Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.
(fonte da foto: Nuovi Lavori) Nunca foi manifestamente claro que Alexei Navalny, ao criticar de forma tão veemente o regime de Putin, defendesse, em contraponto, a democratização da Rússia. É verdade que a permanente acusação e crítica ao regime de Putin e o combate constante à corrupção e ao oligarquismo que sustentam o atual regime russo foi bandeira do ativismo político de Navalny. Mas também é verdade que não me recordo de uma oposição formal, pública e clara, quanto (...)
Publicado na edição de hoje, 26 de dezembro, do Diário de Aveiro (página 5) A migração/imigração não deveria ser um tema fraturante, nem polémico. E muito menos uma questão ou um problema. Qualquer Estado de Direito, ou qualquer democracia ou sociedade consolidadas, deve assumir como alicerce e valor o reconhecimento do princípio universal que determina a livre circulação de pessoas, o direito à escolha onde viver e o seu acolhimento em dignidade (artigos 2.º e 13.º da (...)
Normalmente, quer pela longevidade, quer pelo valor de uma pedra preciosa como o diamante, 75 anos são, ou deveriam ser, um momento de festa e celebração. A 10 de dezembro de 1948, a Organização das Nações Unidas (fundada em outubro de 1945) adotava a carta com a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Curiosamente (face à realidade que hoje vivemos), a Declaração surge no rescaldo do impacto internacional dos efeitos da Segunda Guerra Mundial, como base para os alicerces (...)
Numa altura em que é óbvia a influência, na conflitualidade no Médio Oriente, de um dos Estados mais ditatoriais, autocráticos e teocráticos do mundo, a libertação (em fevereiro) de Yasaman Aryani e da sua mãe, Monireh Arabshahi, após quatro anos prisioneiras por defenderem os direitos das mulheres no Irão, é uma das marcas deste ano de 2023. No mesmo ano em que, a 6 de outubro, a Academia Nobel decidiu atribuir o Prémio Nobel da Paz 2023 a Narges Mohammadi, jornalista e (...)
Chegou ao fim um dos mundiais de futebol mais polémicos e controversos. Não pela questão desportiva ou competitiva, mas sim pela questão social e pelas suspeitas de corrupção, não apenas na atribuição da organização da prova ao Qatar e ao envolvimento da FIFA, mas pelos mais recentes acontecimentos no seio do Parlamento Europeu, envolvendo uma (Eva Kaili) das 14 vice-presidências deste órgão. Este não foi apenas o Mundial da Vergonha (...)
10 de dezembro de 1948 Dia em que no Palácio de Chaillot (na zona do Trocadero), em Paris, era assinada a Carta ou Declaração Universal dos Direitos Humanos, documento redigido, entre outros, pelos juristas John Peters Humphrey (Canadá) e René Cassin (França), pelo filósofo, diplomata e ativista dos direitos humanos Peng ChunChang (China), pelo filósofo e teólogo Charles (...)
O princípio é, ou deveria ser, mais que óbvio: a violência, como manifesta forma de atropelo aos mais elementares direitos humanos e um atentado à dignidade humana, é condenável e reprovável. Se a isto acrescentarmos a "fragilidade" (no seu sentido mais lato) da vítima, passa a ser repugnante. Em todos os casos, é CRIME. No caso da violência contra as mulheres, representa um medievalismo repulsivo, uma total incapacidade na integração e aceitação do outro (seja qual for a (...)
entre outros contextos, mais um desvaneio presidencial. E tende a piorar.
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Comecemos pelos factos, tornados públicos e comprovados por várias organizações internacionais (excluindo a FIFA e o Qatar... vá-se lá perceber porquê) como a Amnistia Internacional, a Human Rights Watch ou a Equidem. A edição de há dois dias da revista Visão, num artigo assinado pela jornalista Sónia Calheiros, espelha uma realidade chocante, indigna e que mancha o desporto, a sociedade, as instituições, os países participantes e as mais insensíveis consciências. Mesmo (...)
mas, infelizmente, são demasiados para que possamos ficar indiferentes.
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Dos 30 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, transcritos de forma parcial e resumida. Artigo 1.º - Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Artigo 2.º - (...) sem distinção alguma, nomeadamente de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outra, origem nacional ou social, fortuna, nascimento ou outro estatuto. Artigo 3.º - Todas as pessoas têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Artigo 4.º - (...)
(crédito da foto: Stephen Voss/Redux/eyevine, in "Newstatesman") Morreu, aos 90 anos, o Arcebispo anglicano Desmond Tutu. Figura ícone da África do Sul e de toda a África Austral, foi, depois de Nelson Mandela (ou a seu lado), uma das vozes mais contestatárias do apartheid e da exclusão racial, não só naquele país, como no Mundo. Mas não só... politicamente sempre "incorrecto" - o que, desconstruindo, significa ser-se directo, firme nas convicções, independente nos actos, (...)
as realidades que passam para o fim da lista da agenda pública
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Há mais vida para além da COVID-19, para além das vagas, para além das estatísticas, para além das vacinas e das guerras das farmacêuticas. Se as orientações e regras necessárias para a mitigação da pandemia merecem o nosso especial cuidado para regressarmos o mais rápido possível à tão desejada normalidade (se é que alguma vez a voltaremos a ter, tal como a conhecíamos até março de 2020), o excessivo foco e centralidade do nosso quotidiano na COVID-19 faz com que os (...)
O que foi feito não pode ser desfeito, mas podemos evitar que aconteça novamente. Anne Frank
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27 de janeiro No dia em que se comemora a libertação, pelas tropas soviéticas, dos prisioneiros do campo de concentração nazi Auschwitz-Bikernau (que, na verdade, era uma rede de 3 campos no sul da Polónia: Stammlager Auschwitz (administrativo); Auschwitz-Bikernau (extermínio) e Auschwitz-Monowitz (trabalho forçado), e ainda mais 45 pequenos campos satélites), a Assembleia-Geral da ONU declarava, em novembro de 2005, através da Resolução 60/7, o dia 27 de janeiro como o Dia (...)
ou melhor, para afastar, desde já, qualquer mal-entendido: Je Ne Suis Pas, Eduardo Cabrita!
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A morte é, por si só, motivo de pesar, respeito e lamento. Agrava-se o sentimento quando essa morte não representa um normal fim do ciclo da vida. É, por isso, difícil de adjectivar e encontrar qualquer ponta de justificação racional quando uma pessoa morre vítima de tortura ou de um ignóbil atentado à dignidade humana. Não sendo, infelizmente, caso inédito na sociedade portuguesa (nos mais diversos contextos e múltiplas realidades), a morte, em março deste ano (sim... já (...)
(mais) uma iniciativa, louvável, da Amnistia Internacional Portugal
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No plano teórico e dos princípios, o desporto tem, de facto, uma universalidade inquestionável, capaz de superar fronteiras, barreiras, diferenças e regiões. No caso concreto do futebol, pelo seu enraizamento nas diferentes culturas e comunidades espalhadas pelo planeta. Infelizmente, na prática, os "corredores obscuros" que norteiam o desporto, a "comercialização/mercantalização" e a "politização" do desporto e, nomeadamente, do futebol, retirou muito da sua ética e da sua (...)
o pior que a política pode ter são momentos de avestruz...
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(créditos das fotos: Tiago Sousa Dias) É conhecido a expressão popular "fazer como a avestruz e enterrar a cabeça na areia" (fingindo não ver nada, alheando-se das adversidades... mesmo que tal afirmação não corresponda à realidade da sua natureza animal). Mas é esta a analogia e a alegoria populares. Na política, esta realidade é o pior dos seus mundos, criando um sentimento público de incoerência, de falta de responsabilidade e de ausência de identidade ou personalidade (...)
a luta, constante, pela Defesa dos Direitos Humanos ficou mais pobre
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A responsabilidade cabe a cada um de nós: os Direitos Humanos são universais, são o valor colectivo mais precioso que a humanidade possui. Limitá-los, significa menosprezar e desvalorizar o "outro", desprezar o valor da dignidade humana. Indiferença e alheamento é o espelho da incapacidade de sairmos da nossa "bolha" de conforto social. As causas e o quotidiano social produzem, historicamente, símbolos. Pessoalmente, aos símbolos prefiro acrescentar as Referências... aqueles que (...)
Refugees lives matter... Dia Mundial do Refugiado.
pessoas iguais a nós
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(fonte da imagem: ACNUR/ONU) Há uma péssima "tradição" na sociedade portuguesa de argumentar contextos e realidades longínquas (violência, racismo e xenofobia, pobreza, migração, guerra, fome, direitos humanos) com dois infelizes e dispensáveis argumentos: "isso é lá longe, no país (terra) deles" ou, ainda, "preocupem-se é com as pessoas de cá". Mas mesmo em situações "à nossa porta", temos reacções semelhantes: fechamos os olhos à pobreza (lá damos um quilo de arroz (...)
Um dos méritos do movimento "Black Lives Matter", para além de (principalmente) dar voz à realidade do racismo, foi trazer à consciência social várias problemáticas que reflectem a necessidade do combate a todas as circunstâncias que coloquem em causa a dignidade humana. Daí que, sem qualquer pretensão de menorizar o movimento inicialmente norte-americano, da expressão "black lives matter" (e contam mesmo (...)
(créditos da foto: Nuno Fox, Expresso) Se há momentos em que Sophia de Mello Breyner Andresen ganha um dimensão ainda maior do que a (merecidamente) tem, esses momentos são os de agora, os dos últimos acontecimentos e dias. Ressoam na memória partes do poema "Vemos, Ouvimos e Lemos" (penso que de janeiro de 1969), bem como uma "velha frase batida", com pelo menos 36 anos: «a história nunca pode ser travada" (MCE - Movimento Católico de Estudantes). Vemos, ouvimos e lemos Não (...)