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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Agosto também se escreve com ‘J’ (parte 3 de 4) - As fake news nacionais

Como provar do próprio veneno.

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(fonte da imagem: infografia Público)

A expressão é, ipsis verbis, de Luís Paixão Martins (via antigo Twitter, agora X… ou lá como é que aquilo se chama): “A imprensa que passa os dias a embrulhar no seu grafismo as fakes do Chega está agora chateada porque o Chega começou a embrulhar as suas fakes no grafismo da imprensa”.

Tinha rebentado a bomba na comunicação social, embora com muito pouco estilhaço surpreendente. Curiosamente, surpreendida foi a própria comunicação social.

São várias as dissertações, opiniões, conceitos, estudos/análises que definem o que todos (dentro e fora) apelidam e reconhecem como “crise existencial” do jornalismo. Cá e por esse mundo fora.

Uma das razões prende-se com a questão da credibilidade da informação (junto dos cidadãos/público) e o cumprimento das regras fundamentais do jornalismo, como o rigor, a veracidade dos factos, o contraditório ou o combate ao sensacionalismo. E, ainda, e não menos importante, a não divulgação de notícias/informação que coloquem em causa os mais elementares direitos fundamentais, como, por exemplo, o racismo, a xenofobia, condição social, etc.

Ideologias ou princípios programáticos de determinadas correntes partidárias precisam de palco mediático, dos meios de comunicação social, para a propagação do sensacionalismo e do populismo das suas ideias, de forma demasiado leviana, sem contraditório, sem contraponto ou a verificação da veracidade da informação divulgada. E foi este palco que alguma da comunicação social, durante os últimos anos, não se coibiu de “oferecer” à extrema-direita portuguesa.

Conforme reza o ditado português, “tantas vezes o cântaro vai à fonte que lá deixará a asa”. E algum dia tudo isto era expectável que acontecesse.

Foi a vez do jornal Público e da Rádio Renascença provarem o fel de alguma ligeireza com que, por demasiadas vezes, levaram o Chega ao “colo”.

Resta agora a Justiça para que a verdade possa ser reposta. Se é que irá ser.