Este país não existe... é a fingir!
A tarde foi invadida por uma notícia no JN digital para a qual todos os adjectivos que se conhecem não são minimamente suficientes para a qualificar. Não do ponto de vista jornalístico, mas sim pelos factos descritos ou narrados.
Quando nos deparamos com um título como este “Multado por tapar um buraco na estrada” (JN - 01.02.2012), numa primeira análise tudo do mais humorístico surge nas nossas mentes: desde o buraco das contas da Madeira e de Alberto João Jardim até ao menos indicado para mentes mais fechadas.
Mas quando nos deparamos com o corpo da notícia, só nos assola uma vontade de gritar bem alto que este país não existe, não há qualquer sentido do ridículo, do absurdo, do irreal, do sensato.
Os factos são muito simples e fáceis de descrever: um cidadão, em Azambuja, tapou um buraco de cerca de um metro quadrado existente num caminho agrícola (de terra batida) que serve várias propriedades, por sugestão e pedido dos vizinhos, com resíduos de construção (fragmentos de tijolos, pedras, material cerâmico). Foi autuado pela GNR com o fundamento de ter tido uma conduta "negligente" e "censurável" e condenado, pela Inspecção Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território, ao pagamento de coima no valor de 20 mil euros – eu repito VINTE MIL EUROS – por “Contra ordenação ambiental muito grave”.
Isto que poderia muito bem ser uma anedota do mais humorística que se pudesse imaginar é, afinal, uma triste realidade.
Um cidadão prestou um serviço à comunidade, coisa que as autoridades e as entidades públicas não o fizeram.
Uma força de segurança e vigilância como a GNR, de facto, não tem muito mais que fazer neste país onde a segurança cada vez mais se torna débil do que andar atrás de quem “tapa buracos” inofensivamente (aliás o relatório refere a ausência de dolo no acto).
Como é que depois desta verdadeira comédia querem que se acredite no país, no ridículo de um país que tem atitudes destas?! Como é que se acredita no Estado e na Justiça?!
Venham as Troika’s que vierem… seja lá quem nos governe (interna e externamente)… apliquem-se as medidas de austeridade para salvar as contas… tomem-se as políticas de desenvolvimento económico que se quiserem implementar… este país NÃO EXISTE. Tornou-se (há muitooooo) uma Comédia e uma Vergonha.
Sim o Governo poderá ter razão… mais vale EMIGRAR.