Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Da série... os inconseguimentos #05

Uma falha de comunicação ou Mário Centeno borrifou-se para António Costa?

índice.jpg

De forma telegráfica... conta-se rápido: o Ministro das Finanças do XXI Governo Constitucional de Portugal, Mário Centeno, quer sair do Governo.
Mais... Mário Centeno fez tudo para criar ou potenciar uma crise política governamental.

Mas....... com o consentimento (e, porque não, apoio) do próprio Primeiro-ministro, António Costa, apesar de todos os disfarces e ilusionismos políticos.

Por partes...
Mário Centeno já tinha afirmado na Assembleia da República (há cerca de dois meses) que brevemente iria ser injectado dinheiro no Novo Banco.
António Costa, no mesmo hemiciclo e um dia após do (ainda) Ministro das Finanças, afirmava que os compromissos e acordos com o Novo Banco, fruto da operação de resgate do BES, seriam para cumprir.
O mesmo António Costa, com um erro ou lapso de memória política injustificada, associava, erradamente porque nada disso estava, ou alguma vez esteve, em causa, a injecção de capital no Novo Banco com a auditoria interna em curso.

Mário Centeno limitou-se a cumprir o plano delineado e validado, inscrito no Orçamento do Estado e do conhecimento do Governo. António Costa limitou-se a assobiar para o lado, a sacudir a água do capote, e a pedir (com lágrimas de crocodilo e figas atrás das costas) desculpas a parte da Geringonça 2.0, como se a responsabilidade coubesse apenas ao (pelo menos até agora) Ministro "Ronaldo" das Finanças.

Mas a verdade é outra...
Desde a sua entrada no Eurogrupo, Mário Centeno passou a ser visto dentro do Governo - para António Costa e alguns dos ministros mais "à esquerda" (Mariana Vieira da Silva, Pedro Nuno Santos, Marta Temido) - e dentro do PS como um verdadeiro obstáculo e como força de bloqueio. Além disso, Mário Centeno é o alvo preferencial da conflitualidade entre BE e PCP e o Governo.
Por outro lado, o Ministro das Finanças do Governo de Portugal, Mário Centeno, não é, nem nunca foi, e será sempre incompatível com o Presidente do Eurogrupo, Mário Centeno. E vice versa. Sendo que, neste campo a crítica do tão badalado "repugnável" de António Costa (Primeiro-ministro) ao Ministro da Holanda, deixou marcas óbvias numa eventual recondução de Mário Centeno no Eurogrupo.

Já era notório o afastamento do Primeiro-ministro e do Ministro das Finanças na parte final do mandato legislativo anterior. Já era questionada a pouca vontade de Mário Centeno continuar no Governo de António Costa.

Agora ficou mais que transparente que Mário Centeno fará tudo ao seu alcance, com erros de comunicação, com ausência de comunicação entre Ministério das Finanças e Primeiro-ministro, com o assumir actos políticos de forma isolada, para sair do Governo, mas (inteligentemente) empurrado por António Costa quando este já não o puder evitar mais, ficando a responsabilidade da crise política (porque ela virá com a saída de Mário Centeno) para o Primeiro-ministro.

O Henrique Monteiro resume tudo isto de forma SOBERBA, em mais um "HenriCartoon".

21806413_I8JoT.jpeg

 

14 comentários

Comentar post