Do surrealismo partidário
O que se passa no Livre daria claramente para um estudo de caso no âmbito de qualquer dissertação, tese de mestrado/doutoramento ou processo de investigação na área das Ciências Políticas.
Em plena crise interna, estrutural e partidária, principalmente nos momentos mais particulares e onde a coesão só faria todo o sentido, um dos fundadores e principal rosto do Livre, Rui Tavares (que até admiro/respeito) e a deputada Joacine Katar Moreira, tendem a concordar discordando.
Enquanto Rui Tavares, à entrada para a reunião da Assembleia, admitia «dificuldades e erros», adiantando que «todos os partidos têm conflitos, o que os distingue é a forma como os resolvem», já Joacine Moreira afirmava que «não existe conflito absolutamente nenhum. Há uma relação de diálogo e entendimento e é sobre isso que iremos falar». Ou seja, para a deputada única do Livre, reuniram-se num domingo de manhã, em pleno outono cinzento, frio e molhado, como quem foi à missa dominical.
(© André Kosters /Lusa)