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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

À margem negocial (parte 2)

Os ganhos e as perdas da Negociação do OE2010.

É sabido que este OE2010 não é apenas vital para o PS e para o Governo…
Nesta fase, uma antecipação de eleições legislativas seria politicamente grave e complicada de gerir para o PS (falta de argumentação), para o PSD (conflitualidade interna e consolidação do seu eleitorado) e para o CDS (responsabilidade do chumbo e risco de perda de eleitorado).
Daí que o Governo e o PS tenham percebido que a dramatização, perseguição e pressão políticas não seriam a melhor argumentação.
Tendo como base a advertência presidencial (que serviu para aumentar a sua popularidade e relançar uma eventual recandidatura) da necessidade de diálogo e negociação, a bem da nação, governo e oposição (a da direita, necessária à aprovação do Orçamento) encetaram negociações para análise, avaliação e sentido de voto.
Mas quem marcou mais pontos?!
No “confronto” entre os três partidos, José Sócrates (e o Governo/PS) podemos afirmar que são os vencedores: não só aprovam o orçamento com as abstenções (mais ou menos construtivas ou estratégicas) do PSD e CDS, como mantêm as bandeiras mais importantes das políticas e medidas orçamentais, tendo ainda a oportunidade de retomar a polémica das finanças regionais.
Para o CDS, o resultado é a consolidação dos resultados eleitorais de Setembro de 2009, marcando uma imagem de partido com inclinação para ser poder. Não rejeitando a oportunidade de tornar públicas as suas perspectivas em relação a temas importantes no OE (fiscalidade, impostos, investimentos, financiamentos, tecido empresarial, reformas, rendimento mínimo, entre outros), a verdade é que o esforço apenas garantiu “direito de antena e visibilidade mediática”. Porque, conforme o post anterior, as principais medidas não foram cedidas pelo Ministério das Finanças, ao ponto de ser necessária um encontro entre Portas e Sócrates.
Após tanto esforço, uma “abstenção construtiva” sabe apenas a “um lavar de consciência”. Nem sim, nem não… antes pelo contrário: Nim!
Quanto ao PSD há um mistério estratégico difícil de perceber… Deixou-se antecipar pelo CDS que foi marcando pontos na opinião pública, e não produziu (nem Manuela Ferreira Leite, nem o líder da bancada social-democrata, Aguiar Branco) qualquer esclarecimento de intenções e objectivos negociais, nem marcou qualquer posição sobre as diversas áreas e vertentes do OE2010. Limitou-se, incompreensivelmente, a aguardar passivamente o desenrolar dos acontecimentos ou a apresentação do Orçamento, para marcar posição.
Apenas a indicação de uma possível (quão esperada) abstenção. Acho pouco para o maior partido da oposição… Uma batalha perdida?
Quem sabe…

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