Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.
Do ponto de vista métrico, o óbvio: Barcelona fica a cerca de 1150 kms e Londres a 2030. Mas há outra distância que importa considerar e medir: a política e social. O Brexit espelha muito mais que um simples abandono do projecto europeu por parte do Reino Unido. Reflecte a necessidade urgente de se repensar a União Europeia, coincidente com o adiamento do alargamento à Macedónia do Norte e à Albânia, seja pela reavaliação do projecto europeu em si mesmo, seja no (...)
19 meses depois do 25 de abril de 74 o processo democrático vencia e selava a Revolução. 43 anos depois, o 25 de novembro "ainda" não é feriado porque há quem, teimosa e ideologicamente, queira travar a história. 25 de Novembro de 1975... SEMPRE.
A vida teve a amabilidade e o bom-senso de cruzar as nossas vidas e as nossas famílias. Mal imaginava o que o futuro nos reservava. Apesar de alguma escassez nos contactos pessoais, recordo bem imagens e a memória visual da casa de Amarante, da figura pública, do envolvimento claro e directo no 25 de abril de 74, no 25 de novembro de 75, no Conselho de Revolução, de algumas histórias e de muitas conversas (umas mais abertas outras mais em "surdina"). E acima de tudo, recordo, (...)
publicado na edição de hoje, 19 de novembro, do Diário de Aveiro Debaixo dos Arcos A Liberdade... na despedida Tudo tem um fim... seja na vida, na profissão, nas relações familiares e sociais; tudo tem um fim. Nada é eterno… apenas o fim da vida, a morte, é para sempre e, inevitavelmente, um fim. Ao fim de mais de 13 anos, publicadas cerca de 693 reflexões sobre os mais diferenciados temas, termina o meu compromisso de colaboração regular (é certo nem sempre cumprida da (...)
Andava a evitar escrever sobre a questão da Catalunha por uma razão simples: a temática da independência da comunidade autónoma do nordeste espanhol, denominada desde 2006 como nação catalã após a revisão do seu estatuto de autonomia, é secular. Depois de várias realidades vividas desde a idade média, depois de todos os tempos controversos vividos na era do franquismo em 1977 recupera o seu estatuto autonómico (aliás, a primeira comunidade autónoma espanhola a recuperar (...)
Muito poucos acreditariam ser possível realizar um terceiro congresso face ao regime vivido. Muito poucos acreditariam que alguém próximo do regime de então, o Governador Civil (Dr. Francisco Vale Guimarães), pudesse dar cobertura, apesar do desfecho final. Mas a verdade é que entre os dias 4 e 8 de Abril de 1973, o então Teatro Avenida acolhia o III Congresso da Oposição democrática que terminaria com uma forte carga policial sobre os congressistas no final do Congresso quando (...)
Não há nada mais falso que o conceito de alguma esquerda (repito... alguma esquerda) sobre democracia e liberdade. Precisamente aqueles que a propósito de tudo e mais alguma coisa invocam o direito à liberdade de expressão e opinião ou, até, agitam aos sete ventos as conquistas de Abril de 74 (ao mesmo tempo que fazem por esquecer, porque interessa, as conquistas de novembro de 75. E é esta falsa ou demagoga democracia e liberdade que assombra (assombrou) e remete à exclusão (...)
Não foi preciso mais que uma ou duas semana de Trump na Sala Oval da Casa Branca, cerca de duas semanas à frente da administração norte-americana, para surgirem as mais veementes críticas ao seu desempenho ao leme dos destinos dos Estados Unidos da América e dos impactos na política e economia internacional. Uns porque sempre acharam Trump um claro erro de casting da democracia, outros porque, tendo ficado na dúvida ou querendo dar o benefício da dúvida, chegaram agora à (...)
publicado na edição de hoje, 1 de fevereiro, no Diário de Aveiro. Debaixo dos Arcos Os telhados de vidro contra Trump Já o referi (escrevi) por diversas vezes que a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos é o maior erro da história da democracia nos dois últimos séculos. E não é por desrespeito pela infeliz decisão dos norte-americanos ou por pretender negar a importância do voto livre na essência da democracia. É precisamente a mesma democracia que (...)
Com 90 anos, morreu, esta madrugada, o histórico líder cubano Fidel Castro. Não fosse um dos mais controversos e polémicos líderes mundiais e a sua morte passaria despercebida ou indiferente à comunidade internacional e aos seus cidadãos, espelhando um sentimento tripartido de indiferença, alívio e dor. Indiferença para (...)
publicado na edição de hoje, 27 de abril, do Diário de Aveiro Debaixo dos Arcos 42 anos “depois do adeus”… Comemoramos, com especial incidência para a passada segunda-feira, o 42º aniversário do 25 de Abril de 74. Curioso é o facto de 42 anos depois de uma inquestionável libertação de Portugal de uma regime autoritário e ditatorial com 41 anos (...)
O 25 de Abril de 74 traz muitas memórias, comporta muitas histórias, após 42 anos ainda algumas dúvidas e segredos (nalguns casos contradições), transporta muitas oposições, recorda muitas figuras. A verdade inquestionável é que a história regista 42 anos de Liberdade. Correndo o risco de ser injusto quanto às "figuras" que fizeram a história, assumo as minhas "figuras" da história. Capitão Salgueiro Maia Os Cravos (que por sinal, num primeiro momento até foram brancos) E (...)
É um facto... é condenável e provoca um enorme sentimento de revolta e indignação o que se passou hoje em Bruxelas, na capital belga e em pleno coração da União Europeia. O terrorismo tem de ser combatido; a intolerância, a não aceitação do outro, a falta de liberdade e de democracia, têm de ser combatidos de forma voraz e eficaz. Não podemos (...)
publicado na edição de hoje, 30 de dezembro, do Diário de Aveiro. Debaixo dos Arcos Oh Boaaaa… A Assembleia da República aprovou uma alteração legislativa ao Código Penal que introduz o assédio sexual na moldura penal como crime, acrescentando ao comportamento indesejado de natureza sexual não-verbal ou físico a forma verbal. Neste sentido, o artigo (...)
Podia (e já o fiz por outras vias e para a edição de amanhã do Diário de Aveiro) falar do terror instalado em Paris e dos inqualificáveis atentados na capital francesa levados a efeito pelo Estado Islâmico, ontem à noite. Infelizmente, paralelamente à tragédia e ao terror, há sempre quem sucumba ao ridículo, à pura estupidez, à falta clara de inteligência, quem, com acções e afirmações, acabe por promover um sentimento cada vez mais presente de que a liberdade de (...)
Domingo, 4 de outubro, os portugueses são chamados a escolherem os 230 deputados que terão assento na Assembleia da República, "palco" máximo da democracia. A revolução francesa abria as portas à participação dos cidadãos (mesmo que ainda condicionada a estatutos e classes) nos destinos do Estado. Mais de um século foi o tempo necessário (...)
Há uma estranha relação entre a coerência crítica e os acontecimentos trágicos e condenáveis que, infelizmente, vão preenchendo o nosso dia-a-dia. Somos, como "fui", Charlie... Ficamos perplexos e revoltados com "onzes de setembro" (USA, Espanha, Inglaterra) ou atentados em maratonas nos Estados Unidos... Bebemos páginas e páginas de texto, imagem atrás de imagem, notícia após notícia, quando um louco arrasta consigo centena e meia de inocentes, fazendo despenhar um avião em (...)
publicado na edição de hoje, 14 de janeiro, do Diário de Aveiro.
Debaixo dos Arcos Ontem fomos ‘Charlie’. E hoje?
A resposta ao atentado da semana passada (precisamente há oito dias), em Paris, na redacção do jornal Charlie Hedbo, e que vitimou 12 pessoas, das quais oito eram jornalistas, foi, em França, na Europa e em muitos locais do mundo, massiva e pronta. A resposta através da mensagem e das afirmações públicas “Je suis Charlie” correu televisões, jornais, redes (...)
A onda de solidariedade para com o jornal Charlie Hedbo, a condenação do atentado de ontem, a defesa da liberdade de expressão e da liberdade de informação, e, infelizmente em menor escala, o luto também pelos dois polícias mortos, fizerem crescer um sentimento colectivo nas redes sociais e nos espaços públicos. As capas de muitos jornais (nacionais e internacionais) de hoje (08-01-2015) são o espelho deste sentimento colectivo. Espero, muito sinceramente, que todos nós, os que (...)