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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Há bastante Aveiro... mas falta demasiado Aveiro

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O Turismo Portugal - Turismo Centro Portugal "levou" Aveiro até à TF1 (França).

Pessoalmente não me provoca qualquer constrangimento que se misture Aveiro e Ílhavo (Costa Nova). Bem pelo contrário...

Mas das duas, uma... a reportagem errou o(s) alvo(s).

Se era para juntar Aveiro e Ílhavo, fazia sentido incluir a tradição do mar e da pesca do bacalhau, o Museu Marítimo, para além da Costa Nova e da Barra (Farol, por exemplo).

Se era para falar de Aveiro... era escusado falar da Costa Nova e deixar a única praia do Concelho de fora (S. Jacinto, a Ria, os Moliceiros no seu "habitat natural", a Reserva, o turismo militar).
Se era para falar da cidade de Aveiro, faltou o Sal e as Salinas e faltou a cerâmica e o azulejo.

Mas fica, de facto, o contributo e o empenho em promover a região.

Para memória futura...

(créditos da foto: Turismo Centro Portugal)

das Liberdades...

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publicado na edição de hoje, 26 de julho, do Diário de Aveiro

Debaixo dos Arcos
das Liberdades

A agenda dos últimos dias tem sido marcada pelo claro e notório confronto de ideias e opiniões, sejam elas de âmbito social ou político, tornadas conhecidas por força do papel e da missão da comunicação social. A par das discussões, mais ou menos públicas, mais ou menos mediáticas, surge sempre a argumentação da Liberdade.

As afirmações pouco gentis de Gentil Martins

O conceituado cirurgião Gentil Martins e ex-Bastonário da Ordem dos Médicos (1977-1986), numa recente entrevista ao jornal Expresso, afirmou que a homossexualidade era uma anomalia, comparando os homossexuais aos sadomasoquistas ou às pessoas que se mutilam. Que Gentil Martins seja contra, como afirma na entrevista, a homossexualidade é um claro direito que lhe assiste, como lhe assiste o mesmo direito de o dizer publicamente (“sou contra”, “não concordo”). O que já não tem direito é de manifestar, sob a protecção da liberdade de expressão, juízos de valor para com as escolhas pessoais e perfeitamente legítimas de outros cidadãos, só porque as mesmas fogem à sua concepção de normalidade da realidade que vive. Gentil Martins perde o direito à sua liberdade de expressão/opinião quando a mesma fera os mais elementares princípios básicos das liberdades, garantias e dignidade de cada ser humano. Mais grave se tornam as suas afirmações quando lhe é reconhecido o papel social e a sua mediatização por força da sua condição profissional, sendo que para um médico, para um ex-Bastonário, esquecer (ou propositadamente o fazer) que a Organização Mundial de Saúde, em maio de 1990, retirou a homossexualidade da lista das doenças mentais. Gentil Martins não tem o direito, nem a liberdade, de dizer que a opção e escolha, claramente pessoais e íntimas de cada cidadão, é uma anomalia e um desvio de personalidade. São as legítimas escolhas de quem acha que a sua sexualidade só a si diz respeito.

Um olho no cigano, outro no André Ventura

A política, ou de forma mais correcta, a politiquice bateu no fundo, atingiu o grau zero do aceitável. O candidato (agora apenas) do PSD à autarquia de Loures atacou, há dias, numa entrevista ao jornal i, a comunidade cigana (toda a comunidade cigana), insurgindo-se pelo facto (segundo o próprio) dos ciganos viveram exclusivamente à custa do RSI e de estarem acima da lei e do Estado. Já no “Debaixo dos Arcos” tinha criticado e fundamentado a xenofobia e o racismo presentes nas afirmações do candidato, ao que acrescento o enorme erro político do PSD em manter o apoio a uma candidatura que recorre ao mais baixo da política, a um populismo eleitoral grave e preocupante (a polémica mais recente é a pretensão do candidato a criar um exército em Loures para substituir as forças de segurança). Se André Ventura quisesse discutir se faz ou não sentido haver RSI, com que valores, a quem atribuir, com que regras e fiscalização, que alternativas, etc., teria toda a legitimidade e seria um claro exercício de política social. Usar estratagemas baixos de falta de respeito pela condição humana e pela equidade e justiça sociais é um atropelo inaceitável da liberdade. Dos 60 mil ciganos existentes em Portugal apenas 24 mil usufruem do RIS, num universo de 300 mil subsidiados. André Ventura não é, no mínimo, politicamente sério.

A lei da rolha

A Constituição determina o direito fundamental de informar e ser informado. Um direito partilhado entre quem informa (comunicação social) e os cidadãos (o quererem ser informados). E não vale a pena justificarem o injustificável. A recente alteração de processos que impede as chefias de bombeiros e os comandos operacionais no terreno de prestarem declarações e informações sobre os incêndios em curso, é um manifesto e óbvio atropelo à liberdade de informação. A centralização da informação na sede da Autoridade Nacional da Protecção Civil (com os briefing bidiários) não é mais que o reflexo do desastre comunicacional que foi a tragédia de Pedrógão, Castanheira e Figueiró. O claro receio que haja informação e dados que criem desconforto e prejudiquem a imagem da ANCP e do Governo levou António Costa e o MAI a centrarem e a filtrarem a informação. Como resultado temos notícias condicionadas e limitadas porque não é a mesa coisa que o debitar de meros dados estatísticos para a confrontação com a realidade e o contacto directo com os acontecimentos. O Pinhal Interior deixou marcas significativas no Governo… e ainda não foi tudo “extinto”.

As 24 horas de ultimato

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Há sociais-democratas, alguns dos que ainda restam imbuídos do verdadeiro adn do PSD/PPD, que devolvem a Hugo Soares o dislate político de ontem: o agora recentemente eleito líder da bancada parlamentar do PSD tem 24 horas para pensar, seriamente, na sua vida política.

É agora mais que claro e óbvio, até há minutos mais que expectável, que o PSD se deixou levar infantil e inocentemente por uma notória especulação informativa, principalmente alimentada pelo jornal Expresso (ao qual se junto ao SIC), sobre o número de vítimas mortais da tragédia de Pedrógão Grande.

Os números sempre tornados públicos por parte do Governo apontavam para 64 mortes, às quais se junta a dúvida jurídica sobre a 65ª vítima.

Não faz, nem nunca fez, qualquer sentido o arremesso político de responsabilidades ou deficiências governativas (a colocação da hipótese de apresentação de uma moção de censura por parte do CDS é qualquer coisa de surreal) com base numa divagação e especulação de uma mera cidadã (por mais meritória que seja a sua intenção) que, sem qualquer fundamento ou comprovação de factos, apresentava uma lista de cerca de 80 vítimas mortais.

Agora, perante tanto e evitável ruído, a PGR vem divulgar a lista (em segredo de justiça) dos 64, repita-se sessenta e quatro, nomes que correspondem às mortes confirmadas e relacionadas com a tragédia dos incêndios de junho passado.

Fica muito mal na fotografia o PSD e o líder parlamentar.

Um partido que exigiu a constituição de uma comissão independente que tem o prazo de três meses para apresentar um relatório; um partido que deveria estar a discutir políticas de prevenção (florestação, desertificação, demografia e movimentos migratórios, bolsas de terras e emparcelamento, biomassa) e de combate (estrutura e papel dos bombeiros, da Protecção Civil, da responsabilidade das Comunidades Intermunicipais) aos incêndios; das falhas de segurança do SIRESP; da eventual revisão da moldura penal para incendiários; se as ajudas e os subsídios estão a chegar às pessoas, famílias, empresas e comunidades; entre tantos outros assuntos, estendeu-se completamente ao comprido como um jogo de politiquice do gato e do rato à volta de um mero valor estatístico que em nada valoriza ou menoriza a tragédia e a lição futura para o país.

Assim não... PSD (e tão perto de eleições!).

(créditos da foto: Agência Lusa)

Apontar nem sempre é feio

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Amanhã, em Aveiro, vai ser possível contrariar o dito popular. É que nem sempre apontar é sinónimo de falta de educação. No caso concreto é, aliás, imperativo que se aponte.

A plataforma de cidadania "Plataforma Cidades" desafiou os candidatos à Assembleia de Freguesia da União de Freguesias de Glória e Vera Cruz (cidade de Aveiro) para as próximas eleições autárquicas do dia 1 de outubro a apontarem duas ou três coisas que considerem decisivas e alcançáveis em benefício dos Cidadãos, da Freguesia e da Cidade.

Este desafio público, tornado debate e confronto de ideias e concepções, terá lugar já amanhã, dia 26 de julho, no Auditório Pompílio Souto (em Aveiro, rua Dr. Nascimento Leitão, nº28 - junto ao Hotel Imperial).

O objectivo é claro e estruturado: permitir que os candidatos apresentem duas ou três concepções e projectos (realistas e concretizáveis) para a cidade e que os mesmos sejam capazes de criar, naquele momento, algum debate e confronto de ideias.

Programa

19:30 horas - reunião geral da Plataforma
Ponto de situação de "Duas ou três coisas boas para a Cidade"; agenda de trabalhos próxima reunião geral da Plataforma.

20:00 horas - jantar (custo 11€)

21:00 / 23:00 horas - A palavra dos Candidatos à União de Freguesias de Glória e Vera-Cruz (Aveiro)
Apresentação das propostas
Sistematização e colocação de questões
Debate das Propostas e das Questões da Assistência.

23:30 horas - Encerramento

Deixem o eucalipto em paz

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publicado na edição de hoje, 19 de julho, do Diário de Aveiro.

Debaixo dos Arcos
Deixem o eucalipto em paz

Passado um mês após a tragédia que assombrou Pedrógão Grande, Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos e Góis, vitimando 65 pessoas; deixou cerca de 200 feridos; queimou perto de 53000 hectares; destruiu várias habitações, empresas e campos agrícolas; deixou várias centenas de cidadãos com os empregos em risco; matou inúmeros animais que eram a subsistência das pessoas. Passado um mês quando urge e é imperativa a acção junto das populações, quando se torna vital o rápido emprego, consistente, transparente e exacto, dos cerca de 13 milhões de euros de ajuda que, de uma forma solidária e inquestionável, os cidadãos fizeram chegar àquelas populações, quando é importante que a comissão independente acordada entre Governo/PS e PSD cumpra rapidamente o prazo limite de três meses para apuramento dos factos e de eventuais responsabilidades, eis que a Assembleia da República se centrou ontem na discussão e aprovação final global de diplomas sobre a Reforma da Floresta. São cinco os regimes jurídicos em discussão e aprovação: arborização e rearborização, projecto relacionado com a polémica da plantação de eucaliptos; bancos de terras e fundo de mobilização de terras; benefícios fiscais para entidades de gestão florestal; sistema nacional de defesa da floresta; e o sistema de informação cadastral. Segundo o que foi tornado público o projecto mais complexo e que levou a cedências por parte do PS para a apresentação global dos vários regimes jurídicos centrou-se na questão da arborização e rearborização com a imposição por parte do PCP e do BE na redução, faseada em cinco anos, da área de plantação do eucalipto. A demagogia e obsessão ideológica falou mais alto que a realidade ou que as reais necessidades do país na questão da floresta e dos incêndios porque é disto que se trata. A diabolização do eucalipto que o PCP e BE associam ao “inferno” do capital e dos grupos económicos tinha que se sobrepor, era mais que expectável, ao que deveria ser a principal discussão e avaliação do que é a realidade do país. E importa, sobre isto, fazer, desde já, um “parênteses”: as plantações de eucalipto da indústria da celulose não ardem (a menos que haja acção criminosa); para partidos que andam em polvorosa com a Altice e os anunciados despedimentos (que se criticam, obviamente) esquecem o peso que a indústria da celulose tem na economia nacional e o elevado número de empregos, directos e indirectos, que gera; para além do que o eucalipto representa para a subsistência de muitos cidadãos. Entre eucaliptal, pinhal e afins, venha o diabo e escolha. Não é por aí que passa a avaliação e resolução do problema cíclico e anual dos incêndios.

Para Portugal ter a mancha florestal e verde que apresenta haverá sempre o risco, que mais não seja pela vontade própria da natureza, de ter incêndios com esta regularidade. O que importa é o seu combate e, fundamentalmente, a sua prevenção. E neste âmbito específico não é o eucalipto o “criminoso”. A questão é bem mais complexa.

O que é que Portugal, nas últimas duas décadas, por exemplo, face às dificuldades económicas e ao grave problema da demografia tem feito para combater a desertificação da ruralidade? Desertificação que não é, hoje em dia, exclusiva do interior já que as aldeias do litoral esvaziaram-se para os centros urbanos e ficaram envelhecidas. Basta olhar as inúmeras reportagens feitas sobre a tragédia de há um mês para constatar as idades dos intervenientes e o envelhecimento daquelas povoações. Quem fica com capacidade para cuidar das terras e da floresta? Com o movimento migratória para o estrangeiro e para os centros urbanos a maior parte das terras ficou sem ninguém para cuidar delas, sendo que muitas deixaram de saber quem são “os seus donos”. O que é que os governos têm feito para fixar pessoas jovens e empresas no interior e em tantas vilas e aldeias tornadas quase fantasmas?

Além disso, com o fim dos guardas-florestais tornou-se mais complexa e difícil a tarefa de prevenção e fiscalização, sendo ainda premente alteração política e jurídica consistente que transfira as competências dos extintos Governos Civis para as Áreas Metropolitanas e Comunidades Intermunicipais, concretamente na questão de Protecção Civil e Segurança das populações.

Podem trocar as “rosas” por “mal-me-queres” ou por “violetas”, os eucaliptos por carvalhos que enquanto as pessoas desertificarem o interior, as aldeias e as vilas, e deixarem ao abandono a ruralidade do país, Portugal terá sempre o risco de ver repetidas tragédias como as do Pinhal Interior. Deixem lá o eucalipto em paz.

Que tiro no pé, PSD! Que tiro...

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Um grande partido (como o PSD social-democrata já o foi) vê-se também e principalmente em situações de crise e na forma como consegue posicionar-se, marcar a diferença, ter sentido crítico e de Estado e, nomeadamente, na capacidade para cometer o mínimo de erros possíveis ou, até, também se possível, não cometer nenhum (o que é sempre preferível, como é óbvio).

Numa fase em que PS e Governo, o seu apoio parlamentar, vivem momentos de alguma agitação e inquietação política, partidária e governativa, o que mais se podia esperar do PSD era, como maior partido da oposição (infelizmente pelas recentes sondagens cada vez mais oposição), serenidade, consistência, coerência e assertividade. Infelizmente... tudo ao lado.

Políticas e alternativas como oposição não existem de fundo. A forma como os dois recentes contextos sociais (incêndios/SIREP/prevenção/combate/... e Tancos/segurança/forças armadas) foram abordados mete dó, acrescentando-se ainda a renegociação com a banca do Fundo de Resolução.

Tomemos dois exemplos mais recentes.

1. As declarações polémicas, xenófobas e racistas do candidato à Câmara Municipal de Loures, André Ventura.

É inadmissível que o PSD mantenha o apoio à candidatura de André Ventura à autarquia de Loures quando o mesmo afirmou (e não existe qualquer descontextualização das afirmações porque as mesmas valem por si mesmas): «os ciganos vivem quase exclusivamente de subsídios do Estado» e ainda «a sociedade devia permitir a prisão perpétua dos delinquentes». Isto é demasiado grave e é de um populismo eleitoralista inaceitável. Até porque a realidade é contraditória. O Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural aponto num estudo bem recente que existem em Portugal entre 40 mil a 60 mil cidadãos de etnia cigana. Sabe-se, por outro lado, que o Estado apoia através do Rendimento de Inserção Social cerca de 300 mil pessoas e que os de etnia cigana representam, nesse universo, cerca de 8% desse universo (perto dos 24 mil, cerca de metade do universo de cidadãos de etnia cigana a viver em Portugal). Ou seja, André Ventura omitiu, propositada e deliberadamente, cerca de 280 mil portugueses). O que há, como sempre houve, mais que um mito enraizado na sociedade é um claro preconceito quanto à população cigana a residir em Portugal. Eu cresci, enquanto miúdo, paredes meias com famílias ciganas, na mesma rua, na mesmas brincadeiras. A pergunta que importa fazer é o que é que a sociedade e as suas instituições fazem e promovem para a inclusão social dos ciganos?
Por outro lado, é inadmissível e incompreensível para um social-democrata que após a afirmação do líder do PNR ("Infelizmente, ao que parece, alguns dos 'meus' ainda andam pelos partidos do sistema") que só reforça o sentido xenófobo e racista das palavras de André Ventura, o PSD mantenha o apoio a esta candidatura. Mais... imprta recordar o que o PSD disse publicamente quando um eurodeputado socialista apelidou uma sua camarada deputada parlamentar e candidata à Câmara Municipal de Matosinhos de cigana.

2. A massa crítica do PSD parlamentar.

O Jornal de Notícias revela que Hugo Soares é o único, repita-se o único, candidato à liderança da bancada parlamentar do PSD.
Não conhecendo todos os "rostos" dos sociais-democratas eleitos (aliás em alguns grupos parlamentares há sempre um franja dos eleitos que acabam sempre desconhecidos) tenho a honra e o orgulho de conhecer alguns pessoalmente e outros são, pela sua experiência parlamentar ou governativa, mais que conhecidos: Emídio Guerreiro; Regina Bastos; Ulisses Pereira; Duarte Marques; Bruno Coimbra; Carlos Abreu Amorim; António Leitão Amaro; Jorge Moreira da Silva; José Matos Rosa; Aguiar Branco; Marques Guedes; Marco António Costa; Maria Luís Albuquerque ou Teresa Morais.
Posto isto, o PSD parlamentar tem um único candidato à liderança da bancada na Assembleia da República: Hugo Soares.

Quo Vadis, PSD?

Eu não acredito em bruxas mas que as há.... "áseas"

A propósito de Tancos e do que na altura escrevi a 2 de julho ("O ministro que tutela intocáveis") tendo a perfeita consciência que o principal objectivo de todo o caso era a clara tentativa de atingir, politicamente, o ministro da Defesa dada a notória relação frágil entre a tutela e o universo militar.

A título de exemplo... foram os casos das recentes nomeações para os altos cargos das Chefias Militares; principalmente, o "ataque" à honra de um dos principais pilares institucionais das Forças Armadas: o Colégio Militar; as mortes nos cursos de Comandos; a revista em parada sem gravata (face aos protocolos e tradições); as questões de carreira dos sargentos; entre outros.

Curiosamente... senti-me "sozinho" na suspeição. Senti-me... porque afinal há mais quem o ache e, desta vez, por alguém insuspeito mesmo que não defenda e não morra de amores pelo ministro Azeredo Lopes (por quem nutro uma consideração e respeito excepcionais já de longa data).

O Coronel (Capitão de Abril) Vasco Lourenço afirmava, há dois dias, ao Jornal Económico que «Tancos tinha sido uma encenação com “mãozinha” de serviços de informação».

Já me sinto "acompanhado" (bem ou mal, não importa).

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RIP... Gaspar Albino

Teve um papel importantíssimo no sector marítimo e das pescas em Aveiro/Ílhavo.

Mas foi pela sua filantropia, pelas suas ligações à sociedade aveirense e ao seu associativismo e, principalmente, pela sua estreitíssima relação com a Cultura (história, Teatro, edição literária, informação e Artes) que Gaspar Albino deixou uma marca de registo inquestionável em Aveiro.

Faleceu ontem, a poucas semanas de completar 79 anos.

Não tem sido um mês fácil (ainda há poucos dias Aveiro sentia o desaparecimento de Vítor Silva).

Há uma voz e uma figura aveirense, AVEIRENSE com "maiúscula", que perdurará na memória de muitos.

Ficamos mais pobres... Descanse em Paz.

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Obviamente… demita-se o défice

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publicado na edição de hoje, 16 de julho, do Diário de Aveiro.

Debaixo dos Arcos
Obviamente… demita-se o défice

O cumprimento, nos últimos anos, das metas do défice impostas pelas regras europeias; a perspectiva de Portugal poder cumprir, neste ano de 2017, mais um objectivo no controle das contas públicas; a anunciada saída do país do Procedimento por Défice Excessivo; são, obviamente, excelentes notícias apesar das dúvidas no que respeita às cativações, ao aumento da dívida pública e à contínua presença da austeridade mesmo que “mascarada” de outras realidades.

Só que este contexto político que marcou a primeira metade da legislatura e o mandato da actual governação socialista tem o reverso da medalha. O país viveu estes dois anos praticamente focado numa palavra: défice, esquecendo que existe mais vida para além do cumprimento das metas orçamentais obrigatórias. Como dizia em 2003 o então Presidente da República, Jorge Sampaio, «há mais vida para além do défice» (mesmo que se tenha referido implicitamente ao orçamento… a expressão correcta foi «há mais vida para além do Orçamento»). O tão proclamado fim da austeridade não se concretizou, apenas vestiu outras roupagens ficais e orçamentais; a economia precisa de uma maior consolidação; o investimento público necessita de maior expressão; o desemprego, apesar da expressiva redução, ainda é dos mais altos na zona euro; continua premente o combate à pobreza e à exclusão social; (re)surge a conflitualidade social na educação, na saúde e na justiça. E, principalmente, mais importante ainda, o Estado falhou. O Estado enquanto pilar Social, nas suas funções, estruturas e responsabilidades. Não só nestes últimos dois anos, mas há seis, oito ou dez. Daí que o comportamento do PSD, enquanto oposição, em relação aos acontecimentos de Pedrogão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra, bem como em Tancos, tenha sido cauteloso e prudente (diferente, por exemplo, do CDS), pese o confronto político registado no último debate do “Estado da Nação”. Isto porque a responsabilidade da tragédia nunca vivida nos incêndios na região do Pinhal Interior e o surrealismo (seja no acontecimento, seja na explicação e justificação oficial do mesmo) do desaparecimento do armamento em Tancos não é, de modo algum, imputável às duas pastas ministeriais (importa recordar o texto aqui publicado em 21 de junho «é fogo que arde e se vê» ou o do blogue a 2 de julho «o ministro que tutela intocáveis») e às quais se exigiram, prontamente, as “cabeças”. A questão é que a “obsessão política pelo défice”, tenha sido ainda do tempo dos PEC’s de José Sócrates, nos difíceis anos da Troika e agora com a “austeridade à esquerda” esqueceu e aniquilou a responsabilidade Social do Estado, seja com uma maior ou menor intervenção na esfera privada.

Enquanto o surrealismo e os fantasmas ideológicos do Bloco de Esquerda contra tudo o que gera riqueza, desenvolvimento e promove a economia, se foca no “criminoso” e “corrupto” eucalipto, a verdade é que há já alguns anos o país abandonou o interior, desertificou aldeias inteiras, desligou-se do rural e das ruralidades, centrando-se nas grandes cidades e no litoral. A verdade é que várias foram as políticas (algumas ainda com a assinatura do então ministro da Administração Interna, António Costa… mas proteladas e mantidas pelos sucessivos governos) relacionadas com a prevenção e que se demonstraram, agora, desastrosas: a ausência de políticas consistentes e permanentes de florestação; o combate à desertificação e ao abandono das terras; o fim dos guardas-florestais; o fim dos Governos Civis e a não transferência de responsabilidades para as estruturas das NUTs III (Comunidades Intermunicipais e as duas Áreas Metropolitanas); a complexidade da estrutura com a responsabilidade do combate, entre outros. No caso de Tancos a responsabilidade é claramente militar e assenta nalguma conflitualidade entre a estrutura militar e o seu desagrado com a legítima ingerência do poder política que é devido, por força da democracia, à tutela ministerial. Só por uma questão de humor político é que se compreende que o BE “acuse” a NATO de “assaltar” Tancos. Enfim…

E isto vai para além de qualquer défice e assenta na responsabilidade esquecida do Estado Social.

A hipocrisia política

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A questão ultrapassa em muito o contexto da ausência de coerência, da ausência de consistência, da ausência de estratégia, do inusitado.

É mesmo pela óbvia estratégia predefinida, do propositado, do previsto e planeado, da falta de ética política, de uma demagogia retórica e pseudo ideológica, o completo abandono dos princípios programáticos.

Mais ainda... é brincar à política com os portugueses, nomeadamente com o voto do eleitorado (embora isso caiba ao próprio eleitorado avaliar).

A premissa é por demais conhecida desde o resultado eleitoral nos finais de 2015: não é uma questão de exercício da democracia parlamentar ou de concretizar contextos programáticos eleitorais. Foi o recurso a uma estratégia parlamentar (mesmo que legítima) para impedir a concretização do exercício da governação a quem, apesar da minoria (e são vários os exemplos de governações minoritárias na história da democracia portuguesa), foi a principal escolha dos portugueses no processo eleitoral.

Só que o Bloco de Esquerda vendeu a "alma ao diabo". Abandonou por completo o seu "adn político", o seu princípio programático, a sua essência ideológica, só pela ânsia do poder e pela necessidade de sobrevivência política de uma esquerda parlamentar que apenas pelo confronto ideológico com PSD e CDS se mantém viva.

No entanto, a realidade tem demonstrado que os acordos parlamentares assinados têm menorizado o papel do Bloco de Esquerda e tem relegado o BE para segundos planos, aliás como comprovam as várias sondagens que vieram a público desde o início da legislatura (BE em queda), importando relembrar a afirmação de Marisa Matias numa entrevista ao jornal i em maio deste ano «é o PS quem mais tem "capitalizado" com a 'geringonça»: 1. os dois Orçamentos do Estado aprovados com os votos favoráveis do BE apesar das afirmações de que não são os orçamentos do BE, nem são orçamentos de esquerda; 2. a posição do BE em relação aos casos das "licenciaturas"; 3. a relação do Governo e do PS com as instituições europeias; 4. a revisão do Código do Trabalho, as questões laborais e do emprego; 5. a descida da TSU contra a vontade bloquista; 6. os casos da banca com a CGD à cabeça; 7. as polémicas com as viagens da GALP; 8. o efeito falhado do chamado "imposto Mortágua"; 9. as cativações orçamentais; 10. a continuidade da austeridade apesar de "nova roupagem"; 11. os chumbos sucessivos às aprovações parlamentares dos Programas de Estabilidade; 12. as divergências com o PCP; 13. o desinvestimento do Governo no Estado Social; 14. as responsabilidades na tragédia de Pedrógão Grande e no assalto a Tancos; 15. e por último o processo da compra da TVI pela Altice e os prováveis despedimentos colectivos na PT; entre outros. Pelo meio, ficam as "teatralidades políticas" com acusações e críticas demogogas, só para tapar o sol com a peneira, só pela retórica política.

O Bloco de Esquerda abandonou os seus princípios programáticos, cedeu claramente na sua ideologia, só para garantir o poder.

Por menos, por muito menos, o Bloco de Esquerda rasgaria vestes e  à rua com posições idênticas de governação da direita.
sairia. Por menos, por muito menos, há uns anos (em 2011) o Bloco de Esquerda fazia cair o Governo socialista de José Sócrates.

Agora, com claro medo do regresso do PSD à governação, a hipocrisia política fala mais alto que a ideologia e a defesa do seu eleitorado. No fim dos quatro anos de governação... virá a factura.

O Ministro que tutela intocáveis

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Factos...
Na madrugada desta quarta-feira passada três dos cerca de vinte, repito, cerca de vinte paióis com material bélico significativo (material de guerra) foram assaltados em Tancos.
O que foi possível saber, para já, publicamente? Foram roubados dos três paióis 44 lança-granadas; quatro engenhos explosivos prontos a detonar; 120 granadas ofensivas; 1.500 munições de calibre 9 milímetros e 20 granadas de gás lacrimogéneo.
Não havia videovigilância há cerca de dois anos (num dos locais mais significativos de armazenamento militar) e a ronda foi intervalada em 20 horas de diferença.

Outros factos...
Dado o assalto especificamente aos três principais paióis, num total de cerca de vinte, e face à tipologia de armamento furtado (quantidade e peso/volume) tal não seria possível sem que tenha havido "colaboração" interna e fuga de informação.

Mas há mais...

O país estava mergulhado num verdadeiro drama, ainda sob o efeito da tragédia de Pedrógão Grande, Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos, a exigir respostas para inúmeras interrogações, a pedir justificações e, ainda, à espera da demissão da ministra da Administração Interna.

E não é de todo displicente esta realidade da demissão da ministra Constança Urbano de Sousa.

Se é possível, face aos acontecimentos trágicos, mesmo sem o apuramento cabal e concreto de responsabilidades fazer rolar a cabeça da ministra da Administração Interna porque não criar algo com impacto suficiente para promover uma eventual demissão do ministro da Defesa, Azeredo Lopes?

Os motivos? Com que objectivo? Nada mais óbvio... não tem sido fácil a relação da tutela com as Forças Armadas. A título de exemplo... foram os casos das recentes nomeações para os altos cargos das Chefias Militares e, principalmente, o "ataque" à honra de um dos principais pilares institucionais das Forças Armadas: o Colégio Militar.

Já lá vão 16 anos (2001) quando Jorge Coelho "avisou": «quem se mete com o PS, leva!». Parafraseando o ex-ministro socialista, é caso para dizer «(Sr. ministro) quem se mete com o Exército (ou Forças Armadas), leva!».

Mas o que os militares e muitos dos políticos se esquecem, ou querem fazer esquecer, é que em Portugal o responsável máximo pelas Forças Armadas não é o Ministro da Defesa mas sim o Presidente da República.

Ou seja... tiro e alvo ao lado, se for o caso.

(créditos da foto: Rosa Pinto - in TvEuropa)

Ílhavo e Gafanha da Nazaré mais próximos dos cidadãos

Na passada segunda-feira o Município de Ílhavo promoveu mais uma meritória iniciativa, desta vez na Gafanha da Nazaré: a abertura do Espaço do Cidadão, no edifício sede da Junta de Freguesia.

O Poder Local tem por génese e natura o exercício da sua função pública e do garante da democracia assente numa proximidade característica com cada cidadão e com as comunidades.

O exemplo não podia ser mais vincado e claro, contrariando as vozes da desgraça que, sem olharem à realidade e aos factos, persistem em escamotear o que tem sido o trabalho da autarquia na aproximação aos munícipes e na preocupação com o seu bem-estar.

E a abertura, na Gafanha da Nazaré, do Espaço do Cidadão integrado na Rede Municipal de Atendimento Digital Assistido do Município de Ílhavo é disso exemplo pragmático.

Os cidadãos, num só espaço de atendimento, podem ter acesso a cerca de 70 serviços, como por exemplo a revalidação da Carta de Condução, assuntos relacionados com a ADSE, alteração de morada no Cartão de Cidadão, solicitar o Cartão Europeu de Seguro de Doença, serviços do SEF - Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, do IMT, assuntos municipais, entre outros. Tudo com a comodidade de uma balcão ou espaço único.

Em termos exemplificativos importa referir que o Espaço do Cidadão em Ílhavo atendeu mais de mil munícipes durante um ano o que espelha bem a importância e o papel deste espaço na proximidade do Estado com o Cidadão.

É esta, aliás, a chave da aposta da autarquia liderada por Fernando Caçoilo para que o Município possa estar mais perto das comunidades e dos cidadãos.

Felizmente, a realidade demonstra a preocupação que a Câmara de Ílhavo tem para com os seus cidadãos de todas as idades, as suas comunidades, as suas colectividades e associações.

O contrário é o reflexo da demagogia política do desespero eleitoralista.

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 (créditos da foto: rádio Terra Nova)

a revalidação da Carta de Condução, 2.ª via e substituição, entregar despesas da ADSE, efetuar a alteração de morada no Cartão de Cidadão, solicitar o Cartão Europeu de Seguro de Doença, fazer o pedido de chave móvel digital, entre outros.

Neste espaço são, assim, disponibilizados serviços da ADSE, do SEF - Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, da CGA - Caixa Geral de Aposentações, do IMT

a revalidação da Carta de Condução, 2.ª via e substituição, entregar despesas da ADSE, efetuar a alteração de morada no Cartão de Cidadão, solicitar o Cartão Europeu de Seguro de Doença, fazer o pedido de chave móvel digital, entre outros.

Neste espaço são, assim, disponibilizados serviços da ADSE, do SEF - Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, da CGA - Caixa Geral de Aposentações, do IMT

a revalidação da Carta de Condução, 2.ª via e substituição, entregar despesas da ADSE, efetuar a alteração de morada no Cartão de Cidadão, solicitar o Cartão Europeu de Seguro de Doença, fazer o pedido de chave móvel digital, entre outros.

Neste espaço são, assim, disponibilizados serviços da ADSE, do SEF - Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, da CGA - Caixa Geral de Aposentações, do IMT

Aveiro mais pobre... RIP Eng. Vitor Silva

Conhecia-me desde os meus tempos de berço...
Percorri com ele alguns desafios na JC e no CDS, até ao meu abandono da causa...
Foi pela sua mão que acedi à administração local.

Figura incontornável de Aveiro, braço mais que direito dos mandatos de Girão Pereira nos destinos da autarquia aveirense e, nomeadamente, na gestão dos Serviços Municipalizados de Aveiro, para além da vice-presidência da antiga e extinta Região de Turismo Rota da Luz.

A cerca de um mês (11 de agosto) de completar 70 anos, o Eng. Vítor Silva faleceu (ontem).

Vão ficar imensas saudades, inúmeras histórias, e uma amizade que não dá para esquecer.

Até sempre... engenheiro.

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