O Ministro da Economia, Álvaro Pereira, anunciou, no final de mais um Coselho de Ministro, que o Estado prevê reduzir o valor das randas excessivas no sector eléctrico. Anualmente serão poupados cerca de 190 milhões de euros e, previsivelmente, até 2020, um total de 1,8 milhões de euros. Algo que fica muito aquém dos calculados 3 mil milhões de euros das rendas energéticas.
É óbvio que esta só pode ser uma excelente medida do governo de Passos Coelho, assim como seria de esperar a resolução (ou revogação) de muitas, ou quase todas, as Parcerias Público-privadas, ou ainda a diminuição do universo empresarial do Estado.
No entanto, por mais que o ministro e o su secretário de Estado tenham afirmado que tal política resulta numa redução de cerca de 5% na factura para o consumidor, a dúvida persiste.
Se o impacto (como já afirmou António Mexia) destas medidas agora anunciadas pelo governo resultam numa redução de receitas de cerca de 2,5% na EDP, numa empresa que se conhece faminta pelo lucro, pelo monopólio, por uma posição de força no mercado e na economia nacional, quem é que irá "pagar essa factura" da descida dos lucros? O Estado? não creio... sobra sempre para os bolsos do costume.