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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Resumo da Semana - 29.08.2010

Publicado na edição de ontem, 29 de Agosto de 2010, do Diário de Aveiro.

Cambar a Estibordo...
A semana em resumo.


A semana que termina, ainda muito delimitada pelo Verão e pelas férias, foi marcada por alguns acontecimentos que merecem destaque...
Não é usual o futebol ser mencionado neste espaço.
Mas, com tudo o que comporta um desporto carregado de uma carga emocional forte, é um facto que o futebol marcou uma semana morna: desde os comentários profissionais às simples conversas de “café”.
Desde momentos que fizeram história, a confirmações sólidas, terminando em verdadeiros “milagres”, Braga, Porto e Sporting, com as classificações para as fases seguintes da Liga dos Campeões e da Liga Europa, foram delineando a agenda mediática da semana.
Goste-se ou não, queira-se ou não, o futebol ainda vai ocupando uma parte significativa do quotidiano dos portugueses (e não só) e gerando um conjunto de emoções e conexões nas e entre as comunidades.
Seja por questões desportivas (rivalidades e afectos), seja por questões sociais, culturais e económicas.
À parte deste feito europeu no desporto português, concretamente do futebol, a semana revelou quatro aspectos que merecem destaque neste resumo semanal.
Orçamento de Estado 2011
No seguimento da troca de acusações e “galhardetes” políticos, concretamente entre PS e PSD, com CDS, PCP e BE a assistirem na “bancada” e a desvalorizarem as quezílias, o Orçamento de Estado para 2011 (e por “arrasto” a proposta social-democrata de revisão constitucional) é, neste momento, o ponto alto da reentré política.
Entre muitas questões, esta semana o país ficou a saber que o Governo não vai satisfazer a vontade ao PSD de ter os fundamentos do próximo orçamento, até ao próximo dia 9 de Setembro.
Primeiro porque o governo alterou a data limite do envio das informações de cada serviço do Estado (previsão de execução da despesa) do dia 20 de Agosto para 15 de Setembro. Segundo, como se tal não bastasse, esta medida governativa vem confirmar as declarações do Secretário de Estado do Orçamento, Emanuel dos Santos, que afirmou ser tecnicamente impossível apresentar as contas para 2011 em Setembro.
Tecnicamente impossível e politicamente conveniente…
Encargos do poder local
Os últimos dias da discussão e aprovação do Orçamento de Estado para o corrente ano mereceram aceso confronto e diversas críticas, nomeadamente pelo Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos.
A Oposição pretendia e aprovou um reforço orçamental de cinco milhões de euros para fazer face às despesas das remunerações dos eleitos nas freguesias.
Teixeira dos Santos considerou a medida “populista”, chegando mesmo a afirmar que este valor era “money for the boys”.
Acontece que muitos dos “boys” são socialistas e o “money” afinal, segundo o presidente da Associação Nacional das Freguesias – ANAFRE, ficou, mesmo assim, aquém do necessário – oito milhões.
E é pura demagogia a acusação do Secretário de Estado da Administração Local, José Junqueiro, de que, afinal, a oposição se enganou nas contas. É que se não fosse o empenho da oposição, as freguesias nem cinco milhões de euros tinham tido direito.
Personalidades que escrevem a história
A 26 de Agosto de 1910 nascia Agnes Gonxha Bojaxhiu, na pequena cidade albanesa de Skopje.
O mundo viria a conhecê-la como Teresa, mais concretamente “Madre Teresa de Calcutá”.
Prémio Nobel da Paz em 1979, considerada em 1985, aquando do seu discurso nas comemorações dos 40 anos das Nações Unidas, por Pérez de Cuéllar, então secretário-geral, como a “mulher mais poderosa do Mundo”, Madre Teresa dedicou toda uma vida aos outros, nomeadamente aos mais pobres dos pobres de Calcutá, entre 1948 e 1997, ano em que faleceu.
Nota final
Infelizmente, e por circunstâncias da vida, a história também se escreve com as tragédias.
E a semana fica marcada pelas circunstâncias trágicas que retiraram a vida a seis pessoas na A25 e marcaram física e psicologicamente dezenas de outras.
Há regressos a casa ou aos destinos traçados que são idas sem volta, sejam quais forem as causas e as responsabilidades.
A vida vale muito mais que a velocidade no asfalto!

Boa Semana…

Verão Quente

Publicado na edição de hoje, 26.08.2010, do Diário de Aveiro.

Cheira a Maresia!
Verão quente…


Para além do país ir a ‘banhos’; para além das crianças e dos jovens se encherem de ‘tédio’ pela enormidade de um período sem actividade escolar; para além dos pais e encarregados de educação desesperarem por soluções que tranquilizem e permitam ocupar os seus filhos durante cerca de três meses, a época de verão é, por norma, um período do ano tranquilo, sereno, apático, onde pouco ou nada acontece, salvo as habituais reentres desportivas, as contratações, as apostas nas conquistas dos títulos, o mercado agitado das transferências, e, claro está, os ‘casos’ do futebol.
Mas nem sempre é assim…
Este verão de 2010 confirma a excepção à regra.
A ‘silly season’ (normalmente marcada por trincas políticas sem qualquer relevância) foi agitada pelas reentrés antecipadas; pelo caso Freeport muito mal esclarecido e ainda longe de terminado, e que volta a agitar as águas da Justiça; pela pressão do PSD sobre o PS no caso da revisão constitucional e da eventual não aprovação do Orçamento de Estado para 2011, abrindo um novo frenesim e nervoso miudinho nas hostes socialistas e no governo.
No que respeita à economia e à tão esperada saída da crise, Portugal continua a assistir (contrariando quer as previsões, quer a imagem irreal que o governo teima em mostrar das consequências no país suas políticas) a um aumento da taxa de desemprego que deixa em casa mais de meio milhar de portugueses, minimamente atenuado com o trabalho sazonal da época balnear, e com a continuidade de empresas a encerrarem as suas portas, como é o caso mais recente da Delphi.
Mas este verão agitado arrancava com a trapalhada política do governo em querer impor, de forma unilateral, inconsistente, sem critérios coerentes, só por força da recuperação do deficit e da estabilização das contas públicas, o pagamento de portagens nas SCUT do litoral norte e centro do país.
De tal forma foi mal estruturada e planeada esta medida que, após avanços e recuos, complicações legislativas de sobra, neste momento, o governo acaba por não angariar as receitas previstas e ser pressionado ao pagamento, às várias concessionários, das despesas com os processos de instalação dos sistemas de cobrança.
E entre mergulhos no mar ou nos rios e toalhas estendidas ao sol, muitas das famílias portuguesas seriam ainda surpreendidas, não só por vários anúncios de aumentos de preços (pão, electricidade, imposto sobre produtos petrolíferos, …), como também por uma reestruturação da rede escolar nacional que prevê o encerramento de 701 escolas primárias – 1º ciclo do ensino básico, contra os cerca de 500 estabelecimentos de ensino previamente anunciados. Novamente à custa da necessidade de controle da despesa pública, a preocupação é meramente economicista, já que são muitas as dúvidas do ponto de vista pedagógico e social, acrescido dos problemas que estas medidas acarretam para os municípios e contribuem para uma maior desertificação do interior do país e de muitas comunidades, aumentando as assimetrias regionais.
Por último, se dúvidas haviam quanto à agitação desta época, o flagelo dos incêndios que proliferaram na região centro e norte, deixou o país à beira de um ataque de nervos. Entre o desespero de muitas famílias que viram os seus bens total ou parcialmente destruídos, lamenta-se que aqueles que por vontade própria e por vocação pessoal decidem dedicar o seu esforço aos outros, tenham perdido a vida: os bombeiros.
Este é um problema cíclico, desleixado ao nível político e governativo: falhas na prevenção, falhas nos recursos a disponibilizar aos bombeiros e protecção civil, e, muitas vezes esquecido, falhas no planeamento de um plano de florestação nacional consistente e estável.
Sem um combate permanente e um planeamento constante, anualmente o país perde ao nível económico, ambiental e social.
Por último, o aumento de viaturas que circulam nas estradas portuguesas potencia, diariamente, o risco de tragédias como a que aconteceu esta semana na A25, perto do nó das Talhadas. A ânsia de chegar rápido ao destino, a falta de cuidado e de civismo rodoviários, as condições de muitas estradas, fazem com que uma época que se previa de alegria, descanso, serenidade, se transforme num flagelo e num ‘vale de lágrimas’. A vida vale muito mais que uma tragédia… infelizmente as tragédias ‘ganham’ a muitas vidas.
Se este é um verão quente por força das condições meteorológicas (temperaturas altas), não restam dúvidas que a sociedade transformou-o num verão escaldante…

Extra páginas...

Oito concertos espalhados por vários pontos da zona de Santa Apolónia (Lisboa) marcam a terceira edição do "Jazz.pt".
De 8 a 12 de Setembro, fora das instalações do Hot Clube de Portugal (onde surgiu o festival em 2008), fruto do incêndio ocorrido em 2009, vários concertos vão preencher as noites lisboetas. Acrescem ainda várias acções didácticas, mesas redondas, exposições e feira de discos.

(fonte: ipsilon)

Participação cívica

A recente legislação aprovada que permite o alargamento dos horários de funcionamento os hipermercados prevê que a decisão seja da competência das respectivas autarquias.
A Câmara Municipal da Maia deu o primeiro passo e autorizou o alargamento do horário de funcionamento aos domingos à tarde.
Está lançado o mote para um inquérito aqui no "Debaixo dos Arcos".
Está disponível para as vossas opiniões, mesmo aqui do lado esquerdo.

Aveiro: Olhares sobre... Ovos-Moles

Resultado da presença do Convento de Jesus de clausura, (actual Museu de Aveiro) fundado em 1461, século XV, em Aveiro, o doce conventual que é símbolo e imagem de referência da cidade, é, hoje, certificado: ovos-moles. Doce... doce...




Aveiro: Olhares sobre... as Salinas.

Sabor a Sal...

O Sal e as Salinas, para além de terem sido, durante anos a fio, a imagem marcante da paisagem de Aveiro (a par com os Moliceiros), foram também os responsáveis pelo desenvolvimento social e económico da região desde os séculos mais idos, onde o sal tinha um papel relevante na navegação e na pesca.
Por exemplo, as naus dos tempos dos descobrimentos, sempre que se faziam à conquista de novas paragens, abasteciam-se de sal para a conservação dos seus alimentos.
Antes da invenção das arcas frigoríficos nos barcos de pesca, nomeadamente do bacalhau, era o sal que permitia conservar o pescado e salgá-lo ainda a bordo.
Hoje, infelizmente, o Sal e as Salinas não passam de uma referência histórica e cultural para Aveiro. Pasme-se... importamos sal (por exemplo da Holanda).



150 anos do Tratado de Paz, Amizade e Comércio - Japão/Portugal

A propósito das celebrações dos 150 anos do Tratado de Paz, Amizade e Comércio entre Japão e Portugal, segundo informação da Agência Lusa, o embaixador japonês em Portugal defendeu a importância de "reanimar o significado do tratado de 1860, que constitui a base das relações bilaterais entre o Japão e Portugal".
Na óptica do embaixador nipónico Akira MIWA, relembra-se um relacionamento histórico que está a ser "um pouco esquecido por Lisboa".


Entendo a preocupação diplomática do Senhor Embaixador do Japão, mas não compreendo a sua admiração: se Portugal até de si próprio e dos seus compromissos internos se esquece quanto mais dos compromissos com os outros.

Aveiro: Olhares sobre... a Ria de Aveiro

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