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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Semana em Resumo XIX

Publicado na edição de hoje, 9 de Maio, do Diário de Aveiro.

Cambar a Estibordo...
A semana em resumo.

Marcar. (re)Marcar e (re-re)Marcar a Agenda
Pela enésima vez Manuel Alegre anuncia a sua candidatura às Presidenciais de 2011.
Com receio que alguém se esqueça que está na corrida ao Palácio de Belém, não há semana em que não seja anunciada a sua candidatura (apesar da distância que ainda separa as eleições).
Resta saber se excesso de presença e mediatismo não cansarão o eleitorado, assim como a pressão dos seus apoiantes em garantir que o PS assuma Manuel Alegre como candidato socialista.
Como se houvesse algum interesse político para José Sócrates afirmar um eventual apoio a Manuel Alegre em plena agenda sobre temas em que os dois socialistas divergem, em alguns casos, completamente.
Aferir estatisticamente
No sector da educação, apesar da mudança da titular da pasta governativa, voltou o estigma da estatística redutora da qualidade e do rigor.
Foi a semana das provas de aferição do 4º e 6º anos. A questão que se coloca prende-se como o que se pretende aferir e, principalmente, de que forma.
Se olharmos a prova de Matemática do 4º ano, como exemplo, o que se aferiu foi, claramente, o desperdício de tempo e de recursos por parte dos docentes que, ao longo do ano lectivo, se preocuparam em transmitir aos seus alunos conhecimentos válidos, consistentes, com rigor e solidez, para o ministério desenvolver uma avaliação de tal forma simplicista que roça o ridículo.
Ou como afirma e defende a Sociedade Portuguesa de Matemática que as provas não sejam realizadas como uma mera necessidade de obtenção de resultados mediáticos e políticos.
Quem paga a crise?!
A austeridade, a pouco e pouco, vai marcando terreno e entrando em acção.
Neste último Conselho de Ministros foram aprovadas medidas de combate à crise que passam por penalizar fortemente os cidadãos mais vulneráveis e mais desfavoráveis, económica e socialmente: o limite máximo do subsídio de desemprego passa a não poder ultrapassar os 75% do salário líquido que o trabalhador auferia.
As decisões tomadas (e muitas outras que ainda virão) só permitem reforçar a tese de que a crise e a implementação do PEC vão ser pagas pelos cidadãos em situação mais precária e pela classe média.
Adiar para Recuperar
É notória a preocupação de uma grande parte dos cidadãos quanto ao futuro do País e quanto à forma como iremos sair (ou não) da crise.
E se os portugueses entendem que, em algumas áreas, vão ser necessários esforços e sacrifícios significativos, não podem aceitar e concordar com o despesismo e descontrolo das contas públicas à custa de projectos que não correspondem à realidade e necessidades do País.
Quando são impostos sacrifícios e medidas de austeridade aos mais débeis, seria de supor que o Estado desse exemplos claros de que a recuperação económica deve ser com todos e para todos.
Daí que só faça sentido o adiamento (e nalguns casos a anulação) das grandes obras públicas, face às dificuldades que Portugal atravessa hoje e pela dificuldade em sustentar no futuro investimentos astronómicos: TGV, Aeroporto, terceira travessia, mais auto-estradas.
E não colhe o argumentos de que estas obras servem para dinamizar a economia porque a elas estarão associadas quatro ou cinco empresas apenas (e resta saber se todas elas nacionais).
Se é este o argumento válido face à crise de emprego e à estagnação da economia, então que se canalizem o recursos para a modernização da rede ferroviária, a manutenção e conservação da rede viária nacional (apostando em alternativas eficazes às SCUTs que se querem portajar), o investimento nas pescas e no mar, ou a recuperação financeira de empresas nacionais e a ajuda às PMEs.
Um Verão mais ambientalista
A Bandeira Azul foi atribuída a 240 praias em todo o país (mais de metade das zonas balneares classificadas), onde se inclui, mais uma vez, a Praia de S. Jacinto.
Como resultado de medidas de maior fiscalização e de um maior civismo e preocupação em proteger o ambiente, este ano, foram contempladas mais 14 praias que em 2009.
Portugal vai ter um verão mais azul.

Boa Semana…