Deitar foguetes antes da festa
Na passada semana o Governo português foi aos mercados e colocou 2,5 mil milhões de euros de dívida pública, com uma taxa de juros razoavelmente baixa (cerca de 4,8%) para uma maturidade de cinco anos.
Independentemente de se saber se o Governo teve ou não mérito na operação (embora tenha sido cuidadosamente preparada) a verdade é que o resultado é extremamente positivo, pelo menos para já.
A par disso, quer os partidos que suportam a coligação governativa, quer vários sectores do Governo, vieram a terreno, bradar a todos os ventos, que Portugal/Governo tinha cumprido a meta definida com a Troika dos 5% de défice para o ano de 2012.
Tão depressa fizeram a festa, como tão depressa recolheram os foguetes.
Primeiro, porque o défice real das contas públicas nacionais só será conhecido em Março deste ano.
Segundo, porque, como já se suspeitava, o Governo conseguirá, eventualmente, cumprir a meta estabelecida através do recurso extraordinário da venda da ANA Aeroportos Portugal.
Terceiro, porque paira sobre as expectativas do Governo a possibilidade da União Europeia (Eurostat) chumbar a privatização.