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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Perder oportunidades políticas

Quando o governo tem, no parlamento, uma maioria que o sustenta (alimenta), o resultado de uma moção de censura é, do ponto de vista prático, nulo.

O mesmo não se pode dizer do ponto de vista político e de instrumento de crítica e censura à acção governativa (num aspecto particular ou de forma generalizada).

Muitas vezes (se não quase sempre) este momento culmina posições críticas que se assumem publicamente contra a acção do governo e desmarcam, publicamente, os partidos com assento parlamentar das políticas governativas.

Daí que se perceba (tal como se percebeu em 2011, goste-se ou não) as posições do BE e do PCP, para amanhã, face ao agravar das condições de vida dos cidadãos e ao afundamento do país, que só o Governo não vê (para além de Passos Coelho ter, simultaneamente, conseguido afundar a direita e o PPD/PSD). Apesar de não estar propriamente próximo destes dois partidos (antes pelo contrário) acho que é totalmente legítimo e aceitável a tomada de posição dos partidos mais à esquerda no parlamento nacional.

O que eu acho uma total perda de oportunidade é a posição do PS que já deu a conhecer o seu sentido de voto: abstenção.

Para quem tanto critica as políticas do governo, o desvio e a deturpação do memorando de entendimento com a Troika, o caminho seguido para a saída da crise, não me parece lógico para o maior partido da oposição não ser líder neste processo. Mais ainda, quando me parece uma total falta de coerência esta abstenção com o anúncio do chumbo ao próximo Orçamento do Estado para 2013.

Uma eventual apresentação de uma moção de censura não inviabiliza ou colide com o sentido de voto no Orçamento de Estado. Antes pelo contrário, só reforça a posição e a fundamentação. Para além disso, acho que já basta estas indefinições e indecisões do PS que o encobrem no papel da oposição, deixando o “palco” todo para o PCP e BE. O que para a opinião pública não o descola totalmente da realidade política gerada pelo Governo.

Aliás, só consigo ver vantagens para o PS se houvesse, neste caso concreto, a capacidade para liderar uma posição conjunta à esquerda. Apenas para a situação e realidade concreta.

Porque em relação aos acontecimentos de hoje (declarações do ministro das Finanças para analisar aqui, amanhã) o PS, de facto, já há muito que vem marcando uma posição que podia muito bem ser a bandeira de uma moção de censura.

O país, a oposição, até a própria maioria e governo, precisavam de um Seguro mais forte, consistente e combativo… Portugal só tinha a ganhar.

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