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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Com as calças do meu pai, também eu sou um grande homem

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O PSD, o Ministro das Finanças, o Primeiro-ministro e até o Governo todo podem apresentar as desculpas mais esfarrapadas, os argumentos mais paradoxais e demagogos, podem rasgar as vestes que quiserem (como a anedótica postura política do surreal líder do grupo parlamentar, Hugo Soares), mas não podem, não têm essa legitimidade, nem moral e ética políticas, para criticar e acusar 10 milhões de portugueses, todos os partidos da oposição - da direita è esquerda, do Chega ao PCP (e não só o PS, como estrategicamente querem fazer) e a comunicação social de um erro de interpretação ou de não saberem fazer contas tão simples como somar ou subtrair. Não vale a pena...

Foi má-fé, foi engodo, foi mentira, foi embuste... e do mais ignóbil.

Aquando da discussão do Orçamento do Estado para 2024 (que o PSD não aprovou, diga-se... o tal orçamento "pipi"), durante a campanha eleitoral, durante a tomada de posse, durante a aprovação do Programa do Governo, a bandeira fiscal do Governo/PSD era a elevada carga fiscal a que os portugueses estavam sujeitos.
Para contrariar esta (mesmo que falsa) realidade o PSD criou a expetativa nos portugueses de um significativo choque fiscal que poderia chegar, até ao final da legislatura, a um valor a rondar os 3 mil milhões de euros (Jornal de Notícias de 26 de fevereiro de 2024, já com o Orçamento do Estado, aprovado pelo PS, em vigor... o tal "pipi, bem apresentadinho e muito betinho"), em sede de IRS.
Mesmo que o Programa Eleitoral da AD referisse 2 mil milhões de euros entre 2024-2026

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e o Programa do Governo da AD (XXVIII Governo Constitucional) venha referenciar ao ano 2023, que seria de 1.500 milhões de euros em relação ao que os portugueses pagaram em 2023.

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Por mais que queiram valer o contrário... é indiferente.

O que está em causa é que, contas feitas, o alívio fiscal que o Governo de Luís Montenegro propõe é de cerca de 173 milhões de euros. E porquê?

Porque o PSD, por incompetência, por demagogia, por aproveitamento político e eleitoral engloba no seu choque fiscal a medida e política de desagravamento do IRS projetada por António Costa e em vigor, por força do Orçamento do Estado de 2024, desde o dia 1 de janeiro de 2024: 1.327.000 euros.

Ou seja, o que o Governo da AD fez foi, processo eleitoral terminado, usar o "fato do PS da redução fiscal" e apresentá-lo como a sua solução para o alívios fiscal dos portugueses. Solução que, para além de não ser sua, já estava em vigor desde 1 de janeiro de 2024. Noutras circunstâncias, chama-se plágio.

E se fosse só isto... mas não foi por falta de aviso.