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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

E se houvesse eleições antecipadas?

A questão esteve em cima da "mesa" durante esta semana em qualquer debate sobre a crise política no Governo, provocada pela "suposta" demissão de Paulo Portas (a isso regressaremos, no Diário de Aveiro, na próxima quarta-feira). Mesmo que não totalmente afastada essa questão, não me parece que Cavaco Silva saiba fazer, tão bem, um "flic-flac" à rectaguarda como Paulo Portas, embora falte a validação do "acordo do novo Governo" e o Presidente da República tenha mantido o agendamento das reuniões com os partidos políticos com assento parlamentar.

Mas o tema das eleições antecipadas foi, pela oposição, por várias vezes (quase todas) aflorado.

E muitos portugueses poderiam pensar ou desejar esta solução, nesta altura da crise que o próprio Governo criou. Mais não fosse por se sentirem completamente enganados face aos compromissos eleitorais que Passos Coelho assumiu em 2011, e que não concretizou ou aplicou. Nenhum. Antes pelo contrário...

Se a pergunta - "um português independentemente das suas opções partidárias, olha para este governo e acredita na palavra deste governo?" - que o líder do PS, António José Seguro, deixou este fim-de-semana em Vizela (durante a sessão de apresentação da recandidatura de Dinis Costa à presidência da Câmara local) parece ter uma resposta maioritariamente evidente, a verdade é que a mesma questão poderá ser devolvida ao líder dos socialistas: "será que um português, independentemente das suas opções partidárias, olha para António José Seguro e acredita nesta alternativa governativa?"

Fazendo "fé" nas palavras do líder do maior partido da oposição (a seguir a Paulo Portas) os portugueses, face às circunstâncias reais da vida, do dia-a-dia, nas famílias e nas empresas, nos apoios sociais e na responsabilização do Estado, até entendem que Seguro afirme e defenda que "que Portugal precisa de uma visão, um horizonte, uma estratégia, uma mudança". Acho que até a própria "posição" (PSD e CDS) têm isso muito presente.
Mas quando se espera que o PS clarifique e defina, concretamente e de forma não demagógica, os seus conceitos, políticas e medias, não encontramos nas palavras de António José Seguro nada de novo, nada de real, de concretizável, de alternativo: "Portugal precisa também da ajuda dos parceiros europeus para sair da crise, sendo para isso necessário ter uma voz forte na Europa. Nós já não nos bastamos a nós próprios".
Pois o problema é mesmo esse... é que os portugueses querem, o mais rapidamente possível, sair deste sufoco, deste buraco, e dependerem deles mesmos (e não, exclusivamente, da ajuda externa).

O que os portugueses (a maioria) pensam quando olham para o "lado esquerdo" e imaginam  a "alternativa" é o velho ditado: "mal por mal...".

Por outro lado, os portugueses já deixaram de ser tão "infantis" nas suas análises à agenda política. Percebem claramente que o pedido de eleições antecipadas, coincidindo com as autárquicas, nada tem de poupança de recursos, de custos, ou de tempo.
Tem exclusivamente a ver com o aproveitamento, em campanha, do desgaste do Governo para retirar daí o maior benefício em termos de votos, quer nas autárquicas, quer nas legislativas.

(créditos da foto: Rádio Renascença online)

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