Decididamente, o ministério da saúde, por culpa do PRACE e do SIMPLEX, foi absrovido pelo ministério das finanças.
A saúde pública, o bem estar das populações, os próprios conceitos constitucionais da saúde foram transformados numa visão meramente economicista.
Um euro, vale mais que uma infecção, uma virose ou uma doença crónica.
Fecham-se maternidades, SAP's, Urgências...
Aumentam-se as taxas moderadores, criam-se novas taxas, afasta-se e priva-se os cidadãos de um mais elementar direito constitucional e de dever público: a saúde.
O Ministro Correia de Campos, não podia abrilhantar melhor a sua epopeia na saúde, do que criar este verdadeiro fenómeno de solidariedade e de responsabilidade do estado que é a taxa de internamento. Como se qualquer um de nós se internasse por gosto, por prazer, por gozo de férias (com direito a pensão completa).
Como se esse facto não resultasse de um acto e decisão clinicos, quantas vezes para além da vontade do doente.
Cinco euros por dia, até 14 dias de internamento, resulta numa despesa de 70 euros.
Para um político, um empresário, para a dita classe alta e média (se é que ésta última ainda existe), acredito que nada significará. Até porque normalmente resulta no recurso a clínicas privadas, com maior despesa.
Para uma família, com dois filhos em idade escolar, em que o internado, pelo facto de estar doente, já tem uma redução significativa no seu rendimento, 70 euros é, no mínimo, um roubo.
Há sempre a solução de pedir ao médico o seu internamento por 15 ou 16 dias. Já é de borla.
Mas não é só política esta (i)responsabilidade do ministro.
É de todos nós...
Enquanto assistimos passivamente ao encerramento do SAP e à redução dos serviços de urgência no Hospital D. Pedro, em Aveiro.
Enquanto assistimos, à parte de uma sessão da Assembleia Municipal dedicada ao tema, ao agravar do estado de saúde do peso político e estratégico de Aveiro.
Até ao dia em que o "azar" nos bater à porta.
Sôr Ministro Dr. Correia de Campos, pela saúde de Portugal, demita-se.