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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Quanto mais se mexe... mais cheira!

Na edição de ontem (sábado - 16.01.2010), na página 19, o assessor de Cavaco Silva, Fernando Lima volta "à carga" com o caso das Escutas ao Presidente da República.
Assunto que fez correr muita tinta e que, inclusive, 'obrigou' a uma declaração pública do Presidenta da Nação.
Por outro lado, um assunto que, embora em nada esclarecido, tinha sido (praticamente) encerrado.
Obviamente que as reacções socialistas não se fizeram esperar, como descreve o João Oliveira, com o exemplo desta declaração (Francisco Assis) e desta (Ricardo Rodrigues).
Este foi o meu comentário e que transcrevo do Notas de Aveiro:
"Não pretendendo dar qualquer razão ao PS (até porque já o afirmei, na altura, muito ficou por esclarecer - desde PS, PSD, Sócrates e Cavaco), mas a realidade é esta: o artigo de Fernando Lima não traz nada de novo, não esclarece nada, volta a interferir na imagem política de Cavaco Silva e continua a colocar o ónus na Comunicação Social e no PS.
Perguntas: Houve ou não escutas ao Presidente da República - a confirmar seria gravíssimo?
Houve ou não erro ético grave por parte do DN e que não foi censurado pelo Código, pelos Pares ou pela ERC?
Houve aproveitamento político e de quem?!
Respostas: ZERO!
Só generalidades e banalidades...
Outra questão:
Se era tão importante esclarecer o caso, porque não foi feito enquanto a poeira andava no ar?!
Face à agenda política do momento - OE2010, (já) Presidenciais, Congressos Extraordinários, etc - este esclarecimento de Fernando Lima veio ressuscitar algo que já tinha uma "pedra em cima", mas sem trazer nada de novo, sem esclarecer de facto, sem ter a coragem de apontar o dedo... só mais confusão."
O pior não é ficar-se calado, é não saber o que dizer e quando dizer...

Semana em Resumo IX

Publicado na edição de hoje, 17.01.2010, do Diário de Aveiro.

Cambar a Estibordo...
A semana em resumo.

Acordo na Educação
Sindicatos e Ministério da Educação chegaram a acordo, após longa e exaustiva maratona negocial quanto ao estatuto da carreira de docente.
Mais que questionar se as medidas acordadas são justas e contribuem para a melhoria do sistema de ensino (porque isso não caberia numa edição completa do Diário de Aveiro), importa referir dois aspectos que parecem relevantes: o que aconteceu a quatro anos de política de educação tão inflexivelmente defendida; e que moralidade tem o governo para exigir e aplicar regras diferentes nos vários sectores profissionais do Estado?!

Orçamento de estado para 2010 - Negociações
Por força da minoria parlamentar, José Sócrates vê-se na contingência de iniciar negociações com os partidos da oposição para aprovação do Orçamento de Estado para 2010.
A tendência é para um acordo à direita numa negociação que tem a pressão do défice e do desemprego que, segundo as palavras do ministro Vieira da Silva, não irá baixar em 2010.
Estranha-se que, em pleno processo negocial, o Ministro das Finanças venha pressionar e condicionar as propostas da oposição ameaçando com a eventual subida de impostos. Isto não é aceitar a participação, é condicionar o processo, pretendendo apenas impor a versão do governo.
Ou então o Ministro encontrou uma excelente justificação e “álibi político” para aplicar aquilo que sempre negou: aumentar a carga fiscal.

A força da natureza
A terra tremeu e devastou um país.
O Haiti virou, em apenas dois minutos, um verdadeiro cenário dantesco: morte, tragédia, destruição, caos…
Por mais ajuda que chegue e por maiores que sejam os esforços vai ser muito difícil e moroso erguer a cidade e o país.
Já para não falar na dificuldade em “sarar as feridas”…

Os erros de timing político
Quando as atenções deveriam estar concentradas nas prioridades políticas do país e dos partidos – negociação e aprovação do OE 2010 – eis que há quem prefira desviar as atenções e criar verdadeiros “fait divers” políticos que em nada contribuem para um debate político-partidário consistente. Mesmo que Santana Lopes tenha obtido as assinaturas necessárias para avançar com Congresso Extraordinário do PSD.
Extraordinário seria se não se trocassem prioridades e timings.

Praia madrilena em Lisboa! Melhor que “jamais”
Foi mudada a figura principal do Ministério das Obras Públicas mas nem por isso mudou a imagem e os conceitos surrealistas.
Para sustentar e justificar o investimento e a despesa pública relacionada com o TGV, para fundamentar um endividamento óbvio do país numa infra-estrutura questionável, o novo ministro afirmou, publicamente, que a linha Lisboa-Madrid permitirá transformar a capital do país numa praia madrilena com privilegiada potencialidade para o surf.
O ministro esqueceu-se que o centro do país, nomeadamente Aveiro, é uma zona de eleição do turismo espanhol de fácil acesso rodoviário ou aéreo (por exemplo, via Porto).
Será tão surreal como o “jamais” ou “o deserto da outra margem” do anterior ministro, como concebermos um TGV cheio de pranchas de surf.
E se os espanhóis, concretamente os madrilenos, querem ter uma praia lusa mesmo “à mão”, não tenho qualquer constrangimento que sejam eles a pagar o investimento.

Falta um ano mas Presidenciais já mexem
Manuel Alegre anunciou, nesta sexta-feira, em Portimão, a sua disponibilidade para se candidatar às presidenciais de 2011. Nada de extraordinário ou de surpreendente.
Era algo esperado…
No entanto, este antecipado anúncio cria alguma pressão no PS e marca a futura escolha socialista para o cargo (pondo de parte a possibilidade – claramente inviável - de José Sócrates escolher apoiar Alegre).
José Sócrates não quererá repetir o erro de casting das últimas presidenciais e terá de ser bem ponderada a candidatura socialista.
Jaime Gama afigura-se como um candidato de peso e desejável por muitos socialistas. O que diminuirá o espaço de Manuel Alegre (que se afigura como o candidato do Bloco de Esquerda), mas também poderá criar algum incómodo na ala da direita, mesmo com hipotética recandidatura de Cavaco Silva.
Depois do Orçamento de Estado, será a nova agitação política nacional.

Boa Semana…