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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

E se Bruno de Carvalho tiver (alguma) razão.

Não... não é ironia, piada ou brincadeira.
Infelizmente... é verdade.

Independentemente de outras análises que não me interessam rigorosamente, na longa (ou extensíssima) entrevista de ontem de Bruno de Carvalho, entre vários "disparos", o presidente do Sporting Clube de Portugal apontou baterias à Comunicação Social. Infelizmente tinha razão... não propriamente pelos motivos apontados, mas teve razão. Obviamente que não cabe toda a responsabilidade pela actual situação do futebol português ao jornalismo. Mas mesmo numa percentagem menor, a comunicação social (grande parte, para não dizer toda) tem uma quota parte de responsabilidade.

Por um lado, já aqui o tinha referido: "Oportunidade de reflexão".

E a verdade é que, por outro lado, nada mudou, bem pelo contrário.

Em vésperas da final da Taça de Portugal, no meio do enorme turbilhão vivido no emblema de Alvalade, há quem anuncie em plena televisão, com toda a certeza, que na segunda-feira (amanhã) há cerca de 7 ou 8 jogadores que abandonarão o clube. Se isto não é meter mais achas na fogueira...

O jornal Expresso, apesar da nota da direção de informação, tem um erro editorial enorme ao descontextualizar do texto de Miguel Sousa Tavares uma frase com aquele teor, com direito a chamada na primeira página...

Há "perseguição" televisiva até ao hotel do autocarro e do carro do treinador até a sua casa (isto então ultrapassa tudo e qualquer limite) da equipa (pasmem-se) vencida...

Mas ainda mais grave... como quer o jornalismo ser respeitado quando o próprio se abstém de respeitar.

Mesmo para aqueles que não gostam ou apreciam futebol, é comumente reconhecido que a Taça de Portugal em Futebol é a chamada "festa do futebol", pela abrangência dos vários campeonatos e do número mais alargada de equipas numa mesma competição.

Historicamente, o Desportivo das Aves chegou à Final da Taça de Portugal e venceu, hoje, o Sporting, no Jamor (Estádio Nacional). É um feito enorme para uma comunidade, região e para um clube de pequena dimensão, mas com um empenho e entrega grandes: pela primeira vez na sua história e na história desportiva e social da Vila das Aves, o Desportivo das Aves vence uma Taça de Portugal em Futebol.

Resultado... a comunicação social (toda) despende de 99,9% seu tempo de antena, das suas páginas (digitais ou impressas) para falar, horas a fio, repetindo chavões e factos atrás de factos, do Sporting.

Afinal... nem só dos VENCEDORES reza a história.

Respeito pelo Desportivo das Aves era o mínimo exigível por quem tem uma responsabilidade social acrescida. Muito mal.

Afinal as palavras de Bruno de Carvalho, ontem (sábado), não era, de todo, descabidas.

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Oportunidade de reflexão

Isto continua a não ser um texto sobre futebol mas sim sobre "bola".

O caso das agressões em Alcochete continua a marcar a agenda informativa, mediática e a encher as redes sociais. Por mais que nos queiramos abstrair, por mais não consiga perceber como é que ainda há quem ache isto "não normal" e esteja chocado (salvaguardando o ataque em si, como é óbvio) e por mais que queira pensar em coisas sérias, isto não está fácil.

Vê-se na televisão... fecha-se a televisão
ouve-se na rádio... desliga-se a rádio
lê-se nos jornais... fecham-se os jornais
apanhamos com tudo e mais alguma coisa nas redes sociais e na internet.
Só emigrando para Marte é que nos safamos, porque mesmo a nível internacional já há quem se refira, com (des)honras de destaque, à situação.
Portanto, não há como fugir (ou, pelo menos, não é fácil).

O envolvimento quase generalizado (doentio) do país abrange toda a gente e sectores da vida nacional: desporto, política, governação e informação.

Aponta-se o dedo ao futebol... (a tudo o que ele comporta: ao sistema, negócio, jogadores; dirigentes; treinadores; adeptos; claques; ...)
Aponta-se o dedo à inércia política... (a proposta de António Costa foi apresentada na Assembleia da República, em setembro de 2017, pela Federação Portuguesa de Futebol)
Não demorará muito a ser apontado o dedo à Justiça... (faz parte da tradição)

A repartição de responsabilidades tem um evidente e claro risco: o passar culpas, a responsabilidade 'morrer solteira'. Mas o leque é, nas devidas proporções, abrangente.

E há ainda mais um sector: a COMUNICAÇÃO SOCIAL... a imprensa, o jornalismo, a comunicação, as assessorias, não podem ficar à margem de toda esta realidade. Mais importante que o esconderijo da teia do direito a informar e a liberdade de informação será a reflexão sobre o papel da comunicação social em todo este pântano, lamaçal e inferno desportivo.

(por uma questão de tempo e paciência) Ficando de fora a Rádio, os canais dos clubes, o digital, as redes sociais, mas tendo em conta os três jornais desportivos. Só para exemplo.

RTP 3: Grande Área - Trio d'Ataque
SIC Notícias: Play-Off - O dia Seguinte - Tempo Extra
TVI24: Futebol Mais - Mais Transferências - Mais Bastidores - Prolongamento - Mais Futebol
CMTV: Liga d'Ouro (terça a sexta) - Golos (fim de semana) - Pé em Riste

O paradigma não podia ser mais evidente: não há coincidências, nem acasos.

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Isto não é normal...

Este texto não é sobre futebol... é sobre "bola".

No que se tornou o meio futebolístico, dentro e fora das quatro linhas, nos últimos anos, mais propriamente no decorrer da presente época que se aproxima do seu final, perspectivava, mais dia, menos dia, mais acontecimento, menos acontecimento, a ocorrência de situações como a que se vive no dia de hoje.
Por mais que muitos (infelizmente, muitos mesmo) bradem aos céus que isto não é normal (qualquer tipo de violência não é normal) a mim nada me espanta (apenas o lamento).

Mas o que não me parece normal é que um país, um Estado de direito, pare completamente por causa da "bola".
Pára o país, pára toda a comunicação social, pára o mundo...

De repente esquecemos Gaza, esquecemos que Trump riscou o Irão do mapa nuclear...
De repente esquecemos que em 2017 o país assistiu à maior carga fiscal (recorde) imposta aos portugueses, às famílias e às empresas...
De repente esquecemos que o 1.º trimestre da economia portuguesa registou um aumento abaixo do previsto pelo Governo...
De repente esquecemos o que se passa na saúde e na educação em Portugal...
De repente esquecemos que se aproxima a fase charlie (a chamada época dos incêndios)...

De repente... isto (em Portugal), na sociedade e na comunicação social, NÃO É NORMAL.

Fechem os Estádios para que o País volte a ser normal e possa respirar.

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Muitos até podem ser Centeno... mas poucos serão Adalberto

naom_5ace17e15bf71.jpg(créditos da foto: Global Imagens, in Notícias ao Minuto)

É um pormenor - um pormenor que apenas serve para desviar as atenções - se o deputado do PSD pediu a demissão do ministro da Saúde ou se cometeu um excesso de retórica e apenas queria sugerir, tal como o fez o partido, que Adalberto Campos Ferreira se demitisse.

Para o caso, pessoalmente, é e vai dar ao mesmo.

A verdade é que a saúde tem sido um calcanhar de Aquiles nesta governação e à vista dos portugueses, dos seus profissionais e daqueles que, pelas mais diversas razões, se cruzam com o SNS, uma farmácia ou um sistema privado, a saúde é um verdadeiro descalabro.

Ao contrário do que afirma o ministro, não há nenhum "frenesim populista" ou "campanha eleitoral (ou eleitoralista)", e é pena que Adalberto Campos Ferreira, já que não leva as palavras da oposição a sério, não leve a sério a realidade.

Quem assume, por exclusiva vontade própria, funções e responsabilidades governativas tem como missão pública alterar (ou dar continuidade) o estado e o rumo da área que tutela. Pode-se discutir se dois anos serão, ou não, suficientes para alterar uma área tão massacrada pela crise e pela gestão pré-crise como foi a saúde. Mas se dois anos podem ser curtos para recuperar o sistema, o que o país não precisava era que esses dois anos fossem suficientes para piorarem e deteriorarem o estado da saúde em Portugal.

A instabilidade social no sector é enorme, as condições de muitos hospitais são deficientes (veja-se, por exemplo, as recentes notícias e os dados na pediatria e IPO do Porto), muitos centros hospitalares não dão as adequadas respostas à população (basta olharmos para o Centro Hospitalar do Baixo Vouga), revela o Eurostat que 47,4% das famílias portuguesas não consegue ou tem dificuldade em pagar serviços de saúde, já para não falar nas tão badaladas cativações orçamentais e/ou financeiras.
Uma realidade que fala por si e que deveria levar o ministro da Saúde a uma reflexão séria sobre as políticas governativas e o trabalho desenvolvido nesta área.

Mas se tal não bastasse, há um outro contexto que espelha o estado da Saúde no Ministério.
Apresentem-se razões de "tradição" ou de "histórico de funcionamento", a verdade é que o ministro da Saúde não tem qualquer peso político no governo, não "manda" no seu ministério, foi totalmente desautorizado e menosprezada a sua função governativa.
Não há justificação possível, nem qualquer argumento válido, que consiga explicar como é que se planeiam e se executam reuniões (mesmo que de trabalho) entre o ministério das Finanças (e os seus serviços e secretarias) e as direcções hospitalares do Norte sem uma única presença ou participação do ministério da Saúde (que é a tutela do serviço) ou qualquer uma das suas estruturas e secretarias.

Se a realidade não é suficiente para fazer pensar Adalberto Campos Ferreira, ao menos o evidente e claro menosprezo pelo seu papel político deveria-lhe "tirar o sono".

E o Presidente Marcelo "escorregou" em... 1, 2, 3.

Os que sempre "desalinharam" com e eleição e a presidência de Marcelo Rebelo de Sousa tiveram que esperar mais de dois anos para ver o "Presidente dos Afectos" a "deslizar politicamente" três vezes só no espaço de uma semana. Sendo que os "deslizes" não são, por sinal, meros pormenores displicentes.

1. O "fogo" da não recandidatura.
Que Marcelo Rebelo de Sousa não se queira recandidatar, em 2021, a novo (e último) mandato presidencial é algo que lhe assiste, simplesmente. Sem necessidade de argumentário ou grandes retóricas justificativas. É um direito democrático, é uma opção pessoal perfeita legítima. Basta um só por que sim. Aliás, esta foi sempre uma questão que pairou no ar logo após os primeiros 365 dias de mandato.
O que parece não fazer qualquer sentido é a recente afirmação do Presidente da República sobre a sua eventual não recandidatura se a situação dos incêndios vivida em 2017 se repetisse na próxima fase charlie. E não faz qualquer sentido por várias razões: a primeira porque a primeira responsabilidade sobre possíveis falhas no combate aos incêndios (tenham ou não tragédias... esperemos bem que não) cabe ao Governo e ao Ministério da Administração Interna e não ao Presidente da República.
O que os portugueses esperam de Marcelo Rebelo de Sousa é, num cenário de falha de estratégia política e de coordenação, como o verificado em 2017, a responsabilização do Governo.

2. A pressão orçamental
Já todos percebemos que o modelo de estabilidade e de aliança parlamentar à esquerda, a chamada geringonça, esgotou-se. Ou melhor... esgotou a paciência dos seus parceiros, acabando por se manifestar, nesta última fase da legislatura, a diferenciação ideológica.
Além disso, o aproximar do fim do mandato e das eleições legislativas em 2019 (previstas para outubro desse ano) provocam a necessidade de BE e PCP se demarcarem da governação e de se posicionarem para uma campanha eleitoral que se afigura bastante intensa. Daí que surjam as pressões bloquistas e comunistas sobre o PS/Governo em relação à estratégia política do próximo orçamento e face às políticas para a saúde, emprego e educação, sem esquecer as posições do Governo em relação à União Europeia.
Por outro lado, neste abanar da relação na geringonça, não é menosprezável a mudança de liderança, de acção e de oposição no PSD e a clara aproximação ao centro e entre socialistas e social-democratas.
Daí que a afirmação de Marcelo Rebelo de Sousa de provocar eleições antecipadas caso o Orçamento de Estado para 2019 seja chumbado tenha apenas um impacto político significativo: a ajuda ao PS e ao PSD para a dicotomia da luta política pela (re)conquista da governação. Ao PS é servido o argumento da "vitimização político-partidária" e de chamar a si, em exclusivo, os louros da governação. Ao PSD é servido o argumento do falhanço das políticas de esquerda e da coligação da maioria à esquerda. Para além disso, o único efeito no país seria o de antecipar as eleições de outubro para o primeiro trimestre de 2019.
Mas não se afigura um cenário provável. Uma eventual abstenção do PSD e o facto de BE e PCP não quererem ficar com o ónus do fim do casamento da esquerda e desta governação fazem prever que a legislatura, com mais ou menos instabilidade social, chegue até outubro de 2019.

3. Marcelo ama Salvador Sobral mas não ama os Diplomatas
Os factos aconteceram em Abril quando o Presidente da República condecorou os irmãos Sobral com o grau de comendadores da Ordem do Mérito e provocaram uma reacção, agora conhecida, da Associação Sindical dos Diplomatas Portugueses. Em causa está a afirmação proferida por Marcelo Rebelo de Sousa: "embaixadores mais qualificados e mais eficientes do que a generalidade da nossa diplomacia" (jornal Público). As palavras de Marcelo foram mal recebidas pelo corpo diplomático português, e com toda a razão. Foi inédita a conquista, em 2017, do Festival da Eurovisão que trouxe a final, também pela primeira vez, para Portugal (aconteceu este fim-de-semana em Lisboa, regressando Portugal à "normalidade": último lugar). É indiscutível (goste-se ou mão) que Cristiano Ronaldo tem um palco mediático internacional que, através do seu sucesso futebolístico, projecta o país além fronteiras. Como são igualmente os casos de José Mourinho, Telma Monteiro, a selecção Sub20 de Râguebi, Nelson Évora ou o Eusébio, entre tantos outros. Ou ainda, Saramago, Manoel de Oliveira, Amália Rodrigues, Daniela Ruah, Joaquim d'Almeida e Paula Rego (para não dizerem que só se fala em desporto).
Mas a questão é que o trabalho da diplomacia portuguesa (ou de qualquer outra) não se faz no palco do mediatismo e do populismo; tantas vezes efémero. Faz-se pelo cuidado na dignidade da imagem institucional de Portugal, da sua estratégia e influência internacional, da defesa e preocupação com os portugueses espalhados pelos quatro cantos do mundo, nas relações comerciais e políticas internacionais. Comparar o trabalho, diário e permanente, da diplomacia portuguesa a cinco minutos de fama foi, no mínimo, desrespeitoso. E já agora... perfeitamente escusado e inapropriado.

Uma semana presidencial muito pouco afectuosa.

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Mais do que a vergonha... fica o espanto.

2 de maio de 2018 - rebenta a bomba.

Um conjunto (significativo) de principais figuras do Partido Socialista e do Governo, após a divulgação de eventual caso de corrupção envolvendo o ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, vieram a público demonstrar Vergonha pelo impacto político dos casos José Sócrates e Manuel Pinho (curiosamente esquecendo outros como Armando Vara, por exemplo).

As afirmações foram verdadeiramente surpreendentes e, simultaneamente, bem claras e específicas. E nem mesmo a tentativa de branquear ou suavizar algumas das afirmações (elogiando a governação de José Sócrates ou tentando comprometer o PSD)  retiram o peso político das mesmas.

Carlos César - presidente do PS
O PS sente-se envergonhado com as polémicas em torno de Sócrates e Pinho.

João Galamba - deputado socialista
Caso Sócrates envergonha qualquer socialista.
Caso Manuel Pinho causou-me perplexidade.
Qualquer socialista quando vê ex-dirigentes, no caso um ex-primeiro-ministro e que foi Secretário Geral do PS, acusado de corrupção, branqueamento de capitais, etc., obviamente que é algo que envergonha qualquer socialista, sobretudo se as matérias pelas quais é acusado se vierem a confirmar, e o caso de Manuel Pinho idem. Penso que nunca existiu nenhuma dúvida quanto ao facto de o PS não estar propriamente contente e agradado com esta situação, como é evidente.

Ana Gomes - eurodeputada socialista
Sócrates não faz falta nenhuma.
José Sócrates estava na política por vaidade e encobria comportamentos desviantes.
(mais tarde) Saída de Sócrates do PS serve estratégia de vitimização.

António Arnaut
Sócrates só se pode queixar de si próprio.
Sócrates já se devia ter desfiliado do PS há mais tempo.

Augusto Santos Silva - ministro Negócios Estrangeiros
São suspeitas sobre comportamentos que, a terem existido, significam crimes gravíssimos.

António Costa - primeiro-Ministro
Se essas ilegalidades se vierem a confirmar, serão certamente uma desonra para a nossa democracia. Mas se não se vierem a confirmar é a demonstração que o nosso sistema de justiça funciona.

Passados apenas dois dias: 4 de maio de 2018. Surge a "calamidade".

José Sócrates rega às afirmações socialistas com o fim de 37 anos de militância socialista, seis dos quais como primeiro-Ministro, sete como secretário-de-estado e ministro, e ainda sete anos como Secretário Geral do Partido Socialista.

Mas o que espanta? A vergonha socialista? De todo.
O que espanta e deixa grande parte dos portugueses estupefactos é o timing e a oportunidade (ou oportunismo) das declarações, quando ainda há dois ou três dias, na campanha das comemorações do 45.º aniversário do PS surgia, publicamente, o rosto de José Sócrates.

Durante mais de 4 anos, o PS evitou sempre tecer quaisquer tipo de comentários oficiais e institucionais sobre o caso José Sócrates, deixando à justiça o que é da justiça e fazendo prevalecer o princípio da "presunção de inocência" (até prova em contrário). Importa ainda recordar que durante este período (ou grande parte dele) foram múltiplas as manisfestações de apoio ao ex primeiro-Ministro envolvendo figuras relevantes do PS e promovidas por muitos recantos do país.

O que mudou então? Qual a súbita razão deste "pelourinho público" que, verdade seja dita, exceptuando o caso de Ana Gomes que pautou sempre a sua actividade política por um público combate à corrupção (com todos os seus excessos), envolve nomes como Carlos César, João Galamba (lançado na política por José Sócrates), Augusto Santos Silva (apelidado tantas vezes de "trauliteiro socialista") ou mesmo António Costa ex-ministro de Sócrates?

O eventual envolvimento de Manuel Pinho num presumível caso de corrupção não trouxe nada de inovador ou original ao desenrolar do processo "Marquês". Quanto muito engrossou a sua dimensão.

A surpreendente vergonha socialista não é mais do que a chamada "lágrima de crocodilo", uma vergonha encapotada.

Os motivos são claros e já previsíveis depois destas declarações de Mário Centeno sobre o défice. Por um lado, o desviar das atenções sobre o evidente e notório mau-estar no seio da geringonça devido às opções financeiras do Governo (mais concretamente do ministro Mário Centeno) e do surgimento de alguma instabilidade social. Por outro lado, e principalmente, o receio socialista que o desenrolar do caso José Sócrates e Manuel Pinho nas Justiça, nos próximos tempos, tenha um claro impacto político nos dois processos eleitorais que terão lugar em 2019: as Europeias e as Legislativas.

Independentemente do desfecho e das conclusões processuais (e até hoje nunca teci considerações públicas sobre o caso, nem o farei até ao seu resultado judicial) por mais que o PS tente não vai ser possível reescrever a história.

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