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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

(Re)Visão do Fim-de-Semana

Fim-de-semana rico em acontecimentos e leituras neste "meio" Outubro, com réstia de sabor a Verão.
1. Entrega do Orçamento do Estado para 2008. Relegado para segundo plano (ou mesmo terceiro ou quarto planos), o Orçamento do Estado prevê a fixação do deficit nos 3%, revendo em baixa o crescimento económico (2,2%), mantendo-se a centralização da polémica no binómio investimento - despesa pública. Por outro lado, mantém-se as taxas de tributação altas (IRS, etc).
Ou seja, como em todos os anos e ciclicamente, mais do mesmo.

2. A selecção nacional, com uma exibição descolorida, lá consegui ser eficaz e conquistar 3 pontos já há algum tempo perseguidos. Mais uma vez, beneficiando igualmente do azar de terceiros (como por exemplo, a Finlândia). Quarta-feira há mais.

3. Fátima tem novo espaço de culto e de celebração católica. Podemos entrar nos argumentos arquitectónicos e estéticos; podemos questionar a exuberância e apogeu do espaço; podemos questionar a consistência e coerência dos seus custos. Mas é certo que foi a vontade dos crentes, peregrinos e da própria Igreja que, com fundos próprios, ergueu este novo espaço. Curiosamente, com mais tempo de antena na televisão do que o Congresso Social Democrata.

4. Congresso PSD. No reino “laranja” nada de novo. Inclusive algumas decepções (não que me afectem, mas poder-se-ia esperara mais).
Luis Filipe Menezes já estava eleito. Elegeu apenas 1/3 dos lugares no Conselho Nacional. Alguns apoiantes de Marques Mendes mantiveram-se na estrutura partidária (ex. Zita Seabra), o que significa que a transformação não foi total.
No seu discurso final, Menezes, ao falar para fora do partido e assumindo-se como alternativa ao PS, foi novamente decepcionante.
Sobre o sector económico ouviu-se muito pouco e foi muito vago quanto ao crescimento, desenvolvimento e impostos. Sem alternativas à política do actual governo.
Falou de uma nova constituição, como se esta temática fosse relevante para a maioria dos portugueses. Sobre Ambiente, Agricultura, Justiça e Europa… nada.
Muito pouco acutilante no que respeita à Educação e Saúde. Poderia estar aqui o seu campo de batalha (é onde o governo socialista tem vacilado mais).
Mas onde se esperaria que Menezes fosse verdadeiramente relevante e incisivo era na questão do poder local e na regionalização. E aqui residiu a maior decepção. Mesmo com a perspectiva de o PSD calendarizar o processo da regionalização, afirmar-se que esta questão não é prioritária, foi o mesmo que dizer que o assunto morrerá numa qualquer gaveta.

5. Como não sou social-democrata (nem tão pouco mais ou menos), a minha preocupação deste fim-de-semana, foi para a segunda parte da entrevista da Dra. Catalina Pestana. Não pelo mediatismo da temática, mas pelo conteúdo e mensagem que a ex-Provedora (mesmo correndo o risco dos “telhados de vidro”) proferiu relacionado com o processo. Muito mau para um país que se diz evoluído, que se diz um estado de direito, que proclama a separação da Justiça e da Política, que não sabe, nem quer defender o seu futuro (as suas crianças). É muito, mas mesmo muito triste.

Boa semana

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