Passar da(s) Palavra(s) aos actos...
Promovida, mais uma vez, pela Porto Editora, os portugueses escolheram a palavra do ano de 2019.
Por si só, qualquer contexto de violência é condenável, criticável e deve ser denunciado.
Têm vindo a público inúmeras realidades reprováveis: 900 casos de violência contra profissionais da saúde (normalmente, médicos e enfermeiros); praticamente todas as semanas há registo de casos com professores e auxiliares de educação; são mais que significativos os casos de violência contra idosos, seja em contexto familiar, seja, infelizmente, em contexto institucional; são as situações de roubo/assalto, algumas com finais trágicos; são as violações ou os abusos sexuais, incluindo, abominavelmente, crianças; é, ainda, a violência psicológica ou fruto da exclusão.
Mas os portugueses foram mais específicos... manifestaram uma consciência social e colectiva importante, espelharam o que tem sido um flagelo social que tem vindo a crescer, contrariamente ao que seria de esperar e desejável: a "Violência Doméstica".
Poderia ter sido uma outra opção mais confortável, eventualmente mais mediática ou mediatizada, como, por exemplo as palavras "seca", "sustentabilidade", "lítio", "trotineta" ou "jerricã".
Foi antes, uma escolha que, em si mesma, é o reflexo de uma inaceitável realidade social: em 2019 morreram 38 pessoas vítimas de violência doméstica (30 mulheres, 7 homens e 1 criança).