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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

A La Carte

É um princípio básico do direito democrático e da justiça social que as obrigações dos cidadãos sejam cumpridas.
É um facto "histórico nacionalista" que um bom português se preze mais pela defesa dos seus direitos do que o cumprimento dos seus deveres.
E neste particular, toma dimensões abismais, a fuga às obrigações fiscais.
E o que o Estado faz para contrariar tal propósito luso?!
Publica legislação que permita a cobrança eficaz dos incrumpimentos?!
Cria mecanismos de fiscalização eficientes e dota-os de meios necessários ao cumprimentos das suas tarefas?!
Judicialmente, estão criadas condições para a resolução coerente e concisa dos conflitos de execução fiscal?!
Há ainda alguma coisa a fazer nesta área, mas também não deixa de ser evidente que o Estado e o Ministério das Finanças tem, hoje, uma capacidade de combate à fraude e invasão fiscal muito diferente da que haveia há 10 ou 15 anos atrás.
Então para quê a "Lista"?!
Que significado tem, no universo dos contribuintes (singulares ou empresariais), 288 nomes?!
Que significado tem no universo do volume de contribuições pagas, cerca 130 milhões de euros, que justifiquem a publicação de uma lista pública (passe a redondância)?!
Se os contribuintes "faltosos" não liquidaram as suas obrigações, vão poder ou querer fazê-lo após a divulgação dos seus nomes?!
Não acho que este tipo de processos dignifiquem e credibilizem o Estado e a máquina fiscal.
Claramente... antes pelo contrário.
Onde está o exemplo e a moralidade de um estado devedor, mau pagador e apenas consciente dos seus direitos?!
Quantos nomes pertencentes a esta lista, estão nesta situação por claro incumpriemento do próprio estado?!
É fácil ser-se exigente e moralizador quando se tem a "faca e o queijo na mão".
O que não significa o mesmo que ser-se igualmente cumpridor e responsável.

Último Verão

O Diário de Aveiro, na sua edição de hoje (30.07.2006), refere a intenção da Direcção da Região de Turismo da Rota da Luz de alterar a sua denominação.
De facto nunca percebi porque raio algumas regiões de turismo (e não são assim tão poucas) utilizam esta nomenclatura imperceptível para quem necessita de saber onde passear, fazer férias, se divertir e descansar. Para além de conhecer e contactar com outras realidades sociais e culturais.
Ele é a "Rota da Luz" - "Costa do Sol" - "Costa Verde", etc. etc.
Como já aqui referi e no Diário de Aveiro é extremamente importante para a centralização, desenvolvimento e posicionamento estratégico da Região de Aveiro/GAMA, a sua sustentabilidade turística. É uma das nossas inquestionáveis riquezas que temos obviamente que desenvolver, comercializar e estruturar.
Portanto, parece-me aceitável que a actual direcção da Rota da Luz, perdão, da Região de Turismo da Rota da Luz, queira alterar a sua denominação, por forma a identificar e melhor enquadrar este importante organismo na sua localização e contexto geográficos.
A Região de Aveiro (como um todo) tem que ser uma "marca" que venda.
Tem de se posicionar estrategicamente no turismo nacional.
Temos Mar, Rio, Ria, Serra, Sol e somos acolhedores.
Temos o Sal, os Moliceiros, Os Ovos Moles, o Pão-de-Ló de Ovar, os Vinhos da Bairrada, O Peixe e a Carne, condições naturais excepcionais para o desporto e para o lazer e somos, geograficamente centrais e com excelentes acessibilidades.
Temos que ser competitivos, qualificados e inovadores turisticamente, para sermos atractivos.
Este é pois um processo em que a inter-municipalidade e o conjugar de esforços deveria ser uma realidade.
O turismo na região de Aveiro tem que ser encarado como um potencialidade para o seu desenvolvimento económico, social e cultural.
Segundo a notícia do DA, estão, para já, duas propostas de alteração da denominação da Região de Turismo: "Região de Turismo de Aveiro" e "Região de Turismo da Ria de Aveiro".
Pessoalmente e pelas convicções descritas, entendo que a denominação "Região de Turismo de Aveiro" é mais coerente com a oferta turística que a Região tem para dar: náutica, balnear, rural, ecoturismo e aventura, natural e paisagístico, cultural e gastronómico.
Ou seja, muito para além da Ria: o mar - a serra, o ria e a ria, como um todo, congregando as diversidades culturais, sociais, económicas e geográficas dos municípios que compõem a região.
Até poderíamos ir mais longe e, eventualmente, tentar algo do género: TuriAMA - Turismo da Área Metropolitana de Aveiro.

Coincidências...

Enquanto ouvia o noticiário das 13:00 sobre a crise no Médio Oriente, lia, Aqui no Diário de Notícias, Aqui no Público e Aqui no Correio da Manhã, a recusa ao pedido da ONU num cessar fogo por 72:00 horas, para permitir alguma ajuda humanitária aos desalojados, às populações e às vitimas desta guerra.
Como já, por diversas vezes, afirmei, qualquer guerra é totalmente desprovida de significado e fundamentação.
Violência gera violência.
A Guerra gera a morte e não a solução.
E se há alturas que o mero acaso toma dimensões de irracionais coincidências, hoje o dia é fértil.
Veio-me logo à memória, a letra de um excelente tema musical da Mafalda Veiga, baseado no cancioneiro Espanhol "Madre anoche en las trincheras".

Balada de un Soldado

Madre, anoche en las trincheras
Entre el fuego y la metralla
Vi un enemigo correr
La noche estaba cerada,
La apunté con mi fusil
Y al tiempo que disparaba
Una luz iluminó
El rostro que yo mataba
Clavó su mirada en mi
Con sus ojos ya vacios
Madre, sabes quien maté?
Aquél soldado enemigo
Era mi amigo José
Compañero de la escuela
Con quien tanto yo jugué
De soldados y trincheras
Hoy el fuego era verdad
Y mi amigo ya se entierra
Madre, yo quiero morir
Estoy harto de esta guerra
Y si vuelvo a escribir
Talvez lo haga del cielo
Donde encontraré a José
Y jugaremos de nuevo
Madre, sabes quien maté?
Aquél soldado enemigo
Era mi amigo José
Compañero de la escuela
Con quien tanto yo jugué
De soldados y trincheras
Madre, sabes quien maté?
Aquél soldado enemigo
Era mi amigo José

Bom Fim-de-Semana

Para culminar uma semana mais ou menos agitada.
Nada melhor que entrar no fds com humor.
A Ler (para descontrair das desgarças do mundo e do país) na Veneza de Portugal, do João Figueira: Aqui - Aqui e Aqui.
Pensamentos... ou verdades verdadinhas!

Aveiro tem potencial


Publicado na edição de hoje (27.07.2006) do Diário de Aveiro.

Pensar Aveiro V
Potencialidades específicas.


Ao concluir estas cinco reflexões pessoais sobre Aveiro e a sua Região, o último diagnóstico teria obrigatoriamente por reflectir as potencialidades que a região de Aveiro tem para solidificar a sua centralidade e a sua estratégia no desenvolvimento do país.
Tornando-a claramente numa região de referência nacional.
Já foi pensada a cidade. Já foi pensado o seu enquadramento com uma regionalização desenquadrada da realidade do país. Já foi pensada a necessidade de Aveiro e a sua Região marcarem um “peso” político consolidado e forte. Já foi pensada a realidade das suas instituições políticas com maior relevo: GAMA – AMRia e Rota da Luz.
É portanto chegado o momento final de referir a sustentabilidade desta região, como um marco importante para o seu desenvolvimento e para o crescimento nacional: as suas potencialidades e o que ela tem para oferecer.
A geoestratégia da Região de Aveiro tem que ser assumida como uma mais valia. Independentemente de não concordar com o desmedido investimento na ligação de alta velocidade (TGV), parece evidente que a mesma, infelizmente, se vai concretizar.
Assim sendo, obrigatoriamente, Aveiro tem que se intrometer “bairristicamente” numa “guerra” que se limita hoje ao confronto Porto-Lisboa.
É demasiado importante que, face à concretização do projecto governamental, Aveiro assuma e pressione o Palácio de S. Bento no sentido de ver concretizada a ligação em alta velocidade de Aveiro a Salamanca. Não no sentido de se estruturar mais uma ligação a Espanha. Mas porque, face à potencialidade económica do Porto de Aveiro e da futura plataforma logística, esta é uma porta privilegiada e fundamental para a entrada na Europa.
Mais ainda… esta ligação será, do ponto de vista financeiro, uma objectiva sustentação do investimento e do previsível fracasso na rentabilização de toda a estrutura TGV que vai ser criada, pela baixa procura e reduzida utilização.
Por outro lado, o posicionamento geográfico da região aveirense, merece uma melhor dinamização das suas potencialidades e estruturas, valorizando deste modo aspectos económicos e turísticos importantes: o eixo rodoviário IP5 Aveiro – Salamanca; a potenciação do Porto de Aveiro como a terceira referência nacional no sector fluvial; a necessidade de se projectar a revitalização da linha do Vouga entre Espinho e Águeda (e porque não, até Sernada) favorecendo a mobilidade e a acessibilidade inter-municipal e dentro deste vector das movimentações de pessoas e bens, a região tem que canalizar um investimento planeado de infra-estruturas viárias que beneficiem da importância de sermos “atravessados” pelo principal eixo viário nacional que é a A1.
Aveiro tem que fixar no contexto nacional o seu tecido empresarial, através da valorização do seu parque industrial em Águeda, Aveiro, Estarreja, Ílhavo e Oliveira de Azeméis. Valorizá-lo fomentando e consolidando o seu investimento e dinamizando e fomentando novos investidores com projectos inovadores e sustentáveis.
Criando um estreita relação de parceria empresarial e com a capacidade de gestão, investigação e inovação que a Universidade de Aveiro já comprovou ter capacidade para assumir e colocar em prática.
Ganharia Aveiro em termos do seu desenvolvimento Ganharia a Universidade no assumir de uma posição de relevo no ensino superior, na investigação e no desenvolvimento tecnológico.
A par da generalidade do tecido industrial e tecnológico, há a particularidade de dois aspectos fundamentais da economia desta região, terem a capacidade de sustentarem a potencialidade de Aveiro: o Sal, essa actividade ancestral que nos últimos anos tem tido um excesso de produção não rentabilizado, e a Região Vinícola da Bairrada.
Por outro lado, Portugal não tem muitos recursos capazes de motivar investimentos e gerar riqueza. Tem, por essa razão, de procurar rentabilizar e explorar os poucos que poderá dinamizar.
Do mesmo modo, a região de Aveiro “sofre” do mesmo mal.
Assim, para além do seu posicionamento geográfico, das infra-estruturas (existentes ou a criar) de suporte de mobilidade e acessibilidade de pessoas ou bens – ferroviárias, rodoviárias ou fluviais, do seu tecido empresarial e industrial e do relevo da universidade, há a necessidade de Aveiro se afirmar como potência regional através da sua maior riqueza: o Mar e a Serra – a Ria e o Rio – o Moliceiro, os Ovos Moles, o Pão de Ló de Ovar, o Vinho. A sintonia turística perfeita entre o interior (como Vale de Cambra e Sever do Vouga) e o litoral (Vagos – Ílhavo e Ovar).
Aveiro precisa de um esforço acrescido no desenvolvimento turístico desta região rica em recursos naturais, históricos e culturais.
Aveiro tem capacidades e recursos que podem colocá-la como a referência duma região centro do país.
Tem capacidades para reviver a sua importância política de outros tempos e histórias e fazer renascer nomes idos e marcantes.
Tem potencialidades para centralizar esta região no “mapa” do desenvolvimento do país.
Como alguém ao comentar o artigo anterior me dizia: para além das vontades, haja competências.
E responsabilidades de todos nós.

(Manifestamente) de acordo.

Embora acompanhando com especial atenção todo o desenrolar da crise no Médio Oriente, acrescente-se que com bastante apreensão, ainda não consigo clarificar as ideias quanto a responsabilidades, porque para mim, nenhuma guerra tem fundamenação. Como já o tinha, aqui, transmitido.
No entanto, acho verdadeiramente interessante este post do Jorge Ferreira, no TomarPartido.
Ler Aqui.

Ambientalidades

As questões ambientais são, para a maioria dos portugueses, formalidades e procedimentos de obrigação comunitária (UE) ou ainda, tabu.
Ou então não passam de brincadeiras de escola, para entreter pedagogicamente as nossas crianças.
À parte disso, o ambientalismo tornou-se ideologia política, na quase exclusividade dos casos, perfeitamente enquadrado com as estruturas políticas da esquerda portuguesa.
Mais do que isto, são meras vontades e exercícios demagógicos e voluntariosos.
No meu caso (e por mais que queiram fundamentar contraditoriamente, não me convencem) e na maioria (99%) dos lares deste rectângulo luso, o ambiente resume-se à separação, acondicionamento e transporte até ao ecoponto mais próximo (alguns longe "pr'o caraças") dos resíduos sólidos familiares. ou então, o "raspanete" da filhota por o papel ter caído no chão público.
Há no entanto, outra questão.
As ligações comerciais e empresariais à defesa ambiental do país, da comunidade internacional e "do todómundo".
O mecenato, seja ela cultural, desportivo ou ambiental, já há algum tempo se adaptou à realidade financeira e comercial dos novos tempos: ninguém dá nada de "borla". nem por "amor à camisola". Há sempre um retorno qualquer. Seja financeiro, seja de imagem, seja promocional, seja etc..
Apesar de tal facto mais que verídico, há a necessidade de se respeitar (e muitas vezes o dever de participar) tais campanhas.
Se é certo que, na maioria das situações, elas resultam num acréscimo financeiro e publicitário de quem as promove ou de quem se associa, também não deixa de ser verdade que há o mérito indiscutível de as levar à prática.
Assim, tenho que louvar a informação que este fim-de-semana recebi do Pingo Doce (cruzamento de s.bernardo) de que a partir do próximo mês de Agosto, os sacos de plástico das compras vão ter o valor de 2 cêntimos e vão ser reutilizáveis e 100% recicláveis.
Quererá isto dizer:
1. O Pingo Doce vai poupar muito dinheiro investido nos sacos.
2. O Pingo Doce vai ganhar 2 cêntimos em cada saco que disponibiliza aos seus clientes.
3. O Pingo Doce, corajosamente porque sujeito à perda de alguns clientes, vai contribuir para preservação ambiental do planeta.
Alguns dados curiosos que fundamentam esta decisão:
- os sacos plásticos são feitos a partir do petróleo e o petróleo está cada vez mais caro (se bem que existem estudos que afirmam que os derivados do petróleo têm um peso muito reduzido no consumo daquele bem - os combustíveis são de facto a maior "fatia").
- um simples saco plástico pode levar até 500 anos a decompor-se na natureza. É muito tempo até à "reforma".
Ambientalidades pela redução do desperdício.

Ao luar...

20 de Julho de 1969.
Mar da Tranquilidade - Solo lunar.
"Um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade" - Neil Armstrong.
O impossível aconteceu.
A humanidade é que não deu esse salto gigante...
Pelo contrário. Ao que hoje se assiste, deu foi uma grande cambalhota.

Centralizar Aveiro


Publicado na edição de hoje (20.07.2006) do Diário de Aveiro.

Pensar Aveiro IV
Marcar um claro centralismo.


Depois do diagnóstico feito nos artigos anteriores, a melhor forma que Aveiro tem em marcar o seu centralismo estratégico, passa pela responsabilização de todos.
Cidadãos numa eficiente intervenção com forte espírito de cidadania.
Agentes económicos, com estratégias fortes, com apostas na qualificação dos seus quadros, em inovação e ideias criativas.
Instituições sociais mais interventivas na sociedade.
Políticos com um sentido regionalista, motivados pelo desenvolvimento sustentável da região de Aveiro, com capacidade de intervir, planear, motivar e gerir, acima de “tacanhos” partidarismos.
E para que estes pilares da sociedade anónima, económica e política se interliguem, coabitem e se co-responsabilizem, quem tem mais poder, maior responsabilidade e um papel mais preponderante, tem claramente que dar o exemplo.
E este exemplo vem pelo o uso eficaz do associativismo e cooperativismo intermunicipal.
Por tudo isto, é evidente e necessário fortalecer e estruturar a Grande Área Metropolitana de Aveiro - GAMA, a Associação dos Municípios da Ria – AMRIA e a Região de Turismo da Rota da Luz.
Nestes três vectores institucionais reside a capacidade da Região de Aveiro (actual distrito) conseguir adquirir o peso político e estratégico que lhe é devido. Reside a capacidade de motivar as pessoas, de criar um novo “bairrismo” que promova e defenda a região e, igualmente, a capacidade de congregar convicções, culturas e objectivos em torno do fortalecimento dessa mesma região.
Hoje, a intermunicipalidade e a flexibilidade das fronteiras geográficas e concelhias é uma realidade em permanente despontar.
O desenvolvimento das infra-estruturas (transportes públicos– água – saneamento – acessos), estando relacionado com a expansão das zonas urbanas e ás necessidades de mobilidade entre as diferentes actividades humanas, aumenta a necessidade do associativismo.
Num período em que o referido desenvolvimento aplicado à região é de enorme importância para o seu equilíbrio e para a qualidade de vida dos seus habitantes, é necessário pensar no seu ordenamento tendo em conta uma política de interesse colectivo economicamente viável, socialmente aceitável e respeitador do ambiente.
Assim sendo, a GAMA deve procurar consolidar-se institucionalmente para melhor resposta poder dar a estes desafios que se avizinham.
Estes poderão passar pela descentralização de competências organizativas e legais para os municípios, através da sua macro-estrutura associativa e que sirvam a defesa dos interesses das populações que, no caso concreto, ronda os 430 mil habitantes, fruto da integração de doze municípios (dos 18 que compõe o actual distrito de Aveiro – Águeda, Albergaria-a-Velha, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Murtosa, Oliveira de Azeméis, Oliveira do Bairro, Ovar, Sever do Vouga Vagos e Vale de Cambra), através da capacidade de atrair investimento e riqueza, de gerir as potencialidades que a região comporta, de criar estruturas e estratégias comuns que diminuam custos de financiamento de infra-estruturas e valorizem recursos.
Como exemplo da necessidade de se estabelecer objectivos e um plano de crescimento social e económico, a estratégia comum poderá passar pela qualificação e formação de recursos, por uma aposta na inovação e na tecnologia (aproveitando a capacidade indiscutível da universidade de Aveiro), pela atracção de investimento (aproveitando o dinamismo e know-how da AIDA), pela diversidade cultural e pela projecção turística, uma riqueza evidente desta região, através do reforço da importância da Região de Turismo.
Há factores que, ultrapassando os limites concelhios, as convicções partidárias e o isolamento estagnante, devem ser aglutinadores de compromissos e objectivos comuns: a proximidade geográfica dos municípios; a referência ambiental do Atlântico, do Rio Vouga e da Ria de Aveiro; a história política comum de pertencerem há longas décadas ao mesmo distrito e o cooperativismo já estruturado da Região de Turismo, da AMRia, do Carvoeiro, do Baixo-Vouga, etc.; o posicionamento estratégico do IP5 e da projecção económica do Porto de Aveiro e, por último, a influência e o peso na inovação e tecnologia que a Universidade de Aveiro (e seus pólos) exerce na região e no país.
E há igualmente os novos desafios. A capacidade de contrariar um “obscura” regionalização que limita o desenvolvimento destas áreas de objectivos conglutinados e torna o país e as regiões mais pobres e assimétricas, bem como a importância da plataforma logística de Aveiro, integrada na clara e relevante ligação Aveiro – Salamanca – Europa do TGV.
Mas Aveiro é uma região potencialmente mais forte. Para além da sua capacidade inovadora e tecnológica, industrializada, portanto, economicamente sustentável, tem duas riquezas naturais que tem de explorar e desenvolver: a Ria e o turismo, agregado ao mar, ao rio, à ria e à serra e à diversidade rica na cultura e gastronomia das suas populações.
A Área Metropolitana de Aveiro não pode significar a perda de fundamento e significado da AMRia e da Região de Turismo da Rota da Luz.
A GAMA tem que ser, sem excepção e retórica, o motor da preciosa actividade e especificidade de gestão de áreas específicas como a Ria (ambiente) e o Turismo.
É importante a cooperação intermunicipal de todos sem excepção. Mesmo aqueles que não usufruem directamente, por exemplo, da ria. Mas que numa perspectiva mais abrangente, beneficiam da sua importância e relevo para o desenvolvimento sustentado da região.
A AMRia tem um papel preponderante na capacidade de proporcionar e gerir projectos importantes para a região, numa interligação forte entre o Homem, os Lugares e a Ria.
Tem a capacidade organizativa e legal de gerir os recursos ambientais e a sobrevivência da ria e das suas zonas lagunares, como é o exemplo do esforço recente na reconversão da Pateira de Fermentelos.
A Região de Turismo da Rota da Luz (ou outro nome que o actual executivo queira determinar) tem a oportunidade de ter na sua gestão pessoas de uma experiência notável (Dr. Pedro Silva e Eng. Vítor Silva, entre outros).
Tem a oportunidade única de cultural e ambientalmente, congregar todos os municípios numa vontade única: potenciar turisticamente a região. Sem excepções e sem privilégios. Ligando a Serra e o Mar, o Rio e a Ria, como um todo. Provavelmente, potenciando investidores e projectos, reforçando a sua capacidade de intervenção e de estratégia, evitando a perda da sua influência, como recentemente aconteceu, com o incrível e perplexo caso da não inclusão da Ria de Aveiro no Plano Estratégico Nacional de Turismo (PENT). Reflexo claro do que no artigo anterior se alertou (embora não inédito) para a falta de peso político e estratégico de Aveiro, no contexto, desenvolvimento e realidade nacionais.
Passando igualmente por motivar a população limitada pela sua zona de influência a descobrir a região de Aveiro (há muita e muita gente que não conhece a região onde vive, a sua história e costumes, a sua realidade actual e o seu futuro) e, obviamente, potenciar a região no contexto turístico nacional e internacional, no caso concreto junto da vizinha Espanha (o nosso potencial cliente turístico).
A região de Aveiro tem que ser pensada sem complexos e sem constrangimentos políticos. Tem que ter uma política abrangente, congregadora de vontades e comum nos objectivos e princípios de desenvolvimento.
Tem que pensar como um todo.
Tem que repensar a sua posição no futuro da regionalização.
Aveiro tem que ganhar “peso” e capacidade centralizadora.
Já bastou “perder” a influência da Região da Bairrada, com a opção da Mealhada pela Área de Coimbra e a indecisão de Anadia (e que não deve ser difícil de adivinhar o seu desfecho), a influência industrial de Águeda e S. João da Madeira, a estratégia e cultura de Arouca, Castelo de Paiva e o eterno desprezo de Espinho.
Aveiro pode ser muito forte. Haja vontades.

Ódio e Guerra

Há alturas na vida em que os pensamentos se tornam obscurecidos pelo "clarear" duma forte trovoada. Ou ainda, pela incapacidade racional de entender um problema. No caso concreto... um grave problema, de consequências ainda muito indefinidas.
A guerra é, a todos os níveis, inqualificável e condenável. Premissa. Condição óbvia.
Ou não...
É que, soam algumas trovoadas cognitivas.
Será que alguém (fora da área do conflito) consegue vestir a pele de um povo forçado ao exílio, tornado apátrida?!
Será que alguém, por mais momentos de conflito armado que tenha vivido (nomeadamente ultramar), conseguirá imaginar o que terá provocado num povo o holocausto?!
E será que alguém consegue vestir a pele de um extremista religioso, ao ponto de sacrificar a sua vida por uma promessa "celestial" que, na quase totalidade dos casos, não entende de forma racional?!
E agora... será que, por mais condenável que seja, a guerra não se poderá tornar justificável?!
Porque criticamos umas e defendemos outras?!
É óbvio que o rapto de um soldado (apenas um) israelita não vale, po si só, toda esta escalada da guerra, que, se calhar e infelizmente, ainda agora começou.
É óbvio que este conflito não é só uma troca ofensiva militar entre Israel e o Líbano, com a Palestina e a Síria por entremeio.
É óbvio, mesmo que irracionalmente, este conflito tem as fronteiras muito mais ténues.
Será que não chegará até nós?!
Como diz a publicidade: "isto vai dar nega"!

Tresleituras!!!

O Dr. Jorge Ferreira, no Só Aveiro, continua incompreensivelmente a afirmar que eu tresli o seu artigo no DA - remar em seco".
Como estamos numa cidade democrática e pluralista, que a sua história política sempre soube preservar, com a devida vénia à Susana Barbosa - Arestália, publico um comentário deixado no seu interessante espaço, relacionada com a questão da pista de remo.

"Cara Susana
Há no artigo do Dr. Jorge Ferreira, aspectos que merecem algum tratamento contraditório.
Há percepções e informações deficientes da realidade aveirense, obviamente pelo facto de se estar a cerca de 250 quilómetros mais a sul.
E é estranho que o Dr. Jorge Ferreira, com a sua experiência política, que durante alguns anos defendi e elogiei, faça análises tão superficiais e desfasadas da realidade. Para além de erros de premissas.
Primeiro, o Dr. Jorge Ferreira engana-se quando entende que eu represento alguma coisa do cds local ou da própria coligação camarária.
Sou por convicção do cds, mas (mesmo antes dele abandonar o partido) sem qualquer militância activa ou responsabilidade política (mesmo que local). Aliás, nesta data, algo crítico ao rumo do partido, como aqui já o expressei tantas vezes. Mas sou-o por convicção, como já afirmei. Portanto não recebo nem transmito quaisquer recados ou opiniões públicas do cds e/ou da cma.
Segundo, continuo a achar que não tresli o que o Dr. Jorge Ferreira refere no anterior artigo do DA.
Não vi qualquer preocupação nos argumentos e fundamentos que o Dr. Jorge Ferreira usou por diversas vezes para se referir à necessidade(!) de preservar o antigo estádio, relacionada com questões financeiras necessárias para concretizar essa opção
Não me lembro de qualquer referência aos custos (do bolso de todos nós) com os encargos para a recuperação do antigo estádio e para a manutenção do mesmo e do novo.
Apenas a obsessão por um referendo (que por si só já tem custos).
Por último acho que o Dr. Jorge Ferreira está mal informado.
A maioria dos aveirenses não se opôs à construção do novo estádio (quando muito, como eu, à sua localização), nem à demolição do antigo (e eu cresci e morei, bem junto àquele parque). Para quê a polémica?!
Por outro lado, o Dr. Jorge Ferreira parece desconhecer o âmbito do projecto da pista de remo. Não é só a questão desportiva que está em causa. É toda uma envolvência que favorece, em primeiro lugar Cacia e por consequência Aveiro e todo o município.
É a questão ambiental, agrícola, turística e logicamente desportiva.
O projecto merece o esforço de todos. Dos que no anterior executivo estiveram envolvidos e o esforço do actual para levar a cabo uma necessidade vital para o desenvolvimento da região. Com capitais privados que já estão assumidos (caso Portucel), com outros que irão, com certeza, aparecer, com a candidatura aos fundos comunitários já anunciada.
Este é um projecto, mais que político, social e de sustentação do nosso desenvolvimento. Obrigado pelo contraditório, já que não sei porquê, sempre que comento no blog do Dr. Jorge Ferreira, nada aparece.
Cumprimentos"

Um mergulho no mar...

Para além de parte de uma música dos Xutos e Pontapés, é o reflexo do actual estado do país.
Portugal foi para banhos.

Resta-nos a novela luso-brasileira: Super Mário atrasou-se e falha viagem de Moliceiro com entrada directa no estádio de aveiro.
Entre o ser e o não ser, o vir e o não vir, esta reabilitação desportiva e social do Sport Clube Beira Mar, começa mal.
A ver vamos se não termina pior.

Politica "light"

Texto publicado na edição de hoje (13.07.2006) do Diário de Aveiro.
 
Pensar Aveiro III
Política “light”


A razão prioritária e suprema para que Aveiro pense urgentemente a sua estratégia regional no quadro enevoado da regionalização que, obscuramente, se avizinha, é, como interessantemente dizia o Dr. Candal numa entrevista aqui publicada no dia 1 de Junho passado, a sua falta de “peso político” nacional. Acrescentado eu, o facto de Aveiro assentar a sua estrutura interventora numa “política light”.
Tal “tacanhez” estruturante que transforma Aveiro e esta região num, cada vez mais gritante, paroquianismo provinciano do litoral, tem responsáveis. Uns mais visíveis; outros irremediavelmente anónimos. Mas todos responsáveis.
Aveiro foi perdendo ao longo da história o seu peso e relevância na estratégia nacional.
Para o bem ou para o mal, o poder acéfalo de Lisboa, ainda no tempo do Marquês de Pombal, iniciava a sua cruzada pela supremacia e influência nacionais ao ordenar a liquidação dos Duques de Aveiro.
Longe vão os tempos da importância do sal, do peso da pesca, da economia cerâmica. Da influência política de José Estêvão, Mário Sacramento e os Homem Cristo (Pai e Filho).
Longe vão os tempos da capacidade de exigir ou de contestar, como serve de exemplo, os Congressos da Oposição Democrática.
Mas se politicamente a cidade e a região foram conquistando um défice de importância e peso nas estruturas políticas e governativas do país, à custa de ausência de pressão política e económica, motivada pela inexistência de cotação nacional dos valores intelectuais que proliferam em Aveiro, também não deixa de ser um facto que tal capacidade de intervenção e de contestação é gerada pelo simples e real facto de os aveirenses perderam o histórico sentido de corporativismo, bairrismo, solidariedade local, intervenção e, acima de tudo, sentido de cidadania, capazes de influenciar as decisões nacionais.
A própria influência da Universidade de Aveiro no panorama científico e intelectual do país, tem sido diminutamente, aproveitada.
A realidade dos factos da vida da região tem reforçado esta fraqueza da falta de peso estratégico de Aveiro.
A perda de influência no eixo IP 5 que a plataforma logística do Porto de Aveiro vai “teimando” em não se concretizar e que o “sonho” de uma ligação de alta velocidade à vizinha Espanha vai transformando em “pesadelo”.
A tão antiga reivindicação da reabilitação da linha ferroviária do Vale do Vouga.
A nossa subserviência face à influência intelectual e política de Coimbra, como o recém episódio da concretizada pista de remo em Montemor e da não concretização do nosso projecto para o Rio Novo.
A fragilidade financeira e social motivada pelo desinvestimento económico com reflexos na taxa de desemprego e na quantidade de empresas que, mês a mês, vão encerrando as suas portas na região.
A incapacidade das concelhias e distritais dos partidos da região gerarem um lobi político nos actos eleitorais nacionais.
A frágil importância política de desenvolvimento regional da área Metropolitana de Aveiro (com algumas “fugas” para Porto e Coimbra que neste último caso origina a “cedência” da importante da região da bairrada), da AMRia e da região de turismo, mormente o esforço sentido dos seus intervenientes directos.
Agrava todo o “cizentismo” da nossa existência local o anunciado encerramento do Serviço de Atendimento Permanente do Centro de Saúde de Aveiro e inviabilização da Administração Regional de Saúde do Centro a uma candidatura da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro para uma unidade de internamento prolongado, fundamentada esta decisão na ausência de prioridade e de necessidade para a saúde em Aveiro.
É esta realidade da nossa fragilidade económica, social e política, que reflecte o nosso valor e peso nacional.
É contra esta realidade que é urgente todos os aveirenses unirem esforços. Não ao sabor do agendamento político nacional, mas criando prioridades e estratégias importantes para Aveiro crescer e transformar-se motor duma região potencialmente capaz e válida.
Sem constrangimentos partidários ou interesses individuais, é importante (re)pensar Aveiro.

Uns e Outros (les uns et les outres)

Durante cerca de 4 horas (repito 4 horas), a Assembleia da República (contrariando as más línguas sobre o seu desempenho "laboral") debateu o Estado da Nação, ou no pouco que ainda resta.
O Governo lá desfiou o seu "rosário" de fundamentações para a situação côr-de-rosa do país: melhor estado, mais investimento, melhor formação e desenvolvimento tecnológico, etc.
Mesmo que os números indiquem mais desemprego real, maior custo de vida, pior segurança laboral, menos investimento e riqueza, pior saúde e segurança social.
No contraditório, a oposição foi inaceitável e espantosamente mais infeliz. Mal preparada, foi claramente superficial e vazia nos seus discursos.
O PCP teima numa demagogia e numa oratória totalmente desfazada da realidade social, política, económica e cultural dos dias de hoje. E o tempo não volta para trás.
O BE perdeu fulgor, racionalidade e, até mesmo a metaforização do seu discurso é pobre e repetitivo.
O CDS (o "meu" cds) andou um mês em "guerrilha" interna mesquinha e pouco democrática e pluralista (lamentável para um partido democrático e de direita), sem se encontrar, sem se preparar linhas estratégicas de acção, sem uma agenda própria com relevo nacional, motivada por uma frágil e incapaz liderança que há muito deixou antever a incapacidade de ser alternativa a uma confusão de objectivos e princípio entre psd e ps. Uns 3,5% que surgem como uma miragem, se não se iniciar um processo diferente de estruturação de princípios e objectivos.
Um PSD que, sendo o maior partido da oposição, sofre uma evidente falta de imaginação política ao ver-se invadido nos seus princípios e estratégias, linhas de orientação pela medidas que o governo vem executando, que não deixam qualquer margem de alternativa a apresentar.
E assim... chegados aos Verão de 2006, mesu senhores, a República vai a banhos.
Um estado de sítio...

hasta la vista.

O que há muito se perspectivava, mormente todos os esforços dos funcionários e do governo.
A fábrica da Azambuja via definitivamente ser encerrada.
Para além desta análise, ficam também algumas dúvidas.
Até quando uma legislação que crie mecanismos que defendam os interesses nacionais, das regiões e dos funcionários das multi-nacionais?!
Até quando conseguimos ser claramente motivadores e apetecíveis ao tão necessário investimento estrangeiro?! Até porque, no caso concreto, não se trata de questões da economia ou estratégia empresarial da legislação portuguesa. Trata-se de uma crise financeira da empresa. Embora com algum relevo (e isso também pode ser preocupante) a fundamentação da posição geográfica de Portugal (daí a sua deslocação para espanha).
E agora...
O Governo (e bem) accionará o mecanismos legais. A autarquia seguirá os mesmo passos.
A haver lugar a indemnizações ao estado e ao poder local, como ficam as famílias e os cerca de 1000 funcionários daquela unidade de produção?!
Vão recorrer a quem e viver de quê?!
Este não é um bom exemplo para justificar o anunciado virar da economia portuguesa.
Não é, não senhor!

Auri-Negro acizentado....

Este é, claramente, um início de época atribulado para a Direcção do Beira Mar e para o próprio Clube.
É a dívida reclamada à Câmara.
É a polémica com o ex-presidente da direcção do Beira Mar.
É o relacionamento com a EMA.
É um plantel construído sem nomes sonantes e créditos reconhecidos.
Desculpem... lapso.
Há um nome: Mário Jardel.
E as àguas agitaram-se na Ria.
Expressão curiosa é o título que Jorge Ferreira utilizou para o seu post sobre o tema em Só Aveiro. Soberbo!
Mas também inteligente é a abordagem, extremamente interessante, de Júlio Almeida no Já Agora.
A ler obrigatoriamente. Com as devidas vénias.

Apanhar as canas!

Inicia-se o processo de "arrefecimento" colectivo da euforia mundialista, na qual tive a opção consciente de me incluir.
O percurso da selecção nacional foi brilhante. Foi notório o esforço demonstrado para ir o mais longe possível e, convictamente, não o fomos porque não pudemos e houve quem não nos deixasse.
A capacidade de motivar um país (ou quase, porque há sempre os "velhos do restelo"), de criar uma esperança (que muitos quiseram transformar em mera ilusão), fez muitos dos adeptos, mais ou menos ferverosos, proferirem publicamente o seu obrigado à selecção portuguesa de futebol. Eu incluído.
Mas e agora?! Na altura de apanhar as canas, como nos sentimos?!
Depois de ouvir, atentamente, as notícias publicadas hoje e após ler os "ilustres companheiros" Carlos Martins, Praça do Peixe, José Mostardinha, Amor e Ócio, nada faria prever que a decepção fosse uma realidade, por me sentir enganado na minha convicação e dedicação.
Aproveitando a giria futebolística: foi um autêntico balde de água fria.
Compreende o senso comum de qualquer normal e anónimo cidadão que a presença e o envergar a camisola da selecção nacional seria, por si só, motivo de um orgulho e honra indescritível. Aliás essa é uma referência usual no discurso (por estes motivos, cada vez menos credível) dos jogadores seleccionados.
Que existam contrapartidas financeiras por tal presença, que, em inúmeros casos, só esse simples facto valoriza a carreira profissional de um atleta, é por si só polémico, embora, do meu ponto de vista, aceitável.
Mas o baile pára aqui.
É aceitável dentro de valores realistas e consistentes com a realidade do país.
Mais do que isso é "crime"!
Isentar esses valores (altíssimos) de uma contribuição que ao mais humilde dos trabalhadores deste país, que com o suor e esforço do dia-a-dia contribuem igualmente para o desenvolvimento colectivo nacional, é-lhe obrigatoriamente devido, é de uma profunda incoerência, injustiça, irracionalidade política e social. É um previlégio que, independetemente do mérito conquistado para o país (por isso já pago), não tem qualquer fundamenteo.
Nem mesmo legal...
Porque não é de todo verdade que a legislação a isso o permita. Porque a fundamentação legal para tal facto resulta na isenção fiscal para atletas não amadores.
E mesmo aqui, são maiores as dúvidas morais que se colocam, do que as certezas.
E apesar das notícias vindas a público, como na Visão On-line, ver para crer.
Mas o país voltou à realidade terrena.

E porque não em Portugal?!

Portugal tem uma democracia (que muitos consideram muito recente e nova) assente em alguns anos (14 anos) acima da maioridade (32 anos).
São anos e experiências suficientes para uma maturidade democrática e política que ainda não conseguimos consolidar. Quer na sociedade civil, quer na elite política.
E é curioso verificar que, apesar da não empatia com este (des)governo de Bush, o exemplo vem das "bandas" da terra do Tio Sam.
O governo norte-americano, tem disponível ao público AQUI, com um acesso interessantemente alargado, documentos históricos, sociais e políticos (não confidenciais do ponto de vista de segredo de estado) para consulta, não só dos americanso como de todos os que, através do acesso à net, se interessarem por curiosidades do nosso tempo e da história do mundo, extremamente importantes (como esta).
Cá em casa, resta-me a minha velhinha enciclopédia juvenil (obrigado pais), a dicciopédia da Porto Editora, o meu diccionário Houaiss e a Wikipédia.com.
Porque a Torre do Combo, continua fechada a mil e uma chaves e para um número infimo de previligiados historiadores.
Muito pouco e pobre, para quem lutou por um país mais livre e democrático, em 1974/75.

Alguém me explique

como se eu fosse muito, mas mesmo, muito burro.
Após o orgulho nacional (pelo menos para todos menos 2 ilustres personagens públicas deste rectângulo) pela participação briosa e heróica (com mais fair play que os finalistas gauleses) da nossa selecção no mundial, hoje acordei vergonhosamente português.
Que orgulho podemos ter num país onde "irmãos" destroiem aquilo que pertence aos outros e, mais grave ainda, destroem as vidas dos seus "vizinhos"?!
Mais grave, mas muito mais grave!
Que orgulho podemos ter num país onde morrem, por mãos criminosas, quem evm em nosso auxílio?!
À família do Bombeiro de São Famalicão da Serra - Guarda, os meus sinceros sentimentos.
Às familias e ao povo Chileno, o meu envergonhado pedido de desculpa.
Hoje acordei envergonhadamente português.

Mais uma p'ró código da vinci

Sua Santidade visitou o país "hermano", neste fim-de-semana passado.
Até aqui nada de extraordinário.
Aliás, bem perceptível dadas as recentes medidas sociais do governo de Zapatero.
Até aqui, entendo a preocupação do Vaticano em querer reforçar a sua posição face à "desfiguração" do conceito e realidade familiar. Entendo e concordo, apesar de não me opor, como opção de vida, às uniões de facto e às opções sexuais de cada um. Mas defendo claramente a necessidade de se proteger o núcleo familiar tradicional.
Portanto, conhecendo-se o "dogmatismo" da Igreja Católica, a visita do Papa Bento XVI foi perfeitamente normal e lógica.
Mas não foi...
E não foi, porque tinham de aparecer a terreiro as vozes "puritanas" e ultra-conservadoras do prelado espanhol, imbuído numa maioria espiritual e vivencial duma das maiores comunidades "Opus Dei".
Quando Sua Santidade visita um país, independentemente da sua condição espiritual e religiosa, fá-lo igualmente na qualidade de Chefe dum Estado e representante oficial duma comunidade religiosa.
E nessa qualidade foi, exemplarmente, recebido pelo Primeiro Ministro espanhol e pelo Rei de Espanha.
Para quê os insultos e a imagem laicismo escandaloso pela não presença de Zapatero na Eucarísita de ontem, proferidos por uma "ala" da Conferência Episcopal Espanhola conectada com a Opus Dei?!
Sendo Zapatero não praticante e não confesso, primeiro ministro de todos os espanhóis, porquê mascarar-se de falsidade e aparecer na eucaristia?!
Sendo a eucaristia o principal sacramento da essência do catalocismo, o seu principal papel é celebrar a morte e a ressurreição de cristo. E não a preocupação do politicamente correcto.
E é estranho a fundamentação proferida.
Infelizmente, numa clara ausência de respeito e racionalidade por parte da Igreja espanhola, é mais relevante a ausência de Zapatero na eucaristia, do que a falsidade da presença de um dos maiores criminosos e traficantes de droga como Daniel Ortega (ida do Vaticano à Nicarágua) ou a presença na "missa" em Cuba do convicto ateu e professo ditador Fidel Castro.
Infelizmente, estes são pormenores demasiado grandes para que seja muito importante (re)envagelizar a Igreja por dentro. A menos que se queira fechar as portas das igrejas.
A terminar... como bem refere a Lusa, "em França, aquando da Jornada da Juventude, em Agosto de 1997, nem o Presidente da República, Jacques Chirac, nem o Primeiro- Ministro, Lionel Jospin, assistiram à missa de encerramento celebrada por João Paulo II". Alguém se escandalisou?!
Pois...

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