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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Escolaridade desassossegada!

Embora não exercendo a profissão de professor, por força da actividade de treinador de basquetebol, lido há 15 anos com muitos jovens entre os 11 e os 19 anos.
E como a modalidade tem o carisma próprio de ensinar e educar, todas as vivências e 'turbulências' passam pelo espaço do treino e dos jogos, nos melhores momentos e nos menos bons.
E quão diferentes são os anos que passam. Quão diferentes são os jovens de hoje comparativamente com os de há 15 anos.
Melhores?! Piores?! Não sei... mas diferentes, seguramente!
Defierentes no dia-a-dia, na vivência familiar, no sentido colectivo, na escola.
Escola que vive hoje momentos muito inquietantes.
Já não bastavam as questões relacionadas com os aspectos curriculares e pedagógicos, para a escola se tornar um 'espelho', pelos piores argumentos, duma sociedade juvenil revoltada e descaracterizada.
Os professores deixaram de ser referência educacional... são 'papões'.
Os intervalos deixaram de ser espaços livres e de socialização... são campos de batalha.
Já não há 'furos/feriados' que se possam "comemorar".
Os(as) 'continuos(as)' já não são os 'amigos mais velhos' de algumas brincadeiras ou confidências... são 'controladores', vigilantes, guardas.
A escola virou 'de pernas para o ar'.
Hoje agride-se; tortura-se psicologicamente; chantagia-se... sejam colegas, funcionários e (imagine-se) professores.
E a questão não passa só pelas escolas urbanas e públicas dos grandes centros como Lisboa e Porto. Também Aveiro, infelizmente, faz parte do mapa escolar português, por estas razões.
Só quem não lida com adolescentes e jovens de algumas escolas de aveiro, esgueira e doutras freguesias é que desconhecerá esta realidade cada vez mais preocupante.
Não é uma questão de dramatismos. É uma realidade que não convém esconder, mas prevenir.
A escola não pode alhear-se do meio que a rodeia, como não pode substituir a família. Tem que ser nestas três vertentes que a solução destes problemas tem que ser eficaz: melhorar a familia, a sociedade e a escola.
Com a intervenção de todos.