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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

Reposicionar ao Centro...

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(fonte da foto: RTP online)

Porque é que Rui Rio é importante para o PSD?
Questão mais que pertinente em fevereiro de 2018 e que se volta a colocar hoje, após o anúncio da sua recandidatura à liderança do PSD (directas previstas para janeiro de 2020).

Embora possa influenciar a resposta, não é, de todo, apenas pela personalidade de Rui Rio. Será sempre um factor discutível, como será na avaliação da personalidade de qualquer líder e a sua liderança.
Essencialmente, o grande valor de Rui Rio está na capacidade de trazer de volta a génese política e dogmática do partido (reposicionar programaticamente), afirmando e confirmando, claramente, o seu princípio social-democrata.

Foi, por isso, com especial agrado que o anúncio público da sua recandidatura à liderança do PSD confirmou esta realidade: a defesa e afirmação da social-democracia e o posicionamento do partido no centro político português (de onde não devia, nunca, ter saído há uns anos), ganhando aí o seu lugar ideológico e programático, o seu eleitorado e consolidando-se como (a única) alternativa governativa.

Do discurso de Rui Rio, hoje, no Porto, há duas afirmações que merecem nota de destaque, pelo valor político que enraízam, externa e internamente (muito mais importante, face ao "oposicionismo" egocêntrico que vai latejando):  "o PSD não pode ser uma força partidária ideologicamente vazia e liberal” e (refutando as críticas de Teresa Morais - enfim... - que afirmou que "Rui Rio não gosta do PSD") "de facto não gosto... não gosto do que vejo nos partidos, incluindo o meu" (recordando os que tanto criticaram e acusaram o PS, em 2014, de "atentado político" a António José Seguro, para em janeiro deste ano tentarem o mesmo ou ainda pior).

É esta a importância que o actual líder do PSD tem para o futuro do partido: o 'regresso' à social-democracia e ao centro e uma forma de fazer e estar na política de maneira séria, ética, contra o politicamente correto e sem cinismos. Infelizmente e lamentavelmente há quem confunda isto com uma (suposta) subalternização ao PS... puro engano. O que há, e o país e muito sociais-democratas agradecem, é uma subalternização do PSD a Portugal... porque Primeiro está Portugal (37.º congresso nacional - 2018).

Todo esta conjuntura política interna faz-me sempre recordar Sá Carneiro, principalmente pela "desonestidade política" com que tantos críticos de Rui Rio e supostos "salvadores da pátria e do reino" invocam o seu nome (em vão).
É nesta alturas que a hipocrisia política não pode ser tolerada e recordar, sem qualquer constrangimento político ou ideológico, sem medo das palavras e dos conceitos, algumas das (fortes) afirmações políticas e parlamentares de Francisco Sá Carneiro:
"Nós, Partido Social Democrata, não somos nem seremos nunca uma força de direita".
"A social-democracia é desejável para Portugal pois é, até hoje, a única via experimentada na Europa que tem conseguido caminhar para a igualdade sem violação da liberdade".
E ao contrário da demagogia e populismo de Catarina Martins (BE)...
"O socialismo democrático [social-democracia], na Europa, enraíza na ética cristã, no humanismo e na filosofia clássica". E sem "medos"... "Somos socialistas porque somos sociais-democratas, mas somos socialistas sem subordinação a dogmas marxistas, muito menos leninistas, sem subordinação a dogmas de apropriação colectiva dos meios de produção".

Com Rui Rio o PSD pode voltar a ser um partido social-democrata, na sua raiz, e ao centro... sem precisar de "liberalismo de iniciativa questionável" ou de "alianças afundadas". Para isso e esses... CHEGA!