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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Uma entrevista cheia de nada...

O minuto a minuto da entrevista a Passos Coelho

José Gomes Ferreira acabou de entrevistar (ou mais do género retrato biográfico - 90 minutos de tempo de antena) o Primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, na SIC.

Muito fracos vão os tempos políticos, comunicacionais e propagandistas do Governo. Já nem aí Passos Coelho se consegue revelar e surpreender. Curiosamente um dos pontos de referência da entrevista foi a relação entre Passos e Portas na coligação. Curiosamente, Passos teria sido muito mais revelador e demagogo. Ao menos isso...

1. Passos Coelho não teve a mínima reflexão sobre o futuro do país após o fim do período da ajuda externa, o pós-Troika.

2. Passos Coelho não fez uma única referência às eleições europeias e à Europa.

3. O Governo (e Passos Coelho) continua a enganar o país e os portugueses. "Não haverá mais cortes em 2015" é a maior demagogia e falácia política alguma vez proferida. A verdade é que transformando os cortes temporários em permanentes é o mesmo que privar os portugueses, em 2015, de recuperar o que lhe foi reduzido. Por outro lado, a revisão da tabela salarial da função pública mais não é do que um corte salarial para a maioria dos funcionários da administração central, regional e local.

4. Passos Coelho não concretizou quais as medidas de austeridade que irão ser implementadas para fazer face às denominadas gorduras do Estado, sendo que estas também não forma identificadas. pelo histórico governativo o equilibrio das contas públicas manter-se-á por força da redução das prestações sociais do Estado nas áreas da sua responsabilidade social: educação, segurança social, saúde e justiça.

5. Para Passos Coelho a responsabilidade do aumento das desigualdades sociais, o aumento da pobreza não é resultado destes três anos de governação... vem do tempo do pré-2011 ou, porventura, do tempo do D. Afonso Henriques.

6. Passos Coelho já não consegue (como o fez e bem na campanah eleitoral de 2011, "enganando" um significativo número de eleitores, no qual, assumidamente, me incluo... infelizmente) convencer os portugueses com o seu sentido patriótico e de Madre Tersa de Calcutá ou de Joana d'Arc. As eleições estarão sempre primeiro, porque só dessa forma conseguirá tentar manter o poder. O país não estará melhor em 2015, mesmo que o Governo queira convencer o país do contrário. E a razão para alguma reposição salarial, alguns benefícios sociais só têm fundamentação eleitoralista.

7. Passos Coelho terá sempre como sombra a presença de Paulo Portas, algo que lhe tem trazido mais desconforto do que confiança política.
8. Passos Coelho, após ter anunciado no XXV congresso do PSD o perfil do candidato social-democrata à Presidência da República, já escolheu o seu preferido/eleito: Durão Barroso. Tornou-se o mais óbvio, depois da conferência promovida por Durão e depois da entrevista de hoje. Só Marcelo Rebelo de Sousa ou a derrota eleitoral em 2105 poderão contraria este desejo de Pedro Passos Coelho (e, qui ça, de Durão Barroso).

9. Sobre a condução da entrevista pelo jornalista José Gomes Ferreira: enfim...

(créditos da foto: Alberto Frias - Expresso online)