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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Eu já me safei...

O que li Aqui (Diário de Aveiro, entre outros) e no oportuno e interessante post de João Oliveira Aqui (notas entre aveiro e lisboa), é pura e simplesmente uma vergonha.
Dr. Miguel Lemos dá o verdadeiro ‘golpe do baú’ ao conseguir o lugar de Director-Geral da PDA ((correcção)5800 euros/mês - mais do que auferia como administrador da EMA) antes das eleições, precavendo-se de qualquer eventualidade mais desagradável.
Mais… como administrador dessa empresa autonomeia-se Director-Geral.
Há pessoas que não têm o mínimo de ética, de verdade...
Assim qualquer pessoa coloca o seu lugar de administrador à disposição. Tendo outro a que se agarrar, mais favorável economicamente e politicamente 'amarrando' este novo executivo.
A Câmara pretende limpar a sua imagem, garantir as suas responsabilidades e usar devidamente os nossos contributos financeiros. E há quem ainda viva agarrado ao passado e aos seus princípios que fizeram destes 8 anos uma cidade enfraquecida.
Ainda há quem se admire pela vitória da coligação?!
Só quem andasse a dormir.
Se calhar o Dr. Miguel Lemos era o único do 'burgo' socialista que acreditava na derrota de Alberto Souto. Safou-se enquanto ainda teve tempo.
E safou-se com a conivência do anterior executivo. Quem era o presidente da administração da PDA?! Claro… Dr. Alberto Souto.
E é curioso. Deveras curioso que os 'habituais'(!) “politicamente correctos” socialistas, aqueles que, por exemplo, não conseguiram alcançar a capacidade profissional de Maria da Luz Nolasco para o TA (só por 2000 euros), apelidando a opção da sua escolha como 'boy(girl) for the job', ainda não mostraram a cara!
Aposto que viraram avestruzes... cabecinha escondida na areia!
Até o próprio vereador Dr. Pedro Silva desconhecia (segundo ele) esta tão 'macabra' manobra politica.
E agora...
A quem pedir agora responsabilidades?!
Quem pagará a indemnização a este senhor?! Porque ninguém acredita que no seu contrato figurou o procedimento do período experimental...
Desde 2004, a única coisa que mereceu destaque na actuação do Dr. Miguel Lemos na EMA foi o conflito com a anterior direcção do beira-mar. Nem um concerto, nem um único evento (para além do futebol) dinamizaram o estádio. Assim, acho que, apesar do esforço necessário, a câmara deveria tomar a coragem política de dissolver este contrato absurdo. A bem da transparência, da verdade e do rigor que tanto proclama.
A história e o tempo encarregar-se-ão do resto...
Como cidadão, ‘cagaréu’ de nascença e aveirense do coração, resta-me dizer: Aveiro perdeu a sua dignidade. Basta!

Cruz(e)Fixos... nova referência

Ainda a propósito do que Aqui referi sobre a polémica questão dos crucifixos nas escolas públicas, "Ceboleiro&Cagareú" tem um post Aqui verdadeiramente interessante, com um paralelismo muito oportuno.

Politicamente correcta

a escolha do novo director artistico do Teatro Aveirense. Depois da feliz opção por Maria da Luz Nolasco para directora, o executivo demonstrou que Aveiro está acima da politiquice e dos compradios.
Independentemente das escolhas 'de confiança política' lógicas e óbvias para os lugares de administração, a câmara já tinha feito opções válidas e corajosas, muito para além da esfera partidária: Eng. Lusitana Fonseca na Aveiro-Digital, a continuidade da opção do executivo socialista em Paulo Amorim para o Aveiro Basket. Agora a escolha do encenador Rui Sérgio para director artístico do Teatro Aveirense. Membro da lista de candidatos à Câmara Municipal de Aveiro pelo Bloco de Esquerda, é, obviamente, pela qualificável experiência profissional (encenador e director-adjunto do teatro da trindade) e pelo seu 'aveirismo' que a câmara fez a opção e a proposta que o mesmo considerou de estimulante.
Está criada a dupla perfeita. Aveiro e a nossa cultura agradecem.
Acresce a transparência (tão almejada por muitos) dos procedimentos da câmara ao tornar publico a verba dispendida para este cargo - 1000 euros mensais e para o da respectiva gestão do TA - 2000 euros para Maria da Luz Nolasco (valor que isoladamente o anterior director Paulo Ribeiro auferia).

Solidariedade Lusa

Solidariedade em bom português.
Comparativamente a Dezembro de 2004, a recém campanha de angariação do Banco Alimentar ultrapassou todas as expectativas: quase 1.500 toneladas de alimentos (mais 19%).
Nem o mau tempo...
Nem a crise...
Nem as (legítimas) dúvidas de que os contributos chegam a quem verdadeiramente precisa...
A necessidade cria solidariedade... por um portugal conjuntamente melhor e maior.
Muitos 'poucos' fazem muito!

Bem Haja Professor.

Não tenho qualquer aproximação política ao Professor (agora deputado municipal) Arsélio Martins. Não tenho, nem quero ter…
No entanto, se houve alguém por quem sempre ‘nutri’ um maior respeito, pelo seu saber, pela sua forma de encarar a vida, pelo que me encorajou enquanto fui estudante, foi o Prof. Arsélio.
Na qualidade de presidente do conselho directivo (agora executivo) do Liceu José Estêvão, foi com o maior orgulho que, proposto por ele, vi o meu nome ‘em louvor’ numa acta do conselho pedagógico, onde durante 3 anos representei os alunos/colegas.
Há (infelizmente cada vez menos) momentos da nossa vida académica (secundária ou superior) que nos marcam de forma determinante. Para além das agradáveis conversas sobre tudo e nada, aromatizadas pelo seu inconfundível cachimbo, no bar, no conselho ou simplesmente pelos corredores.
Independentemente da vida nos transportar para caminhos diferentes e distintos, nunca deixei de “o” ler e continuar atento aos ‘passos’ do ‘prof’.
Foi, por isso, com enorme prazer que vi aqui (notícias on-line - Aveiro) a sua primeira intervenção nesta sua experiência de deputado municipal. Intervenção… claramente à Arsélio Martins. Claro, curto e preciso.
Quem se candidata e é eleito, tem uma responsabilidade acrescida de cumprir os seus mandatos e as suas obrigações, sejam elas de vereação ou de deputado municipal. Responsabilidade para servir a cidade, sem quaisquer desculpas, equívocos, desleixos e faltas de responsabilidade.
Senhores deputados… dediquem-se!

CRUZ(e)FIXOS...

Veio recentemente a público (comunicação social), uma preocupação ‘gritante’ pela eventual retirada, das salas de aulas das escolas públicos, dos crucifixos aí eventualmente pendurados.
Portugal é maioritariamente um país de católicos. Não que isso queira significar que Portugal é um país verdadeiramente católico, no sentido prático… de, precisamente, praticantes. Mais crentes, propriamente.
Por força educativa e por vontade própria, sou igualmente católico, embora já distante dos tempos interventivos e praticantes.
Entendo, no entanto, que a escola deve e tem que ser um espaço dedicado ao conhecimento e ao saber, aberto e pluralista, concretamente no que se refere à religião.
Não foi pelo facto da bandeira nacional deixar de ser azul e branca que deixaram de haver monárquicos.
Não foi pela ocorrência do 25 de Novembro de 1975 que (infelizmente) desapareceu o comunismo e os comunistas.
Não é por se colocarem nas paredes das salas de aulas crucifixos que os alunos vão ser mais crente, mais católicos e mais praticantes. Aliás quantas vezes transformados em motivo de ridicularizarão.
A Igreja tem que saber ‘impor-se’(!) por outros fundamentos e outras motivações.
À escola devolva-se o saber, a cultura e o conhecimento… bem como a liberdade!
Actualização
Para que não fiquem dúvidas, quer quanto à minha posição de católico, quer quanto a eventuais deturpações ou 'mal-entendidos' do que acima escrevi.
Foi referido e lido por mim que existe quem, como o Dr. Louçã (felizmente para muitos, já custa 'engolir' as suas desconcertantes metáforas demagógicas) entenda que esta medida da retirada dos crucifixos das escolas públicas tem como fundamento a constituição portuguesa que define o estado como laico. Esses mesmo que (só lendo meia constituição) se esquecem que a mesma constituição protege a cultura portuguesa e a sua história.
Esses mesmo que, à custa duma falsa laicidade, gozam anualmente um merecido(!) descanso pelos feriados religiosos... ou melhor católicos.
Esses mesmo que não ouvi defender a introdução no calendário anual laboral do gozo dos feriados hindus, muçulmanos, etc..
Muitos pesos... para uma medida!

Agendas! Actas e Adendas...

Já muito ouvi, já muito li (e até já comentei em Notas entre Aveiro e Lisboa) o blog recente do Sr. Vereador do PS - Dr. Pedro Silva.
Renovo a minha opinião sobre o assunto:
Só acredita na versão do sentido de oportunidade quem quer. Eu não...

É, no mínimo, irrealista e sobrenatural que um vereador com pelouro não soubesse da não publicação on-line (ou outra) das agendas das reuniões do anterior executivo, bem como do atraso significativo da publicação das actas no sitio oficial da câmara (apesar da insistência do Sr. Deputado do PS na Assembleia Municipal - Raúl Martins e da bancada do CDS - António Granjeia). Só falta dizer claramente: os munícipes de aveiro são 'burros'.
Mas considerações à parte...
Não me parece importante, nem interessante, a publicação das agendas das reuniões. Para além de me parecer pouco lógico este procedimento (mais ainda quando qualquer funcionário da cma, sujeito ao regulamento e código administrativo, tem regras específicas que regulam os seus procedimentos face aos assuntos internos da câmara).
No entanto, já o mesmo não posso contrapor em relação às actas das referidas reuniões. Estas, após a realização das respectivas sessões, são públicas e, ao abrigo legal, devem ser publicitadas. No entanto (e durante o mandato do senhor vereador), eram publicitadas com um atraso tão significativo, que se perdiam no tempo e perdiam o seu interesse.
Aqui, cabe uma palavra de reconhecimento pelo serviço público que o blog Melhor Aveiro presta ao publicar os resultados das reuniões com um espaço de tempo tão curto.
Pena é que não o tenha feito antes das eleições e enquanto maioria.
Ou não o podia...

Há 30 anos...

Pela força de Rio Maior (!), gritava-se: pela democracia, viva a liberdade!
Na mesma altura lembro-me perfeitamente (como se fosse hoje), num muro entre as actuais bombas de gasolina da repsol e a sé, a seguinte frase pintada (de fresco):
"se o comunismo fosse bom o capitalismo já o tinha comprado".
Felizmente houve o 25 de Novembro de 1975.
Felizmente... pela democracia!
Felizmente... pela liberdade!

O Primeiro Dia...

Dizia Sérgio Godinho em “O primeiro dia”: “hoje é o primeiro dia do resto da tua vida”!
Há nas nossas vidas, muitos primeiros dias que marcam definitivamente o resto das nossas vidas. Por exemplo: o primeiro dia de aulas, o primeiro beijo, a primeira paixão, o primeiro cigarro, a primeira desilusão amorosa, o primeiro carro, o primeiro emprego, o primeiro salário, o primeiro…, o primeiro…
Para muitos jovens a possibilidade (seja aqui, em Espanha ou noutras paragens) de obter uma habilitação superior é um objectivo que se conquista, na maioria dos casos, com muito esforço, sacrifícios e ansiedade constante.
Alguns sabem o que significa passar pela experiência. Para quem não saboreia esse momento (alguns num verdadeiro sabor a desilusão) e vive perto de um ambiente universitário (como o caso de Aveiro) já presenciou a felicidade dos que conseguem ingressar no ensino superior, independentemente das perspectivas futuras.
Mas o que seria uma verdadeira festa, tem-se tornado, por essas faculdades fora, recentemente (meia dúzia de anos atrás) num verdadeiro suplício, trauma e desilusão.
Não me refiro ao preço dos quartos e apartamentos para alugar, nem às propinas máximas…
O que deveria servir, exclusivamente, para festejar a entrada dos novos alunos e enquadrá-los no meio universitário, têm-se revelado verdadeiros atentados ao bom senso, ao respeito e ao espírito académico.
Ao ponto de revoltar um ministro do ensino superior pelas piores razões e provocar nos estudantes a necessidade de criarem um movimento (cada vez com mais adeptos) anti-praxe.
A praxe não tem que ter um fim…
Deve ser racional, respeitadora e divertida… mesmo que não inocente.
DN – 22.11.05 e JN – 22.11.05

Sobrevivência Europeia

Após alguns dias de descanso (e suponho de reflexão) João Pedro Dias, in Politika Pura, regressa com um post muito interessante e com questões extremamente pertinentes sobre o futuro da europa, estruturado nos acontecimentos de França e com as recentes medidas salariais da nova chanceler alemã. Para consultar (obrigatoriamente) Aqui.

Memórias

22 de Novembro
1718 - O pirata mais famoso da história dos 7 mares - o inglês 'BarbaNegra', morre em batalha.
1963 - Dallas - Texas. Assassinado o presidente americano John. F. Kennedy.
1975 - Espanha - Juan Carlos é designado Rei de Espanha.

Sentido Proíbido

Comemorou-se ontem (20.11.05) o "Dia Mundial em Memória das Vítimas das Estrada". Segundo notícia do DN, a Organização Mundial de Saúde refere-se a Portugal com o país da união europeia com a maior taxa de mortalidade rodoviária. Em 2005 já faleceram nas estradas portuguesas cerca de 950 pessoas (não são contabilizados os feridos graves que perdem igualmente a vida, fruot da sinistralidade). Se estudos apontam para um decréscimo da sinistralidade em cerca de 3% devido à renovação do parque automóvel (apesar do aumento constante do custo de aquisição de automóvel), da assistência médica e do aumento da rede de auto-estradas que resulta num melhoramento da rede viária. Assim sendo... onde para a responsabilidade dos outros 97%?! Na falta de civismo, na má preparação técnica para conduzir, na irresponsabilidade quando nos sentamos ao volante. A responsabilidade é de todos os que conduzem e percorrem as nossas estradas. Não vale a pena 'sacudir a água do capote'. A responsabilidade é nossa: dos condutores. Cada português condutor, quando ao volante, desperta em si um sentimento esquisito de complexo de identidade. Sentimo-nos logo transfigurados em Fangio's e Schumacher's. E isto porque o português sempre que se senta ao volante tem muita pressa, mesmo que vão adiantados. Não há limites de velocidade, regras de ultrapassagem, riscos continuos... só há os outros - os que vão mais devagar - os empatas... É fundamental que a educação rodoviária acompanhe a educação escolar bem cedo. Mais importante que o ensino do inglês!

The End

O jornal Público, na sua edição de hoje (20.11.05), destaca com interessante pormenor, a queda de 2 milhões de espectadores nas salas de cinema, comparativamente a 2004.
Igualmente curioso é o registo de aumento do número de salas no país. Não há centro comercial que se preze que não tenha o seu espaço cinematográfico.
No entanto, parece-me que as razões são simples e de senso comum:
- o custo de vida e o preço do bilhetes. Quando existe a generalização de uma crise nacional, é lógico que as pessoas/famílias contenham o seu orçamento em função do que é ou não prioritário.
- a ausência de ‘grandes produções’, inferior à do ano anterior (ex. paixão de cristo).
- as novas tecnologias que permitem ter um cinema em nossa casa.
- o circuíto de aluguer que, após 3 meses, tem as novidades disponíveis por um preço inferior ao da ida ao cinema.
- também podemos ter pipocas, o conforto (não ter uma cabeça alta na fila da frente) e o sossego.
- por fim temos a Internet e a pirataria.
No entanto há uma verdade absoluta e inquestionável: cada vez mais perde-se a mística de uma ida ao cinema. Era quase 'uma obrigação' ir, pelo menos, uma vez por semana ao cinema.
E que mística se vivia…

Regresso às aulas!

O ensino desceu à rua! Acrescento mais dizendo que o ensino está na rua… da amargura!
Responsáveis?! Quem?! Todos…
Vivida a sexta-feira atribulada, o regresso à acalmia neste fim-de-semana, permite-me olhar com mais serenidade a questão escolar.
Antes de mais recordo o curioso título de um post recente de JMO (noticias entre aveiro e lisboa), igualmente relacionado com o ensino: “Há coisas em que estou a ficar velho”.
Se recuar 24 anos, vou reviver os meus 15-16 anos de vivência estudantil e acabar por dar claro significado àquele título… sinto-me velho. As diferenças são abismais!
Os pais.
Cada vez mais distantes da escola, do associativismo que lhes permite um papel activo no processo de ensino e na ‘gestão’ da escola e, em alguns casos, do próprio acompanhamento escolar do seu educando.
Há, no entanto, uma preocupação meritória. Com o aumento das exigências profissionais que hoje se colocam aos pais, é legítimo que estes se preocupam minimamente com a ocupação horária dos seus filhos. E a escola tem a obrigação de dar respostas válidas a esta preocupação. Os filhos vão para a escola para aprender e para se desenvolverem, não para passarem o tempo com folgas ou feriados/furos, normalmente ocupados com ‘actividades’ que a família pouco aprova.
Os professores e a escola.
Que festa era (juntávamo-nos logo com duas violas e o ‘rabinho’ na relva) quando tínhamos um feriado/furo ou a greve dos transportes (comboios) impossibilitava um ou outro professor de dar as suas aulas! E porquê?! Porque era raro… muito raro. Daí que o tempo livre não fosse uma realidade preocupante, para os alunos, pais e ensino.
Em contrapartida, segundo os dados estatísticos divulgados pelo DN de 18.11.05, só durante um ano lectivo (2004/05) os professores faltaram a cerca de 9 milhões de aulas (contabilizados os ensinos pré-escolar, básico e secundário). Ou seja cerca de 10% do total dos tempos lectivos previstos. Acresce que ao docente são permitidos 67 regimes ao abrigos dos quais pode faltar ao exercício das suas funções.
Outro aspecto que marca a diferença entre ontem e hoje, é o relacionamento entre docentes e alunos, que permitia haver ‘vida’ para além da sala de aula: na rua, nas viagens de estudo, nas acções e actividades extra-curriculares na própria escola. O professor ensinava, cultivava e exercia uma valorizada função pedagógica. Sem que isso significasse distanciamento e indiferença em relação ao aluno. Por isso é que hoje, muitos da minha geração (38-42 anos), recordam facilmente a influência (umas vezes positiva, outras nem por isso) que a maioria dos ‘profs’ teve no nosso percurso estudantil.
Qualquer actividade profissional, da mais simples até à mais complexa, só se compadece com dois princípios: ou é exercida com paixão ou por obrigação. A do professor tem a ‘agravante’ de ser exercida em acção directa ‘sobre’ alguém (o aluno).
Para um encarregado de educação, o seu educando vai para a escola para aprender e para estudar. Lógico será que ocupe o seu tempo nessas tarefas. Se há a necessidade de um docente faltar à sua ‘obrigação’ laboral que é a de ensinar, será lógico que a escola crie condições para que o aluno tenha alternativas válidas e credíveis.
As aulas de substituição, na sua génese, são uma alternativa válida. O seu sucesso depende do que os professores e alunos quiserem ou souberem valorizar, bem como a capacidade organizativa da própria escola. Ou da forma como as quiserem ridicularizar.
A escola não se pode alhear das necessidades de aprendizagem dos alunos e das preocupações familiares dos mesmos. Principalmente nos dias de hoje, onde as solicitações e as pressões externas que são exercidas sobre os jovens, na maioria dos casos, são de extrema capacidade persuasiva, desviando-os, com extrema facilidade, das suas obrigações escolares.
Quem estudou entre 1976 e 1985, via no professor ‘mais velho’ uma referência cultural. Essa referência era muito mais esbatida nos professores mais novos ou nos estagiários (a quem ‘gostávamos’ de ‘dificultar’ a vida profissional). Por isso uma das argumentações da greve que se baseia na idade limite para leccionar, a mim parece-me descabida e injusta para com a experiência profissional e outras actividades.
Porque razão 50 anos são limitativos à actividade de docente e exige-se que um motorista ou alguém que abre valas para o saneamento básico (esforço e segurança) o possa obrigatoriamente fazer até aos 65 anos.
A minha avó materna era professora primária (desculpem do 1º ciclo básico - até isto me parece confuso). Com quase 90 anos e após uma trombose, criava discussões técnicas sobre latim com a minha irmã enquanto se formava na universidade de aveiro em português-francês. Esta é uma imagem que retenho nas minhas memórias com muita clareza.
Os alunos.
Aqui reside a minha suposta ‘velhice’ e as diferenças abismais entre o ontem e o hoje e que são muito maiores do que em relação à geração que me antecedeu. A questão da mentalidade.
A nossa vivência estudantil, do ponto de vista cultural, social ou político, era muito mais interventiva e activa. Quer nas estruturas da escola (delegações de turma e conselho pedagógico), quer nas estruturas associativas (núcleos e associações de estudantes).
Quem não recorda, com alguma nostalgia e orgulho, as RGA, os plenários e as campanhas eleitorais.
Hoje há (independentemente de existirem as estruturas) um vazio de ideias, de conceitos, de capacidade e vontade de intervenção. Por mais desculpas ou argumentos contrários. Não me convencem… (até porque na minha actividade como treinador de basquetebol lido diariamente com esta realidade).
Não me lembro de acções gratuitas de vandalismo, de faltas de respeito e agressões para com os professores e a escola, já para não falar da falta de solidariedade e respeito entre os próprios alunos. E no Liceu José Estêvão existiam cerca de 2500 alunos, desde o 7º ao 12º anos (ainda muito antes das c+s’s e das eb’s).
Aulas havia-as de segunda-feira até às 13:00 de Sábado, intercaladas com acções estudantis extra-curriculares, desde conselhos pedagógicos, actividades dos núcleos e das associações de estudantes e actividades culturais. Os tempos livres eram dedicados ao estudo, ao desporto e às actividades sociais e políticas. Os dias tinham mais que 24 horas. Hoje os jovens estudantes não sabem ocupar, nem gerir o seu tempo e as suas prioridades.
Nunca fui adepto da expressão dos ’meus mais velhos’: no meu tempo é que era. Mas a verdade é que para algumas coisas, estou a ficar mais velho.
A greve é um direito consignado na constituição da república.
A greve não pode ser justificada para servir de pretexto à alienação de responsabilidades.
A escola e o ensino depende de todos os seus agentes: governo, professores, alunos, pais e comunidade. Ninguém pode fugir às suas responsabilidades.
Esta greve soube a instrumentalização política.

POR RESPEITO...

Podemos (e devemos) ser contra a Guerra.
Podemos não concordar com o envolvimento das forças armadas portuguesas em cenários internacionais de guerra.
Não podemos é ficar indiferentes quando um português, no exercício das suas funções de estado, morre... pelo sentido patriótico, pela segurança e liberdade dos outros.
Sem direito a comentários... O meu respeito.
Um militar português morreu esta sexta-feira em Cabul, capital do Afeganistão, depois do carro de patrulha onde seguiam ter detonado uma mina.

No Sense

Já proliferam nesta cidade (e provavelmente no resto do rectângulo nacional) os cartazes das presidenciais de 2006. Um que me chamou a atenção foi o do Dr. Mário Soares. Reflecte nitidamente o vazio da sua candidatura e a irracionalidade da sua campanha.
"Porque sabe unir os portugueses" é a chave do cartaz.
Pura ilusão e demagogia eleitoralista.
Para quem não consegue (e não soube) unir o seu partido (sim esse mesmo... o PS) e para quem não consegui unir a Esquerda (já para não falar das 'zangas' com o seu amigo poeta), querer unir todo um país é chavão e puro 'No sense'...
Será que ainda não houve ninguém que lhe explicasse isso?!?!
É que (felizmente) há muita gente (à direita e à esquerda) que não se quer unir ao Dr. Mário Soares.
Porque não tem ideias para Portugal, não tem perspectivas para a crise nacional (económica e de valores), não mostrou saber o que os cidadãos querem para o país. E por não saber e não dizer, é que apenas reduz o seu discurso ao seu pesadelo que é Cavaco Silva.

Serviço Público

foi o que o JN na sua edição de hoje (17.11.05), prestou a Aveiro.
Curioso como nos dias de hoje, em que o país, a europa e a restante comunidade internacional vivem momentos de angústia, desepero, pessimismo, ... há ainda quem encontre ideias válidas, capazes de nos mostrar que a vida tem um lado positivo e que esse terá de ser sempre a alternativa ao nosso 'negro' dia-a-dia.
Eixo tem afecto e esperança ao serviço da comunidade, fruto de uma 'missão visionária' da médica e escritora Graça Gonçalves. Um lugar a visitar sempre!
Felizmente que a cultura aveirense não se confina ao Teatro Aveirense e seus 'affaires' e que as contenções financeiras da Câmara permitem olhar investimentos e apoiar acções socio-culturais com valor indiscutível.
Ler JN - Aveiro "Inovador Lugar dos Afectos inaugurado em Fevereiro"

Moderação...

é o que vai faltando no (débil) estado da saúde nacional.
É indiscutível o ‘dogma’ do princípio equitativo do binómio utilizador-pagador, sem que isso signifique menos responsabilidades sociais do Estado.
No entanto continuam os paradoxos e as falsas promessas deste burgo socraísta.
Segundo os seus responsáveis (quer o máximo ou o das finanças) não estão previstos quaisquer aumentos na tributação de impostos.
Pois não… Por isso é que o Ministério da Saúde prevê um aumento/actualização das taxas moderadoras, nos serviços de urgência, acima do valor previsto da inflação. Por isso é que os preços sobem, aumentando o nosso custo de vida.
Por isso é que um serviço de saúde primário que deveria ser suportado pelos impostos que cada um de nós contribui mensalmente/anualmente, vai, com esta medida e à custa da nossa doença, engordar o precário orçamento do estado em cerca de 4 milhões de euros.
Curiosidades neste processo de aumento são as que o relacionam com a eventual fundamentação do agravamento do valor das taxas nas urgências do SNS ser baseado em dois princípios: os rendimentos e as ‘falsas urgências’.
Isto é...
Primeiro não bastará ir ao hospital e levar o cartão de utente do SNS - deverá ser acompanhado igualmente da declaração de IRS.
Segundo, não me parece que as pessoas que se deslocam às urgências o façam por mero divertimento ou desporto, mas sim por necessidade e, em alguns casos, por ‘desespero’ ou desconhecimento na avaliação dos fundamentos médicos da doença ou mal-estar. E se a opção da maioria dos utentes é preferencialmente (em muitos casos) pelas urgências do hospital, em detrimento dos centros de saúde, tem a haver com o descrédito e a falta de confiança nessas unidades de saúde.
Por outro lado...
Quem vai avaliar e determinar o que é ou não uma ‘falsa urgência’? O corpo médico de serviço?! O funcionário do balcão de atendimento?! O utente?! Será que vai ser necessário e obrigatório que o utente telefone primeiro para o hospital ou centro de saúde descrevendo a situação, para posterior opção?!
Enfim.. pela sua saúde não adoeça!

Resultados - (De)Voto - II

Foi colocada à votação a prioridade que os visitantes deste blog entendem que deveria merecer resolução urgente deste novo executivo camarário. Obtivémos 42 respostas, destacando-se a preocupação para com as taxas municipais - 21% (incluindo obras, àgua e saneamento), seguido da necessidade de preservação e criação de zonas verdes e de lazer - 10%, bem como a degradação do piso das vias e o trânsito - 14%.

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