Quando a inteligência política não abunda...
(imagem Paulo Araújo - dinheiro vivo)
António Borges, o dito conselheiro de Passos Coelho (agora se percebe mais facilmente porque é que o Governo tem falhado e porque é que o país, em vez de recuperar, mergulha cada vez mais fundo) já tinha criado um grave problema ao Governo quando, numa entrevista a Judite de Sousa, na TVI, quando se referiu ao eventual processo de privatização e concessão da RTP.
No 1º Forum Empresarial do Algarve, realizado hoje em Vilamoura, o conselheiro de Pedro Passos Coelho para as privatizações, António Borges (sobre quem recaem críticas sobre o seu desempenho profissional no FMI) ao defender com unhas e dentes o que mais ninguém defende (políticos, sociedade, trabalhadores, empresários, entidades representativas, economistas, nem mesmo os verdadeiros especialistas, ou até a própria Troika que não exigiu a aplicação da medida da TSU) acusou os empresários portugueses que criticaram as alterações à Taxa Social Única de “ignorantes”. Chegando mesmo ao ponto de afirmar “que os empresários (os tais ignorantes) não passariam no primeiro ano do meu curso da faculdade, isso não tenham dúvida”. Acresce ainda que a ausência de bom senso, de inteligência política e, também, económica, levaram a que António Borges considerasse que a “baixa da TSU é uma medida extraordinariamente inteligente”.
Há duas ou três coisas que me assolam o espírito ao ouvir este senhor mercenário da política e da economia, um verdadeiro espinho cravado na governação deste país (apesar de nem ter sido sujeito a sufrágio eleitoral): está pois identificado o “cancro” das políticas e da acção deste Governo (volta Relvas, estás perdoado); duvido que algum empresário, dos inteligentes que ainda temos, alguma vez desse emprego a alguém como António Borges; sempre que abre a boca António Borges cria um embaraço governativo. Ou ainda, se por ventura alguma tivesse António Borges como professor universitário no 1º ano do meu curso a primeira medida que tomaria, após a primeira aula, seria a apresentação de uma queixa no Conselho Científico e no Pedagógico por incompetência.
Sempre ouvi dizer que há silêncios que valem ouro. E no caso de António Borges é pena terem acabado com a censura.
Obviamente que as reacções dos “ignorantes” deste país não tardaram a surgir:
- António Borges não tem "perfil para o lugar público que ocupa" - Vieira Lopes (presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal)
- António Borges "nunca trabalhou na vida" - Filipe de Botton (presidente da Logoplaste)
- Patrão da Fly London "ofendido" com afirmações de António Borges - Fortunato Frederico
- "Maioria dos empresários portugueses também não contrataria António Borges" - António Saraiva (presidente da CIP)
- PS desafia Passos a dizer se também acha empresários "ignorantes"