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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Contradições a Alta Velocidade.

O que ontem era verdade, hoje talvez não seja mentira.
Enquanto o governo, teimosamente, contrariava os diversos estudos, as mais racionais opiniões institucionais e particulares, sobre os traçados do TGV em solo luso, a esperança ia-se esfumando face à previsível atitude do Governo em manter apenas as linhas Porto-Lisboa e Lisboa-Madrid.
O Ministro das Obras Públicas (com pompa e circunstância) em Outubro de 2005 afirmava publicamente que ao traçado Porto-Vigo não fazia parte das prioridades, nem correspondia às principais necessidades do país. Em Dezembro do mesmo ano, ouvia-se a afirmação de que o mesmo traçado não é sustentável economica e financeiramente.
26 de Abril de 2006 - (32 anos após o 25 de Abril) a revolução esperada: Porto-Vigo, para o Ministro Mário Lino "(...) é uma linha prioritária para Portugal (...) o projecto é importante e rentável" (fonte: Jornal de Notícias - edição de 27.042006).
Como aqui referi, este é um traçado vital para o país e para a região norte. Só falta mais uma "revolução" (talvez um 25 de Novembro) para que o traçado Aveiro-Salamanca-Madrid, de vital importância para a região de Aveiro e para a economia nacional, seja também uma realidade.
Para não continuarmos dependentes de:

Ding... Dong!

Última chamada.
Sr. Bin Laden e Sr. Líder do Hamas. Última chamada para o voo C.I.A. Air Lines.
Queiram, com urgência, dirigir-se à gare A.
A viagem está prestes a iniciar-se, com paragens nas principais capitais europeias e destino parasidíaco, perfeitamente secreto.
Mas, por favor, não digam nada... é segredo!

Reposição da história

Independentemente do contexto ideológico que se vai extraindo, conforme os interesses partidários, da Revolução de 25 de Abril de 1974, ao fim de cerca de dois anos, foi reposta a verdade histórica em Santarém.

Salgueiro Maia, voltou, com o povo, a "sair à rua"...

Os cravos murcham...

Por muitas considerações socio-políticas que se façam, ao fim de 32 anos, comemorar o 25 de Abril, não é mais do que um acto histórico, como o é o 5 de Novembro e o 1 de Dezembro.
Não se trata de minimizar um processo que é o marco mais importante da história política, social e democrática de Portugal.
Trata-se sim de ter a noção que esse mesmo marco, é, para a maioria da nova geração (menos de 35/38 anos) uma referência apenas histórica que o tempo se encarregou de circunscrever à história contemporânea portuguesa.
Não são pois os exíguos saudosismos e “chavões” demagógicos que vão enriquecer ou manter viva a revolução.
Revolução que ninguém tem o direito de a limitar à esquerda, ao centro ou à direita, já que, quando a mesma foi levada à prática, foi de todos e para todos. Só mais tarde a evolução e contra-evolução do processo de democratização da sociedade política nacional foi sendo “perfilhada” pelos vários quadrantes, muito por força da diversificação ideológica dos seus “capitães”.
No entanto, ao fim de 32 anos, este é um “25 de Abril” diferente.
Diferente num PS mais central e mais liberal, numa sociedade menos politizada, mais global, embora muito distante da equidade, da justiça, do desenvolvimento equilibrado do país, da educação e da eficácia económica.
A diferença de ter sido comemorada pelo primeiro presidente da república não eleito pelo quadrante da esquerda partidária, a qual se mostrou ainda com incapacidade democrática de digerir as últimas eleições. Pese embora o cuidado do PR de apelar à unidade pelo desenvolvimento económico e social do país, bem como à responsabilidade acrescida no desempenho das funções políticas dos membros das instituições democráticas, como é, por exemplo, o caso da Assembleia de República.
Porque não há melhor forma de comemorar a Revolução de 25 de Abril de 1974, do que enquadrar no tempo o estado de desenvolvimento de Portugal.
Mesmo sem cravo ao peito.

Regresso...

Por uma vez me referi aqui, criticando o não cumprimento do cargo de vereador da oposição do amigo Eduardo Feio.
Fi-lo por entender que democraticamente perde-se e ganha-se nos actos eleitorais, cabendo a responsabilidade de assumir publicamente as opções políticas que se tomam quando nos candidatamos a algo (neste caso, ao lugar de vereador).
Fi-lo ainda por entender também que, por um sentido aveirense e pela verdade democrática e pluralista (independentemente das opções ideológicas distintas), uma boa maioria e gestão camarária muito terá a haver com a experiência e capacidade interventiva da sua oposição.
Se o sentimento político aveirense estiver acima dos interesses partidárias, mesmo com sentido crítico, o concelho tem uma mais valia e um contributo acrescido para o seu desenvolvimento.
Foram no entanto as opções pessoais que forçaram a esta ausência.
Pelas mesmas razões que critiquei... pelas mesmas razões saúdo o seu regresso ao lugar de vereador.
Aveiro (e de certeza a maioria no executivo) agradece.
Um bem haja!

A OC(i)DE(nte) nada de novo.

Enquanto a propaganda governativa continua a criar um País virtual e tecnologicamente chocado, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico - OCDE, diagnostica no seu relatório a situação económica portuguesa.
E o seu parágrafo inicial não poderia ser mais esclarecedor: “a economia portuguesa deteriorou-se desde 2000”.
Ou seja o diagnóstico dos últimos 5 anos é mau. As previsões para os próximos 5 (até 2010) são péssimas.
Portugal continua a divergir da zona euro, quer produtivamente, quer na qualificação dos recursos humanos, quer na competitividade. Isto é, economicamente fracos, porque produtivamente fraquinhos.
E medidas concretas (muitas, eventualmente drásticas) precisam-se no Ambiente - na Fiscalidade e Tributação - na Lei do Trabalho e na Produtividade - na Educação - na Despesa Pública e na valorização do Mercado.
Enquanto isso não for uma realidade, vamos continuar a viver num constante País das Maravilha.

A sala da gazeta ética.

Ainda a propósito da tão falada falta de quórum pascal na Assembleia da República.
Muitas vozes se levantaram minimizando o indesculpável acto da maioria dos deputados.
Para além daquelas que, legalmente, “justificam” esta falta de sentido de estado, como por exemplo o “apropriado” trabalho/missão político, houve quem (Vasco Pulido Valente e Paulo Portas) justificasse tal triste figura, com a ausência de importância e relevo parlamentar que um deputado eleito democraticamente pelo povo e pelo respectivo distrito eleitoral tem no hemiciclo, para além de dizer sim, não ou talvez, conforme indicação política superior do partido ou dos responsáveis da bancada.
E fora uma ou outra comissão parlamentar (que não chega para todos), na maioria dos casos, em 4 anos de “árduo trabalho presencial”, nem uma “faladura” à nação.
Esta é uma realidade que todos conhecemos após cada acto eleitoral. Votamos claramente num partido, sem termos a noção que elegemos pessoas para nos representarem directamente, das quais nem o nome sabemos, quanto mais quem são, o que fazem e o que valem.
Para além disso sabemos que valem muitos euros ao erário público e engrossam demasiado a despesa pública, conforme a OCDE também já observou.
E depois ficamos demasiadamente espantados com o “fosso” e o descrédito político que existem entre a política e o comum dos mortais.
Porque ninguém se lembrou de reduzir o número de deputados.
Ninguém se lembrou de valorizar o seu papel, de permitir um aumento de produtividade legislativa e reguladora nas diversas comissões.
Ninguém se lembrou de criar mais e melhores condições intervenientes para todos os deputados, minimizando o seu carácter de “mais um”.
E não venham com a conversa do funcionalismo público, das pontes que muita gente faz, porque muitos outros (como eu) trabalharam.
Para um órgão da nação, que deveria servir de exemplo em todos os aspectos da vida sócio-económica, cultural e política de Portugal, já que regulamenta e legisla sobre todo os seus quadrantes, nem se deveria dar ao triste fado da assinatura de ponto. Por dever cívico, deveria estar presente. Ponto final.
Qualquer dia ainda veremos o Prof. Cavaco Silva a “passar” o seu cartão de ponto electrónico junto à guarita de entrada do Palácio de Belém, ou o Eng. José Sócrates a preencher um impresso de “dispensa” para poder ir a uma consulta médica.
Haja decoro. Erraram! Não é a primeira vez… e deveriam pedir desculpa ao País, encontrando forma mais correcta de estar no “leme” da nação.

Humor dos Arcos

Enquanto a OCDE e concretamente o FMI retratam objectivamente Portugal "estagnado", o Primeiro-Ministro vai transformando o país numa realidade virtual. Tecnologicamente "chocado"!
E como este espaço não foge á regra e sempre foi assumidamente pluralista e democrático, associa-se ao "estado de choque" nacional.
Nova tecnologia presenteada ao Instituto de Metereologia.



Por favor... Dá-me Lume!

Depois do falhanço previsto com as mensagens nos maços de tabaco, prevêm-se mais medidas de combate ao consumo do tabaco e à preservação da saúde pública. Uma delas tem a haver com a inserção de imagens chocantes com males provocados pelo fumo. Não me parece que daí venha qualquer entrave ao consumo. O que me parece é que a indústria (mesmo caseira) das bolsinhas vá aumentar.
Outra medida é a que diz respeito ao locais onde se pode ou não fumar. E aqui recordo-me do conceito interessante apresentado por Paulo Portas no que respeita a esta questão, no último "Estado da Arte". Não me parece que a legislação que se avizinha seja de facto coerente, racional e se quisermos constitucional.
No que respeita à proibição de fumar em locais públicos, parece-me que aí não haverá muito a contestar. São espaços, pela própria denominação, públicos, abertos a toda a gente e que não deverão ter restrições. Portanto, onde devem coabitar fumadores e não fumadores, mas onde a saúde pública e o bem-estar devem ter prioridade.
Já no que diz respeito aos bares, restaurantes, discotecas e outros espaços de propriedade privada ou particular, é perfeitamente descabido o conceito de proibição. Que mais não seja pela intromissão governativa e estatal na "cousa" particular ou privada.
Neste caso, o governo seria mais coerente e racional ao permitir que houvesse lugar ao direito de opção. Primeiro do proprietário, depois do fumador (que lhe assiste o direito a fumar, mesmo sabendo que o tabaco prejudica a saúde) e do não fumador.
Deveria permitir que quem detivesse o direito da propriedade privada, pudesse fazer a sua opção "comercial". Por exemplo, um restaurante poderia ter o direito próprio à opção de ter espaço para fumadores e não fumadores, ou simplesmente optar por não aceitar fumadores ou expressar publicamente que aquele espaço é para fumadores. A opção seguinte seria a do consumidor.
Até agora, quantos (principalmente) jovens não fumadores deixaram de ir à estação da Luz ou ao antigo 8 Graus, por causa do tabaco?!
Esta projecto legislativo apresenta-se como uma "pedra" na liberdade de opção, na liberdade individual e no direito à propriedade privada.
E outras medidas poderiam ter sido adoptadas.
Um maior e mais elevado agravamento do preço do tabaco. O aumento da idade de aquisição de tabaco. Por exemplos...
Acima de tudo (e mesmo eu sendo um fumador ocasional), pela sua saúde: não fume!

In Memorium...

Há precisamente 500 anos, durante o reinado de Rei Manuel I, Portugal vivia uma página bem negra da sua história politico-religiosa: cerca de 4000 judeus (homens, mulheres e crianças) foram, pura e simplesmente, "limpos", durante 3 dias.
Este marco tornar-se-ia no maior genocídio da história lusa.


Há 33 anos - 19 de Abril de 1973, um ano antes da restauração da democracia em Portugal, a Acção Socialista Portuguesa, fundava, numa cidade alemã, o Partido Socialista.
Democraticamente... parabéns.


Há um ano, sem grande especulação e estupefacção, o conclave do vaticano, após 4 eleições, elegia como Papa sucessor de João Paulo II, o Cardeal alemão Joseph Ratzinger, que escolheu como nome Bento XVI.


Precisamente hoje, a novela Parque Mayer foi substituída pelo Parque das Nações. De parque para parque, o casino de lisboa foi finalmente inaugurado.

E entre as memórias e a vida real, vamos cantando e rindo (cada vez menos) com a subida do custo de vida, da despesa pública, das taxas de juro e do petróleo.

A vida... portanto!

Amêndoas e Leituras

Foi claramente uma páscoa de puro ócio.
Depois de finda a leitura dessa maravilha literária que recomendo vivamente: "A Sombra do Vento" de Vasco Ruiz Zafón, entre amêndoas e os coelhinhos de chocolate que a filhota paternalmente ia deixando de sobra, dei por terminada a leitura do enignático Vasco Pulido Valente - Retratos e Auto-Retratos.
Embora o título da obra seja precisamente o referido, a ordem de apresentação inverte-se logo na 1ª página.
Vasco Pulido Valente, auto retrata-se primeiro, com o desenho memorial dos seus dois avós e do enquadramento social da época mais marcante das suas vidas (entre a riviravolta republicana e o fim monárquico), para, páginas mais à frente, deambular pela sua anarquia existencial, onde as constantes ausências de regras de conduta vão coexistindo com o pessimismo e a oposição a tudo o que é institucional, laboral (a sua passagem pelo Min. da Cultura), político e até mundano (com as suas próprias casas).
Esta primeira parte é o Vasco Pulido Valente no seu lado obscuro, algumas vezes perto do "dantesco".
Nos Retratos, encontramos um interessante desfolhar histórico, com uma análise politico-social ao melhor nível de Pulido Valente. Algo se aprende sobre Salazar - Àlvaro Cunhal - Sá Carneiro (seu herói político) e Cavaco Silva (seu ódio político).
Curioso é que, apesar das referências específicas à sua participação no MASP-I, nota-se uma ausência (eventualmente premeditada) do retrato (específico) de Mário Soares.
Um boa leitura político-social de um largo período histórico

Almas Gémeas

Descubra as igualdades/semelhanças
-> FC Porto - 1º Classificado da I Liga / Beira Mar - 1º Classificado da Liga de Honra
-> FC Porto - Praticamente Campeão / Beira Mar - Praticamente Campeão
-> FC Porto - 1 ano de intervalo entre a última vez que foi campeão (época 2003/2004)
-> Beira Mar - 1 ano de intervalo com apenas 1 ano de permanência na II Liga.
-> FC Porto - melhor eqquipa da I Liga / Beira Mar - melhor equipa da II Liga.

Beira Mar e FC Porto, as minhas duas almas gémeas.

Não é por acaso.

Ainda a propósito da falta de quórum parlamentar que imviabilizou a votação de 8 diplomas governativos, foi-me enviado por mail a explicação matemática para o significado de dar-mos profissionalmente 200%, quer na responsabilidade, quer na qualidade e na quantidade.
Então analisemos os simples factos:
A "A-B-C-D-E-F-G-H-I-J-K-L-M-N-O-P-Q-R-S-T-U-V-W-X-Y-Z"
fazemos corresponder
1-2-3-4-5-6-7-8-9-10-11-12-13-14-15-16-17-18-19-20-21-22-23-24-25-26.
Deste modo:
DEDICAR-SE valerá (4+5+4+9+3+1+18+19+5) - 64%
A SABEDORIA necessária à intelectualização do nosso esforço será correspondida em (19+1+2+5+4+15+18+9+1) 74%
Passar demasiado tempo a TRABALHAR renderá um esforço de (10+18+1+2+1+11+8+1+18) 80%
As ATITUDES que tomarmos, valerão uma aproximação à perfeição (1+20+9+20+21+4+5+19) - 99%

Mas...
O dobro da nossa capacidade empreendedora atinge-se com...

FAZER PORRA NENHUMA - 200%
(6+1+26+5+18+16+15+18+18+1+
14+1+14+5+14+8+21+13+1=200)


Não é por acaso que quem não faz nada é mais valorizado.
Criticar os deputados porquê?!
Não dão muitas vezes 200% do seu esforço?!

Paroquianismo Justiceiro

Não tenho, em algumas situações pessoais e profissionais que vivo no dia-a-dia, argumentações que capacitem o contraditório a vários acordãos que vou lendo, aceitando-os (pela aptidão de quem os produz) como um facto irredutível.
No entanto, a minha condição de Pai e de educador/formador de jovens, dá-me responsabilidade para não deixar passar em claro o provincianismo e o paroquianismo do acordão judicial produzido sobre o caso de Setúbal e da legitimidade no uso de "violência" na educação infantil.
Parece-me óbvio que, salvo algumas excepções que confirmam a regra e que não têm que ser tomadas como exemplo, não existe Pai, Mãe, Avô ou Avó que neste rectangulo luso já não tenha dado um "palmadita", repito "palmadita", no rabiosque do(a) filho(a) ou tenha usado alguma forma de castigo (não ver tv, ir para a cama mais cedo) como correcção para alguma regra educacional que tenha sido quebrada.
Querer negar este facto é utópico e "tapar o sol com a peneira".
Quere fazer disto um acto licito (legislativo e jurídico) não faz qualquer sentido.
Querer igualar ou substituir a acção familiar e paternal, pela acção educativa institucional é no mínimo irracional.
Fazer crer que a educação de uma criança que infelizmente a vida transporta-a para além dos conceitos tidos como normais, de uma criança que exige cuidados especiais e atenção especializada é igual à educação das crianças que, felizmente, são rotuladas de normais é duma insensibilidade atroz e desmedida.
Que se ilibe judicialmente a funcionária pela pressão que as suas tarefas exigem (embora deva ser retirada do exercício daquela actividade), pela carga horária a que estava sujeita, pela falta de acompanhamento e, provavelmente, de formação adequada, ainda consigo perceber.
Que se justifique os actos como legítimos e lícitos, tranformando a violência física e psicológica com um instrumento educacional de uma criança... só em Portugal.
É o mesmo que afirmar que a rigidez educacional dos meus bisavós era exemplar. Que a violência a que muitos alunos estavam sujeitos, no processo de aprendizagem no ensino primário antigo, fez deles verdadeiros estudantes e intelectuais é irreal.
Educar tema uma vertente correccional, não tem que ter uma vertente violenta.
É a justiça que merecemos.

Eu Confesso... hoje pequei!

Contrariando as palavras do Cardeal Stafford, numa celebração litúrgica no Vaticano, hoje pequei e não foi pouco.
Li 3 jornais, vi dois noticiários, a excelente vitória do FC Porto, vi um filme (não católico) e passei algum tempo pela blogoesfera.
À falta da leitura bíblica e de "1 Pai-Nosso e 3 Avé Marias", espero ter como atenuante o facto de ter passado cerca de 30 minutos a ler os excelentes artigos do meu saudoso amigo António Marujo no Público de hoje, sobre a Igreja, e o igulamente interessante artigo do Dr. José Miguel Júdice sobre a Páscoa.
Já por algumas vezes, neste espaço, me referi ao distanciamento da Igreja à vida, ás pessoas, ao nosso dia-a-dia. Não nego que a "espiritualidade" e o recolhimento não sejam precisos, concretamente nos dias de hoje, onde somos confrontados com constantes "estrangulamentos" pessoais. O que não me parece lógico é que essa espiritualidade tenha que nos abstrair do mundo que nos rodeia, da nossa vida diária, do que nos preocupa.
Não me parece que a desproporcionalidade da ocupação temporal tenha forçosamente que recair na espiritualidade. Porque não pode ser considerada grave (pecado) a nossa falta de preocupação e de atenção com quem sofre à custa do desemprego, da falta ou da precariedade de recursos de subsistência, com as ausências parlamentares, com o aumento dos combustíveis, dos abusos físicos e sexuais a menores, com a falta de qualificação dos recursos humanos do nosso país, com o nosso atraso em relação à europa e à vizinha espanha, com a violência doméstica, com a economia, com a falta de capacidade de oposição política por parte do psd e do cds, com..., com..., com..., com a falta de solidariedade entre as pessoas, com a falta de activismo social e político (comunitário)?!!!!!
Porque tem a Igreja que se distanciar dos homens?!
Porque há-de ser preocupação de Bento XVI o activismo dos sacerdotes?! Porque tem a oração (obviamente necessária, mas não exclusiva) de ser a referência principal e não o acto missionário e evangélico de estar, como dizia o padre Andrea Santoro assassinado há cerca de 2 meses na Turquia, no meio do povo como "sinal de salvação" ?!!!
É claro que a Igreja Católica tem que estar preocupada com a crise de vocação sacerdotal.
É claro que a Igreja Católica tem que estar precocupada com o aumento do afastamento dos crentes da liturgia, já que esta não encontra eco nas suas vidas diárias.
É claro que a Igreja Católica deve voltar a reflectir e a equacionar o papel dos leigos e das mulheres na igreja.
É claro... que pequei! Confesso!

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