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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Onde é que pára a luta? E quando é que isto pára?

Violência-doméstica 25-11-2014.jpg

O dia de hoje, para além da particularidade do 39º aniversário do 25 de novembro de 75, é marcado pela campanha "Basta que me batas uma vez" do Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres. Apesar da violência não se manifestar apenas na agressão física, como é óbvio. E são múltiplas, infelizmente, as vertentes ou o rostos da violência.


(campanha APAV - "Basta que me batas uma vez")

Sobre o tema, importa recordar e elogiar esta peça publicada no Diário de Notícias no dia 17 de novembro, da autoria da Fernanda Câncio. O título não poderia ser mais sugestivo e elucidativo: "Que é feito da luta das mulheres?". E desenganem-se os ou as que acham que este é um processo exclusivamente das mulheres. Triste será a sociedade enquanto mergulhar nesta dialéctica do género.

A verdade, retomando a interrogação da Fernanda Câncio, é que a luta esmoreceu, como esmoreceram muitas lutas que ficaram por concluir e que vão transformando a sociedade e o mundo actual em reais conflitualidades, exclusões, injustiças e limitações aos mais elementares direitos humanos.

Nesta caso, em particular, os exemplos são, infelizmente, muitos; e as posições, convicções e actuações, mesmo aquelas simples do dia-a-dia, da mentalidade de cada um, do respeito pela dignidade do outro(a), cada vez mais enfraquecidas e alheadas da realidade.

Só a mero título de exemplo:
"Uma em cada três mulheres é vítima de abusos físicos em todo o mundo".
"Portugal foi o país onde mais se agravou a diferença salarial entre mulheres e homens".
"Em seis meses foram assassinadas 24 mulheres e a grande maioria por violência doméstica".
"Boas todos os dias".
"Estatísticas da APAV - Relatório Anual de 2013".

Deixar que esta luta seja da exclusiva responsabilidade feminina é do mais deplorável primarismo.