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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

A não perder...

Pequenina, mas com coisas interessantes. Vale a pena a visita.
ISCIA (junto à Guarda Fiscal, perto do Parque de Exposições de Aveiro). APAREÇAM!


Até ao dia 18 de Junho - dia da Tertúlia sobre Liberdade de Expressão.

Os balões de oxigénio.

Publicado na edição de hoje (22.05.2008) do Diário de Aveiro.
Crónicas dos Arcos
Os balões de oxigénio.

De tempos a tempos respiramos uma suave brisa de contentamento, para, pouco tempo depois, retomarmos o nosso dia-a-dia cinzento, carregado de pessimismo (ou realidades pouco risonhas), preocupação e algum desespero.
Há, na identidade lusitana, um cíclico aproveitamento muito pontual e ocasional de “momentos” (sejam eles de natureza social, económica ou cultural) que transformam a nossa sociedade, mas que não deixam marcas futuras (ou se as deixam é por aspectos negativos), perspectivas de crescimento e desenvolvimento. São o que podemos apelidar de “balões de oxigénio” que, em determinados períodos da nossa existência nacional, vão-nos alimentando alguma capacidade de resistência, de luta, mas que rapidamente se desvanece.
É a nossa incapacidade para inscrevermos a história na nossa memória colectiva, de forma a que os acontecimentos vividos num determinado momento sejam referência no projecto social futuro.
Assim foi com o 25 de Abril de 74 (já poucos o vivem e o recordam), com o ténue Maio de 68 (sem pouca expressão), com a adesão à União Europeia, com o Euro 2004, como exemplos.
Tomando estes dois últimos como referência (por serem mais recentes), depois da subsidio-dependência em relação a Bruxelas, Portugal continua a não conseguir sair da chamada “cauda da Europa” (já não bastava estarmos geograficamente situados num dos seus extremos).
Somos dos países com menor desenvolvimento da economia, da ciência e da tecnologia, com baixa formação e qualificação dos recursos humanos, com graves endividamentos familiares e empresariais e com problemas insolúveis ao nível laboral. Ou seja, há uma clara degradação do tecido social que, entre outros factores, tem repercussões preocupantes. Enquanto e registou uma baixa nos valores estatísticos da criminalidade, o Distrito de Aveiro registou m aumento de 9,1% nos referenciados crimes violentos. Poder-se-ão apontar inúmeros factores, não sendo, obviamente, de excluir que a situação económica de muitos cidadãos (e respectivas famílias) será, igualmente, uma das causas do referido crescimento da violência.
Por outro lado, depois de tanta festa, tanta obra pública, tanto dinheiro investido (público e privado) o que é que se usufruiu do evento Euro 2004? Clubes na falência; estádios vazios e degradados; autarquias a perspectivarem o abandono dos estádios do euro e a construção de novos (mais pequenos e com outra localização - por exemplo, Coimbra) e a incapacidade de aproveitamento e rentabilidade das infra-estruturas.
E há igualmente um outro exemplo. Veio, na passada terça-feira, à estampa de alguma comunicação social, a recordação dos 10 anos volvidos sobre a realização da Expo 98 (é verdade, já lá vão 10 anos).
É indiscutível o mérito da realização do evento, da sua sustentação social, política e, essencialmente, cultural. Mas…
E hoje? O que resta e que impactos teve a Expo 98 no desenvolvimento do país?
Ainda hoje se pagam facturas. O esforço nacional (saído dos trabalho e impostos de todos os portugueses), mais uma vez, ficou delimitado ao aproveitamento centralista da capital, sem que, no entanto, se observem resultados concretos, a não ser uma especulação imobiliária atroz.
Foi giro, foi espectacular, terminou e esquecemos. Para o futuro nada resta senão a memória de quem por lá andou. Foi mais um “balão de oxigénio”, mas rebentou.
Assim progride a nação. Assim cresce uma sociedade preocupada.

A culpa é os POLÍTICOS!

A culpa é os POLÍTICOS, dos GOVERNANTES, dos PARTIDOS. Poto final.
É pelos comportaments destes (pela falta d ética, de responsabilidade e derespeito) que os portugueses - e não só os jovens - cada vez se afastam mais da política.
E deveria ser aos políticos que o Presidente da República devia ter pedido mais empenho, atitude e sentido de estado (em vez de preocupado em reunir com os jovens).
E a razão é bem simples:
Edição on-line do SOL de 16.05.08: "No debate parlamentar de quinta-feira a bancada do PSD, que conta com 75 deputados, nunca teve mais de 25 presentes, mas o registo de presenças apresenta apenas seis faltas. (...) O debate foi sobre políticas de família e tinha sido marcado a pedido do PSD. Na bancada, contudo, nunca chegaram a estar mais de 25 deputados, apesar de os sociais-democratas terem 75 lugares. A votação dos seis projectos apresentados pelo PSD foi adiada por se encontrarem no plenário poucos deputados."
E a culpa é da falta de conhecimentos histórico-polítcos dos jovens?
Enfim...

ASAE anti-social...

Já é por demais sabido que o País não nutre pela ASAE um "carinho" especial. Também não é novidade nenhuma que o País nunca nutriu qualquer afectividade, nem respeito, por qualquer acção que nos obrigue a respeitar as normas e as leis. Aliás, sempre foi nosso princípio elementar da nossa identidade nacional que Lei que é Lei tem que ser desrespeitada.À acção/actividade da ASAE, apelidada de fundamentalista, salazarista e "etc e tal", só resultou, como exemplos, um maior cuidado higiénico nos restaurantes, uma maior justiça e equidade nas transacções comerciais, etc.Agora... a nova polémica prende-se com a acção fiscalizadora da ASAE junto das IPSS (Instituições privadas de Solidariedade Social - vulgo Infantários, Centros Sociais, Centros Dias, ...). É sabido que estas Instituições socorrem-se inúmeras vezes da solidariedade individual e comunitária, garantindo assim a sua sobrevivência. É igualmente sabido que o Estado tem reduzido os apoios, criando dificuldades acrescidas em áreas que seriam da sua responsabilidade e que estas instituições acabam por colmatar (sendo de cariz religioso ou não).Tive a minha filhota, durante 7 anos, integrada num Infantário/ATL. Não tenho qualquer razão de queixa, bem pelo contrário. Sempre me senti seguro e confiante em relação aos cuidados que lhe foram prestados, desde auxiliares a educadoras. Mas será sempre assim?Com que direito estas Instituições, sob a capa da solidariedade e da acção social, se podem dar ao "luxo" de não cumprir com as mais elementares regras de higiene, segurança, cuidados alimentares, cumprimento de normas ficais?Só por que vivem da e fazem caridade? E os seus "utentes", não tem o direito a alimentação no prazo e em condições, à segurança nas instalações, a serviços de e com qualidade e a que o que pagam tenha o fim apropriado?Ninguém deve, nem pode estar, acima da lei (nem mesmo o fumador do primeiro-ministro).Agora... que também se percebe alguma preocupação por parte do presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social (CNIS): e ao sector público (instituições tuteladas pelo estado) também vai ser exigido mesmo?A ver vamos...

FUMAR TAMBÉM NOS LIXA, PÁ!

A questão 'Sócrates fuma em avião' (muito para além de um simples "fait divers" político) só é de somenos importância porque, infelizmente, em Portugal ninguém se preocupa com pormenores, exemplos e virtudes.
Primeiro, a regra da universalidade da legislação. A Lei é igual para todos. Ou se quisermos, todos são iguais perante a Lei.
Segundo, com tanto fundamentalismo, mediatismo, polémica e vozes discordantes e concordantes, sobre a entrada em vigor da Lei do Tabaco (o da sua proibição), como é possível vir o responsável máximo governativo alegar o seu desconhecimento Quantas mais realidades e leis (por si assinadas) o Primeiro-Ministro desconhecerá? Então como e quem governa este país?
Terceiro, quando se pretende justificar o injustificável, corre-se sempre o risco de quantos mais arguementos se apresentarem, como diz o povo, "pior será a emenda que o soneto". Pedir desculpa e dizer que se vai deixar de fumar é tão supérfulo e ridículo (já para não dizer, gozar com a nossa cara) que mais valia não ter aberto a boca. Pedir desculpa significa, como qualquer cidadão, assumir um erro. E isso é aceitável. Mas dignificante seria, como qualquer outro cidadão pagar pelo erro cometido... isto é, pagar a respectiva multa.
Pelo mesmo princípio usado, qualquer um de nós ao não parar o carro junto a um sinal de STOP (tal como determina o Código da Estrada) e ao sermos chamados à atenção por um Agente (GNR/BT ou PSP), bastará usar o recurso do pedido de desculpa, dizer que não nos lembrávamos do significado do sinal e dizer que não o volta a repetir (ou no limite, dizer que não voltamos a conduzir).
É triste e ridículo.

A malta é bué jovem, pá.

Publicado na edição de hoje (15.05.2008) do Diário de Aveiro.

Crónicas dos Arcos
A malta é bué jovem, pá.


O Presidente da República reuniu, na passada segunda-feira, com algumas organizações políticas de jovens (os chamados “jotas”) com o propósito de analisar o afastamento dos jovens em relação à vida (militância e empenho) partidária e às “cousas” políticas. Digo algumas, porque de fora ficou, por exemplo, o Bloco de Esquerda.
Independentemente das razões de sentimento de exclusão (diga-se de passagem que, em outros momentos - por exemplo, na tomada de posse do Presidente da República - o mesmo BE também se auto-excluiu ou, se quisermos, “excluiu” o próprio Presidente da República… coerências!), há, no entanto, um pormenor com o qual tenho que concordar com os “bloquistas”: para quê uma estrutura “jota” no interior dos partidos políticos, se a questão da política é, hoje, uma realidade global e abrangente, nos mais diversos sectores sociais, económicos e culturais?
O problema do emprego é estruturante; o problema do trabalho precário (embora mais incidente nos “jovens”) é generalizado; os custos com a habitação, tanto se colocam no caso dos arrendamentos, como nos elevados encargos com o crédito; o endividamento familiar tem implicações com todas as idades; a saúde, o ambiente e a segurança são realidades que tocam e respeitam a todos.
Para além disso, há, em determinadas particularidades (como por exemplo o ensino - e, mesmo este, já com algumas excepções), a existência de organismos e associações próprias: as associações de estudantes, as academias e as federações.
Até porque este conceito de ser ou não ser jovem, é uma invenção social e política recente (meados do século XX). Anteriormente, ou se era menor ou maior (sénior = senhor) de idade. No entanto, fruto da evolução(?) das sociedades, do aumento da competição social, da primazia do individual sobre o colectivo, foi criada a necessidade de “premiar a experiência da vida” (como se não andássemos sempre a aprender ou como se, pelo simples facto de se ser mais velho, isso justifique - por si só - o que quer que seja). E assim, se tornou também justificável que, pela nova ordem social da vida, os mais “jovens” tenham sempre que esperar pelos lugares que os “adultos” (menos jovens) forem deixando vagos. É por isso que na sociedade portuguesa não existe uma referência de relevo (em distintas áreas) sem se ter atingido uma “determinada” idade (vejam-se algumas argumentações - idade - na “luta” interna do PSD - entre Manuela Ferreira Leite e Pedro Passos Coelho).
E é, assim, neste sentido que a acção do Presidente da República está invertida. O problema do afastamento em relação à política, não é dos jovens. É de todos os cidadãos (ou da sua maioria) que há muito deixam de confiar nela (são os casos de corrupção, dos jogos de interesses, da credibilidade das palavras e das acções, do absentismo parlamentar, etc.). E isto não é exclusivo de uma idade específica (aliás o estudo da Universidade Católica revela os mesmos sintomas em cidadãos acima dos 60 anos). É um problema ético, deontológico e de responsabilidade social da própria classe política.
Até porque, ao contrário da imagem que se tem tentado transmitir, os tais ditos “jovens” têm sabido criar mecanismos de intervenção e posicionamento social: são as empresas inovadoras; são as expressões culturais e, nomeadamente, o considerável aumento da sua participação em acções de solidariedade e de voluntariado. E isto é participação cívica e social. O que já não vai acontecendo em camadas etárias que deveriam ter mais responsabilidades.
E mesmo a falta de conhecimentos sobre algumas realidades histórico-políticas, como o 25 de Abril, não deve ser imputado aos jovens. Quem dos “adultos” tem referências ao Maio de 68, à Instauração da República ou a outros marcos da história portuguesa, senão por aquilo que se viu obrigado a aprender no ensino? Quem, vivendo em plena república, tem a noção do que era vive num regime monárquico?
E alguém já questionou se têm existido mecanismos e estratégias para que a história não se vá apagando, pelo tempo, da memória colectiva dos portugueses (sejam eles novos ou velhos)?
Como é possível mentalizar e sensibilizar os jovens para uma realidade que não viveram, se o poder político nem a nossa língua (uma das mais relevantes identidades de um povo) sabe preservar e promover?
E já agora, para terminar e sustentando que os jovens não estão assim tão longe da realidade social e política (têm é a liberdade e o direito de escolheram outras opções), é possível, a partir de segunda-feira e até ao dia 11 de Junho, assistir a uma exposição de exemplares censurados na imprensa, antes do 25 de Abril, todos os dias da semana, no ISCIA.
Porque afinal há quem tenha curiosidade e vontade de aprender e conhecer.Assim progride a nação. Assim cresce uma sociedade preocupada.

Memórias Apagadas.

Publicado na Edição do dia 08.05.2008 do Diário de Aveiro.

Crónicas dos Arcos
Memórias Apagadas.


O Presidente da República expressou, no seu discurso nas comemorações dos 34 anos do 25 de Abril, o preocupante distanciamento dos jovens com a política e com a “Revolução”.
Eu diria mais… de quase todos os cidadãos para com a política e a história. Mesmo muitos que viveram mais directamente o período da Revolução ou Pós-Revolução.
Mas mais preocupante é o próprio distanciamento dos cidadãos, sejam eles jovens ou menos jovens, pra com as próprias “coisas da vida”, do mundo que os rodeia, da própria sociedade.
Não é apenas preocupante que os jovens não tenham referências ao 25 de Abril de 74 (porque ninguém os ensinou ou sensibilizou; porque a vivência existencial é já distante e o tempo apaga as memórias). O que também é preocupante é que a história e as memórias colectivas que constituem a nossa identidade social não sejam preservadas, mantidas vivas e tendam, por isso, a desaparecer.
Tal como o 25 de Abril, a Instauração da República, a Restauração da Independência, os Descobrimentos, os movimentos culturais (principalmente os literários) dos anos 30, 40 e 50, a Língua Portuguesa, etc. E a importância dos movimentos sociais como o 1º de Maio ou o Maio de 68 (volvidos 40 anos).
Hoje, os jovens e tantos outros cidadãos “movem-se” numa sociedade mais livre e tolerante, onde a liberdade de expressão permite falar, confrontar, discutir temas como a política, a cultura, a sexualidade, o saber, os direitos humanos, …, a guerra e a fome. Hoje, sem a preocupação e o medo da repressão e da censura, do exílio.
Hoje, sem a necessidade e inquietação de saber porquê.
Porque houve quem há 40 anos, em França, ou há 34 anos, em Portugal, marcou a história, moldou e mudou a sociedade que hoje temos.
E hoje, temos quase tudo.
Para quê os jovens terem de pensar porque é que é assim?! É assim e pronto. “É a vida”!
Porquê ter que saber o que foi o Maio de 68 ou o Abril de 74 se a tomada da consciência social e todas as conquistas desses tempos, hoje têm o reflexo na preocupação com a renda da casa ou o crédito bancário, o aumento dos combustíveis e do bens essenciais (como a alimentação), com o emprego no final do curso, com a dificuldade em constituir família, ter filhos e criá-los condignamente?!
Para quê reviver o que já passou se o que vivemos é a desertificação do interior do país, as assimetrias constantes, a falta de desenvolvimento equilibrado e sustentado, o aumento da emigração, a perda de sentido de comunidade e o amento do individualismo e do isolamento pessoal?!
A história muito dificilmente se repete e muito menos pela falta de consciência social e política que se vive nos dias de hoje.
Muito dificilmente haverá outro Maio 68 ou outro Abril 74.
Muito dificilmente haverá novos marcos que fazem história ou novos acontecimentos que transformem a sociedade… enquanto o mundo se fechar individualizado em cada cidadão.
Assim progride a nação. Assim cresce uma sociedade preocupada.

Que semana... UFA!

Uma semana em cheio.
Muita coisa, muita agitação, muita comemoração. Sem parar.
24 de Avril - início da semana académica.
25 de Abril - (para além da data) FITUA, no Centro de Congressos.
26 de Abril - 2ª ronda do FITUA.
28 e 29 de Abril - início da preparação do carro para o desfile.
30 de Abril - Preparação do carro para o desfile. Conferência "Criminologia" (18:00) e Tertúlia Académica do ISCIA (21:00).
1 de Maio - (para além da data) Desfile do "Enterro do Ano".
2 de Maio - desmontagem do carro.
3 de Maio - Coimbra
4 de Maio - Benção das Fitas (na UA) e Coimbra à tarde.
E agora... regresso à normalidade. Infelizmente!