Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

As escolhas (im)prováveis

eleições autárquicas 2025

O aproximar de alguns atos eleitorais, como por exemplo as presidenciais ou as autárquicas, são, por norma, reveladores da ingenuidade e da fragilidade da democracia. Nalguns casos, ainda, espelham o que mais de sinistro tem a política: os jogos de bastidores e das influências.
Deixemos, ao caso, a questão das presidenciais, já aqui aflorado pela rama, e foquemo-nos nas autárquicas, processo eleitoral mais próxima (setembro/outubro de 2025) e que começa já a preencher os espaços mediáticos locais. Embora, a questão em causa seja igual para os dois contextos.

E qual é a questão?
Não é única, exclusiva de um ou outro território/município, nem inédita. Mas é escusada e prescindível.

De fonte mais ou menos oficial ou oficiosa, de fonte mais ou menos formal ou informal, é chegada a altura de lançar para a praça pública putativos candidatos, principalmente às câmaras municipais, num desfile de currículos político-partidários, à semelhança dos nomeados para o Óscar da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Los Angels, Estados Unidos da América.
A história eleitoral e política portuguesa, incluindo a autárquica, mostra-nos que não há qualquer benefício estratégico, político ou eleitoralista neste procedimento. Aliás, bem pelo contrário como a política aveirense já o demonstrou (e não foi assim há tantos anos).

Expor, publicamente, um conjunto de personalidades como potenciais ou eventuais candidatos a encabeçarem a lista aos executivos municipais, é totalmente contraproducente e paradoxal. Primeiro, porque expõe, no espaço mediático, as pessoas, na maioria dos casos sem qualquer abordagem pessoal prévia. Segundo, expõe igualmente as personalidades de forma concorrencial na praça pública. Terceiro, na eventualidade da escolha partidária colher um dos nomes publicitados, fica, na maioria dos casos, a sensação pública e, provavelmente, pessoal de ter sido uma segunda, terceira ou quarta escolha. Por último, recusando ou abdicando dessa exposição mediática, ficam logo excluídas hipotéticas e, quem sabe, valiosas candidaturas, diminuindo o leque das opções/escolhas internas.
Nada disto faz qualquer sentido, principalmente porque este processo deve ser uma escolha ponderada, estrategicamente delineada e planeada, enquadrada em objetivos partidários e políticos bem definidos, e trabalhado internamente, nas estruturas próprias, com especial recato e resguardo, até à decisão e anúncio finais.
E isto serve, diga-se, para qualquer “lado”.

Garantidamente que a RIA - Rádio da Universidade de Aveiro, não imaginou ou inventou isto. Pegando nas (tristes) palavras recentes do Primeiro-ministro, alguém (ou “alguéns”) soprou ao auricular.
Porque se levanta logo a interrogação: isto é o quê ou para quê? Não é nada, nem serve para nada.
Não havia necessidade… nenhuma. Muito menos, qualquer ganho político.

Lista putativos candidatos Aveiro 2025.jpg