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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Investimentos

Portugal projecta investimentos megalómanos, onde não se cuidam minimamente os dinheiros públicos (cada vez mais raros).
Definem-se projectos desajustados, desarticulados...
Cuida-se muito mal da nossa identidade, da nossa história e da nossa cultura. Como se o passado não fosse mais do que isso mesmo: "passado".
O Estado/Governo deveria ter a "obrigação moral" de tratar da sua história...
Os arquivos histórico e fotográfico e diversos bens do jornal 'O Primeiro de Janeiro' foram postos à venda no início do mês de Abril, mas sem qualquer proposta apresentada.
Um espólio valiosíssimo de um jornal com história, com credibilidade e prestígio.

Fonte: Jornal Notícias

Semana Resumo XVIII

Publicado na edição de hoje, 25 de Abril, do Diário de Aveiro.

Cambar a Estibordo...
A semana em resumo.

Mãe natureza…
A semana iniciou-se com o caos completo nos transportes aéreos provocado pelo resultado da erupção de um vulcão na Islândia.
Torna-se difícil de perceber como é que uma (aparentemente simples) erupção vulcânica consegue paralisar parcialmente o planeta, as suas comunicações, as suas relações comerciais e pessoais, a mobilidade dos cidadãos. Como tantos progressos e desenvolvimentos tecnológicos, a Natureza consegue projectar, numa vasta área geográfica, um claro “grito de revolta” como sinal de descontentamento pela forma como tratamos, ambientalmente, a Terra. Um sério aviso…
Inconformismo social
Numa altura em que se projectam medidas e políticas de consolidação orçamental e controlo do défice e da economia nacional (por exemplo, através do Programa de Estabilidade e Crescimento – PEC), surgem os descontentamentos e a contestação social motivados pelo inconformismo do resultado e do alvo prático de tais medidas: a classe média e aqueles que menos recursos possuem.
Voltam as greves, Galp, Professores, Enfermeiros, Carteiros e, para muitos impensável, os funcionários do Parlamento, local onde deveriam ser preservados e consolidados os valores da democracia, da justiça, da igualdade e da fraternidade.
Confirmações da crise
Pela realidade dos factos, dos números, e pela insistência (fundamentada ou não) na perspectiva de Portugal poder, eventualmente, entrar num colapso financeiro e/ou social do tipo da Grécia (como já não bastasse o facto de a maioria dos portugueses se virem “gregos” para suportar o dia-a-dia), não nos podemos alhear de ter de encarar um futuro próximo com bastantes sacrifícios e exigências (por mais que, politicamente, a realidade tente ser camuflada).
O Instituto de Emprego e Formação Profissional – IEFP, registou em Março último mais 10 mil desempregados, situando o valor total em cerca de 570 mil cidadãos sem emprego.
Este valor do final do primeiro trimestre de 2010 revela que esta é uma das maiores subidas dos valores do desemprego dos últimos meses. Por exemplo e comparação, o mês de Março regista um aumento de cerca de 2% em relação a Fevereiro e cerca de 18% face a Março de 2009.
Segundo o IEFP, este resultado reflecte ainda que o aumento do desemprego, apesar de atingir mais a população masculino, regista valores de acréscimo em ambos os sexos, e em todos os grupos etários e níveis de qualificação e habilitação.
Por outro lado, o Eurostat confirmou, esta semana, o valor do défice das contas públicas portuguesas em 9,4% do Produto Interno Bruto –PIB, e a dívida pública de 76,8%, para o ano de 2009. Com este valor, Portugal ocupou a quinta posição dos países como maior descontrolo financeiro da União Europeia.
(in)Justiça
A Justiça debate-se com uma grave e preocupante crise de identidade e, porque não, de credibilidade, não serão, porventura, as confrontações internas (entre os vários sectores judiciais) e a morosidade dos seus processos que trarão estabilidade a um sector do garante da democracia e desenvolvimento social de um país.
Enquanto que, aos microfones da Rádio Renascença, o Presidente da Associação Sindical dos Juízes defendeu a extinção da Ordem dos Advogados, num claro confronto entre a magistratura e a advocacia, foi anunciado que o Processo “Casa Pia” poderá conhecer o seu desfecho no início do mês de Julho.
Ao fim de cerca de seis anos de incompreensíveis procedimentos judiciais, muito dificilmente assistiremos a uma clara aplicação da justiça, quer aos jovens (à data, crianças) vítimas, quer àqueles que, por força da sentença a aplicar e do juízo do magistrado, forem absolvidos. Seis anos de “arrastamento de processo” é, justifique-se da forma que se quiser, muito, mas muito tempo.
Apenas referir factualmente que estão constituídos neste processo (que já foi mais mediático do que agora) sete arguidos: o ex-motorista da Casa Pia, Carlos Silvino; o ex-apresentador de televisão Carlos Cruz; o ex-provedor adjunto da Casa Pia, Manuel Abrantes; o médico Ferreira Diniz; o advogado Hugo Marçal; o embaixador Jorge Ritto; e Gertrudes Nunes, de Elvas.
Final da Semana
No fim-de-semana em que se comemoram os 36 anos do 25 de Abril (e onde ainda se questionam valores da democracia, liberdade e cidadania), o litoral norte do país encontra-se em sobressalto e indignado após o Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, no final de um Conselho de Ministros ter anunciado que, em Julho deste ano, entrarão em vigor os valores a cobrar em portagens em algumas SCUTs do Litoral Norte e Centro do País.
Não coloco em causa o princípio do utilizador pagador (do qual, em teoria, sou adepto).
O que se coloca em causa são as alternativas que existem e que permitam válidas e eficazes opções de mobilidade e acessibilidade dos cidadãos e não imposições de um custo que mais não é do que a forma encontrada, em sede de PEC, para o aumento de receita pública sem agravamento directo de impostos.

Boa Semana… pela Liberdade e Democracia.

(re)Aprender a ler!

Publicado na edição de hoje, 22 de Abril, do Diário de Aveiro.

Cheira a Maresia!
(re)Aprender a ler!

Vivemos tempos onde diversos sectores da sociedade se encontram sob uma pressão constante, sob um forte e permanente olhar crítico e questionável por parte do cidadão e das estruturas sociais: a justiça, a educação, a saúde, o equilíbrio social, a economia e a comunicação social.
Em relação a esta, questiona-se a relevância do seu papel socializador, a isenção e rigor da informação difundida, o desempenho dos seus profissionais, a precariedade das relações laborais, a capacidade de vencer as pressões económicas e políticas, e a sua sustentabilidade.
Além disso, há a reflexão necessária quanto ao futuro da comunicação social, concretamente em relação à imprensa escrita: qual será a perspectiva e a sustentabilidade dos jornais (sejam eles nacionais ou regionais) nos tempos que se aproximam?
E as interrogações afiguram-se significativas e diversificadas.
Os jornais, mantendo a sua forma e estrutura actuais, conseguirão sobreviver?!
O jornalista, tal como é “concebido” hoje, terá o mesmo desempenho e competência no futuro?!
Como se estruturará a imprensa escrita face ao peso e importância cada vez mais vincada das novas tecnologias, da internet e das suas redes sociais?! Conseguirá manter-se sustentável?!
E que papel terá o cidadão no processo comunicativo?! Continuará a ser, essencialmente, receptor ou tornar-se-á, ele próprio, gerador de informação?!
A estas questões (e outras tantas que se poderiam acrescentar) surge a constatação factual de que a imprensa escrita vive momentos de alguma inquietude… fecham jornais, questiona-se a sustentabilidade de outros (casos recentes do “Sol” e do jornal “i”), comprova-se a “morte lenta e anunciada” da generalidade da imprensa escrita regional.
E se alguns órgãos de comunicação social vão resistindo à “queda”, o ónus da realidade passa para o lado dos seus profissionais (jornalistas, fotógrafos, etc.) que vêem os seus laços laborais constante e diariamente ameaçados.
Mas será apenas do lado da comunicação social (imprensa escrita, no caso) que reside o problema?!
Acho, sinceramente, que os cidadãos (leitores) se posicionaram alguns passos à frente dos jornais… desfrutam de outras exigências que colocam em causa e desafiam a actual estrutura e papel da imprensa escrita: o dia-a-dia profissional, social e familiarmente exigente, stressante e com ritmos acelerados (onde o tempo escasseia), a exigência de outros hábitos e meios de leitura, o tipo de informação desejada, a acessibilidade à informação (quer do ponto de vista temporal, quer dos meios), a disponibilidade de recursos (a internet e as novas tecnologias) que colocam o cidadão no centro da comunicação (e não como extremidade do processo comunicacional), também ele capaz de gerar e difundir informação.
A informação e o processo comunicacional não devem ter receio em transformar o seu tradicionalismo num vanguardismo que mantenha a sua relevância e o seu papel socializador e de motor do desenvolvimento das sociedades e das comunidades.
Adaptando-se às novas exigências de uma sociedade global, globalizadora e sem fronteiras.

O acordo ortográfico nas redes sociais...

Mesmo correndo o risco da extensão do texto, penso que vale a pena pela temática da discussão em causa.
Via Paulo Querido, no twitter e facebook, com a introdução do tema:
(Paulo Querido) "é engraçado porque os argumentos contra o acordo [ortográfico] são usados para o tentar impedir."

E a "discussão" começou...
Jorge Laiginhas
Paulo, essa coisa do acordo ortográfico, ou do desacordo passa ao lado da evolução da língua. É uma violência! Se leres a minha crónica aos domingos no JN verás o quando eu desacordo o acordo e, ao que sei, os leitores entendem-me. Deixem a língua caminhar...
Nuria Pons
Concordo com Jorge. O acordo é o desacordo da língua.
Filipe Guedes Ramos
O desacordo tem muito que se lhe diga... uma peça de lixo motivado por interesses económicos e políticos...
Temos de falar brasileiro para sermos competitivos? Será que é mesmo isso?
Quantas variações de inglês existem? E de francês? E de espanhol? Será que eles andam feitos parvos a fazer desacordos como nós?...
Enfim!...
Paulo Querido
Discordo de ambos e já o disse várias vezes. A língua não evolui por acordo, nem por contra-acordo. O que o acordo faz é proteger alguns interesses e tentar algumas experiências políticas. Ora, eu como autor só posso concordar com um maior entendimento editorial (porque é disso que trata o acordo, fundamentalmente) entre estes dois países. Dispenso-me de listar as razões ;)
Paulo Querido
Filipe, o argumento das variantes do Inglês não me diz nada. Há línguas sem unificação e outras com unificação.
Além disso, o acordo visa menos pormenores linguísticos e mais interesses editoriais. E protege o mais pequeno (Portugal). Se alguém devia ignorar o acordo, eram os brasileiros. Não nós.
Paulo Querido
Filipe, além do mais não posso deixar de olhar para o reacionários ao acordo senão com complacência. Não têm argumentos, mas emoções (muitas delas duvidosas, em meu entender), medos, um desejo de nada fazer... Caramba, não querem não adiram. Não somos obrigados por lei nem ninguém nos aponta uma arma para escrevermos segundo o acordo. Os erros são livres de dar. Sempre foram. Sempre existiram.
Miguel Pedro Araújo
Paulo Querido... neste caso, permita-me discordar de si. De facto a l... Ver maisíngua não evolui por acordo... e esse é que é o problema, porque estão a tentar evoluí-la por mero acordo. Não por razões lunguísticas (léxico, fonética) mas sim por questões (maior entendimento editorial) económicas. E será que com o acordo se vende mais livros portugueses no Brasil ou nos PALOPs?! E porque é que o acordo aproxima mais o "português" ao "brasileiro", e não ao contrário?! Qual é a língua mãe?!
Não vimos o Inglês (mesmo por razões editoriais) a fazer qualquer acordo como o "americano", "o canadiano" (com a excepção do "colonato francês"), o "australiano", o "neozelandês", etc, etc... ;)
Paulo, entendo a questão editorial mas... insisto: gostaria mais que a língua fizesse o seu caminho desacordada. Também sei que o acordo é sustentado por interesses económicos...
Filipe Guedes Ramos
Paulo, não é só o Inglês. Existem mais línguas nessa situação. E é um argumento tão válido e capaz como os seus.
CLARO! Foi o que eu disse! Mas que raio de pensamentos!!! A língua é dos seus falantes e não é pertence de interesses económicos/editoriais!!! Bonita lógica... fazer um acordo para favorecer editoras...
Protege Portugal? Como eu gostava que esse argumento não fosse falacioso... os brasileiros perdem o trema, e nós perdemos metade da grafia que influencia a fonia!! E somos protegidos??
Filipe, a língua não é nada dos falantes, ou dos escreventes, mas que coisa. A língua não é uma propriedade.
Porque não faz uma ILC para lhe devolverem o ph?!?
Miguel Pedro Araújo
Acresce ainda...
Mesmo nas questões editoriais que Paulo Querido refere, onde é que o acordo é relevante?!
Cá continuaremos a dizer "comboio" e no brasil "trem".
Cá temos o nosso "casaco" (do fato) e lá "palitó".
Cá o chocolate é (nalguns casos) "castanho", no brasil "marron"...... Ver mais
Isto aproxima editorialmente?!!!
A língua é dos falantes, dos escrevantes e é propriedade... enquanto for identidade histórica, social e cultural de um povo.
Nuria Pons
Paulo, entendo todas as necessidades deste acordo, como ponto econ... Ver maisômica, por questões que sejam editoriais etc e tal, porém, além de se colocar um entrave entre brasileiros e portugueses, que não entendem este acordo assim, somos sim, ao menos aqui no Brasil, obrigados a utilizar o acordo, portanto a Lei se fará cumprir e jovens ao caminho de Vestibulares *e aqui a coisa pega, terão de usar a língua que não é dela, que raios, adoro tremas! não poderei mais usá-los, é um exemplo entre tantos outros que já perdi as contas e, de verdade, era a última coisa que queria fazer, comprar gramáticas atualizadas da língua portuguesa. Desde além mar, não gostaria de haver de passar por isto agora.
Miguel, aproxima. As revisões das editoras que queiram (e possam) publicar nos 2 países terão em conta o que for de ter em conta. Fato e paletó (que continua em Portugal a ser usado), comboio e trem, castanho e marrom são sinónimos. Eu, que sou antigo (cumpro meio século este ano), não tenho a mínima dificuldade em percebê-los.
Filipe Guedes Ramos
Subscrevo a última resposta do Miguel Pedro Araújo. Disse exactamente aquilo que eu iria dizer.
Paulo Querido
Miguel, se é identidade histórica, social e cultural, como dizer que é propriedade? E porque razão tenho eu, nascido há 50 anos, mais direito à sua propriedade que os estrangeiros que morreram nesse ano tendo nascido a falar português?
Miguel Pedro Araújo
Mas Paulo... a mim, que ainda me faltar... Ver maisão 6 anos para o meio século :))), também não me custa entender... até porque tenho, por força de casamento, ligações familiares ao Brasil.
Mas nós não podemos servir de "bitola", nem de regra (quanto muito, de excepção à regra).
E o que tentei dizer é que este acordo não aproxima significados e significantes.
De tal modo que, ainda em recente visita a Portugal de familiares Brasileiros, os "desentendimentos" linguísticos" foram muitos... e não é este acordo que os anulará.
sinônimos em português além-mar, entendo seu sinónimo, sem precisar de acordo, quero usar de forma correta a minha fôrma...não poderei mais!! deixarei uma velha canção de Caetano Veloso em que ele diz o que que
"Gosta de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias... Ver mais
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa...
É isso aí, adoro roçar a língua de Luís de Camões com seus factos, sinónimos é rico demais, não gostaria de mudar nada de vocês que admiro e nada daquilo que também gosto, minha língua além-mar, simplesmente rocemos umas nas outras e festejar a diferença que é nossa riqueza.
Miguel Pedro Araújo
Paulo... peço desculpa mas só percebi a primeira questão. Como é propriedade a nacionalidade, por exemplo. Mas isto nada tem de "nacionalismo", "xenofobia" ou algo semelhante... estou a falar em identidade, sem excluir quem tem todo o gosto em ser português, mesmo não nascendo cá.
Como exemplo, não deixa de ser aveirense, quem nascendo em Lisboa, decide viver de "corpo e alma" os costumes, a história, os regionalismos, desta região. Mas por opção, aceita e adopta essa "identidade" aveirense.
E uma outra questão ("lenha para a fogueira")...
Não ouvi uma única referência, na questão da aproximação da língua entre os Países Lusófonos sobre uma realidade que teimosamente se tentar encobrir e aniquilar: onde fica, no meio disto tudo, o Mirandês que é, por força legal, a segunda língua oficial portuguesa?!
Paulo Querido
Phoda-se! (desculpem, não resisti, ehehehe) A ser propriedade de algum dos países em que é língua oficial, qual é o vosso critério para decidir a que povo o português afinal pertence?!?
Miguel Pedro Araújo
ah... essa é fácil... é o que estamos a tentar dizer-lhe, meu caro: a PORTUGAL!!!!
E a do Ph está bem "apanhada"...
Paulo Querido
Temos a antiguidade (Portugal). Temos a dimensão (Brasil). Temos a dedicação (Cabo Verde, entre outros). Temos o orgulho (Timor). Qual dos critérios vence a vossa corrida pela propriedade do português? Aceitais que dos 200 milhões de falantes nativos possam emergir meia dúzia de critérios diferentes do vosso? Ou não?
Claramente, o da antiguidade... n... Ver maisão me vai dizer que a língua portuguesa "nasceu" (e evoluiu) noutro lado que não aqui. Tal como o "inglês" não nasceu nos USA, Canadá ou Austrália...
Se aceito que possam emergir critérios diferentes?! Claro que sim... aliás, permita-me que use, de forma séria, os slogans: "todos diferentes, todos iguais" ou "igualdade, na diversidade".
Porque é que não podemos ter a língua portuguesa mãe (identitária do povo português) e as respectivas "variantes" dispersas pelos países que menciona e com as "identidades" que refere desses próprios países?! Claro que sim...
Paulo Querido
Miguel, claro que podemos ter diversidade. Mais; teremos cada vez mais diversidade, que não é eliminada por nenhum acordo de unificação. Nem é estimulada por nenhum acordo de promoção de diferenças ortográficas, já que falo nisso...
Não aceito o critério da antiguidade para a propriedade do português. A língua evoluiu. Se há acordos políticos a fazer em cima de uma língua, devem ser feitos pelos países que se interessem por eles.
Actualização
Miguel Pedro Araújo
Espero que não me leva a mal, mas tomei a liberdade de transcrever esta deliciosa discussão para o meu blogue. ;)
Paulo Querido
Miguel, não levo a mal, pelo contrário. Acho boa ideia. Vou ver e até ligar e promover no meu.
J Eduardo Brissos
"Por isso, a nossa Academia Galega, que não quer que a Galiza perca de novo o trem da história, apoia e promove o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, porque para nós significa a salvação da nossa língua, da língua dos galegos, da nossa cultura e do nosso pensamento."
Isabel Rei, representante da Academia Galega da Língua Portuguesa, na Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial em Brasília, Março 2010.

Sócrates vs Louçã

Tenho que reconhecer (e nada de começarem já a chover comentários politicamente incorrectos), neste caso particular, que Louçã tem razão.

De facto José Sócrates está mais "soft", menos acutilante e menos agressivo... (na opinião do Coordenador do Bloco de Esquerda, José Sócrates "está mais manso"). É do desgaste governativo e do horizonte financeiro nos poder colocar ao lado da Grécia (ou seja, o fim...).

E digo que acho o Primeiro-ministro mais "soft", precisamente pela resposta que este deu a Louçã: "manso é a tua tia, pá".

Ora bem... quem é cagaréu de gema, aveirense de todos os costados (e mais alguns), ou mesmo, quem abraçou esta cidade de corpo e lama, sabe muito bem que, em AVEIRO, quem é "manso é corn**".

Muito soft que está José Sócrates...

Ou seja, o Parlamento continua um palco de virtudes (e vicissitudes, também)...
Mas, ainda, concordando com Francisco Louçã: o país continua... mal, mas continua.

Brincar com os números… e as pessoas!

Publicado na edição de hoje, 15 de Abril, do Diário de Aveiro.

Cheira a Maresia!
Brincar com os números… e as pessoas!

Poderá parecer algo descabida a mistura de temas como a educação, a orçamentação familiar, a Gripe A ou o desemprego (ou, neste caso, a sua subsidiação). Ou de forma mais simples e popular: o que têm a ver os “alhos com os bugalhos”.
De facto, aparentemente nada. No fim… tudo! Da análise de recentes notícias e peças jornalísticas divulgadas na Comunicação Social (na qual ainda acredito).
A matemática, apesar de ciência dita exacta, tem o dom de proporcionar formas interessantes de se manipular e “jogar” com os números. E a política (e nalguns casos, a gestão) tem, nesta área, a primazia.
O governo, por ocasião da discussão do Programa de Estabilidade e Crescimento – PEC, veio afirmar que não havia lugar a aumento dos impostos. Mas a redução dos benefícios fiscais com as despesas de educação não é mais do que um aumento da carga fiscal. Aliás, redução dos benefícios fiscais que resulta num aumento de receita pública “à custa” dos rendimentos mais baixos, entre os 500 e os 1000 euros/ano, por contribuinte.
Por outro lado, a forma como foi empolgada a previsão pandémica da Gripe A, quer pela Organização Mundial da Saúde – OMS, quer pelos Governos, influenciada pela pressão farmacêutica, conduziu a pânico desnecessário nas populações e à aquisição de um número demasiadamente supérfluo de vacinas e que não foram utilizadas. Mesmo que tenha a ver com a nossa saúde. Ao fim de um ano da tão proclamada pandemia do século XXI, faleceram em Portugal, 112 pessoas (por ano, as estatísticas revelavam o falecimento de cerca de 1700 pessoas, em três a quatro meses, devido à gripe sazonal).
Interessante, ou antes pelo contrário, é a posição de Portugal no ranking da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos - OCDE no que respeita à taxa de desemprego. Enquanto em Fevereiro, em média, nos 30 países da OCDE se verificou um decréscimo da taxa de desemprego, Portugal manteve esse valor nos 10,3%, o que significa um agravamento de 1,5% face à taxa observada no mesmo período do ano passado (fonte: agência lusa). Portugal mantém-se como o quinto país com as taxas de desemprego mais altas da OCDE.
E o que estas realidades representam para as pessoas?!
É sabido que a economia desempenha um papel central e fulcral na sociedade, na vida das comunidades e dos cidadãos. E por mais que algumas vozes tentam esconder essa realidade, afirmando que há mais vida para além da economia, o que é uma facto é que a vida é sustentada nos pilares financeiro e económico.
A questão é que a economia não tem necessariamente (nem deveria) desprezar o valor e a dignidade humanas. Mesmo que as pessoas não sejam números, estes deveriam servir as pessoas e tornarem-se mais humanizantes.
Há famílias preocupadas com o impacto das reduções dos benefícios fiscais, por exemplo na educação, com a previsão da dedução baixar dos 30% para os 20%, às quais acrescem as despesas correntes e que aumentam gradualmente como os custos com empréstimos e com a própria habitação (gás, água, electricidade).
No que respeita à Gripe A, mais uma vez as pessoas foram “usadas” como factor numérico para justificar que, em todo o mundo, os Governos gastassem mais de três mil milhões de euros em vacinas que enriqueceram a indústria farmacêutica e planos de contingência que geraram mais o pânico do que funcionaram como mecanismos de prevenção. Resultado final: a acusação de que a OMS não soube contrariar a pressão dos laboratórios farmacêuticos e similares que ganharam muito dinheiro com a venda de milhões de vacinas e à custa da saúde pública e dos cidadãos.
Por fim… o que deveria ser uma preocupação social torna-se, mês após mês, um verdadeiro flagelo. São cada vez mais inócuas as medidas e políticas para reduzir esta preocupante realidade. Gasta-se dinheiro (agora até se empresta) em investimentos, mais que megalómanos, perfeitamente “faraóticos”. E não se investe em medidas que promovam o emprego, a sua manutenção e o desenvolvimento da economia. Isso seria investir nas pessoas e na vertente social. Porque o desemprego não é só uma questão económica… é, muito mais, uma problemática social.
Mas números e pessoas nunca foram realidades comuns… infelizmente!

Direitinho do Facebook

A melhor expressão para espalhar a estupefacção pela capacidade que Portugal tem em ultrapassar as crises financeiras, ao ponto de não termos dinheiro para "mandar cantar um cego", mas há muita "alta velocidade" em se conseguir encontrar uns "trocos" para emprestar aos gregos.
EU NÃO QUERO EMPRESTAR DINHEIRO À GRÉCIA, ELES QUE VENDAM A TAÇA DO EURO 2004.

Fim-de-semana "laranja"...

No rescaldo do Congresso Social-Democrata, em Carcavelos (9 - 10 e 11 de Abril), destaque para a posição do novo líder do PSD - Pedro Passos Coelho - no reforço da tónica discursiva da urgente unidade do partido e para o discurso virado para o exterior na afirmação de alternativa e opção governativa, face ao actual governo socialista.
Se bem que o sentido de unidade do partido ficou aquém das expectativas criadas em redor de uma lista conjunta ao Conselho Nacional: embora ganho com maioria, o certo é que a lista apoiada por Pedro Passos Coelho e encabeçada por Paulo Rangel apenas averbou cerca de 53% dos lugares na estrutura nacional (29 dos 55 possíveis). Ao todo surgiram mais 12 listas concorrentes aos lugares de conselheiros nacionais.
De referir que as outras listas concorrentes ao Conselho Nacional foram encabeçadas por anteriores apoiantes quer da candidatura de Pedro Passos Coelho, quer da de Paulo Rangel.
(fonte: JN on-line)

O Diário de Notícias (versão on-line) disponibiliza o discurso de Paulo Rangel e de Aguiar-Branco, no Congresso do PSD, em Carcavelos.

Semana em Resumo XVII

Publicado na edição de hoje, 11 de Abril, do Diário de Aveiro

Cambar a Estibordo...
A semana em resumo.

Pela nossa saúde!
Entre o cumprimento de políticas e medidas do mandato anterior, a visão economicista dos serviços de saúde, em Portugal, “obriga” o governo a avanços e recuos, sendo certo que é o utente doente o mais prejudicado.
Face à pressão económica das Farmácias, o Ministério da Saúde deu um enorme passo atrás numa medida que foi anunciada, há alguns anos, como uma bandeira socialista na área da saúde: a venda de medicamentos em unidose.
O que seria um considerável ganho económico para os cidadãos e para as comparticipações do Estado na medicamentação, era encarado pelas Farmácias como um duro golpe nos seus lucros.
Como em Portugal, em primeiro lugar estão os números e só depois as pessoas, e as medidas implementadas nunca são as mais coerentes e realistas, o governo deu o “dito pelo não dito” e o que se afigurava há dois meses atrás como uma certeza (no início deste ano, o secretário de Estado da Saúde, Óscar Gaspar, garantia que a venda de medicamentos em unidose estaria implementada no prazo de dois meses), não passa agora de uma miragem, sustentada em todo o tipo de fundamentações (técnicas, económicas e sociais) até à data inexistentes.
Tal como os fundamentos que sustentam o encerramento dos serviços primários de saúde, sem ter em conta as alternativas, o isolamento das localidades do interior do pais, as acessibilidades, e, fundamentalmente, sem o mínimo de esforço no investimento necessários à sustentabilidade dos serviços mínimos de cuidados de saúde.
Não se pode estranhar a revolta das populações do Norte de Portugal, nem condenar as suas legítimas opções preferenciais pelos serviços médicos do país vizinho. Quem não o faria se se encontrasse limitado nos seus recursos e no seu acesso?!
Mais uma vez, o governo português se desobriga das suas funções e responsabilidades, deixando à mercê da boa vontade espanhola o futuro de muitos dos cidadãos.
Se fosse possível recuar na história, com toda a certeza estaríamos a travar uma batalha pelo garante da nossa independência. Hoje, Espanha não precisa de se dar ao trabalho… de boa vontade abrimos as “portas”.
Batalha Naval política
O regresso à temática dos submarinos afigura-se mais como uma estratégia para o desvio das atenções de assuntos mais relevantes e mais incómodos para o governo, do que o próprio problema em si.
Por duas razões essenciais: primeiro, porque durante o anterior mandato do governo socialista, em quatro anos, não existiu qualquer posição formal e relevante sobre a questão dos submarinos, quer pelo executivo, quer pelo Ministério da Defesa. Excepção feita para um declarado “embuste” por parte do então Ministro dos Negócios Estrangeiros… muito pouco para tão assumido problema. Segundo, porque infelizmente, no que diz respeito à contratação pública, por mais apertadas que se queiram definir as regras, o Estado acaba sempre por ser lesado, seja nas contrapartidas, seja nas derrapagens orçamentais, seja pelos casos de corrupção.
E a vontade em desviar as atenções políticas é tão óbvia que o actual Ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, se “esquece” de confirmar datas, pressupostos e compromisso assumidos, concretamente pelo governo socialista de António Guterres.
No final desta “novela aquática” em vez de um tiro no porta-aviões, ainda se assistirá a mais um tiro no próprio pé deste mandato governativo.
O fim-de-semana volta a “alaranjar”
No espaço de um mês, este é o segundo fim-de-semana em que as atenções políticas se centram em mais um congresso Social-democrata.
Desta feita com o objectivo de confirmar Pedro Passos Coelho como líder do partido e eleger os novos órgãos nacionais social-democratas, após a vitória nas eleições directas, com cerca de 61% dos votos expressos.
Se daí não restam dúvidas quanto à expressividade da vontade das bases, o que resta do Congresso de Carcavelos é saber até que ponto o discurso de unidade, que tem sido bandeira interna nas declarações do líder eleito e das suas estruturas, consegue superar conceitos e visões diferentes para o partido e para o País. Não parece ser suficiente, embora louvável e de reconhecido interesse estratégico, que se tenham convidado os directos opositores para órgãos nacionais, nomeadamente a capitalização dos votos de Paulo Rangel, numa lista única ao Conselho Nacional.
É importante saber até que ponto Pedro Passos Coelho convence os militantes dessa necessária e importante unidade partidária, para partir para o combate político de alternativa ao governo socialista e ao confronto com as medidas políticas de José Sócrates.

Boa Semana…

Repensar as autárquicas...

Publicado na edição de hoje, 8 de Abril, do Diário de Aveiro.

Cheira a Maresia!
Repensar as Autárquicas…

Foi recentemente aventada eventual alteração dos procedimentos e princípios eleitorais autárquicos e, de novo, acenada a bandeira da regionalização… quer pela ala socialista, quer pela ala social-democrata.
Apenas pelo que estas primeiras linhas referem, alguns leitores poderão questionar a oportunidade e prioridade dos temas.
Mesmo sabendo que o país necessita que nos debrucemos e nos preocupemos com outras vertentes como a economia, o emprego, a educação, a saúde, sem esquecer a justiça (social e jurídica), não deixa de ser interessante reflectir e repensar os processos de escolha autárquica democrática, sustentando que é na (re)definição das estruturas que reside, em parte, o sucesso de aplicação de medidas e políticas governativas e de gestão.
O que importa então repensar?!
Primeiro, permitir e promover uma escolha ou opção eleitorais, por parte do cidadão, mais eficaz (do ponto de vista participativo e democrático), coerente e consistente.
Segundo, criar mecanismos que valorizem a expressão do voto e que estejam mais próximos das realidades concelhias e das freguesias, sejam elas de grande, média ou pequena dimensão.
Terceiro, valorizar o papel governativo da política e democracia de proximidade, aquela que está mais perto das necessidades dos cidadãos e das comunidades.
Como fazê-lo?! O que é necessário mudar?!
Sem querer entrar em questões do fórum constitucional, jurídico e de pormenor, nem, por outro lado, particularizar algum qualquer Concelho ou Autarquia, genericamente as alterações deveriam aproximar a realidade eleitoral autárquica às legislativas.
As eleições seriam realizadas no sentido de eleger a Assembleia Municipal, onde estariam representados os partidos/coligações ou movimentos mais votados segundo as regras actuais da representatividade.
Do partido/coligação ou movimento mais votado sairia o Presidente da Câmara Municipal que teria a responsabilidade de formar a sua equipa de vereação (ministerial) e governar o município. Esta escolha não teria qualquer sufrágio, nem estaria sujeita à participação de vereadores da oposição. Seriam escolhidos os vereadores (até ao número limite previsto por lei) que o Presidente entendesse, da sua inteira responsabilidade, quer entre eleitos para a Assembleia Municipal, quer entre os cidadãos da comunidade local. Tal como o Primeiro-ministro escolhe a sua equipa de ministros.
À Assembleia Municipal, como órgão representativo da expressão popular, caberia a responsabilidade de fiscalizar a acção executiva e governativa da autarquia, cabendo-lhe ainda a representatividade da vontade e necessidades dos munícipes (podendo, inclusive, destituir o órgão executivo).
Julgo que, de forma genérica, estariam mais salvaguardados os papéis e responsabilidades do Executivo Camarário e da Assembleia Municipal, as suas relações institucionais, bem como garantida uma democracia local mais solidificada.
Ganhariam os Municípios e as Freguesias, e consequentemente, os munícipes e os fregueses.

Renovar! Ressuscitar!

Publicado na edição de hoje, 1 de Abril, do Diário de Aveiro.

Cheira a Maresia!
Renovar! Ressuscitar!

Não é fácil abordar, de forma racional, um tema como o da pedofilia.
Primeiro como pai, depois como ser humano e por fim por não conseguir entender as razões de tal acto e os verdadeiros e reais impactos nas vítimas.
Como católico acrescem as dificuldades e tornam-se, verdadeiramente, incompreensíveis todos estes escândalos que, por mais que seja tentado clarificar, abalam a Igreja transformando esta triste e complexa realidade na mais grave crise de que a memória regista no último século.
E não basta “assobiar para o lado” esperando que a indiferença e o tempo apaguem os factos. O tempo não apagou durante largos anos até aos dias de hoje… apenas escondeu.
Não basta “esconder a cabeça na areia” porque não se tratam de casos esporádicos, nem passados… são realidade grave, preocupante e actual.
Não basta reagir pela negativa e “à defesa” (ou contrapondo com a imagem de vitimização) … o problema não é externo (ou não só externo), está patente e latente no seio da própria Igreja.
E muito menos basta pedir “perdão”, criticar, acusar… é preciso ser-se exemplo: condenar e solucionar!
Aliás, parece-me subsistir neste ponto a explicação para esta crise. Faz lembrar uma garrafa de espumante que, após forte agitação, é retirada a rolha: a pressão e o gás fazem o resto. A pressão, o abafar, o não actuar com coerência, vigor e clareza fez soltar a rolha ao primeiro caso despontado.
E é urgente que a Igreja reflicta, actue e se renove… porque, apesar de muitos os casos (Irlanda, América, América Central, Alemanha) a parte não pode afectar e representar o todo. Mas também não pode servir de desculpa para uma inércia inaceitável, principalmente o questionável argumento de que a pedofilia é transversal a toda a sociedade (famílias, instituições, etc.). Porque é precisamente por essa transversalidade que importa servir de exemplo, ser coerente, agir internamente, enfrentar com vigor e rigor para permitir a legitimidade de acusar e criticar todos os abusos cruéis na sociedade.
A inércia no combate destas realidades que enfraquecem uma Igreja que também é feita de Homens, só serviu para acumular factualidades e debilidades. O medo da abertura à sociedade e à opinião pública é que foi esvaziando a Igreja e afastando os crentes da sua vivência necessária.
Não se trata de “lavar roupa suja em público”, como referem várias vozes episcopais. Trata-se de resolver uma grave crise de forma clara, transparente e exemplar. Em vez de se criarem anti-corpos, promoverem-se sinais de unidade edificantes.
É importante agir e repensar o actual distanciamento que a Igreja vive em relação à sociedade e aos “tempos de hoje” que em nada favorece a consolidação e o crescimento da própria Igreja. Seja através do debate em torno do celibato imposto ou voluntário, do papel das mulheres na sua estrutura, da importância dos leigos, da relação com a política, com a educação, com a família e com a sexualidade, entre outros.
Pedir perdão sem mudar e sem agir, nem serve de consolo às crianças e vítimas de tão abomináveis crimes, ao longo de tempos e tempos.
Poderá nascer, destas cinzas, uma excelente oportunidade para que a Igreja se repense, se renove e ressuscite… tal como acontecerá Domingo para aqueles que celebram a Páscoa da Ressurreição de Cristo.