À injustiça o que é da injustiça... com responsabilidades repartidas.
(fonte da foto: Presidência da República)
A Procuradoria-Geral da República emite um comunicado sobre um processo de investigação.
Do processo demite-se o Ministro das Infraestruturas, após quatro anos consecutivos de escutas, vasculhada a sua vida pessoal e o seu desempenho político e governativo.
Há um Presidente de Câmara preso durante 6 dias, para ser libertado sem qualquer acusação.
Nesse comunicado há um parágrafo diretamente dirigido à credibilidade e honestidade do então Primeiro-ministro. Parágrafo esse surgido após reunião entre Presidente da República e Procuradora-Geral da República.
Deste contexto, após audiência com o Presidente da República, perante a pressão do que foi torando público e do impacto político que representou, mesmo com a afirmação de inocência proferida, demite-se o então Primeiro-Ministro.
Criada a crise política, o Presidente da República opta, sem que a isso fosse obrigado (ou fosse o último recurso), pela dissolução da Assembleia da República.
A menos de 2 anos de mandato legislativo, o país vai a votos a 10 de março.
Vem agora a público toda a fragilidade da investigação, a inconsistência dos indícios, a ausência de prova factuais. São arrasadas as suspeitas de ligação entre o Primeiro-Ministro e outro suspeito, Lacerda Machado, é afirmado que o ex-Ministro agiu apenas no legítimo interesse do bem público e do país.
Nomes: ex-ministro João Galamba; presidente de câmara, Nuno Mascarenhas; ex Primeiro-ministro António Costa.
Nem Procuradora-Geral da República e Presidente da República explicaram alguma cabal e justificável e, muito menos, assumiram qualquer responsabilidade (que apenas lhes cabe, pelos factos tornados públicos).
Ao processo deram o esbelto nome de influencer. De facto... uma influência inaceitável da justiça na política, o quebrar inqualificável da separação de poderes que sustenta um Estado de Direito Democrático.
E sim... FOI GOLPE.