento estratégico do município (desenhado para 10 ou 20 anos e iniciado em 2013), assumia o compromisso com os munícipes de transformar o concelho num Município Inteligente ("Ílhavo Inteligente").

O compromissos alicerça-se, entre outros, na promoção e execução de projectos e implementação de soluções assentes nas novas tecnologias e electrónica com o objectivo claro de colocar Ílhavo na vanguarda da modernização, oferecendo um melhor bem-estar aos seus cidadãos, mecanismos de maior proximidade, transparência e participação cívica, bem como um maior dinamismo empresarial e económico e uma acrescida valorização territorial.

É inquestionável e inevitável a presença das tecnologias da informação, comunicação e electrónica (TICE) no mundo em que vivemos. Não aproveitar o impacto das mesmas no desenvolvimento das comunidades e no bem-estar dos cidadãos é um risco de retrocesso civilizacional.

Desta forma, afigura-se de relevante importância a realização nos dias 13 e 14 de novembro (segunda e terça-feira), em Ílhavo, do Encontro dos Altos Dirigentes da Associação Internacional das Comunicações de Expressão Portuguesa (AICEP), líderes das comunicações Lusófonas (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste). O encontro terá como referência de debate a “Internet das Coisas: Desafios e Oportunidades”.

A sessão de abertura contará com as intervenções de João Caboz Santana, Presidente da Direcção da AICEP e de Fernando Caçoilo, Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo. Durante os dois dias das jornadas serão vários os painéis de reflexão neste encontro sobre Internet of Things (IoT) que a AICEP entende como sendo já "um catalisador da adoção das soluções digitais e inteligentes que vão contribuir para a resolução de desafios em diferentes vertentes e dimensões da nossa sociedade, sendo os desafios e as oportunidades que coloca a esta Indústria, com especial destaque na temática das cidades do futuro, da mobilidade inteligente e autónoma, das questões da segurança, da privacidade dos cidadãos e das disrupções potenciadas pela inteligência artificial".

Temas em debate

O impacto da IoT nas Pessoas, Sociedade e Negócio - Vasco Lagarto, Presidente da Comissão Executiva do Pólo das Tecnologias de Informação, Comunicação e Electrónica (TICE).
A Segurança e a Privacidade no Contexto IoT  - Luís Filipe Antunes, Professor Associado e Presidente do Departamento de Ciência de Computadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
Plataformas Urbanas e IoT - Alexandre de Sousa, Professor Associado do ISMAI e Responsável pela Arquitectura da Plataforma Urbana do Porto na “PortoDigital”.
Segurança de Redes e Proteção de Dados Pessoais - Manuel Pedrosa de Barros, Director de Segurança das Comunicações da ANACOM - João Filipe Alves, Técnico Superior na Direcção de Segurança das Comunicações da ANACOM.
Inteligência Artificial - Carlos Ramos, Vice-Presidente do Instituto Politécnico do Porto.
Veículos Autónomos - Ricardo André, Project Management da Bosch Car Multimédia.
Comunicações Veiculares - Susana Sargento, Professora Associada Agregada da Universidade de Aveiro

E o povo é estúpido, claro

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Não tem havido tema mais criticado e polémico na agenda de hoje, mesmo que no país haja, de facto, assuntos mais prementes (por exemplo, saúde e educação... lá iremos)

Mas o facto é que muitos portugueses indignaram-se com a realização do jantar de encerramento da Web Summit 2017 que teve lugar, pasme-se, em pleno Panteão Nacional (na Igreja de Santa Engrácia) mesmo ao lado dos túmulos de Amália, Eusébio, Humberto Delgado, Aquilino Ribeiro, Óscar Carmona, Teófilo Braga, Guerra Junqueiro, Sidónio Pais, Manuel de Arriaga, João de Deus e Almeida Garret. Onde podia estar também o Nobel da Literatura, José Saramago, entre outros, não tivesse expresso vontade contrária.

É certo que se não fosse o condenável, indigno e criticável jantar da feira web summit em pleno centro patrimonial e histórico nacional muito poucos seriam os portugueses que saberiam que tais eventos estão, desde 2014 (em plena governação de Passos Coelho pela mão do então Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier) perfeitamente enquadrados legalmente (Diário da República, 2ª série, nº122, de 27 de junho de 2014) e permitidos sob autorização e despacho prévios por parte da Direcção-Geral do Património Cultural, seja no Panteão Nacional (na Igreja de Santa Engrácia), nos Jerónimos ou whatever, infelizmente por razões meramente economicistas.

E o facto de tal regulamentação ser oriunda da governação de Passos Coelho não é, para o caso, displicente.

É que sem que a maioria das críticas tivesse tecido qualquer contextualização político-partidária, a verdade é que muitos socialistas viram-se na obrigação partidária de vir a terreiro tentar limpar a imagem política do Governo. E mal... tiveram dois anos para "limpar" a Lei e nada obrigava a cedência e autorização para a realização do evento por parte do Ministério da Cultura (tal como descreve o artigo 3º - Princípios gerais do contexto legislativo: «1. todas as actividades e eventos a desenvolver terão de respeitar o posicionamento associado ao prestígio histórico e cultural do espaço cedido. (...) 3. Serão, ainda, rejeitados os pedidos que colidam com a dignidade dos Monumentos (...).»).

Mais ainda... a autorização cheira a submissão e favor e vale muito pouco a reacção de chocado ou de indignação de António Costa porque não é convincente a pretensão do Primeiro-ministro em querer mudar o enquadramento legislativo. É hipocrisia política.

Não fosse o coro de críticas e, eventualmente, o ininterrupto tocar do telemóvel do Primeiro-ministro (importa referir que há muito familiar vivo dos actuais "inquilinos" do panteão Nacional) tudo tinha permanecido na mesma e sem qualquer preocupação governativa. Não é credível, nem compreensível, que o Primeiro-ministro, orador na Web Summit, não soubesse do evento ou até o seu Gabinete, acrescido ainda do facto de haver membros do Governo no jantar. Não nos façam de burros.

Soa a indignação de "lágrimas de crocodilo". Não queiram fazer o povo estúpido só para tentar limpara a "borrada" (grave) que foi feita. E nem colhe a tentativa fracassada de passar culpas para a anterior governação. Sendo certo que a infeliz e inaceitável legislação vem datada de 2014 também é verdade que a mesma não obriga a "deferimento obrigatório".

Uma vida não tem preço... muito menos a de uma criança.

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A solidariedade e a defesa dos direitos fundamentais e da dignidade humana de qualquer cidadão, por razões acrescidas quando se trata de crianças, não deve conhecer fronteiras nem distâncias.

No Gana, bem no coração dessa África esquecida e explorada, os pais vendem os seus filhos por menos de 30 euros a traficantes que os revendem aos pescadores do Lago Volta. Estas crianças são obrigadas a trabalhar 14 horas por dia, 7 dias por semana, a troco de um único prato de mandioca. Há, naquele país da África ocidental, 240 mil crianças vítimas de trabalhos forçados e 6,3 milhões de crianças nunca entraram numa sala de aula.

Está nas mãos de todos nós, os que podemos, não ficar indiferentes e tomarmos uma atitude, por mais singular e singela que seja.

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Há dez anos (em 2007), a jornalista Alexandra Borges foi ao Gana para realizar uma reportagem sobre violação dos direitos humanos. A reportagem e a experiência pessoalmente vivida transformar-se-ia na sua missão pessoal, no seu objectivo de vida. Resgatar o maior número que pudesse de crianças (começaram por ser três) daquele verdadeiro flagelo humano e proporcionar-lhes uma esperança e um futuro, a começar pela sua educação e formação.

Hoje, o centro de resgate, acolhimento e formação, em Kumassi (Gana), numa parceria entre a associação que fundou (Filhos do Coração) e a congénere americana Touch a Life kids, conta já com cerca de uma centena de crianças que voltaram a poder sorrir e viver.

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Como a Alexandra Borges afirma não é só o tráfico de crianças é também a "indiferença que mata as crianças no Gana".

Apesar de cada ano ter 365 dias e o sofrimento das crianças ser permanente a época natalícia é sempre propícia à solidariedade e é uma época em que os alertas e as denúncias e o activismo pelos direitos humanos tem mais dimensão e impacto.

É, por isso, uma oportunidade para podermos ajudar a resgatar sorrisos e vidas.

Neste Natal, no Corte Inglês, na Staples, no Pingo Doce ou online no site da organização (www.filhosdocoracao.org) podemos ajudar a educar e a formar estas crianças resgatadas comprando e oferecendo a agenda solidária "Smile" (preço unitário: 10 euros).

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 As reportagens da jornalista Alexandra Borges, TVI.

O mar... para além da Tradição.

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O Mar como tradição é um referência inequívoca da história social, cultural e económica da Região de Ílhavo e, consequentemente, também de parte da Região de Aveiro.

Motor do desenvolvimento desta região e da suas comunidades, à histórica tradição pesqueira acrescem hoje, de forma significativa, os serviços portuários e um importante sector ambiental e científico espelhado, por exemplo, no projecto CRAM-ECOMARE da Universidade de Aveiro, numa parceria entre a Fundação Francisco Manuel dos Santos (Oceanário de Lisboa), a Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem, a Câmara Municipal de Ílhavo e a Administração do Porto de Aveiro.

O mar foi sempre para Portugal o seu maior património e continua a ser o seu maior "desperdício" porque mal ou de todo aproveitado.

A pesca continua a ser em elemento preponderante para a identidade e o desenvolvimento de algumas das comunidades do litoral mas está, hoje (fruto de erros do passado) desestruturada, com frágeis investimentos e modernização, com dificuldades de escala. A par, toda a indústria relacionada com a actividade (transformação e comércio de pescado, construção naval, etc.) padece da mesma realidade.
O próprio turismo do mar (centralizado ou muito focado no sul do país) e o desporto náutico são contextos mais conjunturais do que estruturais e por sedimentar ou consolidar.
No que diz respeito ao conhecimento, à ciência e ao ambiente, Portugal tem muitos caminhos ainda para percorrer já que os passos dados são ainda muito "imberbes".

E importa referir que Portugal pode, se tudo se concretizar na Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC) da ONU, ser o 9º país com a maior plataforma continental (Zona Económica Exclusiva), sendo já o 3º país europeu. Dos actuais 1.727.408 km2 o país poderá ver alargada a sua plataforma para cerca dos 3,8 milhões km2.

O país não pode continuar a olhar para o Mar, para a chamada economia azul, de forma displicente e com uma questionável indiferença, perante o que se afigura como o maior potencial de crescimento e desenvolvimento económico e social, bem como a maior riqueza patrimonial ambiental.

Nesse sentido, tendo sempre presente a inquestionável importância que o Mar comporta na consolidação da realidade e no desenvolvimento da Região de Ílhavo, a Câmara Municipal, através da sua Incubadora de Empresas, em parceria com o Grupo de Acção Costeira da Região de Aveiro e com a Plataforma Tecnológica do Mar da Universidade de Aveiro, vai promover uma sessão de apresentação do 1º aviso do Concurso do Programa Comunitário MAR2020 (financiamento que rondará os 2,7 milhões de euros) que tem como objectivo o desenvolvimento de projectos de investimento na área da economia do mar na Região de Aveiro. A acção tem lugar, amanhã, dia 10 de novembro, na Junta de Freguesia da Gafanha da Encarnação, às 17:00 horas.

Um passo significativamente importante para o Mar ser assumidamente a Tradição desta Região.

 

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