Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

R.I.P. Zeca Mendonça

zeca mendonca.jpg

José Luís Mendonça, familiarmente conhecido como Zeca Mendonça, era o verdadeiro “homem do presidente”. Funcionário do aparelho social-democrata desde a sua fundação, assessor de imprensa do PSD, serviu, até dezembro de 2017, quase todos os Presidentes “laranjas” (incluindo Sá Carneiro), foram 17. Nestas funções de assessoria de comunicação, José Mendonça levou cerca de 40 anos de serviços prestados ao partido (se não me falham as contas).

Não há jornalista que não tenha tido contactos com ele, não há cidadão que não tenha reparado nas suas “aparições públicas” (umas mais discretas que outras), não há, inclusive, político (mesmo de partidos distintos) que não se tenha “cruzado” com ele.

Faleceu hoje, aos 70 anos (celebrados no passado dia 23 de março), após perto de ano e meio de exercício de funções na assessoria de imprensa da Presidência da República (desde dezembro de 2017).
R.I.P. Zeca Mendonça.

(créditos da foto: António Cotrim / Lusa, in Sapo24)

Tragicamente... Moçambique.

2019-03-19t130552z_549093757_rc132cbe36c0_rtrmadp_

(fonte da foto: REUTERS, in RFI)

Apesar da proximidade geográfica ser um factor emocional de envolvência em contextos trágicos, a distância não é, na maioria dos casos, factor de indiferença, apatia ou insensibilidade.

No caso, acentua-se a empatia e a sensibilidade dado que a tragédia envolve portugueses (dados oficiais apontam para a dificuldade de contacto com 30 cidadãos portugueses) e um longo percurso histórico (não muito distante, diga-se) implica "um dever e uma obrigação moral" de um olhar mais atento e um dever solidário mais forte:  Região da Beira, Moçambique (furacão Idai) - 200 mortos e meio milhão de desalojados (dados em constante actualização).

A par com um turbilhão de sentimentos e de emoções, a par da dimensão dos números das vítimas da tragédia e da devastação geográfica, o impacto do ciclone na região central e costeira de Moçambique revela-nos três realidades que merecem reflexão adicional.

Primeiro, o abandono a que África é votada pela comunidade internacional, a exploração económica a que a maioria dos países africanos está condenada, relegando milhares e milhares de pessoas para a pobreza mais extrema, para uma vida sem qualquer dignidade, para comunidades e comunidades devastadas pela fome, guerra, corrupção, exploração, para um total desrespeito, por razões culturais, étnicas e religiosas, pelos direitos humanos mais elementares e fundamentais.
No caso de Moçambique e da região da Beira, basta olharmos para as inúmeras imagens que espelham o que são as condições de vida das populações atingidas.

Segundo, Moçambique é antes e será depois desta tragédia natural um país que precisará de um outro olhar solidário, de uma ajuda efectiva, por parte da comunidade internacional. Infelizmente, os impactos e as consequências da devastação do Idai irão deixar marcas bem acentuadas por muitos anos.

Terceiro, há uma entidade que se assume como um "fórum multilateral privilegiado para o aprofundamento da amizade mútua e da cooperação entre os seus membros" e que tem como um dos principais objectivos "a cooperação em todos os domínios, inclusive os da educação, saúde, ciência e tecnologia, defesa, agricultura, administração pública, comunicações, justiça, segurança pública, cultura, desporto e comunicação social". No entanto, da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) ou, mais propriamente, dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) apenas se conhece uma nota pública de "solidariedade a Moçambique".

No entanto, felizmente, há já várias organizações que têm unido esforços para ajudar as vítimas afectadas pelo ciclone Idai, como por exemplo a Cáritas (recebe donativos a partir da conta PT50 0033 0000 01090040150 12) ou a Cruz Vermelha Portuguesa (transferência bancária PT50 0010 0000 3631 9110 0017 4  -  multibanco/Pagamento de Serviços entidade 20 999 e referência 999 999 999  -  ou através da internet.

O dito pelo (não) dito... (4)

ou, de outra forma: "nem uma coisa, nem outra... antes pelo contrário". Desbloqueador de frases públicas (as frases da semana e alguns dias mais...).

Nota prévia... O Bloco de Esquerda comemorou, no dia 1 de março, 20 anos de existência. PSR, ex MDP/CDE (Política XXI) e UDP, juntando quatro mentores (Francisco Louçã, Miguel Portas, Fernando Rosas e Luís Fazenda, formaram o novo partido "à esquerdas das esquerdas" que agregou vontades e conceitos. Diga-se com três particularidades que importa registar (goste-se ou não): superou o vaticínio de muitos que o davam como "insucesso garantido" (em 1999) superando várias crises; não tem um órgão formal "jota" como os 'tradicionais' PS, PSD, CDS ou PCP; e apesar das dissidências (Livre e Alternativa Socialista), ainda recentemente foram 23 militantes a "bater com a porta", continua com 'assento parlamentar'. Por isso a primazia do arranque deste "O dito pelo (não) dito..."

  • Catarina Martins, a propósito dos 20 anos do BE: “Não estamos nada cansados, temos muito pela frente”.
    Até pode não haver cansaço, mas não vale a pena esconder: há, pelo menos, um significativo desgaste de 4 anos de 'geringonça'. E quem aproveitou foi o PS.
  • Catarina Martins, a propósito dos 20 anos do BE: "Fizemos inimigos poderosos numa elite financeira".
    Qual elite? A da Banca? Como o caso do banco público CGD e a extinta Comissão Parlamentar de Inquérito? Ou o suporte a um Governo que gastou rios e rios de euros para sustentar o sistema financeiro bancário (e o que criticaram durante a Troika)? É que se for em relação à "elite financeira privada" a coisa nem aqueceu, nem arrefeceu... antes pelo contrário.
  • Entrevista de Marisa Matias (eurodeputada do BE e próxima 'cabeça de lista' às Europeias 2019) ao Expresso: “O PS lamenta, mas aceita a austeridade".
    Conclusão (apesar de tudo): PS é mais honesto que BE... Os socialistas ao menos ainda lamentam. Já o BE não só não lamenta, como apoiou um inúmero conjunto de medidas e políticas de agravamento da austeridade (mesmo que encapotada).
  • Miguel Morgado, deputado do PSD: "As fake news e o populismo são “tretas” de Bruxelas".
    Como??!! Perde-se as contas às páginas e páginas de estudos e investigação comunicacional e política. São mais que evidentes os factos e a realidade, até mesmo em Portugal (algo que, aliás, nem é novo). O populismo é uma das maiores preocupações para as eleições europeias de 2019. E isto são tudo tretas?. Ahhh... pois... Miguel Morgado é um "fake politician".
  • Santana Lopes prefere que "Aliança vá sozinha às europeias e legislativas".
    Claro que não prefere... não tem é ninguém que lhe queira "dar uma mãozinha".
  • Jerónimo de Sousa insiste que "Governo é do PS e não das esquerdas".
    Como é óbvio, pela primeira vez na história da política nacional (repetindo o 'feito político local' de Loures) o PCP esteve quatro anos coligado com a direita. Claro que esta 'geringonça' nem existiu, foi apenas uma miragem. Como se aproximam as eleições legislativas há que descolar e rasgar os compromissos. Mas Jerónimo de Sousa já vem tarde... já não dá para esconder quatro anos de "bem com Deus e o Diabo", com "um pé dentro e outro fora".
  • Mário Centeno: “Os portugueses hoje pagam mais impostos porque ganham mais”.
    Depois das cativações orçamentais, vêm agora as 'cativações do pensamento demagógico'. Sr. Ministro e Presidente do Eurogrupo... o povo já deixou de ser 'estúpido'. Os portugueses pagam mais impostos porque, de forma injusta e indirecta, esses impostos aumentaram e são mais gravosos.

A terminar (abrindo as próximos do próximo texto)...

  • Juiz Neto de Moura: “Os meus direitos têm sido lesados de forma perfeitamente inadmissível e intolerável”.
    Já os das vítimas de violência doméstica (nomeadamente, porque não só, as mulheres), a memória das mulheres assassinadas em contexto de violência doméstica, a valorização do crime e do criminoso, são pormenores... Como se costuma dizer, "é a vida".
    Triste justiça, a nossa.

21323058_G81bB.png